Paradise escrita por Izadora


Capítulo 29
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Agradecendo aqui á recomendação linda da Nicole Martins ...Sério,assim quem vai me fazer chorar são vocês :]
*oo* Gente,agora que eu fui notar: já estamos quase no cap.30 Comassim gente?Só eu que não vi o tempo passar?Eita...
T-T Eu não quero acabar -embora esteja super animada para Cantarella,e queira TODOS vocês lá,sem exceções-
MAS,ANYWAY,MINHA VIDA ESSA SEMANA ESTAVA UMA LOUCURA
Vou explicar tudo lá embaixo pq eu sei que vocês lêem mais os lá debaixo que os de cima,então:

BOA LEITURA



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POV Katniss

Foi a noite mais difícil de toda a minha vida,sem dúvida alguma.

Eu não consegui segurar o telefone para ligar para minha mãe.Peeta precisou fazer isso por mim.
Eu estava fraca.
Eu estava aberta.
Eu estava vazia.

Eu não me lembro de chegar em casa.Eu só me lembro de desabar na cama,com os olhos embaçados,ser enrolada em um cobertor.Alguém beijou com ternura o local entre as sobrancelhas,como se eu fosse uma criança.Depois,segurou minha mão.
Essa mesma pessoa afastou o cabelo de minha testa,enxugou minhas lágrimas e acariciou minha bochecha.
Não disse nada.Não precisava dizer,nem eu,nem ele.

Quando adormeci,senti um último roçar de lábios em minha bochecha,antes do inferno começar.

A noite foi pontuada de pesadelos escuros e difusos.Eu acordava chorando,encharcada de suor frio e com medo.Na última,eu acordei gritando.Isso aconteceu no mínimo sete vezes,sendo todos os pesadelos envolvendo meu pai.

Depois,tremendo de frio,eu me enrolava no cobertor e tentava não ter mais medo do escuro do meu quarto.Peeta,Gale e Madge bateram na minha porta muitas vezes,mas eu não os deixei entrar.
Eu superaria isso.Eu sempre superava.

Por volta das 4h da manhã eu me levantei,depois de um particularmente horroroso,procurando no chão frio as pantufas.Minhas mãos tremiam,e a respiração pesava.A testa provavelmente estava úmida e eu queria chorar de desespero.
Eu precisava que aquilo parasse.Toda aquela tristeza imensa.

A última coisa que queria ver era a minha “cara de pesadelo”,que provavelmente incluiria os cabelos em pé,orelhas de abismo e bochecha amarrotada.Além dos olhos inchados e vermelhos.

Abri a porta do quarto,sentindo o frio da madrugada nos meus ossos.Estava exausta.Assim que saí,vi uma figura escura recostada á parede do corredor.Peeta.

–Não consegue dormir?-Perguntei.

Ele balançou negativamente a cabeça.Estava sendo educado.O que queria dizer era algo como: “Com você berrando,não.”

Fui até a cozinha pegar um copo de água,e o silêncio me deprimiu.Eu o bebi sofregamente e sem vontade alguma,pois eu não tinha sede.Eu só tinha a garganta seca e o corpo cansado de rolar na cama.

Quando voltei ao quarto,encontrei o garoto sentado á minha cama,sorrindo para uma foto minha dos tempos de criança.Eu consegui esboçar uma coisa frágil e esquisita,que decidi assemelhar á um sorriso.Peeta ergueu os olhos,terno.

–Você está bem?-Ele perguntou.

–Eu vou ficar.-Respondi.

–Você quer que eu vá ao enterro com você?

–Você não precisa,se não quiser.Sei que tem muita coisa do casamento para preparar.-Tornei,tamborilando os dedos contra o vidro do copo.

–Pesadelos?-Há um tom de desculpas em sua voz que eu não quero ouvir.

–Ficam piores quando acordo.

–Vem cá.-Ele estendeu os braços.

–Você não deveria...-Comecei.

–Não.Mas eu quero e você precisa.

A razão despertou dentro de mim.Não,eu havia feito o suficiente.Prometi a Jason e a mim mesma que tentaria esquecer,que deixaria ele ser feliz com Debby.Que eu não tinha o direito de estragar isso.

Mas eu precisava.Meu Deus,como eu precisava.

Ele era o único capaz de amenizar meus pesadelos.

Caminhei lentamente em sua direção,e deixei o copo sobre a cômoda.Depois,me deitei sobre seu peito quente,cujo movimento de sobe e desce me acalmou.

Ele puxou meus cobertores e me enrolou neles.Sufoquei um soluço.Era torturante tê-lo tão perigosamente perto e não poder tê-lo como um todo.Ele afastou os cabelos do meu rosto.

A última coisa que senti antes de cair no sono foram seus braços á minha volta.

POV Peeta

Ela estava um caco.

Nessa noite,acordei várias vezes com seus choros e seus pesadelos.Eu sentia por ela,mas não sabia como ajudar.Isso estava me matando.

Na sétima ou oitava vez,seu grito rasgou meu peito.Meu quarto ficava exatamente do lado do dela,e eu estava atento a tudo.
Quando o espaço de tempo entre um pesadelo e outro ficou maior,achei que ela finalmente havia se cansado e adormecido.Então,me deitei também e deixei a exaustão tomar conta.

Não pareceu terem se passado cinco minutos,e ela gritou.Não um grito longo e estridente.Um curto.Seco.Soluçante.Desesperado.Doloroso.
Eu ouvi ela chorar e balbuciar o nome do pai.Depois,tão rápido quanto havia começado,parou.Eu só ouvia sua respiração pesada e vacilante de quem cansou de chorar.

E levantei,frustrado,e o celular tocou.Peguei-o e apertei qualquer botão aleatório.

Era Debby.

Ela morava exatamente abaixo de nós,então não surpreendia que tivesse acordada,tal foi o barulho.

Peeta,o que raios está acontecendo aí?Que grito foi esse?São 3 HORAS DA MANHÃ.–Ela gritou.Sua voz estava sonolenta,mas furiosa.

–Debby,dá um tempo,ok?-Eu disse,exasperado.-Ela acabou de perder o pai.E eu vou deixar ela chorar e gritar o quanto quiser.

Você se importa demais.

–É claro que eu me importo com meus amigos.-Respondi.

–Você se importa demais com ELA.Independente do que ela está sentindo.Boa noite pra você,Peeta.

E desligou o telefone na minha cara.Passei os dedos pelos cabelos e joguei o celular longe.Não me importei em fazer barulho.Ninguém na casa estava dormindo.

–Eu queria não me importar.

Mas meu murmúrio não encontrou ouvidos.

POV Katniss

Foi uma quinta-feira complicada.

Como no dia seguinte seria o tal jantar pré-casamento de Finnick e Annie,e eu realmente não queria parecer a morta-viva que estava sendo.
Não adiantaria em nada fazer isso para sempre.Ele se fora.Não havia nada que eu pudesse fazer em relação á isso.Seria melhor aceitar.

Eu precisava de paz.Eu precisava ficar sozinha.Era algo que mais ninguém poderia fazer por mim.Com isso em mente,me fechei no quarto.

Fiquei sozinha o dia inteiro.Muita gente me telefonou,mas eu não telefonei para ninguém.Estava totalmente sozinha.
Gale e Madge respeitaram isso e Peeta...eu não vi Peeta desde a madrugada.
Eu não queria falar com minha mãe ou com Prim.Imaginei que elas precisassem do mesmo tempo que eu.Talvez na segunda-feira eu fosse para casa.
Fiquei deitada com o pensamento livre.Mas no decorrer desse dia até a hora de dormir tive umas três vezes um reconhecimento súbito de mim mesma.

A solidão,um encontro do eu com o eu,era um luxo.

Um luxo do qual eu não queria desfrutar.

X

Na manhã de sexta-feira,eu acordei com o peito leve.Eu me sentia relativamente bem.Era capaz de sorrir frouxo,queria comer e estava pronta para o jantar de casamento de Finnick e Annie.

O problema começou quando entrei na sala e encontrei Debby sentada no sofá.Ela ergueu os olhos frios e firmes para mim.

–Posso ajudar?-Perguntei.Debby parecia alguém que estava prestes a receber o Oscar: muito maquiada,muito perfumada e extravagantemente bem vestida.

Ela ergueu-se ajeitadamente.

–Eu não vim aqui para brigar,ok?

–Isso é bom.-Disse,e caminhei até a cozinha.Quando voltei,com um copo de leite na mão,ela ainda estava lá.

–Eu vim te pedir um favor.

–Isso é mau.-Respondi,sorvendo um gole.-Mas continue...

–Por favor,fique longe dele.-Seu tom era quase súplice.

–Dele?

–Não se faça de tonta.É sério.Você não faz ideia do quanto ainda mexe com ele,Katniss.

Fazia.Fazia sim.E estava me aproveitando descaradamente disso.Meu estômago se contorceu dolorosamente de culpa.Não respondi.

–Eu estou tentando ser feliz com ele.A gente vai se casar.Eu...eu tenho medo.Você pode tirá-lo de mim em dois segundos,se quiser.Ele não me ama,Katniss.Ele ama você.Mas,poxa,eu estou tentando...Então eu só quero que fique longe,para que a gente tenha pelo menos uma chance,ok?Só...só tente deixá-lo em paz.Se ele está tentando essa segunda vez,é porque você disse a ele que ele fizesse isso.Viva e deixe viver.Aceite.Supere.

Dizendo isso,ela se virou,com raiva e entrou no elevador.Me deixou ali,no meio da sala,sozinha,com os pensamentos turbulentos,um nó na garganta e o copo de leite.


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Notas finais do capítulo

ENTÃO PESSOAL: "Nossa tia,esse demorou demais" Sim,eu concordo com vocês.Esse demorou muuuito pra um capítulo tão pequeno e nem tão bom assim,mas essa semana eu virei de cabeça para baixo.
Da manhã de domingo até a de quarta-feira eu estava DOENTE.Sim.E tipo,muito.
Febre de 39,garganta inflamada,cabeça estourando e não agüentava comer NADA.E como vocês não conhecem a minha mãe,eu explico: minha mãe é o exagero em pessoa.Principalmente quando o assunto é doença.
Só faltou ela chamar o SWAT e a Interpol.Sério.Foi uma loucura de remédios e médicos,e eu não agüentava nem levantar da cama.
OLHA O ESTADO DA CRIANÇA.Não dá pra escrever assim.
E depois,a quarta-feira á tarde inteira foi dedicada á copiar a matéria que faltava,e quinta-feira á fazer os deveres e trabalhos,porque,na minha escola,um dia de falta equivale á um mês.
Logo,na sexta-feira eu estava tão extenuada que minha cabeça não processava mais nem meu nome direito.E hoje,eu tentei humildemente oferecer um bom capítulo para vocês.

Fracassei miseravelmente,pq esse ficou uma merda.

Eu realmente não queria fazer esse capítulo deprimente,mas,ela precisava sofrer pela morte do pai,então saiu o que saiu.
NO PRÓXIMO: O Jantar de Casamento.PORQUE NÃO IA DAR MERDA,NÉ? ~esse deve ser o lema da fic,pfvr~

Mereço reviews lindos vindos de pessoas lindas?