O Mal que o Homem faz - Fic. Interativa escrita por Sateily


Capítulo 17
Capítulo 17 - O Início do Fim (Fogo Fátuo)


Notas iniciais do capítulo

"É apenas um momento, isso irá passar..."



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/349667/chapter/17

Alex apenas ouviu um pequeno estrondo, antes de um carro sair do lado de fora da praça acelerando. Ele não conseguiu pensar direito, achou que poderia ser Gabriel e as gêmeas chegando. Ao ir verificar no portão, não encontrou muitos vestígios do que ocorrera, apenas uma pequena mancha de sangue perto de uma garrafa de bebida barata. Após ligar os pensamentos, lembrou-se de Daniel, chegou a chamar por seu nome, não houve resposta. Alguém havia o levado dali.

Dirigiu-se até a van e constatou que seus pertences estavam ali, ele não poderia ter simplesmente ido embora, não seria insano o bastante, além de não fazer sentido algum partir naquele momento. Alex foi até a ambulância e pegou uma pistola, ficou com ela em mãos e de prontidão. Começou a vasculhar os arredores da praça pelo lado de dentro. Queria ter certeza de que mais ninguém estava ali. Depois de uma minuciosa inspeção, constatou que estava só naquele lugar.

Estava sem entender como alguém entrara ali e em tão pouco tempo levara Daniel, deixando apenas como vestígio a mancha de sangue e a garrafa de álcool. Começa a pensar na fragilidade da segurança de sua praça, e chega a ficar um pouco paranoico, olhando para todos os lados, imaginando que alguém poderia aparecer a qualquer instante. Para um pouco para pensar, respira fundo e volta à realidade. Precisava agora saber o que fazer, na verdade não havia muito que ser feito. Como ele iria atrás de alguém que sequer tinha visto? Alex teria que esperar a chegada dos outros para contar o ocorrido e tentar tomar uma decisão.


_____________________ X________________________



–- O que você fazia antes de tudo? – Pergunta Gabriel a Beto.

–- Trabalhava com carpintaria. – Responde Beto brevemente. Gabriel faz sinal de positivo com a cabeça e nada mais pergunta. Ele observa o novo homem que aparecera, e percebe seu jeito recluso, quieto, pode ver uma diferença de personalidade entre o dois e até de visão de mundo. Como um Filósofo, Gabriel sempre tentava perceber o que passava no interior das pessoas.

Andressa e Isabelle recolhem us últimos produtos, enchendo as mochilas com variedades de alimentos, água e outros produtos.

–- Já podemos ir! – Diz Andressa sinalizando com a mão.

–- Ok! – Afirma Gabriel que em seguida continua falando a Beto – Bom cara, foi bom te conhecer, temos que ir agora, boa sorte com o martelo aí! – Beto apenas observa Gabriel e nada diz, o rapaz dá os primeiros passos em direção as gêmeas, quando um barulho é percebido.

Um som de latas e outros objetos caindo é ouvido, além disso, o grunhido tão familiar nesses tempos é ecoado de forma múltipla.

–- Zumbis! – Grita Isabelle.

–- Deve ter sido o carro de vocês! – Afirma Beto.

–- Quantos são?! – Pergunta Gabriel.

–- Muitos! Temos que sair logo, eles vão tomar o estacionamento! – Grita Andressa.

–- Eu posso ajudar vocês se me derem uma carona! – Afirma Beto.

–- O que?! – Pergunta Gabriel em tom de indignação.

–- Eu ajudo a passar pelos monstros e em troca vocês me tiram daqui com o carro!

–- Você não tem escolha! Se não nos ‘ajudar’, morre! – Afirma Gabriel.

–- Feito! – Afirma Andressa.

–- Como assim ‘feito’ Andressa? Não podemos ter mais ninguém no grupo! – Indaga Gabriel.

–- Eu só quero sair logo daqui! Vamos! – Responde Andressa.

–- Vamos! – Grita Isabelle.

–- Eu não quero ficar com vocês, não precisam me aceitar, eu só quero uma carona! – Diz Beto direcionado a Gabriel.

–- Tudo bem, vamos logo! Droga! – Afirma Gabriel um pouco frustrado.

Beto corre na frente e sai do mercado dando um chute na porta principal. Três zumbis se dirigem até ele, o primeiro é acertado com um golpe do martelo, o segundo é pego pelo pescoço e jogado ao chão, e o terceiro também recebe um golpe de seu martelo no meio do crânio, afundando-o.

Andressa, Isabelle e Gabriel saem em seguida. As duas usam suas facas para cortar as gargantas e perfurar o crânio de outros monstros que se aproximam, Gabriel usa uma barra de ferro para também com ferocidade, desferir diversos golpes certeiros nos zumbis.

Isabelle mostra-se mais confiante e mais ativa, atinge sem hesitar os zumbis de forma certeira, está ajudando o grupo a avançar para perto da camionete. Gabriel parece pouco acostumado com a batalha corpo a corpo, mas também ajuda o grupo, com sua barra de ferro, consegue atingir diversos monstros sem precisar encurtar a distância como as garotas, que estão com uma faca. Beto parece o mais habituado de todos, manuseia muito bem o martelo, e mesmo sendo uma arma curta, consegue matar diversos zumbis utilizando-a, está na linha de frente, abrindo caminho.

Os quatro vão avançando, aproximando-se da camionete. Começam a utilizar menos as armas e passam a apenas se livrar dos monstros com chutes e alguns empurrões, sempre tomando cuidado para não se aproximar demais e levar uma mordida ou arranhada.

O primeiro a chegar à camionete é Beto, seguido por Andressa e Belle, Gabriel chega por último e rapidamente abre o carro. Gabriel, Andressa e Isabelle entram no carro e Beto se joga na parte de trás da camionete. O carro parte em alta velocidade, Gabriel dirige rapidamente tirando o veículo do local e seguindo a avenida no sentido contrário pelo qual vieram.

Todos estão tentando se recuperar do momento de ação passado, fora mais uma situação complicada que fora superada pelo grupo. A cada momento desses sentiam-se mais fortes, mais confiantes de que podiam sobreviver e de que estavam ganhando a batalha contra esse novo mundo que insistia em querer livrar-se deles.

–- E agora, esse cara aqui? – Pergunta Gabriel ainda ofegante as irmãs.

–- Vamos pensar nisso depois, ele nos ajudou bastante! – Afirma Andressa que em seguida vira-se um pouco e pergunta bem alto em direção à parte traseira do veículo – Beto você está bem?! – Ela ouve uma resposta positiva e volta-se para o seu ligar, vira-se para a irmã e diz – Obrigado Belle, você também ajudou muito! – Belle responde com um sorriso, ainda está muito cansada por tudo que ocorreu, mas sente-se feliz não só pelo elogio vindo da irmã, mas por se sentir parte integrante e ativa do grupo.

A camionete segue cortando as ruas em alta velocidade. Beto segura firme, aguentando o balanço que o veículo faz a cada curva. Eles seguem percorrendo o caminho de volta até a praça.

–- Acho que o Daniel e o Alex não vão gostar do novo inquilino! – Disse em tom irônico Gabriel.

–- Deixa isso pra depois, vamos ver isso depois! – Respondeu Isabelle.

–- Principalmente o Alex, ele demorou a nos aceitar...

–- Deixa para depois Gabriel! – Exclamou Andressa um pouco irritada.

–- Desculpe, eu sempre falo muito, principalmente quando fico nervoso, tenho necessidade de falar, sempre foi assim com meus alunos e... – Gabriel para um pouco para pensar – Tudo bem, eu vou parar de falar!

Eles fazem a curva e entram na avenida principal, a avenida da praça. Todos já estão um pouco mais recuperados do incidente, o que compensava tal situação, era o fato de eles terem conseguido colher todos os produtos necessários para passarem certo tempo na praça.

O carro percorre a rua e chega ao destino, Alex já os esperava no portão, estava com feições que demonstravam preocupação e ainda tinha a arma em punho. Abriu o portão e viu a camionete percorrer o caminho para o lado de dentro. Junto com o veículo, dois zumbis que estavam do lado de fora tentaram entrar, Alex apontou a arma e atirou nos dois, em seguida fechou os portões.

Gabriel, And e Belle saíram do carro assustados, nunca tinham visto Alex usar uma arma, elas sabiam por alto da existência das mesmas, pois Gabriel as mencionou em uma conversa, mas não sabiam onde elas estavam.

–- O que foi isso Alex?! – Perguntou Andressa surpresa.

–- Eu preciso contar uma coisa! – Afirmou Alex sem dar atenção ao questionamento que acabara de receber.

–- Eu também preciso falar uma coisa – Disse Gabriel caminhando até a frente de Alex – Quando estávamos no mercado, encontramos um homem, e ele nos ajudou a sair de lá, pois estávamos cercados por zumbis, a situação estava difícil e então ele nos ofereceu ajuda e nós acabamos trazendo ele com a gente! – As palavras saíram tão rápidas da boca de Gabriel que ficou difícil compreende-las.

Beto desceu da parte de trás da camionete em um salto, ele e Alex se olharam, e Alex disse:

–- Como eu dizia – Disse olhando para Gabriel como se tivesse sido interrompido – Aconteceu uma coisa depois que vocês saíram.

–- Cadê o barbicha? – Perguntou Andressa.

–- Era justamente sobre isso que ia falar. Eu estava verificando a ambulância quando ouvi um barulho seguido de outro barulho, quando fui verificar vi um carro arrancando, indo embora. Eu não pude ver direito o carro, não pude identificar, apenas encontrei perto do portão uma mancha de sangue e uma garrafa de alguma bebida, e então... O Daniel sumiu! Não está em nenhum local, provavelmente foi levado!

Andressa e Isabelle receberam a notícia com bastante surpresa, Belle colocou a mão direita na boca e And visivelmente estava sem entender a situação. Gabriel passou a mão nos cabelos, ninguém entendia e nem sabia o que fazer naquele momento. Beto observava a todos um pouco mais distante, sabia que algo havia acontecido, porém não opinaria e nem se manifestaria.

–- Mas como assim sumiu?! Como... O que nós vamos fazer agora? – Perguntou Gabriel.

–- Temos que tentar entender o que aconteceu primeiro. Porque levaram ele? E principalmente, será que vão voltar? – Respondeu Alex, Gabriel voltou a falar.

–- Voltar?! Você acha que eles podem voltar?! Por quê?!

–- Não sei... Mas nós não sabemos por que levaram o Daniel também! – Disse Alex mais uma vez.

Belle saiu andando para longe de tudo, And ainda tentou segurá-la, mas ela se desvencilhou e caminhou para uma parte mais afastada, Andressa foi andando atrás dela. Gabriel olhou para Alex e retornou a dizer:

–- Tem esse outro problema agora, o Beto.

–- Beto? Ah... O homem que vocês trouxeram...

–- Olá senhor, eu sou o Beto! – Disse ele se aproximando e estendendo a mão direita para cumprimentar Alex. – Alex observou por alguns instantes antes de estender a mão e dizer:

–- Olá! Me chamo Alex!

–- Prazer, eu sei que vocês estão com problemas, mas eu queria falar sobre...

–- Pode ficar aqui por enquanto, eu não tenho como decidir isso agora, e não sou eu quem tomo as decisão, nós as tomamos em conjunto, mas não podemos fazer isso agora, temos algo maior para cuidar! – Afirmou Alex seriamente.

–- Obrigado Alex!

–- Só me deixa ver as suas coisas e o seu bolso, e você vai ter que deixar o seu martelo comigo também!

–- Mas...

–- Desculpe, mas eu não posso confiar de primeira em você Beto, por enquanto eu fico com a sua arma, pode se instalar por aqui, mas tenha em mente que não será definitivo! – Disse mais uma vez de forma séria Alex.

Beto percebeu a realidade da situação e resolveu acatar aos pedidos de Alex, era bem melhor do que ter que sair e encarar a estrada novamente, mesmo que fosse provisório, era uma grande evolução.


_____________________ X________________________



Daniel abre os olhos com dificuldades, mesmo abrindo-os tudo continua escuro. Ele se sente diferente, pesado, sem controle sobre seu corpo. De forma turva a visão começa a voltar, tudo está embaçado, nada é visto de forma clara. Ele tenta falar algo, mas sente sua língua e seus lábios extremamente pesados. Está completamente grogue, não sabe ao certo se está dormindo ou acordado.

Olha para cima, vê o teto, percebe que está deitado, as sensações começam a voltar aos poucos. Primeiro sente uma enorme dor de cabeça, aguda. Começa a se lembrar, e percebe que não deveria estar ali, não sabia onde estava, mas com certeza aquele local não era a praça.

Olhou ao redor e pode ver melhor o local onde estava, um quarto bem pequeno, as janelas estavam fechadas com pano, o que deixava o lugar parcialmente escuro. Haviam alguns objetos quebrados no chão e uma mancha de sangue bem perto de onde estava. Olhou para a mão esquerda e viu que ela estava enrolada por uma bandagem, que ia do seu antebraço cobrindo toda a sua mão. Não estava sentindo direito, mas aquela bandagem o incomodava.

Tentou se levantar, mas ainda estava tonto, pode então perceber outra coisa, seus pés estavam presos por uma corrente. As sensações iam retornando, e a dor que se localizava apenas na cabeça, podia agora ser sentida na mão esquerda também. A dor era inclusive maior do que a da cabeça, e só aumentava. Tudo estava muito estranho, confuso, Daniel ouve a porta que está a alguns metros dele se abrir, de lá sai um homem careca, alto e forte, que diz:

–- Acordou Bela Adormecida?! Fica aí que nós vamos fazer uma entrega especial enquanto ainda tá fresco – O homem dá uma alta risada – Daqui a pouco voltamos pra te fazer umas perguntas... Ah... Ia me esquecendo! – O homem segurava um saco plástico nas mãos, e o que ele retirou de lá assustou Daniel – Tá vendo?! Olha bem porque é a última vez que você vê eles, nós vamos entregar isso aqui para o seu pessoal! – Depois de dizer isso o homem voltou a rir e bateu a porta, trancando-a.

Daniel ficou assustadíssimo, olhou novamente para a mão esquerda sem acreditar. O que o homem retirara do saco plástico eram três dedos, três dedos retirados de sua mão.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Antes de mais nada, queria dedicar não só esse capítulo, mas essa fic a Megaan, que está passando por problemas de saúde e precisa de nosso pensamento positivo nesse momento. Desejo sinceras melhoras a você, tudo ficará bem!

Agradeço a Guilherme Lopes por favoritar a fic, obrigado!

Espero que estejam gostando, continuem acompanhando!






Säteily



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Mal que o Homem faz - Fic. Interativa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.