New History escrita por Erica Dragneel


Capítulo 11
Vento Gélido


Notas iniciais do capítulo

Acho que não demorei muito dessa vez pra postar, né minna? ^^`
Bem... esse capítulo deveria ter sido escrito e postado há realmente bastante tempo atrás, mas a criatividade tem me deixado no vácuo desde uns tempos aí. v.v"
Obrigado pelos comentários no capítulo anterior e...
Boa leitura! =^·^=



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Suicídio não é solução. Eu preciso de algo para... me destrair ou, quem sabe, explorar. Isso! Explorar.

Vi os olhos de meu reflexo brilharem e saí do banheiro. Vesti roupas de frio escuras e materializei uma mochila com a magia que Nologi havia me ensinado na floresta de Fiore. Por a mochila ser mágica, coube bastante coisa dentro, como: roupas extras, lanternas, meu chicote, etc.

Devidamente preparada com uma lanterna ainda apagada em mãos, saí do quarto e certifiquei-me de que Igneel não havia acordado. Segui pelos corredores e, ao me arriscar e acender a lanterna, comecei a andar mais rápido.

Ouvi um ruído e virei com agressividade - e medo - para trás. Não havia nada. Suspirei e virei-me aliviada para frente de novo e-

– Kyaah! - Uma pessoa vestida com uma longa capa preta estava BEM à minha frente. De início quase fiz xixi ali mesmo, mas depois... - Ei! Você não é aquele estranho do bosque?

– "Estranho do bosque"? Não é um apelido, né? - Ele tirou o capuz do rosto e vi seu rosto pálido contorcer-se em uma careta marota.

– Pode ser que sim, pode ser que não. O que faz aqui?

– Correção: O que VOCÊ faz aqui? - Ele levantou uma sobrancelha. Ele realmente era estranho... ele tinha uma personalidade forte e única. Sério e não parecia dar atenção à muita coisa. Zombeteiro e caprichoso. Parecia até bipolar. Levantei meu dedo indicador na frente de seu rosto e neguei com a cabeça de olhos fechados, infantil.

– Não, não. Eu perguntei primeiro. - Ele estava com a mão no queixo, pensador.

– Tá. Simples. Eu não durmo cedo então fico perambulando por aí até ficar cansado. - Respondeu, rápido, dando de ombros.

– Isso parece coisa de psicopata. Andar por aí tarde da noite no escuro... e com essa capa. Você realmente me assustou. - Eu queria estar com raiva dele e lhe socar até ele não ter mais sangue pra perder e depois enterrá-lo em um vulcão ativo, mas... aqueles olhos...

– Eu sou o Dragão-mestre da Sombra, não tenho medo do escuro. - Ele franziu o cenho, talvez por eu tentar - em vão - não olhá-lo diretamente. - O que que é? O que você tem? Está estranha... - Disse ele tombando a cabeça pro lado. Ainda mantíamos uma distância insegura entre nós, e decidi sair logo dali. Duas decepções em menos de vinte e quatro horas? Tô fora!

– Não lhe interessa! - Fui agressiva, pra ele sair logo do meu pé. Começei a andar novamente, saindo da frente do moreno por seu lado esquerdo.

– Você ainda não me disse o que está fazendo acordada aqui.

– "Tá. Simples. Eu não durmo cedo, então fico perambulando por aí até ficar cansada." - Tentei imitar da voz rouca e baixa.

– "Isso parece coisa de psicopata. Andar por aí tarde da noite no escuro... e com essa mochila. Você realmente não me assusta." - Ele andava do meu lado e sua voz não mudou muito para fazer a imitação - Que ficou uma droga -.

– Minha voz não é assim! - Fiz bico em meio a escuridão, ainda olhando pra frente e me orientando com a luz incandescente da lanterna. - E como assim, você não tem medo de mim? - Franzi o cenho e dei uma olhada rápida nele, e depois voltando minha atenção de imediato pro corredor.

– Tá. Simples. Eu não tenho medo de você porque eu, simplesmente, não tenho medo de nada.

– Nem da luz? - Perguntei, desafiadora.

– Nem da luz. - Ele respondeu, em um tom convicto.

– Você tem medo de alguma coisa... e é melhor ficar longe de mim, ou eu descobrirei o que é. - Encarei-o - tentei, já que a escuridão estava ainda mais negra por ele usar aquela capa obscura tamanho GG - e ele olhava para frente, mas não para a direção que eu iluminava com a lanterna e ele pareceu não dar a mínima para o que eu havia dito.

– Para onde está indo? - Parei de andar de supetão, quase tropeçando.

– Bem... eu quero apenas andar. Sem rumo ou direção. - Dei de ombros e voltei a caminhar.

– Entendi. Você quer se perder pra nunca ser achada, certo? Está fugindo de algo, ou alguém, para não ter que dar satisfação do que sente ou faz.

– Errado. - Menti. - Quero apenas me destrair. - Quando eu disse isso, pensei ter dito "destruir", o que achei estranho.

– Então eu te destraio. - Quando ele falava, as coisas pareciam tão mais simples... As coisas nunca foram simples para mim.

Ele deu meia volta e eu o segui, bugada por não entender como era possível ele andar tão rápido, e ainda assim não parecer ter pés. Quando ele andava, era como se ele flutuasse, desafiando a gravidade.

– Para onde estamos indo? - Perguntei ao notar que atravessávamos o hall de entrada do castelo.

– Vou te levar em um lugar. - Ele virou-se e deu um lindo sorriso com incríveis dentes brancos. Baixei um pouco a guarda e no repente ele se aproxima de mim e me abraça, enlaçando minha cintura com seus braços gélidos e fortes. Uma corrente fria eletrizou toda a minha espinha. - É um lugar muito especial pra mim, então não aceito um 'não' como resposta. - Ele ainda sorria, me fazendo estremecer cada vez mais em meio à seus músculos e, até mesmo, quase esquecer a dor lancinante em minha cabeça e o ocorrido não muitas horas atrás.

Esqueço por completo de minhas dores internas e externas ao me maravilhar com Julian abrindo suas grandes asas negras e fortes. Tinham uma "armação" - digamos assim - de asas de morcego, mas tinham muitas variações da mesma.

Estiquei meu braço por sobre o ombro do moreno, decidida a querer tocá-las. Ele apenas afundou o rosto em meu pescoço, ainda me abraçando. Senti minha nuca arrepiar-se como um porco espinho em alerta. Mas, ainda desejando tocar suas asas, estiquei-me ainda mais e enfim senti-as.

Eram fortes como o mais denso aço e macias como o mais puro algodão. Ele parecia gostar do toque, pois eu sentia sua respiração agitada em meu pescoço.

Minha espinha agora era uma pedra gigante de gelo, de tantos arrepios causados pela respiração do moreno.

Decido parar com o toque, antes que eu pegue uma pneumonia ante à tantos calafrios e ao vento noturno. Ele parece não gostar, mas acaba levantando a cabeça e me olhando com um pequeno sorriso e olhos brilhando.

– Gosto do seu cheiro... - Ele cora um pouco, mas continua. - Ele... é viciante. - Ele me olha com carinho e tira uma de suas mãos de minhas costas para acariciar minha bochecha. Ele aproxima seu rosto do meu e me dá um demorado beijo na outra bochecha. Não sei bem o que eu esperava, mas senti meu coração pular uma batida. Sorri e em seguida ele levantou vôo, agora me levando no colo em modo noiva.

A sensação era ótima. Vento friozinho no rosto, o abraço de Julian... - Eu precisava muito de consolo e não me sentia ainda à vontade para desabafar sobre o que aconteceu comigo e Igneel com ninguém, então aproveitava ao máximo as chameguices de Julian, mesmo que indiretamente.

Logo ele começou a voar baixo, baixo, baixo... até que pousamos na copa de uma árvore - Árvore que, aparentemente, era muito, muito, muito alta.

– Hmm... não é nenhuma pegadinha ou assassinato não, né? Porque, tipo, se você não percebeu, essa árvore... É ALTA PRA 'DEDÉU'! - Eu o olhava furiosa, quase o enforcando com minhas mãos, que rodiavam com demasiada força seu pescoço, enquanto ele apenas me olhava e ria.

– Não. Não é pegadinha nem assassinato. Eu disse que te traria à um lugar muito especial pra mi-

– Você sabe que a palavra "especial", quando "homem" fala... sabe... coisa de gay. - Fiz careta e percebi que sua expressão não estava das melhores. - Opa... então... gomen...? - Senti seus braços menos fortes em meu contorno. Seus olhos eram buracos vermelho-sangue impenetráveis e opacos, sem qualquer brilho que o iluminasse. Sua expressão estava totalmente séria. Como se o vento houvesse levado toda a alegria que antes enchia o belo rosto do moreno de brilho e empolgação. O vento brincava com seus cabelos negros, fazendo-os dançarem ante à meu terror.

Seus braços desvecilharam-se por completo de mim, e, desesperada e não querendo mais ter o olhar sombrio de Julian sobre mim, larguei seu pescoço.

A sensação dos ventos voltou, mas era, agora, totalmente diferente. Eu caía de costas. Apenas observando a figura de Julian minimizar violentamente. Eu não sabia o que fazer. Seria esse o meu fim? O que diriam se eu morresse? - O que dirão de minha morte? - Sentiriam minha falta? - Sentirão minha falta?

E a Fairy Tail? Provavelmente nunca saberia, até porquê, já consideram minha morte. Queria que eles soubessem que eu senti e sinto muito a falta deles. Sinto muito ter ficado mais forte e mesmo assim ter sido fraca e ainda não tido a coragem de vê-los, encará-los novamente.

Sinto uma dor profunda em meu braço esquerdo e logo vejo o causador se afastar - um galho longo e pontudo com a tal ponta vermelha. Era sangue. Era o MEU sangue.

Meus cabelos me chicoteavam com tamanha força que todo o meu corpo devia estar com marcas roxas. Ainda em queda, virei-me para parar com a perturbação que sentia ao olhar Julian, lá na copa dá árvore, me olhando com aquele olhar seco.

O chão se aproximava demasiadamente rápido e eu simplesmente não sabia o que fazer, a não ser tentar observá-lo, já que o vento incomodava meus olhos, não os permitindo ficar abertos meio segundo sequer.

Fechei meus olhos, fechei minha mente, fechei meu corpo, fechei minha alma, e os tranquei.


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Notas finais do capítulo

Queria abordar um assunto aqui embaixo...
É que recebi críticas aqui e em outros sites por não haver muito romance e talz... mas é que, MINNA!, eu também sou tiete de shoujo, - v.v -, mas isso não significa que eu saiba escrever shoujo e.e"
E também teve isso de eu ter falado no último capítulo que queria "trocar uma recomendação pela postagem desse capítulo", mas eu realmente levei aquilo mesmo na brincadeira e até fiquei meio mal por alguns criticarem e talz, talz.
Mas... eu estou aqui mega ocupada com trabalhos e maquete pra escola, e, mesmo assim, escrevendo. Queria que vocês soubessem que no início, lá quando a história está daquele jeito chato e brega, é porquê eu realmente não ligava muito pra fanfic e só queria ver se teria resultados, etc.
Mas... teve resultado. Pouco. Mas o bastante pra me animar, e continua me animando. E é pelos coments desesperados e rápidos, carinhosos e diplomáticos, que eu agora me esforço pra agradar vocês - e meus fantasminhas kawaiis >