Blue Roses And Tears escrita por nataliafairy


Capítulo 2
Capítulo 1: A Copa Mundial




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/34943/chapter/2

 

Quando Hermione Granger tinha 5 anos sua mágica se manifestou pela primeira vez. Estava brincando com a sua boneca nova, de muita má vontade, é claro, mas seus pais lhe ensinaram que sempre que ganhava um presente não deveria fazer desfeita, porque isso magoava as pessoas e seus tios pareciam estar muito felizes de vê-la brincar com o presente.

            Um dia depois estava olhando para a boneca. Queria tanto que fosse uma varinha de condão! Igual a das fadas daquelas histórias que sua mãe lhe contava! Como a magia a fascinava! Mal sabia ela que a magia faria parte de um capítulo muito importante da sua vida. De repente, a sua boneca começou a flutuar. Hermione ficara parada, não entendendo nada do que estava acontecendo. A coroa da boneca começou a brilhar e foi parar nas mãos da pequena Hermione que não estava assustada, mas feliz e totalmente fascinada com aquilo. Foi correndo para casa, mostrar para os pais que a coroa de sua boneca havia virado uma varinha.

            _ Papai! Olha só! A coroa da minha boneca virou uma varinha! – disse uma muito feliz Hermione.

            _ Ah, sim querida, claro... – disse seu pai que estava muito preocupado com o noticiário para prestar atenção em “historinhas” de criança.

            _ Mamãe! A coroa da minha boneca se transformou em uma VARINHA!!! – disse uma Hermione indignada por não estarem dando nenhuma atenção para uma coisa tão extraordinária!

            _ Ah que linda filhinha! Agora vem ajudar a mamãe à por a mesa? – disse uma Sra. Granger que prestava atenção no assado que deveria ficar mais exatamente 10 minutos no forno.

            Coisas como essas continuaram a acontecer, e se tornaram mais freqüentes, maiores. Os pais de Hermione começaram a ficar realmente preocupados, pensaram que sua filha poderia ser... Qual era mesmo o termo? Ah, sim! “Anormal”. Até um velhinho muito simpático de oclinhos de meia-lua entrar pela porta da casa dos Grangers.

            Muitos podem pensar que a vida cheia de aventuras e magia começa a partir da hora em que ela pergunta para um ruivo de nariz sujo e um menino quatro-olhos com óculos quebrados se eles haviam visto um sapo, mas eu, pessoalmente, acho que tudo começou nesse momento, na hora em que Hermione Granger deixou-se afogar no azul mágico dos olhos por detrás dos oclinhos meia-lua, desde aí ela já sabia, e aceitara tudo com um grande sorriso em suas bochechas rosadas de onze anos.

            Agora, com 14 anos, Hermione continua a aceitar seu “destino” e até é grata, pois assim conheceu os melhores amigos que poderia ter e, é claro, outras pessoas que se fizeram as mais importantes em sua vida.

            Estava a caminho da Toca e no rosto levava o mesmo sorriso de 3 anos atrás, na noite em que Dumbledore a visitara. Estava muito feliz em rever seus amigos, ainda mais por causa da sua aventura no ano anterior, quando eles finalmente terminaram com um presente enorme, uma grande gratificação, ou como você queira chamar o fato de Sirius Black ter entrado nessa história. “Para as bruxas da sua idade, você é a mais inteligente” ela lembrava-se como se tivesse acabado de ouvir o tom da voz de Sirius. Ele fora a primeira pessoa que falara sobre sua inteligência não para fazer graça, para tratá-la como aberração ou o “gêniozinho” da escola; mas sim como se isso fosse um presente dado à ela, e ela devesse usá-lo sabiamente.

            Outro que Hermione respeitava e adorava era o grande Alvo Percival Wulfric Brian Dumbledore, que para ela era somente “professor”. Dumbledore tinha esse dom de ver o interior das pessoas, seus defeitos e suas virtudes, mas pelos seus olhos só transpassava as virtudes, o que a encantou desde sempre. “Conseguiram o que? Boa noite...”, fora o que ele dissera na noite em que voltaram a tempo para libertar Sirius. A gente só podia adorar Dumbledore!

            A carruagem parou, e Hermione desceu dando uma olhadela para a simples casinha a sua frente. Deu um meio-sorriso e caminhou até a porta. Quando a porta se abriu ela viu... uma pessoa que não esperava encontrar.

            _ Harry! – disse feliz e surpresa  - O que você está fazendo aqui? – completou a frase abraçando-o (ao fazê-lo deixou todas as suas malas caírem no chão)

            _ Copa Mundial de Quadribol! – anunciou orgulhoso enquanto ajudava a amiga com as malas – Isso meio que “antecipou” a minha vinda para cá! – disse dando uma piscadela, mas logo depois parou – E você?

            _ Que tem eu? – perguntou sem entender.

            _ Não deveria estar nos Alpes esquiando com seus pais? – perguntou Harry. Hermione  parou o mesmo instante, embora soubesse que essa pergunta viria, na hora não soube o que dizer, optou por falar a verdade, pelo menos para Harry.

            _ Bem... – olhou para os lados para se certificar de que ninguém estava por perto. – Esquiar não é muito a minha praia, sabe?

            _ E precisava fazer todo esse suspense? – perguntou Harry com um risinho crescendo nos lábios.

            _ É que eu fiquei o ano letivo passado todo tentando convencer o Rony de que esquiar nos Alpes era demais... – disse Hermione envergonhada – mas não é uma coisa que eu ame, entende? 

            _ Entendo. – disse Harry rindo de leve – e pode ficar tranqüila que eu não digo nada... – isso a deixou mais aliviada, nada era pior do que dar razão ao ruivo. – se você revisar todos os meus deveres por 1 ano!

            _ O que? – perguntou a menina indignada.

            _ Um mês! – disse Harry. Hermione fechou a cara – Uma semaninha? – suplicou.

            _ Você é impossível!

            E assim os dois foram rindo ao encontro dos Weasley, na calorosa cozinha onde a Srª Weasley começou a socar-lhe comida e depois mandar os meninos subirem com as suas malas, o que foi um pouco questionado por Rony, que havia crescido ainda mais naquele verão.

            _ Por que eu tenho que levar isso? – perguntou Rony.

            _ Por que Hermione está comendo... – disse a Srª Weasley, colocando mais um pedaço de torta no prato de Hermione (isso a faria explodir)

            _ Eu também estou comendo! – respondeu Rony.

            _ É Rony, mas ela para de comer um dia! – disse Jorge arrancando risos de todos.

            _ Seu babaca! – disse Rony, a Srª Weasley pareceu furiosa.

            _ Um, dois.... – começou a Srª Weasley.

            _ Por favor mãe, a senhora não acha que eu estou um pouco velho pra isso? – disse Rony pomposo.

            _ Três! – não precisou nem levantar, pois antes que acabasse Rony já estava lá em cima com as malas.

            Todos riram e comeram mais um pedaço de torta naquela calorosa cozinha, antes de irem se deitar. É... Hermione entendia porque Harry chamava aquilo de lar.

●●●

            Nas primeiras horas do dia, antes que um raio de sol pudesse entrar pelas janelas, a Srª Weasley já estava colocando Hermione e Gina de pé, afinal, era uma longa jornada até o lugar onde a Copa seria realizada e se quisessem chegar na hora precisavam sair cedo.

●●●

            _ Por que você tinha que dormir denovo? – perguntou Hermione a Rony pela centésima vez.

            _ Por Merlin! Eu só dormi! Não matei ninguém! – “ainda” sussurrou para Harry, referindo-se a garota, arrancando um risinho do amigo.

            _ Mas se você tivesse pensado em alguém mais além de você e seu sono egocêntrico não teríamos que estar correndo assim! – disse Hermione que,como todos os outros, estava meio sem ar.

            _ Você não quer correr e eu é que sou o egocêntrico? – perguntou Rony cansado de todos ficarem jogando a culpa nele.

            _ Não, Rony, Hermione tem razão... – disse o Sr Weasley que estava à frente de todos.

            _ Novidade! – murmurou Rony, Harry só podia rir! Já não era sem tempo dos dois estarem brigando.

            _ Meu amigo, Amos Diggory, já deve estar esperando há muito tempo! Isso não é nada educado! – completou o Sr Weasley.

            “Diggory”, Hermione achava já ter ouvido esse nome antes, mas não se recordava de onde... Bem, talvez a Srª Weasley tivesse comentado.

            ●●●

            _ Amos! – disse Sr Weasley para um homem baixo com óculos redondos.

            _ Arthur! – disse o homem.

            BUM!

            _ AH! – Hermione levou um susto quando um garoto PULOU de cima de uma árvore... assim do nada!

            _ Você deve ser o Cedric! – disse o Sr Weasley estendendo a mão.

            _ Sou eu sim, senhor. – respondeu o rapaz. Agora Hermione podia ver o rosto dele, (não que isso fosse a única coisa para se olhar) e pôde reconhecê-lo.

            “Cedric Diggory”, simplesmente o garoto da Lufa-lufa que todos conheciam por seus grandes feitos como aluno e jogador. Os meninos o idolatravam e as meninas o desejavam, mesmo ele já tendo dona... Quanto a Hermione, ela não negava que ele era bonito, inteligente, ótimo jogador... enfim, tudo pelo que o vangloriavam, mas nunca realmente se importou com a sua existência, tanto porque ele nem deveria saber da dela, até esse ano pelo menos, mas não vamos nos adiantar, esse ainda é só o começo da história.

            _ Estes são todos seus? – perguntou Amos apontando para os meninos.

            _ Ah, não, só os ruivos! – esclareceu Sr. Weasley apontando os filhos. – Esta é Hermione, amiga de Rony, e Harry, outro amigo...

            _ Pelas barbas de Merlin! – exclamou Amos Diggory arregalando os olhos – Harry? Harry Potter?!

            _ Hum... é – respondeu o garoto.

            Harry estava acostumado as pessoas o olharem curiosas quando o conheciam, habituado à corrida instantânea do olhar delas à cicatriz em forma de raio em sua testa, mas isto sempre o constrangia.

_ Ced  nos falou de você, naturalmente – disse Amos Diggory. – Nos contou tudo sobre a partida que jogaram com vocês no ano passado... Eu disse a ele: Ced, isto vai ser uma história para contar aos seus netos, ah vai... você derrotou Harry Potter!

Harry não conseguia pensar em nenhuma resposta a esse comentário, por isso ficou calado. Fred e Jorge amarraram a cara. Cedric pareceu ligeiramente encabulado.

_ Harry caiu da vassoura, papai – murmurou ele – Contei a você... foi um acidente...

_ É, mas você não caiu, não é mesmo? – rugiu Amos jovialmente, dando uma palmada nas costas do filho. Hermione revirou os olhos e fez um barulho com a garganta que parecia de desaprovação, que foi desapercebido por todos. Quase todos, Cedric olhou-a sem mesmo ela perceber e levantou uma sobrancelha achando ao mesmo tempo graça e “audácia” da menina  ao ver a cara dela por causa do comentário do pai. – Sempre modesto, o nosso Ced, sempre cavalheiro... mas venceu o melhor, tenho certeza de que Harry diria o mesmo, não é? Um cai da vassoura, um continua montado, não é preciso ser gênio para saber quem voa melhor!

            _ Deve estar quase na hora – disse o Sr Weasley depressa, puxando o relógio do bolso mais uma vez. – Você sabe se temos que esperar mais alguém, Amos?

            _ Não, os Lovegood já estão lá há uma semana e os Fawcett não conseguiram entradas – disse o Sr Diggory – Não tem mais gente na nossa área, tem?

            _ Não que eu saiba. É, falta um minuto... é melhor nos prepararmos... – disse Sr Weasley. Ele olhou para Harry e Hermione – Vocês só precisam tocar na Chave do Portal, só isso, basta um dedo....

Todos começaram a fazer um círculo em volta de uma bota velha, o que não foi despercebido por Harry.

            _ Por que estamos em volta de uma bota velha? – perguntou Harry sem entender o processo.

            _ Dessa “bota velha”, ele diz... – falou Jorge rindo.

            _ Isso é muito mais que uma bota, Harry. – completou Fred. – É uma chave de portal!

            _ O que é uma chave de portal? – perguntou Harry.

            Sua pergunta não teve tempo de ser respondida, todos já estavam colocando a mão na “bota velha”. As mãos de Cedric e Hermione se tocaram por um instante, o que não teria sido nada se não fosse por...

            _ Desculpe, ah... – começou Cedric, mas ao não completar a frase deu a impressão de que ele não sabia quem ela era. Hermione tirou a mão revirando os olhos discretamente.

            _ Não foi nada. – disse enquanto eram sugados por um buraco negro.

            Mas ele sabia quem ela era, ou pelo menos achava que sabia... “Granger, amiga de Harry Potter”, pensou. Ela era muito mais do que isso, mais tarde ele descobriria, por agora só achava que ela era uma aluna exemplar com um amigo herói, um cabelo que as pessoas diziam que era... diferente! Mas ele não havia achado essa coisa horrível! Eram cachos! Cachos não são feitos para serem lisos e perfeitos! Mas não foram seus cachos que mais chamaram a sua atenção, mas seus olhos castanhos. Eram lindos! Não dava para decifrá-los. Infelizmente, depois da cena acima a achava um pouco cheia de si.

            Quanto a Hermione, ela também sabia quem ele era. Um garoto da Lufa-lufa, bom aluno e atleta, dono de uma beleza que dá raiva. Mas seus olhos... eram realmente muito bonitos e rapidamente decifráveis. O que a encantou. Infelizmente, depois da cena acima, o achava um pouco cheio de si. Ele era muito mais do que isso, mais tarde ela descobriria.

            Depois de serem sugados para dentro de um redemoinho todos caíram num chão bem duro. Ao se levantarem puderam ver Cedric, Sr Weasley e Amos Diggory caminhando no ar até alcançarem o chão, embora isso demonstrasse o controle deles com a magia, era uma cena um tanto quanto hilária.

            Chegaram ao lugar no qual seria realizada a Copa Mundial de Quadribol. Era um camping trouxa, onde várias famílias iam passar as suas férias ao ar livre, por isso a discrição era algo primordial. Todos foram se despedir de Cedric e de seu pai para seguirem seus caminhos. Menos Fred e Jorge, ainda ressentidos pela vitória, NADA JUSTA, da Lufa-lufa sobre a Grifinória no ano passado.

A uma certa distância Hermione não resistiu:

            _ Tchau...ah... – brincou com ela mesma fazendo como se tivesse esquecido o nome dele também, embora pudéssemos rir somente pela maneira que ela o disse. Continuava a andar, rindo sozinha, quando ouviu:

            _ Cedric, Cedric Diggory! – respondeu o rapaz rindo. Hermione olhou para trás incrédula, não acreditava que ele ouvira, mas ao olhar não encontrou uma cara séria ou irritada, deparou-se com um lindo sorriso de um segundo e depois, somente as costas do menino se afastando.

●●●

            Já na barraca/casa da família Weasley todos se arrumavam e descansavam para a hora do jogo. Todos diziam como Cedric era educado e parecia ser uma boa pessoa, todos estavam meio que hipnotizados, talvez encantados.

            _ Vudu! – dizia Hermione a si mesma. Enquanto todos listavam as impressionantes qualidades de Cedric, ela só enxergava um garoto que não sabia seu nome, nada mais. – Ele não é tudo isso... Eu não vejo nada! – continuava. Por que ela não via o que os outros viam? Por que não achava tudo aquilo? Talvez porque ela enxergava mais do que percebia, mas nessa conversa se sentia como um peixe fora d’água. – Não entendo mais nada mesmo! – concluiu por fim.

            _ Falando sozinha, Mi? – perguntou Gina.

            _ Gosto de debater com as minas próprias idéias! – disse com um meio-sorriso.

            _ Ah é... Claro! – disse Gina como se Hermione tivesse problemas.

●●●

            Depois de uma hora, talvez, a Sra Weasley mandou Harry, Rony e Hermione iram pegar água fora da barraca para manter o disfarce de trouxa.

            Estavam caminhando até o lugar indicado pelo mapa para pegar água quando entram numa parte onde todas as barracas estavam verdes, os três ficaram meio pasmos com a visão até que ouviram.

            _ Harry! Rony! Hermione!

            Era Simas Finnigan, um colega quartanista da grifinória. Estava sentado diante de uma barraca coberta de trevos, em companhia de uma mulher de cabelos louro-claros que só podia ser sua mãe e com Dino Thomas, também da Grifinória.

            _ Gostaram da decoração? – perguntou Simas sorrindo. – O ministério não está nada feliz...

            _ E por que não deveríamos mostrar nossas cores? – perguntou a Sra Finnigan. – vocês deveriam ver o que os búlgaros penduraram nas barracas deles. Vocês vão torcer pela Irlanda, naturalmente? – perguntou ela fixando Harry, Rony e Hermione com insistência.

            Depois de terem tranqüilizado a senhora de que realmente iam torcer para Irlanda, os garotos seguiram caminho, embora Rony tivesse comentado:

            _ Como se a gente fosse dizer que não ia, com aquela turma em volta da gente.

            _ Que será que os búlgaros penduraram nas barracas? – indagou Hermione.

            _ Vamos dar uma olhada. – disse Harry, apontando para uma grande área de barracas mais adiante, onde a bandeira da Bulgária, vermelha, verde e branca, tremulava à brisa.  

            As barracas não estavam enfeitadas com plantas, mas cada uma exibia o mesmo pôster, um pôster com um rosto muito carrancudo com grossas sobrancelhas negras. A foto, é claro, se mexia, mas apenas para piscas os olhos e franzir a testa.

            _ Krum – disse Rony em voz baixa.

            _ Quê? – perguntou Hermione.

            _ Krum! – repetiu Rony. – Victor Krum, o apanhador búlgaro!

            _ Ele parece bem rabugento – comentou Hermione, olhando para os muitos Krums que piscavam e franziam a testa para eles.

            _ Bem rabugento? – Rony olhou para o céu. – Quem se importa com a cara dele? Ele é incrível! E é bem moço, também. Tem uns dezoito anos, por aí. É um gênio, espere até ver hoje à noite.

            Já havia uma pequena fila para a torneira no canto do acampamento. Harry e Rony entraram logo atrás de dois homens que discutiam acaloradamente. Um deles era um bruxo muito velho que usava uma longa camisola florida. O outro era visivelmente um bruxo do ministério; este segurava calças listradas e quase chorava de exasperação.

            _ Vista as calças, Arquibaldo, seja bonzinho, você não pode andar por aí vestido assim, o trouxa no portão já está ficando desconfiado...

            _ Comprei isso numa loja trouxa! – defendeu-se o velho bruxo, teimando. – Os trouxas usam isso.

            _ Mulheres trouxas usam isso, Arqui, não os homens, eles usam isto aqui – disse o bruxo do Ministério mostrando as calças listradas.

            _ Não vou vestir isso – retrucou o velho bruxo indignado. – Gosto de sentir uma brisa saudável nas minhas partes, obrigado.

            Hermione foi tomada por um tal acesso de riso, nessa hora, que precisou sair da fila e só voltou depois que Arquibaldo tinha se abastecido de água e fora embora.

●●●

            Enquanto Hermione não parava de rir Cedric do outro lado ouviu seus risos e como por instinto olhou para trás e viu-a. Tentou ver o porque dela estar rindo, mas não conseguiu. Vê-la sorrir o fez sorrir também, mas logo depois falou para si mesmo “Repreende o meu pai, mas está aí chamando a atenção de todo mundo”. Cedric disse isso para si mesmo, mas seu sorriso era completamente contrário a esse comentário.

●●●

            Caminhando mais devagar agora, por causa do peso da água, os garotos tornaram a atravessar o acampamento. Pelo caminho foram reconhecendo vários rostos conhecidos de Hogwarts. Foram saudados por muitos alunos como Ernesto Macmillan, um quartanista da Lufa-lufa e, mais adiante, viram Cho Chang, uma garota muito bonita que jogava como apanhadora no time da Corvinal. Ela acenou e sorriu para Harry, que derramou um bocado de água na roupa ao retribuir o aceno. Mais para impedir Rony de caçoar do que por outro motivo, Harry apontou depressa para um grupo de adolescentes e começou a conversar com Rony sobre eles.

            A cara de Harry precisa ser comentada! Era a coisa mais hilária de universo! “Será que pela primeira vez o herói terá uma mocinha?” pensava Hermione. Um segundo depois Cedric chegou por trás de Cho e segurou-a pela cintura, uma sensação de náusea apoderou-se de Hermione, claro que por Harry, afinal, as poucas esperanças do amigo haviam acabado de se extinguir.

            Quando se deu por si, Hermione percebeu que já estava a uma distância bem razoável de Harry e Rony.

            _ Cretinos! – exclamou – Nem sequer me esperaram! – mas antes de terminar a sua lista de xingamentos ela entendeu, que eles devem ter se afastado para conversar sozinhos sobre aquela cara de Harry – Meninos! – comentou como sempre.

            _ Granger! – Hermione ouviu ao longe, virou-se, mas como não viu ninguém conhecido voltou a caminhar – Hey! Granger! Você é surda ou o que?!

            _ Como é que é? – Hermione se virou injuriada para o mal educado que fosse.

            _ Ai, que cara é essa? Não me admira que as pessoas tenham medo de você! – disse Jack Dawson, Sonserina, já deu pra entender né?

            _ O que você quer? – perguntou Hermione continuando a andar, embora não tenha conseguido dar mais três passos à frente, pois ele a impediu, assim começou a andar para a direita.

* Informação adicional*

Era o lado da barraca de Cedric.

            _ Nada demais, senhorita sabe-tudo. – continuou pertubando-a, Jack – Somente vim oferecer minha ajuda com esses baldes pesados...

            Hermione parou instantaneamente, mesmo sendo obrigada, pois já estava na frente da barraca onde todos assistiam a cena.

            _ Você tá passando bem? – perguntou a menina deixando os baldes no chão, eles estavam realmente pesados.

            _ O que há de mal em querer ajudar uma garota linda a levar uns baldes cheios d’água? – perguntou galante, houve até uns suspiros vindos da platéia.

*Informação sobre Jack Dawson*

Ele era um garoto convencido, meio arrogante e rico, um sonserino, além de carregar uma beleza indiscutível para aumentar seu ego. Dono de cabelos curtos, pretos e encaracolados, olhos às vezes verdes outras castanho-claros e de um físico de dar inveja, Jack Dawson não era um dos melhores alunos, mas com certeza sua lábia não deixava a desejar, como era charmoso e articulado se safava da maioria dos castigos e conseguia a maioria das garotas também.

            _Você tá brincando com a  minha cara, não é? – perguntou Hermione com as mãos na cintura e uma sobrancelha levantada de desdém.

            _ Devo aceitar isso como um sim? – perguntou Jack com uma das mãos na cintura de Hermione e com a outra pegando os dois baldes. Ele era realmente forte!

            Do outro lado da briga, mas nada longe, Cedric estava observando a cena, junto com todos os outros que estavam perto da barraca e não tinham mais nada que fazer, não pode negar que começou a sentir uma náusea estranha, provavelmente pelo fato de Dawson ser tão mesquinho e ainda suspirarem por esse troço. Cedric odiava Dawson.

            _ Calma aí! – disse Hermione parando fazendo Jack parar também, este por outro lado só pôde rir dessa garota tão teimosa e incrédula. – O que foi? Perdeu uma aposta? Está em uma aposta? Quer alguma coisa de mim? Porque se for isso esse teatrinho é realmente inútil! – a menina não parava de falar e Cedric não pode evitar um sorriso, que logo se desfez.

            _ Ou talvez quando eu te vi de longe e tomei a iniciativa de falar com você mesmo sem nem ter te reconhecido, e quanto o fiz não pude resistir e continuei andando para ver se aquele punho continua tão certeiro quanto no ano passado! - completou ele com um sorriso estonteante, referindo-se ao belo soco que Hermione dera em Draco Malfoy no ano passado, mas ele não faz muito parte dessa história.

            _ Ele ainda pode ser... – continuou Hermione menos na defensiva. Era incrível o efeito que Jack Dawson tinha sobre as pessoas. – Quer continuar a me atormentar?

            _ Eu adoro desafios! – disse Jack, Cedric parecia querer vomitar. “Como esse garoto é idiota.”, pensava.

            _ Você quer levar? Leva! – disse Hermione seguindo para direção da barraca da família Weasley com um Jack cheio de baldes, mas muito satisfeito, atrás de si. Outra coisa que ficava para trás dela era uma platéia tão incrédula quanto Hermione no início daquela conversa.

            ●●●

            _ Ced? Ced? CED! – disse Cho Chang – você ouviu alguma palavra do que eu disse?

            _ Ah... – Cedric tentou numa resposta. Ele deveria parar de começar frases que não sabe com “Ah...” isso entrega totalmente sua desatenção pelo o assunto em questão. – Me desculpe. – disse derrotado.

            _ O que houve? Por que estava olhando para Granger? – perguntou Cho Ciumenta Chang..

            _ Ah! Por Merlin! Eu não sei nem o 1º nome dessa garota! – disse Cedric sincero.

            _ Ok... Desculpa. – disse Cho convencida.

            _ E porque todo esse ciúme? – perguntou galante Cedric.

            _ Ah! Que ciúme que nada! – disse Cho corada. Cedric olhou-a e deu um lindo sorriso. Maravilhoso sorriso. Magnífico sorriso. Dava vontade de dizer  “Garoto para de sorrir!”

*Nota sobre Cedric/Cho*

Ainda não namoravam, eram somente

Amigos.

            _ Vamos, eu te acompanho até sua barraca. – disse Cedric  com um abraço em volta do seu ombro.

●●●

            _ Fala sério, Mi! – disse Gina histérica. – Jack “Hotson” falou isso?

            _ Jack Dawson disse isso sim. Mas não é nada demais! – disse Hermione sem dar importância ao fato.

            _ Aham. – disse Gina revirando os olhos.

            _ A única coisa que me intrigou nessa história toda foi a tal da Chang. – disse Hermione pensando em Cedric.

            _ Ah! Você vai falar mesmo dela?! – perguntou Gina ciumenta.

            _ Não, Gina. Desculpe... É só que... O que ela vê nesse Diggory? – perguntou Hermione.

            _ É... Um atleta nato? Um ótimo aluno? Um menino super educado? Divertido? Com físico e rosto invejado pelos garotos e desejado pelas garotas? – disse Gina listando as mil qualidades do garoto, como se fosse óbvio. E era. Não era?

            _ Ah, que horror! Parece até que ele é perfeito! – disse Hermione rindo.

            _ E isso é mal? – perguntou Gina com uma sobrancelha levantada.

            _ Claro! Ninguém é perfeito! Pra mim garotos perfeitos acabam se tornando, ou chatos ou meus melhores amigos. – disse a professora Hermione.

            _ Você o acha perfeito? – perguntou Gina com um sorriso malicioso.

            _ Não! Você não viu o quanto cheio de si ele é?! – disse Hermione revoltada, provavelmente lembrando do “Ah...”

            Gina olhou para baixo e deu um sorriso leve enquanto pensava na resposta da amiga.

            ●●●

            _ Quer dizer... Ela parece ser tão cheia de si! – Cedric pela centésima vez. – Deve se achar a bruxa mais esperta de Hogwarts! – continua a falar Cedric para o seu melhor amigo, Rudy Steiner.

* Rudy Steiner*

Um menino extrovertido da Corvinal, batedor do time

 de quadribol. Olhos azuis e cabelos negros e lisos.

Um físico que mostrava com louvor os bens que traz

o quadribol.

O melhor amigo de Cedric.

 Não se importa se ele é rico ou capitão do time

de quadribol.

            _ Ced! Pára! Você está ficando obcecado por essa Granger! Achei que o seu lance era com a Cho! – disse Rudy deitado de costas na cama vendo Cedric andar de um lado para outro.

            _ E é! – disse Cedric finalmente parando de andar – Só estava colocando minha opinião!

            _ Sua opinião já foi bem colocada! – disse o amigo cortando-o  - agora vamos nos arrumar para Copa? Está quase na hora.

            _ É, vai chegar a sua hora! – disse Cedric, Rudy só pôde rir. Assim os dois saíram para ver o jogo.

            ●●●

            Já era noite e todos estavam procurando seus lugares para assistir ao grande jogo, isso não deixa e fora o trio Harry, Rony e Hermione, que vinha junto com o resto da família Weasley. O senhor Weasley havia ganhado convites para assistirem ao jogo de camarote e todos estavam muito animados, pelo menos podiam aproveitar enquanto a felicidade durava...

            ●●●

            Ao chegarem no camarim viram uma Elfa doméstica sentada sozinha ao lado de uma cadeira vazia, deveria estar esperando seu dono. 

            _ Isso é vergonhoso! – disse Hermione injuriada.

            _ Do que você está falando? – perguntou Rony. – Nós temos lugares ótimos. – disse enquanto sentavam na primeira fila do camarote.

            _ Não estou falando dos lugares! – repreendeu-o a garota – Olhe... – disse apontando para a Elfa. – Veja como tem um olhar triste... Os bruxos não deviam abusar assim dessas criaturas!

            _ Ok, Hermione Tereza de Calcutá! – disse o ruivo para a surpresa de Hermione. Harry tinha que parar de dar material trouxa para o ruivo atacar a garota!

            _ Como você pode ser tão insensível? – perguntou sentando-se em seu lugar como os outros e percebendo que ainda faltavam dois lugares vazios ao seu lado.

            _ Como você pode não prestar atenção no jogo do século?! – perguntou o ruivo tirando o onióculo que Harry havia lhe comprado do bolso. Começou a testá-lo, observando o estádio. – Irado! – disse ele girando o botão lateral para fazer a imagem voltar – Posso ver aquele velhote lá embaixo meter o dedo no nariz outra vez... mais uma vez... e mais outra...

            Hermione revirou os olhos em total desaprovamento pelo ato infantil de Rony.

            _ Nem começou o jogo ainda! – respondeu a garota, e completou – Pelo visto eu não sou a única... – disse apontando para os dois lugares vazios ao seu lado.

            _ É mesmo! – disse Harry – Eles já deveriam estar aqui!

            _ Eles? Eles que? – perguntou Hermione sem entender.

            _ Essas são as nossas cadeiras? – perguntou Cedric que estava acompanhado por Rudy. Hermione não queria mesmo acreditar.

            _ Claro que não! Você não veio com o seu pai? Vai procurar ele! – disse Hermione. Não! Somente agora Hermione percebera que havia dito e não pensado aquilo.

            _ Ah, então você é a Granger! – disse Rudy estendendo a mão.

            _ Nos conhecemos? – perguntou Hermione atordoada.

            _ Não, mas é como s já conhecesse, o Ced já me falou de você! Me chamo Rudy, Rudy Steiner. – disse Rudy e Cedric gelou, “Como ele  pode ser tão ser noção?” perguntou a si mesmo.     

            _ Me chamo Hermione, Hermione Granger. – disse Hermione finalmente pegando a mão de Rudy.

            _ Tá vendo? Esse primeira parte ele não me disse! – disse Rudy tentando ser agradável, referindo-se ao nome da garota.

            _ Não me surpreende muito... – disse Hermione rindo, pela segunda vez Cedric viu algo lindo nela, além de belos e enigmáticos olhos. Tinha um sorriso que dava vontade de sorrir de volta. Foi o que ele fez, os dois desviaram o olhar e fingiam se interessar pelo gigantesco campo vazio. Rudy olhava de um para o outro... E onde estava Chang nessa história toda? Fora a primeira vez que Rudy não entendera o amigo por tê-lo entendido.

            _ Gente, o jogo ainda não começou! – disse Rudy rindo dos dois que ficaram roxos.

            Mas por sorte (se é que podemos chamar isso de sorte) Narcisa Malfoy entrou na sala com seu olhar gélido e feição superior.

            _ Parece que colocaram bosta debaixo do nariz dela! – reclamou Rony. Logo atrás de Narcisa entra Draco Malfoy.

            _ Não é debaixo não, olha... é atrás! – disse Hermione. Todos caíram na gargalhada, inclusive Cedric e Rudy que se sentavam nos lugares ao lado de Hermione. Cedric no lugar exatamente ao seu lado.

            _ Eu não a achei cheia de si! – disse Rudy para Cedric – Ela é bem engraçada, na verdade!

            Todos pararam de rir imediatamente e Hermione deu aquele seu olhar maléfico. Cedric tossiu e rapidamente começou a falar.

            _ Ah, Rudy! Que piadista! Você tem uma mente fértil! – disse Cedric tentando se esquivar da situação.

             _ Mas você disse! – falou Rudy e rapidamente parou ao ver o olhar mortificante do amigo. – Você disse que na novela... – todos olharam para ele com cara de interrogação – Não! Eu não vejo novela! Não vejo... – então finalmente decidiu olhar para frente e desistir.

            Hermione fez o mesmo que Rudy, sem deixar de dar um olhar de desaprovação para Cedric que depois da garota ter virado revirou os olhos e pôs a mão na cabeça.

            _ Olá todos! – disse um homem ampliando sua voz com a varinha. – Bem vindos à final da quadricentésima vigésima segunda Copa Mundial de Quadribol! – gritos espalharam-se por todo estádio. Milhares de bandeiras se agitaram. – E agora, sem mais demora, vamos apresentar... os mascotes do time búlgaro!

            Ao lado direito das arquibancadas, que era uma massa compacta vermelha, berrou manifestando sua aprovação.

            _ Que será que eles trouxeram? – comentou o Sr. Weasley, curvando-se para a frente na cadeira. – Ah-há! – ele de repente tirou os óculos e limpou-os depressa nas vestes. – Veela!

            _ Que são Veel...?

            Mas cem veela deslizaram pelo campo e pergunta de Harry ficou respondida. Veela eram mulheres... as mulheres mais belas que Harry já vira... sei que não eram – não podiam ser – humanas. As veela começaram dançar e a cabeça de Harry, Rony e Rudy começaram a ficar vazias. Tudo o que importava no mundo era ver as veela dançarem. Eles começaram a querer pular do camarote.

            _ Harry, Rony que é que vocês estão fazendo? – eles ouviram lá longe a voz de Hermione. Ela os puxou para dentro denovo com uma cara de vomito. Quando as veela param de dançar Hermione pôde falar – Fracamente.

            Ao seu lado Hermione ouviu um riso. Um maravilhoso riso. Magnífico riso. Dava vontade de dizer “Quem quer que seja pare de rir!” Ela se virou e encontrou o olhar de Cedric em seu rosto, provavelmente achando sua expressão muito engraçada.    

            _ Quer foi? – perguntou Hermione intrigada.

            _ Nada... – disse ele ainda rindo. Cedric não estava em nenhum momento interessado nas veela, o tempo todo estava olhando para Hermione. Para ele muito mais interessante.

            _ Por que você está rindo?! – perguntou Hermione, agora já mais nervosa.

            _ Eu te irritei? – perguntou Cedric parando o riso, preocupado. -  Desculpe... não era minha intenção – disse com uma cara linda. Hermione teve vontade de dizer algo como “Oh-onnnn!” e depois abraçar ele e nunca mais soltar.

            _ Não! – disse rapidamente – é que... não gosto de não saber as coisas e quando as pessoas não respondem... – ela começou tentando ao máximo fazer com que ele parasse logo com aquele rosto perfeito dele.

Deu certo, ele parou com o rosto preocupado, mas deu denovo aquele lindo sorriso, mostrando os seus dentes perfeitos. Hermione parou de falar e ficou literalmente olhando para ele.

            _ Que bom... Eu não queria que você tivesse outro motivo para brigar comigo... – disse Cedric ainda sorrindo. Hermione continuou olhando para ele atônita. Até que ele parou de sorrir e olhou meio preocupado para ela. Devia achar que ela tinha algum tipo de problema mental.

            _ Ah... – começou Hermione rapidamente. – Que outros motivos... eu... tenho. – tentou falar isso normalmente, sem sucesso.

            _ Ah! – disse ele colocando a cabeça para trás ainda rindo. Hermione apertou as mãos se segurando para não se atirar nele, pois somente por isso seu coração disparou. – Eu acho que não tivemos o melhor começo. E depois do que meu amigo aqui – disse ele apontando para Rudy, que se virou para eles acenou sorrindo e continuou olhando para o jogo. Hermione não pode deixar de rir com essa ação de Rudy. Um riso totalmente aberto. Foi a vez de Cedric parar de falar.

            _ Você... – tentou continuar Cedric. Quem olhasse a cena dos dois de fora acharia hilária. Ou seja, Rudy estava achando-a hilária.

            _ Eu...? – perguntou Hermione ainda rindo. Cedric respirou profundamente.

            _ Você não vai muito com a minha cara. Principalmente depois do que ele disse. – completou ele finalmente.

            _ Ah... isso. – disse Hermione tentando não ficar nervosa ao lembrar. Isso não passou despercebido por Cedric.

            _ Olha, sinceramente não quero ter uma inimiga como você em Hogwarts. – disse Cedric tentando acalmar as coisas. E deu certo, já que Hermione riu novamente. Cedric sorriu também. Hermione quase morreu, parecia que as coisas que ele fazia tinham muito efeito nela.

            _ Bom... Eu não teria medo de alguém que eu nem sei o primeiro nome. – disse ela tentando fugir de tudo aquilo que sentia.

            _ Ah! – disse Cedric revirando os olhos ainda rindo. – Você é muito rancorosa!

            _ Eu sou o que?! – perguntou Hermione com as mãos na cintura. Cedric não deixou passar por desapercebido esse movimento e acabou rindo mais ainda.  -  Tá rindo de que?! – perguntou Hermione com uma sobrancelha levantada. Cedric riu ainda mais. Até que ela se estressou. – Pára de RIR! – disse Hermione dando um tapa no ombro de Cedric, ele parou imediatamente olhando para ela incrédulo. – Que?! Você não parava de rir! – disse cruzando os braços.

            _ Você me... você... me bateu! – disse ainda pasmo.

            _ Não! Eu bati numa mosca, mas ela fugiu... – disse Hermione sarcástica rindo de si mesma.

            _ Ah, então se é assim... – disse Cedric dando um tapa no ombro de Hermione também, obviamente muito mais de leve do que ela. Hermione olha para ele incrédula.

            _ Você... você... você me bateu! – disse ela apontando pro ombro com os olhos arregalados.

            _ Não! Eu bati numa mosca, mas ela fugiu... – disse Cedric imitando ela perfeitamente. Agora Rudy não prestava a mínima atenção no jogo olhando descaradamente para os dois rindo.

            _ Mas eu sou uma menina! – disse Hermione ainda incrédula.

            _ Meninas não matam insetos, tem medo deles! – disse Cedric com uma falsa cara zangada. Mas logo depois começou a rir da situação. Dar gargalhadas, na verdade! Ria como se nada no mundo fosse mais engraçado. Hermione parou totalmente hipnotizada por aquele sorriso, por aquele garoto e riu também, mas seu o seu sorriso era mais leve, como um meio sorriso.

            _ Gente olha LÁ! – gritou Rudy para tirar a atenção deles. Os dois olharam para ele assustados.

            _ Que é? – perguntaram os dois juntos. Rudy olhou para ele com uma cara retardada  com a boca aberta.

            _ Ah... – olhou para os lados e pega rapidamente o binóculo de Rony. – aquele velho lá embaixo tirando meleca! Já é a quarta! – disse ele olhando pelo binóculo, Rony assente com a cabeça em afirmação.

            _ Rá! Disse que era a quarta! Paga! – falou Rony estendendo a mão para Fred que muito descontente depositou 5 galeões nas suas mãos.

            _ Meninos... – disse Hermione. – Sempre iguais...

            _ Posso saber o que foi que eu fiz? – perguntou Cedric lembrando que ele era um menino. E que menino...

            _ Você bateu numa menina! – disse Hermione virando-se para ele rapidamente esvoaçando seus cabelos, o que fez que seu perfume entrasse pelo corpo de Cedric. Um cheiro delicioso, a vontade do garoto era de puxá-la para mais perto e abraçá-la para sentir esse cheiro.

            _ Você tem um cheiro maravilhoso... – disse Cedric ainda sem recuperar os sentidos. Hermione olhou para ele confusa e logo depois corou fazendo Cedric prestar atenção no que estava fazendo. -  Desculpe... – disse rapidamente desviando os olhos para o campo.

            _ A situação não está muito boa para a Bulgária, se eles quiserem sair com um pouco de dignidade acho melhor Krum pegar logo esse pomo de ouro... – disse o comentarista. Uma multidão vermelha começou a gritar para que Krum pegasse o pomo e Hermione levou um susto desviando a sua atenção para o jogo.

            _ Pega logo esse pomo!!!! – gritava Rudy desesperadamente.

            Numa fração de segundos em que Hermione olhou para Rudy e depois outra vez para o campo na frente dela apareceu o tal jogador para quem todos gritavam. Hermione Levou um susto mas pôde prestar atenção no que ele disse.

            _ O que você acha? Devo pegar o pomo? – perguntou ele para Hermione, ela ficou atônita. Haviam balaços sendo atirados na sua direção e muito jogadores tentando tirá-lo do caminho, mas para Krum era côo se nada tivesse acontecendo. Desviava-se facilmente de todos.

            _ Hey! Volta pro jogo! – disse Hermione confusa e assustada com as bolas vindo na sua direção.

            _ Então me diga o que fazer. – disse Krum sorrindo.

            Rudy pegou Hermione e começou a sacudi-la desesperado.

            _ Fala para ele pegar o pomo! Fala para ele pegar o pomo! – dizia ele sacudindo Hermione. Cedric o afastou somente com uma mão.

            _ É...  – disse Hermione confusa. – Vai pegar o pomo! – disse por fim. Krum deu mais um sorriso e como se isso fosse a coisa mais fácil do mundo, ele voou com uma velocidade impressionante para baixo e pegou o pomo, a platéia foi ao delírio.

O telão que estava informando o placar começou a mostrar o rosto de Hermione. Ela olhou incrédula, mas sorriu. Ao seu lado apareceu Rudy colocando o braço no seu ombro sorrindo falsamente, para aparecer no telão também. Cedric o puxa e diz.

            _ Parece que você sabe muito sobre quadribol, não é... – disse Cedric com uma voz rude. Hermione olha para ele e não entende a sua cara zangada. O telão nessa hora foca nos dois, um olhando para o outro por exatos 6 segundos.

            _ Que bonitinho!  - disse Rudy apontando para o telão. Cedric e Hermione olham para o telão que agora mostrava os dois de frente, para logo depois voltar ao placar do jogo.

            Hermione não falou mais com Cedric até a partida terminar, o que foi rápido. A torcida da Irlanda comemorava e gritava. Então Hermione olhou para baixo, no estádio. Cedric acompanhou cada movimento. De repente ela fica com uma cara séria olhando para baixo e Cedric fica confuso.

            _ Desculpa dizer mas... tem umas 400 garotas olhando pra você e acenando que nem malucas... – disse para logo depois ela mesma acenar e dizer – Oi! Oi! – disse mais com raiva do que mesmo só por brincadeira. Cedric olhou confuso para grupo interminavelmente grande de garotas acenando.

Hermione estava decidindo ser iria sair ou ficaria para ver a idiotice, então Cedric deu um sorriso enorme e perfeito para as meninas e acenou também. Hermione ficou com os joelhos totalmente fracos, o que respondeu a sua pergunta. Ficou olhando para frente, as meninas gritando e olhando uma para as outras histéricas e então Hermione fez o mesmo barulho com a garganta em desaprovação. Depois olhou para o lado de Cedric e seu coração parou. Ele estava a menos de 20 centímetros de seu rosto.

            _ Tá zangada denovo? – perguntou ele rindo. Isso parecia ser muito divertido para ele.

            _ Tô! – disse Hermione para logo depois sair andando. Mais para fugir dos olhos cor de mel de Cedric do que por estar zangada.

            _ Pera aí! – disse ele alcançando-a rapidamente.

            _ O que é? – perguntou ela ainda andando.

            _ Nada ué, só que não tínhamos acabado de conversar... – disse ele acompanhando o ritmo inutilmente rápido de Hermione com facilidade.

            _ Desde quando um bando de garotas histéricas acenando que nem malucas pra você seria um assunto para mim? – perguntou Hermione cética.

            _ Nooossa! Quanta hostilidade! – disse Cedric rindo denovo, com aquele sorriso perfeito pelo fato dela estar aborrecida com isso. Hermione desviou o olhar para baixo olhando seus pés, evitando o sorriso para conseguir ficar séria.

            _ Olha, sinceramente não estou te entendendo. – disse ainda olhando para os sapatos. – Você ha um tempo atrás nem sabia o meu nome e agora está andando atrás de mim, preocupado com o que eu estou pensando ou se estou com raiva de você! – completou Hermione revirando os olhos ao sorrir com a última parte.

            _ Eu não disse que estava preocupado com o que você estava pensando ou se estava com raiva de mim. – disse Cedric olhando para ela com um olhar curioso, que rapidamente se transformou com pequena frustração. – E eu sabia quem você era sim! Mas você concluiu tudo sozinha, precipitadamente. A culpa não foi minha.

            _ Ah, sim, claro! Faça-me rir Cedric! – Hermione tentou esconder o pulo de seu coração ao mencionar o nome dele – Você sempre tenta sair da situação? Nunca pode estar errado em alguma coisa? Precisa mesmo ser o Sr. Perfeito a cada segundo da sua vida? – perguntou agora parando para encarar o seu rosto. Teve uma surpresa. Seu rosto não era de raiva ou repreenda, mas sim triste. Ele estava olhando para baixo e Hermione sentiu uma vontade enorme de ter engolido um sapo para não ter dito aquilo.

            _ Cedric... – disse Hermione baixo. Nesse momento ele olhou para cima recuperando um pouco do seu porte, mas ainda com certa tristeza em seu olhar.

            _ Bom, eu tenho que ser, não é? É o que as pessoas esperam... – disse com um sorriso forçado.

            Os dois ficaram assim, em silêncio se encarando por 2 minutos. Nenhum dos dois tinha a coragem para desviar o olhar.

            _ Fala, Mi! – disse uma voz ao longe, muito longe para Hermione, que saltou de seus desvaneios para olhar quem era. Sem antes deixar de perceber a cara de Cedric ficar totalmente rígida e séria, de repente.

            _ Oi... – disse Hermione virando-se para a pessoa em questão.

            _ Queria saber se você tem alguma coisa para fazer agora! – disse ninguém menos que Jack Dawson. Ignorando a presença de Cedric.

            _ Ah... – disse Hermione ainda meio atordoada. – Na verdade, tinha que encontrar com os meninos... – disse lembrando-se de Harry e Rony.

            _ Bom, quem sabe outro dia a gente possa sair, não é? – disse Jack parando com uma mão na parede da saída cruzando as pernas.

            _ É... – Hermione respondeu sem pensar. Não estava no planeta normal agora, estava no planeta Hermione e sempre que isso acontecia, ela não sabia muito bem o que fazia.

            _ Excelente! – disse um muito feliz Jack Dawson. E se afastou sem nem mesmo olhar para o olhar fuzilante de Cedric.

            _ O que você tem com ele? – perguntou ele tão rapidamente que Hermione demorou um segundo para responder.

            _ Quem? – perguntou confusa.

            _ Dawson. – Cedric disse esse nome como se dissesse “câncer”.

            _ O que tem ele? – perguntou Hermione ainda sem entender. Cedric olhou com uma cara séria. Hermione optou por responder, sem perguntas. – Eu não sei. Ele do nada apareceu e começou a falar comigo. – disse sinceramente.

            _ Estranho. – a voz de Cedric ainda era séria, mas seu olhar era de tremendo alívio.

            _ Por que ficou desse jeito quando ele chegou? – perguntou Hermione intrigada.

            _ Digamos que não nos damos bem. Eu e o Dawson. – disse Cedric como se isso encerrasse a conversa. Hermione não queria outra briga, então se deu por vencida.

            _ Hmm... – foi a única coisa que Hermione conseguiu falar e também o que achou mais seguro de dizer.

            Caminharam um pouco mais em silêncio até que Cedric se manifestou.

            _ Acho que essa é a sua barraca... – disse olhando Harry e os Weasley em volta de uma fogueira rindo e conversando.

            Hermione ficou olhando por um tempo. Não percebera que o tempo havia passado enquanto estava com Cedric.

            _ Acho que nos vemos então. – disse Cedric com um pequeno sorriso.

            _ É... a gente se vê. – disse Hermione dando um sorriso também.

            Quando estava se preparando para virar Cedric se inclinou e despediu-se de Hermione com um beijo na bochecha. Ela congelou.

            _ Tchau. – disse ele com um sorriso bem maior e se afastou.

            Hermione continuou parada no mesmo lugar olhando as costas do garoto enquanto ele se afastava. Que diabos está acontecendo? Isso não foi nada. Hermione vire-se agora para a sua barraca! E assim com um pequeno esforço virou-se e seguiu para junto de todos.

            ●●●

            Cedric andava para longe, mas com uma imensa vontade de olhar para trás. Não sabia porque, mas queria ver se ela ainda estava olhando-o, pois sentia seus olhos queimarem as suas costas.

            _ Hey Ced! – disse Rudy alcançando o amigo.

            _ Oi Rudy... – disse Cedric ainda pensativo.

            _ E aí? – perguntou Rudy rindo.

            _ O que está pensando, Rudy? – perguntou Cedric já conhecendo bem esse tipo de sorriso.

            _ Como foi sua conversa com a Granger? – perguntou Rudy, ainda rindo.

            _ Hermione... – corrigiu Cedric sem pensar. Não gostava de chamá-la pelo sobrenome, não se sentia bem, parecia que não a conhecia outra vez. Além de se sentir no direito de chamá-la assim, por alguma razão. O sorriso de Rudy aumentou.

            _ Então já não se odeiam? – perguntou mais uma vez Rudy, só que com um sorriso maior.

            _ Nunca nos odiamos... – disse Cedric casualmente.

            _ Quem diria, hein... Pensei que você morreria gostando da Cho. – falou Rudy com uma pequena careta ao dizer o nome de Cho. Não que ele não gostasse dela, ela era legal, mas ele também não a amava. Era sempre muito tímida e ciumenta demais para Rudy.

            _ Ah... Não estou te entendendo. – disse Cedric com uma expressão confusa parando de andar para olhar para o amigo.

            _ Você e a Granger... – disse Rudy como se fosse óbvio.

            _ O que? Você achou... você acha que... – Cedric não conseguia completar nenhuma das frases, tamanha era a sua surpresa.

            _ Ah, você não gosta dela? – perguntou Rudy um pouco decepcionado. Havia gostado muito de Hermione.

            _ Não! – disse Cedric imediatamente. – Quer dizer, sim... – corrigiu-se rapidamente. Rudy olhou-o sem entender. – Ela parece ser uma pessoa legal e eu acho que começamos uma amizade, mas... Eu não gosto dela.

            _ Hum... – disse Rudy olhando para baixo.

            _ Rudy, eu gosto da Cho há dois anos... – disse Cedric recomeçando a andar. – Você realmente acha que eu me apaixonaria por outra pessoa que eu acabei de conhecer? Ainda mais ela? – perguntou balançando a cabeça.

            _ Ai! Não é para tanto! Ela bem bonita. – disse Rudy sincero.

            _ É, ela é... – disse Cedric relembrando do sorriso de Hermione. Rudy ficou olhando para ele até que dois segundos depois ele se recompôs. – Mas não é por isso que alguém se apaixona. E ela vive se estressando comigo por nada. – Cedric fez uma careta ao dizer a última frase.

            _ Sei... Então, agora é a sua chance. A chang está bem ali... – disse Rudy apontando para uma garota sorridente de cabelos negros e lisos.

            ●●●

            _ Por favor, Gina! Eu não tenho uma queda pelo Cedric! – disse Hermione já começando a ficar estressada.

            _ Ah, Mi! Você até já o chama pelo primeiro nome! – disse a ruiva rindo.

            _ Eu chamo todo mundo que eu conheço pelo primeiro nome! – disse Hermione revirando os olhos. – Quer dizer, menos o Malfoy. – uma careta ao pronunciar o último nome.

            _ Ok... Então, e o Hotson? – perguntou Gina ainda sorrindo.

            _ Você está realmente mencionando ele como alguém com quem eu poderia namorar? – perguntou Hermione com a sobrancelha levantada.

            _ Tá bem! Nossa, você é difícil hein! – disse Gina quase desistindo. Até que um clarão veio em sua cabeça. – E o Krum?

            _ Krum? Victor Krum? – perguntou Hermione debochada.

            _ Tem alguém mais com o sobrenome Krum? – perguntou Gina desafiando-a. – No mundo? – agora fazendo piada.

            Hermione riu e respondeu-a.

            _ Ele não conta! Só estava querendo exibir-se para os demais no estádio. Só isso. – disse lembrando-se de relance tudo o que aconteceu.

            _ Aham. – disse Gina. – Você é muito difícil de agradar! Você tem mil garotos maravilhosos, magníficos, esplendorosos aos seus pés e não aproveita! – continuou Gina irritada.      

            Hermione deu um sorriso.

            _ Só tenho um Gina. E ele ficaria com qualquer coisa que parecesse uma garota.... – disse Hermione rindo.

            Gina e Hermione ficaram rindo por um tempo e depois decidiram ir dormir. Ou melhor, desmaiaram enquanto riam.

            ●●●

            _ Levantem! Gina, Hermione! Levantem, é urgente! – Hermione ouviu a Sra Weasley gritar e logo depois que abriu os olhos, ouviu outros gritos. E muitas pessoas correndo.

            Hermione levantou correndo e pegou suas roupas, acompanhada por Gina.

            _ Não temos tempo, meninas, apanhem um casaco e saiam! Depressa! – disse a Sra Weasley afobada.

            Hermione hesitou por três segundos, olhando para sua camisola de seda rosa. Ela ia somente até um pouco acima dos joelhos, mas vendo o desespero da Sra Weasley pegou sua jaqueta jeans e saiu da barraca correndo.

            Lá fora, um grupo compacto de bruxos, que se moviam ao mesmo tempo e apontavam varinhas para o alto, vinha marchando pelo acampamento. Hermione apertou os olhos para enxergá-los... não pareciam ter rostos... então ela percebeu que tinha cabeças encapuzadas e rostos mascarados.

            _ Comensais da morte... – disse Hermione aterrorizada para si.

            Hermione olhava com terror para pessoas sendo lançadas ao ar e penduradas de cabeça para baixo, muitas delas bem pequenas. A gritaria foi se avolumando.

            _ Que coisa doentia... – murmurou Rony ao seu lado. Hermione olhou para ele e Harry e os abraçou. – Calma, Hermione... – disse Rony num sussurro.

            _ Vamos ajudar o pessoal do ministério! – gritou o Sr Weasley. – Vocês... vão para floresta e fiquem juntos. Irei apanhá-los quando resolvermos este problema aqui!

            Gui, Carlinhos e Percy já estavam correndo em direção aos baderneiros.

            _ Anda! – disse Fred, agarrando a mão de Gina e começando a puxá-la para a floresta. Harry, Rony, Hermione e Jorge os acompanharam.

            Vultos escuros andavam escondidos pelas árvores; crianças choravam; ecoavam gritos ansiosos e vozes cheias de pânico. Ouviram Rony dar um berro de dor.

            _ Que aconteceu? – perguntou Hermione ansiosa. – Rony, onde você está? Ah, mais que burrice... Lumus!

            Ela iluminou a varinha e apontou o fino feixe de luz para o caminho. Rony estava esparramado no chão.

            _ Tropecei numa raiz de árvore... – disse ele aborrecido, pondo-se de pé.

            Hermione ainda olhava para ele balançando a cabeça, enquanto pessoas os empurravam de um lado para o outro. Um dos empurrões foi tão forte que fez Hermione cair para trás. Havia um barranco entre as árvores e Hermione rolou para baixo. Quando levantou, não estava machucada, somente um arranhão no braço, mas já não sabia onde estava.

            _ Ora, ora... – disse uma voz no escuro. Hermione congelou. – Veja quem temos aqui...

            Instantaneamente Hermione procurou por sua varinha em seu bolso. Estava vazio. Seu coração começou a disparar e ela ouvia os passos tornando-se cada vez mais perto.

            _ Por que está tão nervosa? – perguntou o ser no escuro. – Não gosta de brincar? – perguntou com uma gargalhada.

            _ Fique longe de mim! – gritou Hermione, sua voz falhando.

            _ Uh! E o que a senhorita vai fazer? Jogar uma pedra em mim? – perguntou a voz dando mais uma gargalhada.

            A respiração de Hermione estava ofegante. Pensava em mil maneiras que poderia desviar do feitiço e talvez rastejar para longe. Ou procurar a sua varinha. Estava disposta  a dar um soco na cara dele. Ela ainda tinha uma boa mão.

            Os passos pararam e Hermione sabia que essa era a hora.

            _ Que tal uma passeada nos ares? – perguntou a figura. Hermione pôde ver quando a figura levantou a varinha, soube também quando em seu pensamento a figura lançou o feitiço.

            Levicorpus.    

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!