Blue Roses And Tears escrita por nataliafairy


Capítulo 5
Capítulo 4: O segredo.




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O SEGREDO.

 

Raios de Sol saiam pela janela do dormitório feminino da grifinória e obrigavam Hermione a levantar. Ela nunca se sentira tão cansada em um primeiro dia de aula, mas os acontecimentos da noite passada a deixaram tão exausta que nem a sua “excitação” por receber o “saber” a fazia querer pular da cama imediatamente.

             Levantou-se, lentamente, olhou para a blusa do uniforme que usara ontem e ao aproximá-la de seu rosto pôde sentir o cheiro... Balançou a cabeça, foi tomar banho e se arrumar sem a menor vontade de sair do quarto.

●●●

            Rudy fervilhava de excitação. Ele sabia o que tinha que fazer e precisava ser rápido.

            _ Rudy? – perguntou Cedric com uma voz derrotada – Aonde você vai?

            _ Preciso fazer uma coisa antes de descer para o café... – disse o amigo sorrindo, disfarçadamente.

            _ Tudo bem... – respondeu Cedric, dirigindo-se para o Grande Salão para tomar café da manhã. Seu olhar era vazio e sem brilho. Rudy teve ainda mais certeza do que ia fazer...

            ●●●

            Hermione andava, apressadamente, pelo corredor, apertando contra si um livro qualquer de herbologia para aliviar a tensão que sentia.

            _ Mi! – chamou Rudy, correndo atrás dela.

            _ Não, Rudy! – ela se apressou a dizer, virando-se para ele, já vermelha – Ele foi um I-D-I-O-T-A e sabe disso! Como você pode querer defender ele depois de...

            _ Pára! – Rudy alterou a voz, mas não chegou a gritar – Antes que você tire suas próprias conclusões, você deveria tentar ouvir, Hermione! – disse ele, seriamente.

            Hermione estava ouvindo calada e com toda a atenção. Rudy nunca, até agora, tinha falado tão sério e decidido, não havia uma gota de ironia ou piada nos seus olhos.

            _ Você vai querer ouvir isso... – completou ainda sério.

            Hermione continuava sem fala e sua expressão era de surpresa e atenção.

           

ACONTECIMENTOS DA NOITE PASSADA.

            _ Aaah...! – disse Hermione, lembrando-se do convite de Jack. Na verdade, não sabia muito que responder... Ela queria ter tempo para pensar um pouco, mas a resposta agora teria que ser rápida.

            _ Então? – perguntou Jack um pouco impaciente.

            _ Calma... – Hermione tentava clarear as idéias o mais rápido possível. – Claro, Jack! – disse por fim, sorrindo. Afinal, ele não havia feito nada contra ela, na verdade, tinha sido até muito simpático. E descriminá-lo por ele ser um sonserino ia contra todos os princípios de Hermione.

            _ Sério? – perguntou ele surpreso por ter sido tão rápido. – Que dizer... Ótimo! Amanhã então? – perguntou ansioso.

            _ Amanhã? – perguntou Hermione meio assustada com a pressa de Jack para marcar esse encontro.

            _ É! Por quê? Você tem planos? – perguntou Jack afobado. Tudo estava acontecendo muito rápido e Hermione estava cansada, só havia conseguido dormir um pouco no trem. Somente aquela lembrança a deixava nervosa e fato que o cheiro dele continuava em uma parte da sua blusa não ajudava.

            _ Não, é só que eu achei que iríamos ir sexta ou no fim de semana... – respondeu Hermione desviando o seu pensamento daquele perfume.

            _ Os professores, provavelmente, passarão deveres extras para os alunos do último ano... – explicava Jack – E para você também, então, como amanhã é o primeiro dia de aula ficaria mais fácil de nos encontrarmos! Sabe, sem uma pilha de dever por fazer!

            _ Ah, sim! – disse Hermione entendo, um pouco do que se passava naquela conversa de segundos.

            _ Nos vemos amanhã, linda! – disse Jack, despedindo-se de Hermione, galante, dando-lhe um beijo demorado na bochecha.         

            Hermione virou-se e o acompanhou enquanto ia embora, apesar de Jack não causar um grande efeito nela, com certeza sabia como falar com uma garota para se dar bem! Hermione riu, balançando a cabeça, é claro, que ela sabia que Jack nunca seria mais que um amigo, mas o jeito dele por mais sonserino que fosse era cativante.

            _ Não vai! – disse uma voz dura e decidida atrás dela, isso a fez virar assustada e desequilibrar.

            Rapidamente, a pessoa a segurou sem deixá-la cair, mas Hermione sentiu um calafrio no seu toque tenso e congelou ao ver seus olhos, geralmente quentes e calorosos, em um escuro gélido.

            _ O que houve? – perguntou Hermione confusa. Cedric a soltou e ficou a uma distância razoável.

            _ Você não vai com o Dawson! – disse sério como se isso encerrasse a questão.

            _ Você não acha que eu tenho que resolver isso? – perguntou Hermione não gostando do tom que Cedric estava usando.

            _ Não pelo o que eu vi! – respondeu Cedric alterado – Como você disse que sim?! Eu não falei que ele não é confiável?! Mas que droga! – disse ele já vermelho se raiva.

            _ Que droga você! – disse Hermione nervosa e também vermelha pelo repentino ataque de Cedric – O que adianta você falar que ele é ruim se eu não sei o que ele fez para você e se ele é sempre ótimo comigo?

            _ Pensa no que eu te disse! LEMBRA QUE TEM UM MOTIVO, GAROTA! – Cedric já estava fora de si com a persistência de Hermione em não ouvi-lo. Ele sabia o que estava dizendo.

            _ NÃO TEM MOTIVO PRA MIM, SEU IDIOTA! – explodiu Hermione também, quando ouviu ele se referir a ela como “garota”. Sorte que não havia mais ninguém por perto hora.

            _ PORQUE EU NÃO POSSO TE CONTAR! – ele ignorou o insulto e gritou pela teimosia nos olhos castanhos.

            _ VOCÊ NÃO QUER CONTAR! – ela ignorou o grito e só gritou de volta pela teimosia nos olhos cor-de-mel.

            _ Pensei que não importasse... – disse ele já mais fraco.

            _ E não importa você não querer contar, ou não estar pronto... – respondeu ela também sem forças – Mas você não pode esperar que eu exclua pessoas da minha vida sem nem saber por quê! – ela o olhou nos olhos, eles se olharam nos olhos e havia muito rancor e sinceridade em cada um deles.

            Cedric simplesmente virou-se e foi embora andando em direção do seu dormitório sem olhar para trás. Hermione levantou o queixo arrogante para ofuscar a tristeza em seu olhar. Mas ela estava presente, tanto nos olhos dela ofuscados por sua expressão, quanto pelos dele escondidos por seu movimento de ir embora.

            E isso foi o segundo dia que se conheceram...

 

            TEMPO PRESENTE.

            _ Estou ouvindo... – disse Hermione quando ela e Rudy sentaram-se em uma escada deserta no corredor.

            Rudy suspira.

            _ Há alguns anos atrás... – começou ele meio relutante. – Estávamos no terceiro ano, eu e o Ced. E... bem... havia uma... uma garota. – Rudy olhou para cima, a expressão de Hermione era de indignação.

            _ Por uma garota? Sério? Mesmo? – perguntou Hermione como se fosse a coisa mais estúpida do mundo.

            _ Espera, Hermione! Deixe que eu acabe de contar e você tira as suas próprias conclusões! – cortou-a Rudy ainda sério.

Hermione obedeceu.

            _ O nome dela era Sarah Catherwood. Ela e o Ced eram melhores amigos desde quando tinham dois anos de idade. Eram inseparáveis. Vieram para a escola juntos e tinham amigos em comum. Mas Sarah era da Sonserina e ele da Lufa-Lufa. Mesmo sendo resignados para casas diferentes eles continuaram muito unidos e, eventualmente, Cedric começou a ter... sentimentos por ela. – Rudy parou por um momento olhando para cima.

            _ Continue. – respondeu Hermione, tirando da sua voz qualquer vestígio da pontada que havia sentido no peito com o que Rudy dissera.

            _ Tudo bem... – Rudy acenou com a cabeça, suspirando. – Ele começou a realmente se apaixonar por ela... Quer dizer, ele a amava. Nunca havia visto ele daquele jeito. Era um bobalhão, ficava babando o tempo todo... – Rudy riu lembrando-se da cena na floresta entre Cedric e Hermione. – Mas ela tinha uma queda por outro cara... Um sonserino... Jack Dawson.

            Hermione arregalou os olhos, mais compenetrada na história do que nunca.

            _ Mas o Dawson nunca deu nenhum sinal para que ela se aproximasse dele, e mesmo que Cedric desse tudo e mais que o Dawson um dia havia dado a ela, para ela, ele era invisível. Mas essa não é a parte que fez Cedric odiar Dawson. A coisa foi muito mais pesada. – Rudy olhou para Hermione denovo.

            Hermione notou uma coisa que nunca havia visto nos olhos alegres de Rudy. Rancor.

            _ A competição entre os dois sempre foi grande. E em um “belo dia de verão” o incentivo que Sarah almejava que Dawson lhe desse aconteceu. Vou te explicar por que... A rivalidade entre todas as casas sobre Quadribol é muito grande, como todos sabem. Sempre que tinha a chance Cedric humilhava Dawson, mas sem machucá-lo. Eu só vou te dizer que um jogo da Lufa-Lufa contra sonserina acabou 400 a zero... – Rudy riu. – Dawson queria qualquer coisa para se vingar de Cedric e quando Sarah apareceu para dar os parabéns só por ele ter jogado ele soube o que poderia fazer.

            Hermione sentiu seu peito doer. Não podia imaginar o que Jack havia feito com Sarah, no início até havia pensado que ele poderia ter tirado ela de Cedric, mas agora parecia que era algo pior. Algo realmente pior.

            _ Para encurtar a história, Dawson e Sarah começaram a sair. – continuou Rudy. – Cada dia que Cedric os via juntos era como se lhe tirassem um pedaço pequeno de seu coração, lentamente, isso o estava matando. Mas não era o suficiente para Dawson, porque ele ainda estava conseguindo viver.

            Hermione levou sua mão peito.

            _ O dia “fatal” foi numa noite em que Cedric os viu nos corredores enquanto ia para o seu dormitório. Eles estavam se beijando. Cedric estava pronto para desviar o olhar, mas Dawson deu uma piscadela para ele e puxou ela para dentro da casa. Cedric ficou apavorado com o que ele poderia fazer com ela. Ele não dormiu. Ficou no banco dos jardins a noite toda. No dia seguinte ele encontrou Sarah chorando como nunca havia chorado antes. Foi chegar perto dela para saber o que estava acontecendo, mas ela olhou para ele e saiu correndo. A partir desse dia ela nunca mais falou com Cedric. Mudou-se de escola e de país. – Rudy deu uma risadinha cheia de rancor. – E como se isso não fosse o suficiente o próprio Dawson veio falar na cara dele o que havia acontecido. Ela não estava gostando da maneira como ele estava “passando dos limites” ,na hora em que reclamou, disse para ele que o amava pela primeira vez. Ele olhou para ela a chamou de criança e logo depois beijou outra menina na frente de Sarah. Contou para Cedric que havia usado o amor de sua vida para se vingar de um jogo.

            Hermione apertou as mãos contra o peito que estava dolorido. E ordenava que suas lágrimas ficassem dentro dos seus olhos.

            _ Aí foi demais... Cedric partiu para cima dele como uma fera. – disse Rudy fechando os olhos.

            _ Como no trem...? – perguntou Hermione com a voz fraca, falhando.

            _ Nem chega perto. – disse Rudy numa risadinha forçada. – Dawson ficou hospitalizado por uma semana, isso no mundo bruxo, e não, Cedric não usou magia.

            Hermione suspira.

            _ Pelo menos... Ele descontou a raiva que tinha, não é? – disse Hermione com uma pequena esperança de que ele tivesse ficado melhor.

            Rudy olha para cima, nos olhos de Hermione. Seus olhos não eram mais de rancor e sim de tristeza. Uma profunda tristeza de irmão.

            _ Não. A raiva nunca foi embora, mas não era com ela que eu fiquei preocupado. Cedric, meu amigo, meu irmão... Ele mudou Hermione. Ele não sorria mais, ele não conversava com ninguém, seu rosto estava cansado e abatido, pálido. Ele não estava vivendo, ele não podia viver sem ela. Ele estava morto por dentro. Dawson conseguiu o que queria, afinal. – completou Rudy com um longo suspiro.

            _ Tudo isso... – Hermione estava horrorizada, suas mãos ainda em seu peito. – por causa de um jogo?

            _ Sim... – respondeu Rudy. – Bom, depois ele conheceu a Cho e... Não voltou a amar outra vez, mas voltou a sorrir e isso já era bom pra mim. Por isso que eu a aturo. Ele voltou a brincar, a ser aquela pessoa divertida que todos adoram. Mas... – Rudy olha para Hermione com um olhar muito significativo. – Eu nunca mais vi aquele brilho nos olhos dele.

            Até certa noite... Essa frase ficou flutuando entre os dois, porém, não foi dita.

            _ Por que... Ele não me contou? – perguntou Hermione um pouco recuperada. – Ele não agüenta a... dor de lembrar?

            _ Acho que ele agüentaria qualquer dor por você. - respondeu Rudy.

            Hermione olha para ele surpresa, como se aquilo fosse um exagero. Eles mal se conheciam.

            _ Mas ele não permitiria que você sofresse por ele. Entendeu? Eu sou mais egoísta, preferi fazer você sofrer pra não ver meu amigo sofrer. – Rudy balançou a cabeça. – Mas veja só, você sofrer agora faz vocês não sofrerem no futuro.

            Hermione ri para ele e levanta decidida.

            _ Tá indo aonde? – perguntou Rudy confuso.

            Hermione dá um largo sorriso para ele.

            _ Eu tenho um encontro... – respondeu.

            _ Isso eu não vou perder! – disse Rudy, levantando-se animado.

            ●●●

            Hermione entra no salão, decidida. Rudy vai um pouco atrás, mas não muito. Não queria perder o que iria acontecer.

            Jack estava esperando por ela no meio do salão, bem na frente da mesa de Cedric. Hermione achou isso perfeito. Agora somente havia Cedric que ainda esperava por Rudy e Gina por Hermione.

            _ Linda! – exclamou Jack, estendendo um buquê de rosas vermelhas.

            Hermione riu. Ela particularmente amava rosas, mas não gostava de nenhuma de suas cores. Vermelhas lembravam para ela sangue, coisas ruins. Brancas eram muito celestiais e perfeitas, e as amarelas tinham a cor do sol... mas e quando você precisasse de flores para um dia chuvoso?

            _ Jack! – respondeu Hermione com um largo sorriso. – Você é estúpido, retardado ou se finge dos dois? – disse ela, pegando o buquê e jogando pra trás.

            Rudy pega o buquê.

            _ Não tem nada a ver com o que vocês estão pensando! – disse Rudy, largando o buquê no chão.

Ele, obviamente, se referia a cena acima, onde ele parecia uma solteira das que lutavam pelo buquê nos casamentos. Hermione riu.

            _ O que? O que foi que eu fiz? – perguntou Jack sem entender.

            _ Nada... Só me cansei. – respondeu Hermione e começou a andar para fora do salão.

            Jack segura seu braço.

            _ Não! Hermione!

            Hermione vira para Jack e lhe dá um lindo tapa na cara. Ele olha para ela estupefato. Depois solta seu braço, deixando-a ir.

            Jack percebeu que ela soube da história nesse momento. Os únicos que não entenderam foram Gina, que não sabia da história e Cedric... que era idiota, retardado ou se fingia dos dois.

            Hermione saiu do salão triunfante e com uma incrível leveza.

            _ Hey! – Hermione ouviu a voz de veludo nas suas costas, colocando a sua mão em seu ombro.

            Hermione virou sorridente.

            _ Oi. – respondeu ainda, sorrindo.

            Cedric estava com uma expressão totalmente mudada. Um largo sorriso estampava o seu rosto e seus olhos estavam outra vez em uma cor-de-mel, mas só que mais claros do que Hermione já havia visto. Ela podia senti-los queimar sua pele.

            _ O que... O que foi aquilo? - perguntou Cedric, referindo-se a cena anterior.

            _ Ah... – respondeu Hermione, ainda sorrindo. – Às vezes eu consigo me salvar sozinha... Ah, mas você estava lá! Droga! – disse, sorrindo.

            Cedric abriu ainda mais o seu sorriso, mostrando seus 32 dentes perfeitos. Seus olhos agora queimavam os do Hermione e ela não pôde se controlar.

            Hermione andou para frente e o abraçou. Deu um forte abraço em Cedric. Ela queria reconfortá-lo, mesmo que isso fosse idiota, já que ele já havia sido confortado anos atrás. Hermione virou sua cabeça, involuntariamente, para o pescoço de Cedric, com uma necessidade de sentir seu perfume. Inspirou aquele cheiro estonteante e sentiu Cedric se arrepiar. Soltou o abraço.

            Cedric parecia muito desnorteado.

            _ Você me avisou o tempo todo... – disse Hermione, rapidamente, pensando na primeira coisa que podia para se justificar. – Eu tinha que te agradecer de alguma forma...

            O tom de Cedric se tornou divertido.

            _ Você me abraçou por eu ter te avisado? O que você vai fazer quando eu salvar a sua vida? Denovo? – perguntou brincalhão.

            Hermione dá um tapa no braço dele, o que o fez rir ainda mais.

            _ Provavelmente, eu vou saber que você voltou ao normal! – disse ela ainda rindo.

            Os dois continuaram sorrindo um para o outro sem dizer nada.

            _ Ced... nós já estamos atrasados pra aula. – disse Rudy, rindo, dando novamente razão a algo que só ele sabia. – A Gina já foi embora, ela disse que não tinha mais necessidade de esperar você.

            Hermione fica apavorada.

            _ O quê? Eu estou atrasada?! – perguntou Hermione histérica.

            Hermione teria aula de herbologia na estufa do outro lado do castelo. Ela nunca havia se atrasado para uma aula e se atrasar para o primeiro dia era inaceitável.

            _ Rudy, você pode ir indo para aula. Distraia a professora... – disse Cedric ao amigo que riu.

            _ Sem problemas. – respondeu Rudy, rindo.

            _ Como distrair? – perguntou Hermione ainda histérica.

            _ Temos aula com a Trelawney... – disse Cedric, rindo.

            Hermione fez uma careta, lembrando-se de sua última experiência com a professora. Cedric riu mais ainda.

            _ Eu posso te ajudar... – disse ele.

            _ Claro! Você tem 17! Pode aparatar e... a mais que burrice! – exclamou Hermione. – Não vai dar certo! Não se pode aparatar em Hogwarts!

            _ Quem disse que vamos aparatar? – perguntou Cedric, rindo com um meio-sorriso.

            Hermione franziu as sobrancelhas.

            ●●●

            Cedric estava, lindamente, posicionado em cima de sua vassoura. Hermione estava estendida ao seu lado relutante.

            _ Anda logo, Hermione! – disse Cedric com fingida impaciência.

            _ Dá pra eu ir andando sabe... Se eu correr dá! – disse Hermione, tentando se esquivar da situação.

            _ Ah, é! – disse Cedric, rindo muito. – Você correndo vai chegar lá num piscar de olhos! – disse ele, sarcasticamente.

            _ Obrigado pela grande consideração! – respondeu Hermione com as mãos na cintura.

            _ O que é que está te impedindo? – perguntou Cedric.

            _ Eu tenho um certo... medo de voar. – respondeu Hermione, abaixando os olhos.

            _ Ah! Corta essa! – respondeu Cedric, rindo. – Eu já vi você voar!

            _ É! Eu estava conduzindo. Eu não me sinto segura quando outra pessoa está! – disse Hermione se lembrando da cena em que ela e Harry montavam em Bicuço. Ela sentia meo sempre, mas Cedric não precisava saber disso.

            _ Isso não é problema! – disse, descendo da vassoura.

            _ Você vai me deixar conduzir? – perguntou Hermione incrédula.

            _ Vou. – disse Cedric estendendo as mãos. – primeiro as damas.

            Hermione pegou a mão de Cedric e subiu na vassoura. Logo atrás veio Cedric e se sentou também. No momento em que Hermione colocou os pés no chão para dar o impulso Cedric segurou na sua cintura.

            Hermione teve um treco.

            _ Você está bem? – perguntou Cedric com suas mãos ainda na cintura da garota, colocando a sua cabeça para frente, em seus ombros.

            Calafrio.

            _ É que... – tentou começar Hermione.

            Mas Hermione não respondeu, simplesmente levanta vôo o mais rápido possível.

            Hermione, embora não jogasse bem nenhum esporte, era boa em todas as matérias, então quando aprendeu a voar, aprendeu bem.

            Cedric estava impressionado. Seu queixo ainda apoiado no ombro de Hermione, ele estava sentindo o perfume que tanto gostava, com seus olhos fechados. A menina olhava pra frente, freneticamente, tentando ignorar o fato.

            Quando aterrissaram era como se não houvesse se passado nem cinco minutos. Eles desceram e Hermione ficou aliviada.

            _ Você voa muito bem! – elogiou-a Cedric. – Por que nunca entrou pro time de Quadribol?

            Hermione gargalhou e Cedric ficou hipnotizado com seu sorriso.

            _ Eu?! Você realmente quer colocar uma Góles nas minhas mãos? – perguntou Hermione ainda rindo.

            _ É... Você tem razão – disse Cedric ainda meio desnorteado.

            _ Você está bem? – foi a vez de Hermione perguntar.

            _ Estou! – respondeu Cedric, voltando um pouco a sua postura.

            _ OK... – disse Hermione, sorrindo. O sorriso desapareceu. – Eu acho que eu devo entrar agora...

            _ Ah... – Cedric também pareceu parar de sorrir. – Bom, tchau então...

            _ Tchau. – disse-lhe Hermione.

            Nenhum dos dois se mexeu. Nenhum dos dois queria se separar

            Eles riram.

            _ Acho melhor eu entrar mesmo. – disse Hermione, virando-se.

            Cedric segurou seu braço fazendo-a virar.

            _ Tchau. – disse e deu um beijo na bochecha da menina.

            O local queimou no rosto de Hermione e então ele levantou vôo.

            Hermione bateu com sua mão na cabeça e entrou na sala.

            ●●●

            _ Hermione Granger! – disse Gina histérica, correndo para a carteira da amiga depois da aula. – O que foi aquilo no café?

            Hermione revirou os olhos, sabia que não poderia fugir da ruiva, então explicou tudo, sem contar a história de Cedric, não se sentia no direito.

            _ O Jack estava ficando com outra menina? – perguntou Gina incrédula.

            _ É... – mentiu Hermione.

            _ Canalha! – exclamou Gina.

            ●●●

            Na aula de História da Magia, Hermione não conseguia prestar atenção ao que o professor dizia. Estava olhando para frente com a cabeça baixa, apoiando o queixo na mesa, com o nariz na manga da sua blusa, inspirando o cheiro que Cedric havia deixado nela durante o curto tempo que voaram.

            De repente, Hermione levantou a cabeça e sacudiu-a. O que estava fazendo? Ela pensava. Hermione se recusava deixar que uma quedinha a atrapalhasse nas aulas! Concentrou-se no que o professor dizia.

             É engraçado como somos estúpidos quando se trata do amor. Queremos que ele venha, pensamos que chegou quando não chegou, e quando ele chega, não vemos isso. Sim, Hermione Granger estava perdida e incontestávemente apaixonada por Cedric Diggory. Mas por mais que seu coração gritasse, sua razão não ouvia.

            ●●●

            Na hora do almoço, Cedric estava descendo as escadas com Rudy.

            _ Oi Ced. – disse uma voz, abraçando-o por trás.

            Cedric inspirou o ar esperançoso, mas não era o cheiro certo.

            _ Oi Cho. – disse Cedric feliz por vê-la.

            _ Então, como vão indo os estudos no último ano? – perguntou Cho, enfatizando o “último ano”.

            _ Cho... eu já disse que não importa que esse seja o meu último ano no colégio! – disse Cedric, sorrindo. – Não é como se eu fosse para outro planeta.

            Cho riu meio derrotada.

            _ Tudo bem.

            Cedric encontrou Hermione no caminho para o salão principal.

            _ Oi Mi! – disse Rudy.

            Hermione parou, olhou para eles e sorriu.

            _ Oi Rudy! – disse sorrindo, até olhar para Cho e fazer uma careta.

            _ Vem! – disse Cedric, passando a mão na cintura de Cho para levá-la até Hermione.

            Cho sente um cheiro diferente em Cedric e quando chega perto de Hermione sente exatamente o mesmo cheiro.

            _ Que cheiro é esse Cedric? – perguntou Cho, dando uma fungada na capa de Cedric meio histérica.

            _ Ah, é o cheiro da Hermione... – respondeu Cedric, sabendo na hora a que cheiro ela se referia, pois ele ficara sentindo-o por um bom tempo.

            _ É o cheiro dela? – perguntou Cho, olhando com ameaça para Hermione, que revirou os olhos.

            Cedric percebeu o tom na voz de Cho.

            _ Não fica desse jeito, Cho! Foi só um abraço. Não é nada. – disse ele, virando-se para Hermione. – Não é Hermione?

            Hermione lutou muito para dizer.

            _ É...

            Isso foi como uma pontada no seu peito. É claro que era! Era muito!

            _ Eu vejo vocês depois... – disse Hermione, andando para dentro do salão.

            _ O que deu nela? – perguntou Cedric para Rudy.

            _ Sei lá... – mentiu Rudy.

            _ Vamos logo? – perguntou Cho para Cedric.

            ●●●

            Enquanto Hermione estava andando falando com os botões dela, alguém a chama por trás.

            _ Hermione...

            Ela vira e vê Jack Dawson, com uma cara triste. Vira para frente e continua andando.

            _ Hermione! Por favor, me escuta! – disse Jack, segurando-a.

            Hermione suspirou profundamente.

            _ O que você quer Jack? – perguntou Hermione num tom frio.

            Ao longe dois olhos cor-de-mel observavam a cena, curiosos e ansiosos.

            _ Eu sei que você já soube do que aconteceu com a Sarah... – Jack foi direto. – Diggory deve ter te contado.  – disse com desprezo.

            _ Não. – interrompeu-o Hermione num tom rude. – Ele não me contou, eu tive que descobrir sozinha.

            _ Não interessa... – disse Jack, voltando-se para Hermione com os olhos esverdeados num poço de tristeza e sinceridade. Hermione percebeu isso. – Hermione... Eu era novo e não sabia muito bem o que eu estava fazendo. – começou ele olhando-a sem intervalos. – Eu era um sonserino e não tinha amizades que favoreciam meu caráter... Eu fui um estúpido, um imbecil e me arrependo cada momento por ter feito aquilo com a Sarah.

            Sim, Jack Dawson estava realmente sendo sincero nas suas palavras. Até na parte em que se arrependia... por ter feito aquilo com a Sarah.

            _ Mas... as pessoas cometem erros... Elas não são perfeitas. E eu sei que o meu erro foi enorme, mas você... – Jack olhou para o chão e depois voltou a olhar para Hermione. Ela já não conseguia sustentar o olhar gélido. – Isso já aconteceu há muito tempo. E eu mudei. Eu nunca mais faria uma coisa daquelas por causa de um jogo estúpido.

            _ Jack... – Hermione tentou cortá-lo.

            _ Não! Espere... – pediu Jack. Hermione esperou. – No momento em que eu te vi na Copa Mundial eu posso ter ido até você por ter te achado bonita, mas... quanto mais eu ficava perto de você mais você me fascinava.

            Hermione começava a amolecer diante da sinceridade nas palavras de Jack.

            _ E eu queria ficar perto de você o tempo todo... você uma garota incrível, você sabe disso. Eu queria que você pudesse me perdoar. – Jack suplicou.

            _ Eu te perdôo, Jack. – disse Hermione. O rosto de Jack se iluminou. – Mas... você e eu... eu não acho que eu possa. – disse Hermione com dificuldade.

            _ Não! Olha, eu não quero que você confie totalmente em mim denovo, logo de cara. – disse Jack rapidamente. – eu só quero que comecemos denovo, como colegas, e eu posso tentar ganhar sua confiança outra vez. Talvez depois possamos ser amigos ou... – Jack parou e olhou profundamente nos olhos de Hermione. – Eu realmente gosto de você Hermione... Por favor.  

            Hermione estava num impasse. Ainda estava com raiva de Jack, mas ao mesmo tempo queira abraçá-lo e confortá-lo. Ela havia se apegado a ele. Mas Cedric não gostaria dela estar dando outra chance para ele.

            Nessa hora Hermione lembrou de três palavras ditas por Cedric: “Não é nada”

            _ Tudo bem. – respondeu com um sorriso relutante.

            _ Obrigado. – respondeu Jack com um enorme sorriso. – A gente se vê.

            E assim Hermione viu as costas de Jack se afastarem e depois se sentou com os outros na mesa.

            _ Oi Mi. – disse Harry.

            _ Owe oes wawa awando com Ack? – perguntou Rony de boca cheia.

            _ Harry? – perguntou como sempre para ele traduzir.

            _ O que você estava falando com Jack? – traduziu Harry.

            Hermione sentiu um nó na garganta.

            _ Ah... nada demais. – ela mentiu. – Vocês sabem né... é o Jack.

            Harry e Rony pareceram convencidos. Eles sabiam como era o Jack.

            ●●●

            A aula seguinte era de Defesa Contra as Artes das Trevas (DCAT). Hermione não estava com nenhuma ansiedade para ter aula com o novo professor. Moody. Mas não queria se atrasar para o primeiro dia de aula. Na verdade, nunca queria se atrasar. Então, logo que acabou de almoçar levantou-se da mesa para pegar o seu material e arrumar as suas coisas.

            _ Hermione? – perguntou a voz aveludada atrás dela.

            Hermione sorriu e se virou. Mas os olhos de Cedric não estavam na mesma empolgação de antes. Não estavam escuros como na noite passada, mas estavam tom chocolate amargo.

            _ Você está bem? – perguntou Hermione logo de cara quando se virou.

            Cedric pareceu meio atordoado. Como ela sabia que havia alguma coisa de errado? Ele era tão óbvio assim? Não, Hermione é que conseguia enxergá-lo com outros olhos.

            _ É... eu... dá pra notar? – perguntou Cedric levando a mão a sua nuca com uma cara de interrogação.

             Hermione sorriu. A expressão de Cedric tornou-se suave denovo e ele sorriu também.

            _ Mais ou menos. – mentiu Hermione. Ela conseguia ver claramente as emoções de Cedric toda vez que o via.

            _ Hermione, eu vi você falando com o Jack e... – Cedric não pôde continuar.

            _ Eu sei. – Hermione continuou para ele. – Mas aquilo não foi nada. Ele pediu perdão e eu dei. Não significou que eu voltei a confiar nele. – Hermione fez uma careta. – Como o abraço que eu te dei antes... não significou nada. – ela tentou parecer o mais indiferente possível.

            Cedric que estava olhando-a preocupado, agora expressava confusão em seus traços perfeitos.

            _ Como assim? – ele perguntou ainda confuso.

            _ Como você disse pra Chang mais cedo. Foi como o abraço. Não significou nada. – Hermione olhava para baixo.

            Cedric aproveitou para dar um sorriso olhando para menina. Ela havia ficado incomodada com isso?

            _ Agora somos como colegas. Ele disse que quer fazer como do início, “como se não nos conhecêssemos”. “Ganhar minha confiança denovo”. – as palavras saiam da boca de Hermione como vômito. Ela não conseguia parar de falar.

            _ E você deu outra chance para ele? – perguntou Cedric, o sorriso havia sumido.

            Hermione suspirou e olhou para cima.

            _ Eu sei que deve ser difícil pra você acreditar. Você o odeia. Mas eu... ele nunca fez nada pra mim. E mesmo que tenha feito no passado, as pessoas mudam. Não é como se eu fosse confiar minha vida a ele. Só estou dando uma segunda chance. – Hermione hesitou por um momento, Cedric não perdia nenhum movimento dos seus olhos. – Você não vai entender, mas... Quando eu olho nos olhos das pessoas eu consigo muitas vezes ver o que elas estão sentindo. Ele estava dizendo a verdade quando disse que realmente gostava de mim e que estava arrependido.

            Cedric sentiu uma pontada no seu peito.

            _ Ele disse isso? Que ele realmente gostava de você? – perguntou Cedric fechando os olhos, como um impulso fugindo dos de Hermione.

            Ele mesmo não sabia o que estava sentindo agora, não queria que ninguém mais visse.

            _ Foi. – disse Hermione. Cedric continuava com os olhos fechados.

            Hermione levantou a mão direita e tocou o braço de Cedric. Isso o fez abrir os olhos de imediato. Um calafrio subiu sua espinha. Hermione agitou os cabelos antes de falar, o que fez seu perfume balançar para o rosto de Cedric. Ele inspirou o ar profundamente.

            _ Você está zangado comigo? – perguntou Hermione receosa.

            _ Não. – Cedric sorriu. – Só me prometa que vai tomar cuidado.

            _ Eu sei me proteger. – respondeu Hermione aliviada sorrindo.

            _ Hey! Não quer dizer que eu não vá estar lá para te salvar! – relembrou-lhe Cedric com um sorriso enorme e perfeito.

            Ele era tão lindo. Hermione suspirou e sorriu também.

            _ Ced! – Rudy veio ao encontro do amigo correndo afobado – Você soube? – perguntou ansioso se ponto do lado de Hermione.

            _ O que? – perguntou Cedric rindo da expressão do amigo.

            _ Do Torneio... – disse Rudy um pouco sem ar em animação.

            _ Acho que Dumbledore foi bem claro ontem... – respondeu Cedric sem entender.

            _ Não! – disse Rudy batendo na testa – Já podemos nos inscrever, o cálice, aquele que escolhe os competidores, foi exposto para os alunos de 17 anos que queiram competir!

            _ Sério? – perguntou Cedric entusiasmado. – Isso é ótimo! Pensei que eles ainda iriam demorar um tempo, mas parece que as inscrições têm que ser feitas o quanto antes...

            _ Claro! Dumbledore pretende dar o anúncio dos competidores amanhã a noite, vai ter uma cerimônia na qual o cálice literalmente escolhe os competidores! – Rudy falou em adrenalina pura. Os olhos dos dois brilhavam.

            _ Esperem! – disse Hermione sacudindo a cabeça para absorver todas as informações oferecidas a ela em um milésimo de segundo. – Vocês pretendem se inscrever nesse Torneio?

            _ Claro! – disse Cedric como se essa fosse a pergunta mais idiota do mundo. – Quem que tenha idade suficiente não iria?

            _ Eu não iria se tivesse... – comentou Hermione com a garganta meio seca – Por que vocês querem arriscar a vida de vocês? – perguntou preocupada por esses dois quererem entrar no torneio.

            _ Ai Mi! Não exagera! – disse Rudy com as sobrancelhas franzidas cético ao lado dela – Não é nada para se preocupar...

            _ Como você pode dizer isso? – perguntou Hermione em um tom calmo mas preocupado.

            _ Por que você está tão preocupada com isso? – perguntou Cedric olhando para ela sem entender sua preocupação.

            _ Não é como se eu adorasse te ver arriscar a vida todos os dias! – disse Hermione cruzando os braços, logo depois corou – Quero dizer, vocês dois... Seus malucos!

            Cedric sorriu e Rudy revirou os olhos.

            _ Calma! Não é nada que vá nos matar... – disse Cedric feliz pela preocupação de Hermione mas preocupado pela expressão que ela mantinha.

            _ Como você pode ter certeza disso? – perguntou Hermione levantando o queixo em desafio.

            _ A escola nunca arriscaria a vida de um aluno... – respondeu Cedric vitorioso, por pouco tempo.

            _ Por favor Cedric! Rudy? – ela disse encarando os dois – Por que vocês acham que foi imposto um limite na idade dos alunos inscritos? – perguntou ela energicamente.

            _ Para ser justo com os menores? – perguntou Rudy meio confuso.

            _ De certo modo pode-se dizer que sim! – respondeu Hermione tirando o cabelo da cara – Eles somente permitiram no Torneio alunos de 17 anos pra cima... – continuou – Vocês já são maiores de idade, o que significa que qualquer decisão que vocês tomarem será responsabilidade exclusiva de vocês! – disse ela um pouco alterada – Será que vocês não viram? Não vêem? Isso é muito arriscado...   

            _ Não tinha pensado nisso... – concordou Rudy meio débil.

            _ Mas nós sabíamos que haveria riscos... – disse Cedric olhando os olhos frustrados de Hermione – De qualquer forma, isso não muda o fato de ser realmente uma honra, não é? – perguntou.

            _ Honra? – perguntou Hermione incrédula – Isso é no máximo por fama e dinheiro... E, sinceramente, eu não me arriscaria por isso. – disse Hermione de cenho franzido, a possibilidade de Cedric querer entrar nesse Torneio a deixava impaciente, inquieta...

            _ Você se arrisca todo ano... – comentou Cedric rindo – E é a pior pessoa para instruir alguém sobre como se manter seguro...

            _ Você não vai... – disse ela lembrando o próprio Cedric ao dizer isso.

            _ Sério? Assim... Não quer nem discutir a relação? – brincou Cedric.

            _ Muito engraçado! – ela comentou com o ar um pouco mais leve, olhou para o relógio e o encarou – Depois terminamos a conversa, você não se safou mocinho! 

            E assim Hermione seguiu apressadamente para sua primeira aula de Defesa Contra as Artes das Trevas.

            _ Cara... – comentou Rudy rindo colocando o braço em volta do amigo. – Isso foi...

            _ O que? – perguntou Cedric levantando uma sobrancelha.

            _ A cena mais “namorados discutindo a relação” que eu já vi na minha vida! – comentou Rudy rindo.

            _ Há! – Cedric riu – Foi isso que eu disse não? – ele brincou, mas Rudy não estava brincando, apesar de ter achado a cena hilária.

            _ Eu estava falando sério... Mocinho! – disse Rudy dirigindo-se para a aula de História da Magia que teriam.

            _ Rudy, você podia pelo menos tentar ser claro! – respondeu Cedric frustrado acompanhando o amigo. – Você anda muito enigmático, esses dias...

            _ Eu estou sendo o mais claro que já fui em toda minha vida! – disse Rudy rindo, Cedric somente olhou-o confuso. – Mas seus olhos estão cegos, por algum motivo... – completou Rudy.

            Cedric não estava mais afim de enigmas, então apressou o passo deixando Rudy um pouco para trás o que deu a oportunidade que ele precisava para finalizar seu raciocínio a sós, sem Cedric dizendo o quanto louco ele estava.

            _ Ou será que está cego por alguém...? – completou para si mesmo. 

            ●●●

 

            Todos estavam ansiosos para saber como era o tal do novo professor de DCAT. Alastor Moody. Hermione, no entanto, não se importava com isso, ela estava muito mais preocupada com o fato de seu novo amigo estar se alto nomeando para morte. Não estava interessada em nenhum professor que parecia maluco...

            A porta abriu-se num estrondo e todos os alunos se calaram. Alastor Moody adentrou a sala mancando, mas ao mesmo tempo andando rápido.

            _ Bom dia. – cumprimentou ele friamente. – Meu nome é Alastor Moody. Eu estou aqui porque Dumbledore me pediu, fim da história, adeus, fim. – ele falou tão rápido que Hermione piscou os olhos e balançou a cabeça. – Alguma pergunta?

            A sala ficou em silêncio.

            _ Então... vamos direto ao assunto. Maldições. Elas têm variados graus de força e forma. Agora, segundo o Ministério da Magia, eu devo ensinar a vocês as contramaldições e para por aí. Não devo lhes mostrar as maldições ilegais até que tenham idade suficiente para lidar com elas. Mas eu discordo. Como vocês vão se defender de uma coisa que nunca viram? Um bruxo que pretende lançar uma maldição ilegal em vocês não vai avisar o que pretende. Vocês precisam estar preparados. Precisam estar alertas e vigilantes. A senhorita deve guardar isso, Srta Brown enquanto eu estiver, falando.

            Lilá levou um susto e corou. Estava mostrando o horóscopo que aprontara para Partivati por debaixo da carteira.

            _ Então... alguma de vocês sabe que maldições são mais severamente punidas pela lei da magia? – perguntou Moody com um olho mágico ainda em Lilá.  

            Várias mãos se levantaram, inclusive a de Rony e Hermione. Moody apontou para Rony.

            _ Hum... – disse Rony sem muita certeza – meu pai, me falou de uma... chama Maldição Imperius ou coisa assim?

            _ Ah, sim. – disse Moody satisfeito. – Seu pai conheceria essa.

            Moody meteu a mão dentro de um frasco, apanhou uma aranha e segurou-a na palma da mão, de modo que todo pudessem vê-la.

            _ Imperio! – murmurou Moody.

            A aranha saltou da mão de Moody para um fio foi de seda e começou a balançar para frente e para trás como se estivesse em uma corda bamba. Ela esticou as pernas, deu uma cambalhota e aterrissou sobre a mesa.

            _ O que mais devemos mandá-la fazer? – perguntou Moody ansioso. Toda a classe estava maravilhada. – Pular para lá? – perguntou ele apontando para a cara de Malfoy.

            Ele começou a ficar apavorado e todos começaram a rir. Mas os risos cessaram quanto Moody continuou.

            _ Pular da janela? – perguntou ele com os olhos vidrados. – Afogar-se?

            Hermione poderia jurar que vira um brilho de loucura em seus olhos, insanidade. Mas ninguém mais veria isso, somente Hermione era capaz de ver até mesmo através do olho de vidro.

            _ Mais alguma? – perguntou Moody apanhando a aranha.

            A mão de Hermione voltou a se erguer e, para surpresa de todos, a de Neville também.

            _ Qual? – perguntou Moody, seu olho mágico dando uma volta para Neville.

            _ Tem uma... a Maldição Cruiciatus – disse Neville, numa voz fraca.

            _ Sim... – disse Moody a excitação em seus olhos – Engorgio! – disse apontando para aranha. – Crucio!

            Nessa mesma hora as pernas da aranha se dobraram sob seu corpo, ela virou de barriga para cima e começou a se contorcer horrivelmente, balançando de um lado para outro. Não emitia som algum, mas Hermione teve certeza de que, se tivesse voz, estaria berrando.

            Neville começou a ficar branco, seus olhos fechavam-se e abriam-se outra vez. Hermione estava aflita, sua garganta se fechando.

            _ Pare! – gritou Hermione. – Pare! Você não vê que está fazendo mal  a ele? PARE!

            Moody ergueu a varinha.

            _ Dor. – explicou Moody em voz baixa. – Não se precisa de anjinhos nem de facas para torturar alguém quanto se é capaz de lançar a Maldição Cruciatus.

            _ Certo... mais alguém conhece alguma outra? – perguntou Moody, seus olhos em Hermione.

            A mão da garota ergueu-se no ar, lentamente, tremendo.

            _ Sim! – disse Moody olhando-a.

            _ Avada Kedavra – sussurrou a garota.

            _ Ah... – exclamou Moody, um sorrisinho torcendo sua boca enviesada. – Ah, a última e a pior. A maldição da morte. – Avada Kedavra! – ele apontou a varinha para a aranha.

            Houve um relâmpago de ofuscante luz verde e rumorejo, instantaneamente a aranha virou de dorso, sem uma única marca, mas inconfundivelmente morta. Hermione olhou para o lado enojada. Não pela aranha, pelo ato.

            _ Ninguém nunca sobreviveu a ela... exceto uma pessoa e ela está nesta sala. – seus olhos posaram em Harry, Hermione pôde vê-lo corar.

            ●●●

            A aula de História da Magia de Cedric não foi nem de longe tão interessante quando a de Hermione.

            Cedric não estava prestando muita atenção na aula... não que alguém além de Hermione realmente prestasse atenção na aula de História da Magia. Alias, era exatamente nela que a sua cabeça estava. Mas ele não estava viajando como Hermione estivera. Estava pensando no que a garota lhe dissera sobre o Torneio. Cedric já não sabia se estava fazendo isso porque queria ou porque, de certa forma, era obrigado. Ele queria mesmo arriscar a sua vida por fama e dinheiro? Muitas coisas passavam por sua cabeça, até que uma coisa estacou em seus pensamentos e não tinha intenção de sair.

            Hermione.

            A preocupação que ela demonstrara intrigava muito Cedric.  Ao lembrar de sua cara de preocupação Cedric deu um sorriso involuntário que fez as meninas da sala suspirarem. Denovo.

            _ Agora – começou o professor – chegou a parte mais interessante. da aula!

            Cedric revirou os olhos. O que poderia ser  interessante na aula de História da Magia.

            ●●●

            _ Bom... – começou Moody, os alunos ainda estavam com os olhos arregalados. – Podem ir... – disse indiferente.

            _ Professor... – começou Parvati vacilante. – Ainda temos trinta minutos de aula...

            _ Bom... Eu não tenho mais nada para acrescentar ou ensinar para vocês. – disse Moody. – Alguma sugestão? – ele estava falando sério. Ficou esperando.

            Ninguém se pronunciou.

            _ Então, o que vocês ainda estão fazendo aqui? – perguntou em tom irônico. – Estão dispensados! Vão é... brincar...  – disse apontando para porta.

            Todos os alunos começaram a levantar sem questionar.

            _ Isso foi brilhante, não foi? – perguntou Rony num sussurro.

            _ Brilhante? – perguntou Hermione incrédula. – Aterrorizante, você quis dizer! Há uma razão para essas maldições serem imperdoáveis... e fazer isso numa sala de aula? Ele parece doido. Vocês deveriam ter visto, os olhos dele enquanto executava as maldições. – continuou Hermione balançando a cabeça. – Vocês viram a cara do Neville?

            Nessa hora Neville passa por eles sem expressão.

            _ É... acho que agora todos vimos... – disse Rony apontando o vacilo da amiga.

            _ Ops... – disse Hermione mordendo o lábio inferior.

            _ Longbottom. Espere por mim onde você está, eu quero falar com você. – pediu-lhe Moody gentilmente, pelo menos para Moody. Neville parou a três centímetros da porta.

            Harry, Rony e Hermione estavam preparados para sair.

            _ Srta Granger... – chamou Moody.

            Hermione congelou. Será que ele havia ouvido ela falar que ele era maluco?

            _ Sim? – perguntou a menina vacilante.

            _ A senhorita poderia vir aqui um instante? Os outros estão dispensados. – disse Moody apontando para Harry e Rony.

            Eles saíram olhando cautelosos para Hermione. Ela chegou andou lentamente para mesa do professor.

            _ A senhorita... – começou o professor. Hermione estava pronta para levar a primeira bronca da sua vida. – poderia levar esta lista com os nomes dos alunos do professor Bins? História da Magia? Ele esqueceu comigo na sala dos professores.

            Hermione suspirou aliviada.

            _ Ah! Claro! – Hermione pegou o pergaminho. – Tchau. – virou-se e saiu rapidamente da sala, em direção a aula de História da Magia.

            ●●●

_ Agora – começou o professor – chegou a parte mais interessante. da aula!

            Hermione pôde ouvir o professor do lado de fora da sala. Respirou fundo para bater na porta. 

Cedric revirou os olhos. O que poderia ser  interessante na aula de História da Magia.

            _ O que pode ser interessante em História da Magia? – perguntou ele para Rudy, que estava sentado ao seu lado.

            Rudy balançou os ombros.

            Ouvem-se batidas tímidas na porta e o professor pára sua explicação no meio.

            _ Sim? – ele respondeu para as batidas.

            Hermione tenta abrir a porta, mas a maçaneta estava emperrada. Ela começa a colocar todo o seu peso em cima da maçaneta, e suas tentativas de abrir a porta estavam ficando muito barulhentas. Até que a maçaneta cedeu e ela  meio que atrapalhada abriu a porta com um estrondo, quase tropeçando nos próprios pés.

            Cedric dá um sorriso enorme e perfeito quando a vê. Muitas meninas olharam para Hermione com ódio.

            _ Ah, chegou a parte interessante da aula! – comentou Jack no lado da sala pertencente a sonserina. O sorriso de Cedric transformou-se rapidamente em uma careta de raiva.

            Todos os garotos da sala começaram a fazer barulhos em aprovação e assobiarem. Hermione ficou cor púrpura. Ela não podia acreditar que esses garotos de dezessete anos estavam fazendo isso! Para ela!

            _ Bom, Srta Granger, vamos esperar os garotos ficarem quietos para que você possa dar o seu recado. – disse o professor indiferente.

            Mas isso só fez Hermione abaixar a cabeça. Ela agora já estava mais do que púrpura, parecia que era uma bomba que iria explodir.

            _ Realmente, não tinha reparado ainda... as pernas dela são realmente bonitas... – comentou Rudy casualmente.

            Cedric fechou os olhos para se conter. Ele sabia que eram, mas não queria ninguém mais olhando!

            _ É... – comentou finalmente para Rudy.

            _ Pô cara... – começou Rudy. – você ficou verde. – comentou ele sorrindo. – E se eu ainda dissesse que ela podia encurtar mais a saia...

            Cedric sorriu, mas suas mãos estavam fechadas em punhos embaixo da carteira.

            _ Me mandaram entregar para o senhor... – disse Hermione ainda vermelha.

            _ Ah, sim. Obrigada. – respondeu o professor.

            Hermione já estava saindo quando...

            _ Ah, a senhorita poderia me fazer um favor? – perguntou o professor.

            Hermione olha para ele incrédula.

            _ Sim? – Hermione fala com o sorriso mais falso.

            _ Eu estava a ponto de propor um debate para os meus alunos... você poderia ser a mediadora? Seria perfeito! Você não é de nenhuma das casas, e nem desse ano.

            Hermione fez que sim com a cabeça, por mais que ela não quisesse.

            _ Muito bem! Quem se voluntária? – perguntou o professor.

            Rudy ainda não estava prestando atenção na aula, estava pensando em como fazer Cedric ficar realmente irritado, e comprovar que ele realmente gostava de Hermione, por mais que ele não percebesse.

            _ Melhor Ced! – ele chamou o amigo denovo. Cedric olhou para ele. – E se eu dissesse que ela não precisava usar a blusa daquele jeito... podia usar um belo decote com aquilo. – Rudy estava triunfante.

            Cedric se levantou involuntariamente estressado.

            _ Ah, muito bem Sr Diggory! – disse o professor. – Fique deste lado da mesa.

            Hermione ainda não havia visto Cedric até aquele momento. Seu coração disparou quanto o viu ali em pé.

            _ Ah... ok. – disse Cedric meio disfarçando o verdadeiro motivo dele ter levantado.

            Foi caminhando até a frente da sala, em meio a suspiros de muitas meninas. Mas estava olhando somente para uma. Seus olhos pararam um pouco acima do suéter de Hermione e logo depois se desviaram, envergonhados.

            Hermione ficou confusa, mas deu um sorriso quando viu sua expressão.

            _ Eu posso ser da oposição. – Jack levantou e começou a caminhar para frente da sala. Cedric fechou a cara.

            _ Ótimo! – comentou o professor animado.

            _ Oi, linda. – disse Jack para Hermione.

            Hermione estava apavorada. Cedric e Jack discutindo opiniões diferentes trancados numa sala não era uma coisa boa.

            _ Oi... – foi a única coisa que conseguiu dizer.

            Olhos cor-de-mel queimavam sua nuca.

            _ Bom... vamos começar. – o professor virou-se para Hermione. – estávamos discutindo sobre os reis Brian Highwood e Willian Percival. Você conhece a história, certo?

            _ Claro! – Hermione falou prontamente.

            Ela já havia lido um livro que contava essa história. Era bem boba na verdade... Era uma história sobre dois reis que mantinham relações diplomáticas entre os seus reinos. Tudo se tratava somente de negócios, mas estavam indo bem por mais que não fossem amigos. Até um dia que uma mulher, chamada Helena, aparece e acaba com toda a paz e harmonia. Os dois se apaixonam pela mesma mulher, mas ela ama o Willian, ao mesmo tempo sendo muito amiga de Brian. Os dois começam a travar uma batalha pelo amor de Helena, por mais que ela não saiba o real motivo da guerra. No final, Brian saiu vitorioso e Willian machucado. Mas a felicidade de Brian não durou muito, já que Helena escolheu ficar com Willian e nunca mais perdoou Brian. O professor talvez quisesse saber o que aconteceria se Helena tivesse perdoado Brian.

            Os trouxas têm uma história baseada nesta. Helena de Tróia. Mas eles não sabiam qual havia sido a sua origem, é claro. Hermione dava graças a Merlin por seu nome não ser Helena, como sua mãe queria e sim Hermione. Toda a Helena causava problemas.

            Quando essa idéia passou pela sua cabeça, Hermione involuntariamente começou a abrir a boca com a enorme semelhança que havia entre a história e a vida real. Que droga, mãe!

            _ Sério? – perguntou o professor impressionado, cortando a linha de pensamento de Hermione. – isso é matéria estudada só no sétimo ano...

            _ Ah. – foi a única coisa que Hermione conseguiu expressar. Não queria bancar uma de geniozinho na frente do sétimo ano.

            Cedric sorriu ao seu lado, e Hermione não perdeu isso. Decorou cada movimento do seu rosto.

            _ Bom, vamos começar! – disse o professor meio atordoado.

            Jack e Cedric posicionaram-se um do lado do outro, Hermione no meio. A tensão deixava o ar pesado.

            _ Muito bem, Sr Diggory representará o rei Willian – que conveniente! ¬¬ - e o Sr Dawson será Brian.

            Hermione já sabia o que viria a seguir. Os dois discutiriam sobre como teria sido se Helena tivesse perdoado Brian, o que teria acontecido com seu próspero reino... Mesmo que isso não seja considerado um debate.

            _ Cada um defenderá seu ponto de vista – continuou o professor – e tentará convencer Helena que ela deve – Flitwick apontou para Jack – ou não perdoar Brian – ele apontou para Cedric. – A turma decidirá quem está certo, vocês podem dirigir-se a Srta Granger enquanto expõem seus argumentos...

            “Eu quero morrer! Eu quero morrer!” pensava Hermione.

            _ O Sr Dawson pode começar... – Flitwick deu inicio ao debate, ou matança.

            _ Bem, - começou Jack confiante – os motivos porque Helena – ele apontou para Hermione, que fez uma careta – deve perdoar Brian são óbvias! Ele cometeu um erro, mas ninguém é perfeito e o importante não é o erro que ele cometeu e sim o fato de que está arrependido, mudado. E Willian – ele olha acidamente para Cedric – não permitir que Brian e Helena voltem a ser amigos é puro egoísmo!

            Alguns alunos começaram a acenar com a cabeça positivamente, concordando.

            _ Bem colocado Dawson... – começou Cedric rindo arrogante – Mas não sem falhas. Brian errou e “merece perdão como qualquer pessoa”, - disse fazendo aspas com as mãos – Mas antes dizer que ele merece recebê-lo devemos analisar os fatos, que nosso companheiro Jack – ele olhou para Jack casualmente, mas seus olhos estavam quase sendo coroados por tanta arrogância – deixou passar despercebidamente.

            Era a primeira vez que Cedric chamava Jack pelo primeiro nome e o “companheiro” só não foi mais sinistro por não ter sido “amigo”. O prazer de Cedric pela cara que Jack fez era tanto que ele se demorou apreciando esse momento, mas se ele continuasse a “apreciar” iria perder sua chance de falar, era hora de Hermione agir como mediadora.

            _ Que são? – perguntou Hermione com a voz meio fraca.

            _ Só um segundo! – disse Cedric levantando o dedo para que Hermione esperasse, olhando divertido para a expressão ainda púrpura de Jack. Alguns alunos riram.

            _ Ced? – perguntou Hermione para indicar que ele teria que concluir seu raciocínio.

            Cedric desviou o olhar de Jack rapidamente e olhou Hermione sorrindo. Era a segunda vez que ela o chamava assim, mas o impacto era o mesmo, se não maior.

            Foi então que ele percebeu, com desgosto, que nunca havia retribuído o ato. Isso não ficaria assim por mais um segundo.

            _ Mione? – perguntou Cedric ainda sorrindo.

            _ Os motivos... – disse Hermione com a voz fraquíssima, não pela tensão do debate mas pela adrenalina que percorreu todo seu corpo até chegar ao seu coração que agora batia freneticamente. Ela abriu o sorriso involuntário mais bobo da história.

            _ Ah, sim! – Cedric voltou para seu porte arrogante – Veja, - ele se digiriu, assim como Jack, para Hermione não para a turma em si. – o porque de Helena não ter perdoado Brian é evidente. Mesmo que ele tenha “se arrependido”, embora isso não tenha sido comprovado, ele machucou o homem que Helena... – Cedric fez uma pausa franzindo o cenho – amava... – ele olha para Rudy que está rindo em seu lugar.

            Cedric sacode a cabeça sacudindo algum pensamento insano e prossegue.

            _ Isso já é motivo para ela estar machucada, pois os dois são como um agora que estão juntos, o que afetar um afeta o outro igualmente.

            Hermione abre um largo sorriso e muitas outras meninas suspiraram.

            _ O que nos leva para o outro motivo. – continuou Cedric, seu ego 100% amaciado – O fato de Willian não querer que Helena se envolva novamente com Brian é egoísta, mas será egoísta para pior? Willian sabe o que Brian é capaz de fazer e não quer ver Helena se machucar como ele se machucou... 

Cedric olhou para Hermione, sabendo que ela não entenderia, pois, para ele, ela não fazia idéia de sua história com Jack Dawson.   

             _ Ele não suportaria... Egoísmo? Talvez, mas será que é tão ruim não querer que quem você ama sofra? – disse Cedric olhando diretamente Hermione já não falando de Willian.

            Hermione que já estava com os olhos mareados, arregalou-os em surpresa.

            _ Quero dizer... – apressou-se Cedric a explicar (para ele mesmo) – Willian é o vilão? – ele sublinhou o nome da personagem para enfatizar (para si mesmo) que isso era hipoteticamente.

            _ Eu devo dizer que sim! – começou a rebater Jack, calmo, como se nada estivesse acontecendo – Se ele a ama tanto, por que não deixa que ela faça suas próprias escolhas?

            _ O fato de ele a amar faz ele temer por ela, isso é zelo! – interrompeu Cedric.

            _ Isso se chama arrogância! – disse Jack frustrado.

            _ Arrogância?! – perguntou Cedric irritado.

            Agora as cabeças se moviam repetidamente de um para o outro. Hermione achou que eles iriam se pegar a qualquer instante, e problema maior: ela estava no meio.

            _ Claro! – respondeu Jack confiante – Ele acha que Brian vai fazer mal a Helena, ele não quer deixá-la viver a vida dela por “zelo”, ele decidiu o que é melhor para que ela viva sua vida! E não aceita que alguém possa mudar, bate o pé mesmo se provarem o contrário! Se isso não é arrogância é o que?

            _ Carinho, afeto, cuidado com quem se ama! – Cedric respondeu irado – Por favor! Ninguém provou nada, Brian não provou nada! Andou por ai todo esse tempo sem nem levantar um dedo e agora se faz de Santo para conseguir o que quer! Uma vez que consegue a descarta como lixo! – Cedric cuspiu a ultima frase.

            _ Você já pensou que talvez Helena seja uma coisa muito boa para Brian descartar? – perguntou Jack malicioso.

            _ Ele vai estar perdendo o tempo dele! – rosnou Cedric.

            _ Por que estaria? – perguntou Jack igualmente estressado.

            _ Por que ela não te ama! – gritou Cedric.

            Todos se olharam confusos aleatórios a vida privada dos garotos. Menos Rudy que estava uma cara de “Essa é a hora! Anda, diz!”

            _ Ele... – Cedric corrigiu seu tom bem mais baixo – Ela não ama Brian...

            Rudy bateu na própria testa revirando os olhos.

Hermione estava parada no meio de Cedric e de Jack mas seus olhos estavam colados em Cedric. Ele estava um pouco corado e Hermione estava confusa, ele só havia errado a frase no meio na briga, da empolgação. Mas o coração de Hermione gritava para ela se importar, gritava algo que ela não ouvia.

            Nesse momento os olhos de Jack brilharam, nesse momento uma nova descoberta havia tornado a disputa bem mais divertida.

            _ Oh, não! - exclamou o professor chamando a atenção da turma – Sinto dizer que o horário de aula terminou... Mas ótimo trabalho rapazes! – disse virando-se para Jack e Cedric – Que energia! Que paixão! Não se têm mais debates assim... Enfim, dispensados.

            O som de cadeiras arrastando e livros sendo jogados nas mochilas irrompeu pela sala.

            _ Tchau, linda! – disse Jack beijando a bochecha de Hermione. Cedric desviou o olhar. – Te vejo depois?

            _ Uhum! – murmurou Hermione ainda atônita.

            Jack se foi.

            _ Eu sou um idiota! – comentou Cedric já em sua carteira para Rudy, colocando seus livros na sua mochila.

            _ Não fica assim, cara! Muitas pessoas cometem erros de concordância... – disse Rudy rindo. Cedric olhou feio para ele.

            _ Não faz essa cara! – Hermione chegou do lado de Rudy. Cedric pensou que ela já tinha ido embora – Nem adianta, não assusta mais do que a que você fez lá em cima...

            _ Como? – perguntou Cedric confuso.    

            _ A cara que você fez ali... Podia ter tirado uma foto para assustar seus inimigos... – disse Hermione brincando.

            _ Estava tão ruim assim? – perguntou Cedric rindo.

            _ Não quando você faz isso... – respondeu ela sorrindo também.

            _ O que? – perguntou Cedric.

            _ Sorri... – ela disse meio envergonhada – Quem tirar uma foto sua assim, não será para assustar ninguém isso eu posso garantir. Talvez para pedir um autógrafo... não que já não o façam... – acrescentou Hermione revirando os olhos.

            _ Então somos dois! – acrescentou ele galante.

            _ O que? – perguntou Hermione.

            _ Quando você sorri... Se tirassem uma foto seria para pedir um autógrafo, não que já não desejem fazê-lo... – respondeu Cedric, o sorriso de Hermione se abriu ainda mais.            

            _ E eu gente? – perguntou Rudy destruindo o momento, denovo – Também estava pensando em ser modelo...

            Hermione riu.

            _ Vejo vocês depois meninos! – disse Hermione – Tenho aula... Tchau!    

            Hermione saiu deixando Cedric de cenho franzido.

            _ O que foi? – perguntou Rudy ao ver a expressão do amigo.

            _ “Meninos”? – perguntou Cedric meio incomodado.

            _ Ah, por Merlin! – Rudy exclamou – Você não pode estar falando sério! Você é três anos mais velho que ela! E você vê que ela chama Harry e Rony assim, é só um jeito de chamar os amigos meninos, - Rudy corrigiu-se falsamente rindo – Oh, não! Homens!

            _ Eu sei... – disse Cedric enquanto os dois saiam em silêncio.

            Era engraçado pensar que Hermione era três anos mais nova que Cedric. Ela tão madura para sua idade que podia se passar por alguém mais velho que ele, mas seu rosto angelical a denunciava...

            Talvez fosse por isso que Cedric havia se incomodado com o simples “meninos” de Hermione... Ele se sentia tão intimidado pela sua personalidade que a idade parecia a única coisa que os colocava em pé de igualdade. Isso não era verdade, mas ainda sim Hermione Granger não era como todas as garotas...

            ●●●

            O dia se passou lentamente e as aulas pareciam intermináveis. Quando Hermione finalmente saiu da sala para o jantar estava dando pulos de alegria.

            _ Oi!

            E lá estava a razão de sua felicidade.

            _ Oi! – disse Hermione.

            _ Com fome? – perguntou Cedric.

            _ Sim, por? – perguntou Hermione.

            _ Eu quero te pedir uma coisa... Mas antes pode vir comigo? Tem uma coisa que queria fazer o dia todo, mas não pude...

            _ Claro! – respondeu Hermione interessada.

            Eles caminharam até o Grande Salão onde havia um aglomerado de pessoas, quando chegaram mais perto e ultrapassaram a multidão puderam vê-lo ali, magnífico e imponente.

            O Cálice de Fogo.     

 


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Notas finais do capítulo

N/A:Tá ái o capítulo 4! Esperamos que todos tenham gostado assim como gostaram dos capítulos anteriores! XD Esse não tem capa, porque não conseguimos postar a que havíamos preparado... =( Mas quando descobrir o que aconteceu postamos! E se alguém saouber avisa, ok?
Beijos
Mary e Naty!