Chasisty escrita por piinllify
Acordei com disposição para enfrentar o dia, Rosalya ainda dormia calmamente. Aproveitei e corri no banheiro para pegar alguns curativos e cuidar do machucados dela, seria um problema se alguém percebesse. Não estava com fome mas queria colocar algo no estômago, desci até a cozinha:
– Sim, eu juro!
– Jura mesmo?!
Na ''virada'' do corredor duas empregadas cochichavam, parei por um momento para escutar:
– Quando fui arrumar o quarto vi ela de sutiã!
– Deitados na mesma cama?
– Pois é...
Eu soltei um suspiro e apareci diante das empegadas, com um tom sério comecei a falar:
– Com licença, não tem nada o que fazer?
– S-sim!
– D-desculpe patrão!
As duas saíram em disparada, eu continuei meu caminho até a cozinha. Ao chegar na mesa me sentei, a governanta me serviu um café:
– Bom dia - era Rich.
– Bom dia, senhor...
Eu fui me levantando para me curvar mas ele logo soltou:
– Sem formalidades, por favor! - ele deu uma risada.
Eu voltei ao meu lugar e continuei com o meu café, ele pegou um óculos do bolso e logo depois um jornal:
– Igarashi-san, por acaso você viu Rosalya? - perguntou lendo as notícias.
– Oh... Na verdade ela veio até o meu quarto de noite, nós conversamos bastante e acabamos pegando no sono. Ela ainda está dormindo.
– Conversaram é...
– Não coloquei um dedo na sua sobrinha, Richard.
– Senhor, por favor.
Ele largou as coisas na mesa e saiu, batendo os pés. Não pude evitar e estampei um sorriso na cara. Peguei uma bandeja e lá coloquei algumas fatias de pão e uma xícara de café, peguei o potinho de geleia e uma faca, saí ela porta de trás da cozinha para o jardim e peguei uma rosa branca no viveiro (que ironia) e enfeitei a bandeja com ela. Entusiasmado subi a escadaria e fui para o meu quarto, Rosa estava sentada de cabeça baixa:
– Bom dia - cumprimentei enquanto fechava a porta com uma mão, e com outra segurava a bandeja.
– Ah, bom dia...
Sentei e coloquei o ''banquete'' na cama estendi a mão e peguei a rosa, coloquei-a em seu cabelo:
– Uma rosa, para uma Rosa.
– Oh, que engraçado!
Ela sorriu e pegou a xícara com café, gole por gole a porcelana foi ficando vazia:
– Chegou a hora de você explicar o que aconteceu ontem.
Ela suspirou e pousou a xícara sobre a mesa de cabeceira:
– O que passou, passou.
– Não Rosalya, não passou não! Olhe só para o seu braço...
– E você se importa?
– Você vai começar de novo?
– ...
– Porque fica na defensiva o tempo inteiro, que saco!
– Então me diga, porque você se importa?
Essa pergunta me pegou de surpresa, eu sabia o porque me importava mas... Não sabia como dizer ou muito menos como explicar porque eu simplesmente não conseguia:
– Eu sabia.
– Vamos, fale de uma vez o que aconteceu!
– Não interessa!
– Você esqueceu o que aconteceu ontem?!
– Não aconteceu absolutamente nada, pare de fantasiar!
– Se... - hesitei por um minuto - Se fosse o Usui, você diria?
Ela arregalou os olhos, de repente ela soltou uma gargalhada que invadiu o quarto inteiro:
– Hã?
– Hahahaha!
– E-ei, me responda!
– Eu não acredito... Você me surpreende a cada dia, Tora!
Eu suspirei, ela continuou rindo:
– Uma hora você se abre para mim e na outra quer me jogar pela janela... Eu não te entendo!
– ... Me abrir? Isso não é se abrir Sr. Igarashi.
– Hã?
– Você realmente não sabe lidar com as pessoas...
Ela pegou a rosa de seu cabelo e colocou no meu, deu um tapinha nas minhas costas e foi andando. Eu sorri:
– Você está errada - ela se virou surpresa, eu fui em sua direção e devolvi a rosa para o seu cabelo - Eu não sei lidar com você...
Ao sair dei um tapinha nas costas dela, pude sentir um sorriso vindo dela. Saí sem olhar para trás, fui para fora e peguei o celular já discando o número desejado:
– Alô?
– Usui?
– Quem é?
– ... - respirei fundo - Tora, Igarashi Tora.
– Geez.
– Tu, tu, tu, tu...
– Hm?
Sem sinal, como assim sem sinal? Olhei o visor do telefone:
– Chamada encerrada... Mas que.... Que cretino! Desligou na minha cara?!
Liguei novamente, zangado e batendo os pés. Mas que idiota, ele me tirava do sério:
– Alô! - gritei.
– Quem é?
– Quem será que é?
– O que você quer, está me incomodando... - a voz dele era monótoma.
– E-eu...
– Vamos, diga logo.
– Fiquei desconfortável com o que você me disse naquela noite...
– Hu, hu...
– E-ei! - desgraçado - Que seja, o que quis dizer com isto?
– Porque quer saber?
– Não sei se devo te contar... Mas já que é do meu interessa também, vou lhe dizer.
– Tic, Tac... Você está demorando.
– Rosalya apareceu toda machucada essa madrugada.
– O quê?!
Sua voz finalmente saiu do normal, estava preocupado:
– O que houve?
– Eu não sei, ela não me diz.
– Aquele cara...
– Quem?
– Aconteça o que acontecer, não a deixe só. Vá passear com ela hoje, que seja!
– Hã?
– Tenho que ir.
– E-ei, espera...
Ele desligou. Bati o pé mas iria obedecer, subi para o quarto de novo. Escutei a voz de Rosalya estridente, apertei o passo e me encaixei entre a volta do corredor para o ver o que estava acontecendo:
– Me deixe em paz!
– Quem você pensa que é para dormir com um homem? Alguma prostituta?
– Ele é meu noivo, não?
– Não importa, estavam sob meu teto!
Eu logo fui entrando, interrompi antes de entrar já gritando:
– Rosalya!
Abri a porta, no mesmo instante ele a soltou. Ela correu para minha direção, já havia se trocado:
– Com licença, senhor. Hoje gostaria de levar sua sobrinha para um passeio.
– Ah, certo... - ele estava bravo.
– Obrigada... - ela cochichou.
– Vai custar caro.
Saí de braços dados com ela até a garagem. O motorista nos deu carona até o parque central, a viagem foi tranquila até lá. Saí antes de Rosa e abri a porta para ela, a moça brincou e se reverenciou com o vestido. Nós entramos no parque e começamos o passei cruzando a ponte:
– Agora pode me conta, já te salvei duas vezes!
– É complicado...
– Sou capaz de entender o complicado - sorri - sou tão capaz que lido com você...
– Ah, já aprendeu?
– Quase...
Ela riu:
– Bom, vamos dizer que meu tio... Tem métodos pouco ortodoxos para me educar.
– Eu suspeitava...
Ela estava mais radiante hoje, eu arrisquei e peguei sua mão. Ela me encarou um pouco mas cedeu. Comprei uma casquinha para ela e sentamos no banco:
– Acho que você está melhorando nessa coisa de marido...
– Então você vai aceitar minha proposta? Ou melhor... A dos nossos pais.
– ...
A expressão dela mudou, eu já esperava... Me aproximei dela:
– Vamos fazer assim...
– Hã?
Me ajoelhei no chão e peguei sua mão, ela riu:
– Meu nome é Tora Igarashi, prazer.
– O prazer é todo meu...
– Se me permite perguntar, qual é o seu nome?
– Rosa, Rosalya...
– Encantado.
Peguei seu braço e fomos caminhando pela trilha, de um arbusto recolhi um lírio e entreguei a garota, ela cheirou e o colocou na cabeça:
– Tsc, tsc...
– O que foi?
– Gosto de lírios mas... Prefiro rosas, de preferência as brancas!
– Oh, me desculpe! - eu ri.
– Você ainda tem muito o que aprender sobre mim...
– Concordo.
Ela sorriu.
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