New History escrita por Erica Dragneel


Capítulo 8
Risos, extresse e... cuidando de um estranho?


Notas iniciais do capítulo

Acabei por resolver que eh melhor postar para compensar o tempão q n postei logo >



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– Nani?

– Isso aí! É uma espécie de ... emprego fixo por tempo indeterminado. Nem me olhe com essa cara! Foi seu pai quem me deu o "privilégio" de sua ilustre presença constante.

– Não precisa falar desse jeito, como se fosse verdade. - Revirei os olhos.

– O quê?

– Como se eu fosse alguém muito importante e estar comigo é como uma dádiva.

– Você não imagina o quanto sua presença é preciosa. - Ele dizia isso com uma mistura de seriedade e gozação.

– Tá. Mas ao menos pare de falar isso. Não quero que me mimem. - Revirei os olhos e comecei a andar rápido à sua frente, mas acho que ele não aceitou isso muito bem, pois puxou-me pelo pulso, fazendo-me desacelerar, mesmo que contra minha vontade. E foi aí que ele começou a andar ainda mais rápido que eu e ficar muito à minha frente. É óbvio que eu também não me daria por derrotada tão facilmente.

– Hey ! Cabeça tingida ! - Ele deu um meio-giro de pescoço e olhou pra mim com uma expressão incrédula. Talvez pelo apelido. Ou talvez por eu ter aproveitado que ele diminuiu o ritmo de seu passo e ...

– Shadow Fire !!! - E "BUM". Na cara dele. Ri tanto da cena dele desesperado tentando apagar o fogo... não normal. Ele continuava com sua expressão incrédula. Talvez, por ele não conseguir controlá-lo. Faz sentido que ele se surpreenda. Afinal, ele era o deus-dragão do fogo. Não poder controlar todas as espécies de fogo devia ser, no mínimo, desanimadora à ele. Eu gargalhava como um passarinho em crise. Gargalhei tanto, que caí. Sim, caí. Me esborrachei de cara no chão duro de mármore. Se fosse só isso, eu nem ligaria. Mas... sempre existem poréms pra mim. E o porém da vez, foi que caí de cara e boca aberta, em um balde enorme de água suja. Amaldiçoei em meio à pensamentos negativos quem havia deixado aquela bosta ali. E amaldiçoei-me por não ter percebido também. Afinal, ele era bem grandinho para ser avisado mesmo ao longe.

Agora, ELE é quem não se aguentava parado. Seu riso era estridente, mas nem um pouco enjoativo. Era, na verdade, até contagiante. Apesar de eu ainda tossir por ter engolido da água imunda e encharcada dos pés à cabeça, já que quando levantei, a água escorreu por meu corpo, encharcando-me de imundices, eu ri. E assim seguimos até a sala de meu pai. Rindo como quem se conhece a anos e ajudando um ao outro a não cair nem se machucar de um possível baque contra a parede por causa de algum ataque de risos ainda mais forte.

ℵℵℵ

– Se deram bem, então. Foi bem rápido na verdade. - Estávamos na extraordinária gigante sala de meu pai. Chegamos lá ainda lesos e contamos à ele o por quê da estranha crise de risos. Ele riu também - QUASE cai de sua cadeira - . - Deve ser coisa do espírito jovem. - Ele revirou os olhos e em seguida, sorriu para Igneel. - Apenas veja se não fica TÃO próximo, hein ? - Senti meu rosto esquentar violentamente.

– Nani ??? - Ele parecia ter acabado de fazer uma maratona ao redor de todo o Mundo Mágico de tão rubra que suas bochechas estavam. Achei até que estavam mais escarlates que seus cabelos.

– Ambos entenderam. - Ele continha o riso. Talvez por nossas bochechas estarem à ponto de jorrar sangue. - Bem... eu não seria lá tão contra... apesar de você não prestar, Igneel. - Ele olhou para o ruivo de um jeito estranho. - Mas... sei que você é capaz de mudar esse aí, querida. - E sorriu para mim.

– Papai... não há nada entre nós além de uma simples amizade. - Minha voz saiu escrota. Como se eu quisesse convencer a mim mesma. O que era verdade.

– Tudo bem, Lulu. Acho até melhor mesmo assim. - Disse, chamando-me pelo apelido que me dera. - Vou te mostrar umas pessoas depois para você não andar só com esse crianção, ok ? - Deu-me a língua e piscou um dos olhos, extrovertido. Ri um pouco com sua estranha gozação.

– Tudo bem, pai. Agora... será que dá pra começarmos logo o treinamento ? - Quis mudar o assunto.

– Ahn... não será possível... - Disse ele coçando a nuca pensativo. - Eu dispensei todo mundo por você estar inconsciente. Hoje de manhã, eles vieram ter notícias suas, mas você ainda não havia acordado. E como Igneel já estava com você, não puderam ficar muito tempo. Então foram embora.

– Ah... tá... "Eles" vieram me ver ? Quem ? - Um brilho de felicidade suscitou em meus olhos e senti-me mais leve daquela tensão de olhares em minha chegada.

– Mais especificadámente... Wordnee, mestre dragão do gelo, Sheily, mestra dragão do relâmpago, Agnor, mestre dragão da pedra, Julian, mestre dragão da sombra e Louise, mestra dragão das cores. E Saphire, Weisslogia e Grandine, que você já conheceu em sua chegada. Avisarei-os que você já pode vê-los quando eu tiver tempo. E agora... eu estou sem tempo. Se é que me entendem.

– Ah! Gomen. - Desculpei-me sem graça, coçando a nuca. - Mas é que... sei lá. Não conheço ainda o lugar então... eu poderia lhe ajudar aqui.

– Não, não, não. Você vem comigo! - Surpreendi-me com a reação de Igneel. Pior. Ele fez bico!

– Como é? - Perguntei encarando-o e levantando uma sobrancelha.

– Isso aí! Eu conheço o mestre melhor que você! E-

– Você o conhece melhor que eu ?!?! - Ri como um daqueles cientistas malucos em seriados americanos. - Duvido.

– Se você o conhecesse ao menos um pouquinho, saberia que ele ODEIA fazer uma coisa com outra pessoa à seu lado. "Não preciso de sua ajuda." É o que ele sempre diz.

– Isso eu digo à VOCÊ Igneel. Não esqueceu do aniversário da Weisslogia, esqueceu ?

– Não. - Ele riu um pouco mas continuou - Ela não devia ter errado de interruptor... mas... você vai vir comigo. Irei te mostrar a Vila dos Mestres. Assim eles não precisarão vir até aqui. E te mostro uns lugares maneiras no caminho. Pode ser?

– Será que, sério, eu não poderia ficar aqui com você, pai? - Fiz meu melhor olhar pidão. Ele sorriu.

– Acontece... que o crianção aí, tem meia razão. Não gosto muito de ter companhia quando quero me concentrar. Principalmente quando é meu dever. E você não tem qualquer prioridade do momento, então vá sair, sei lá... conhecer as vilas, as florestas, as pessoas. E não esqueça de me avisar quando o ruivo arranjar problemas, ok?

– Oh, não... ele é problemátic- ia sentando na cadeira à minha frente, quando o ruivo me puxa pelo pulso.

– Sinto muito dragonildo caquético, mas "tamo vazando".

– Hey! Me larga! - Ele já estava me puxando pra fora da sala, quando segurei seu braço com minha mão livre e levantei-o no ar fazendo-o girar e depois cair de costas com tudo no chão. - Ja nee papai. - Reverenciei-o e saí pisando forte enquanto resmungava coisas nada kawaiis.

ℵℵℵ

Eu estava num bosque meio escuro. Provavelmente, a escuridão era por já estar anoitecendo. Não liguei muito pra isso. Pelo menos, eu enxergava o local com minha visão noturna.

Eu andava sem parar. E ficava pensando em coisas do tipo:"Se eu não fosse uma Dragon Slayer do Apocalipse, eu... ?". Talvez eu não estivesse enxergando quase nada nesse bosque sombrio. Eu, na verdade, nem mesmo teria vindo pra cá. Pra Terra dos Dragões.

E foi pensando nisso, que acabei por aceitar todas as coisas tristes que outrora vivi. Se não houvesse vivenciado coisas tão melancólicas, talvez, eu não estivesse agora com meu "pai". Tipo... não exatamente com ele. A julgar pela montanha de papéis em sua mesa, muito provavelmente ele viraria a madrugada preso em seu escritório.

– Lia! Cadê você, loirinha? - Oh, não... Igneel. Sua voz vinha de cima, mas ao longe, então, ou ele estava nas árvores, ou ele voava.

Eu ouvia o som de água corrente. Não parecia ser muito longe. Decidi procurar o tal riacho. Acho que não é um lugar muito frequentado por um dragão do fogo. Corri tentando não fazer muito barulho. Rapidamente cheguei em um pequeno riacho que dava em um lago que não estava tão distante. Segui o percurso do riacho pela sua borda, camuflada pela escuridão sob as sequoias.

Chegando ao lago, logo me preparei para mergulhar com roupa e tudo mesmo, para não deixar rastro de meu cheiro para que nenhum cabeça de tomate me achasse. Porém, como sou muito idiota, não percebi quando um estranho me viu. Não era Igneel. Tinha a musculatura de um homem, usava uma capa negra e o capuz formava uma sombra em seu rosto, impedindo-me de sequer ver sua fisionomia. Não tinha muito tempo. Sabia que Igneel era rápido. Mergulhei tentando não fazer aquele som do baque contra a água e logo senti meu corpo ser engolido pelas águas do lago.

Eu nadei até o centro que estava mais fundo. Segurei meus cabelos para não submergirem e esperei. Eu não pretendia ficar muito tempo ali embaixo, queria apenas acobertar meu cheiro, então mais ou menos 1 minuto e meio depois, saí da água. O estranho ainda estava lá.

Eu já não ouvia os berros de Igneel, então entrei em meio às árvores. Encontrei uma velha jabuticabeira e sentei-me com às costas apoiadas em seu caule. Passei um bom tempo observando as estrelas. Até que, do nada, ouço o som de uma explosão. Parecia ser magia e era perto. Logo levantei-me e segui a direção do som. Em poucos segundos, eu estava de volta ao lago. Tudo estava como antes, a não ser... o estranho estava debruçado sobre algumas pedras cobertas de musgo.

Corri até ele. Ele havia caído - deve ter caído, pois estava desacordado - de bruços e agora, uma mancha roxa enfeitava um lado de sua testa e em seu ombro eu via uma grande mancha escura que, obviamente, era sangue. Tirei seu capuz por completo para vê-lo melhor. Ele tinha cabelos negros um pouco longos que estavam arrepiados e uma pele pálida como a mais branca neve.

Talvez fosse por causa da Lua mas... ele era tão branco, que nem parecia ter sangue, apesar de claramente eu ver aquela mancha escura escorrendo por entre seu casaco na altura do ombro.

ℵℵℵ

Eu estava de volta à árvore. Havia feito uma fogueira para me aquecer do frio noturno. Até porquê, eu havia rasgado a maior parte das mangas de minha camisa para fazer uma espécie de curativo no ombro do moreno adormecido - o que foi bem difícil de se fazer -. Eu havia pego também, algumas ervas que encontrei e passei em sua testa arroxeada. Pelo que meu pai me ensinou, logo a mancha sairia.

ℵℵℵ

Acordei com raios de sol irritantes em meu rosto. O estranho ainda não havia acordado, então... bem... eu não fiz nada. Tipo, eu não iria fazer cafezinho pra ele. Fala sério! Ele estava machucado. Eu ajudei-o. Ponto final. Não sou mais responsável. Certo...?

Talvez eu devesse, sim, ao menos esperar o seu despertar mas... e se fosse demorar?

Eu é que não ficaria ali de babá esperando o "Belo Adormecido" acordar. Decidi, então, ir procurar algo pra comer. Encontrei algumas frutas e saciei minha fome. Demorei-me sentada em umas pedras altas em volta do lago e fiquei observando-o suas abundantes e calmas águas por um tempo.

Quando voltei, o estranho estava sentado como quem acabara de acordar.

– Konichiwa? - Olhei-o confusa.

– Quem é você? - Ele olhava-me atento. Como se eu apontasse uma espada para ele.

– Lucy Heartfilia. E você é...? - Eu sorria simpática enquanto estendia minha mão formalmente. Mas lembrei de seu ombro e abaixei-a.

– Julian Shadows. Mas... o que a "princesinha" faz no meio do Bosque das Sombras ? - Ele mantinha um tom calmo e sem interesse, mas meio debochado.

– É uma história complicada. Não quero contá-la. Mas... por que ontem encontrei-o desmaiado em meio à pedras no lago? Ouvi uma explosão vindo de lá.

– Não é da sua conta. - Ele respondeu simplesmente fechando ainda mais a cara de tédio.

– Ah, é sim. Fui eu quem passou frio à noite por ter de rasgar minhas roupas para fazer curativos em um estranho que achei desmaiado e sangrando após uma explosão.

– Eu não pedi para fazer isso.

– Então se vira sozinho agora, ok? Baka! - Eu gostaria de ter falado algo pior que, mas eu não conseguia. Agora que ele havia acordado, e seus olhos estavam à mostra, eu podia ver que eles tinham uma linda coloração de vermelho. Que sob a luz do sol fazia Julian parecer divino.

– Valeu Princesa, ja nee. - Virei-me e vi sua expressão agora zombeteira. Ele sorria, o que me fez perceber sua presas pontudas.

– Ao menos esteja sóbrio na próxima vez em que eu te encontrar, ok? - Tentei zoá-lo também.

– Tentarei. - Deu um sorrisinho de lado que achei... sim, sexy. Virei-me de vez e segui pelas sombras das árvores.


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Notas finais do capítulo

Ainda não morreram de tédio não neh? .-.
Enfim... acho que o prox cap vai demorar uns dias por eu estar dando uns tratos nele.
Espero coments v.v
Mil kissus sabor Nutella! :3
Ja nee!