Más Vale Tarde Que Nunca ! escrita por Joycce Andrade


Capítulo 37
Melodia Mortal !


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.
A fic sobre o Apolo e a Ártemis só sera postada quando eu acaba essa.
Boa Leitura.



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A louca de cabelos rebeldes saltitava de um lado para outro, murmurando vez ou outra coisas desconexas.

Mecho meu ponho, as correntes eram mágicas e não muito resistentes, fáceis de serem removidas. Ela parecia não ter tanta força para fazer correntes mais fortes.

Interessante.

Movo meus pés, as correntes também não eram muito resistentes.

Eu estou estupidamente patética.

Talvez eu não seja tão forte como penso.

Minhas mãos estavam presas juntas, assim como meus pés.

Pensa... Pensa.

Olho para uma janela quebrada ao fundo. Logo ao lado reside um corredor, parece ser imenso.

Vejo a mulher do ninho de ratos, vulgo cabelo, se aproxima de mim.

Vejo um brilho prateado preso no cinto de seu vestido.

Uma faca.

Ela se aproxima.

- Preciso de uma mecha de seu cabelo – Fala, sorridente.

Seus dentes podres eram nojentos.

Ela trás consigo ao se aproximar de mim uma tesoura.

- Pra que meu cabelo ?

- Para eu manda um sinal para Hades, dizendo que você esta comigo. Eu preciso barganhar com o mesmo. Sua vida pela minha liberdade. Você sabia que ele está a sua procura ? Trás consigo Poseidon, o loiro medico e o irritadinho – Diz, cortando uma pequena mecha de meu cabelo.

Me aproximo da mesma intimidadoramente, ficando cara a cara.

- Você e patética.

Cuspo no rosto dela. Ela cambaleia para trás, limpado o rosto.

- Sua vaca ! – Grita.

O lado esquerdo de meu rosto arde, ao receber o tapa.

Ela se afasta furiosa, mas ainda segurando meu cabelo cortado.

- Irei me limpar, vai que eu pegue algum germe – Diz, enojada.

Ela sai do cômodo, pelo corredor ao lado da janela.

Um sorriso se forma em meu rosto.

Olho para o pequeno e útil objeto em minhas mãos. Aquela faca era minha salvação.

Aquela cuspida foi o ponto alto para distraí-la, enquanto eu pegava a faca, ela nem notou.

Me concentro nas correntes de meu pulso, aos poucos sinto minha magia fluir por meu corpo, indo de encontro as correntes que prendiam minhas mãos.

Suspiro aliviada ao ver que meus pulsos estavam livres das correntes. Me concentro agora nas correntes de meus pés. As mesmas desaparecem também.

Sinto-me levemente esgotada.

Olho para a janela quebrada. Eu não poderia sair pela porta, a mesma estava trancada. E se eu tentasse abri-la com magia, eu ficaria esgotada para corre. Aquela janela era minha única esperança.

Me ponho em pé.

Caminho em passos lentos e silenciosos de encontro a janela. Paro perante a mesma, ela estava quebrada, seus vidros estavam laxados.

Ouso a louca cantarola uma música qualquer, em algum cômodo da cabana.

Forço a janela para cima, para abri-la.

Nada, estava emperrada.

Merda !

Tento mais uma vez.

Vejo que á muito ferrugem pelas laterais da mesma, era esse o problema, muito ferrugem.

Prendo a respiração ao ver que uma pessoa se aproximava da cabana.

Ela vinha justamente de frente com a janela.

Faço uma sinalização desesperada.

Graças os deuses !

A pessoa parecer perceber minha sinalização, pois aumenta o passo.

Droga... Me ferrei de vez.

Vejo que meu provável salvador é justamente quem me colocou nessa situação.

Hefestos.

Ele sorri, feliz em meu ver. Seu sorriso morre, instantaneamente.

- ATENA, CUIDADO ! – Grita.

Sinto uma mão feminina tampar minha boca, enquanto me puxava para longe da janela.

- Pensa que vai escapa de mim... Não, não vai escapar mesmo.

Ela me puxava para o corredor, imenso.

Escondo a faca no cós da minha calça e a cubro com a blusa.

Nós duas andávamos para trás, ela me puxava bruscamente.

Em um ato de coragem e lucidez, empurra a mesma contra a parede. Ela bate forte contra a parede, mas mesmo assim não me solta.

Jogo-a mais uma vez contra a parede, dessa vez com mais força. Ela me solta praguejando em dor.

Corro.

A primeira porta que acho aberta, entro.

Logo tranco-a.

Ela esmurra a porta diversas vezes.

Eu me encontrava em um banheiro, sujo e mal cheiroso.

Procuro algo para usar contra a mesma e, possivelmente, contra Hefestos.

As únicas coisas daquele banheiro eram a privada, o chuveiro e um pequeno armário.

Ela esmurra a porta e grita ordens.

Abro o pequeno armário. Tinha alguns líquidos inflamáveis e algumas seringas estranhas, alguns medicamentos. É muitos frascos com líquidos estranhos.

Não me perguntem como ela tem aquilo, pois não sei.

E isso !

Pego um pequeno caneco, que tinha dentro do armário, perto das seringas.

Os remédios eram todos para dormi, soníferos pesados. E todos eram em comprimido.

Ouso um estrondo.

- Quem é você ? – A louca brandi.

Merda ! Hefestos já entro aqui.

Moo os comprimidos com a ponta da faca. Jogo-os dentro da caneca, e depois por cima jogo um pouco de todos os líquidos inflamáveis, do armário. E depois jogo um pouco de todos os líquidos estranhos do armário.

O que não mata, fortalece.

Com a faca faço um pequeno corte na palma da minha mão, deixo meu sangue escorrer para dentro da caneca. Pego duas seringas, sugo aquele liquido da caneca para dentro delas.

Aquela mistura era estranha, e nunca testada antes. Poderia não dar certo, mas eu tinha que tentar. Se meus cálculos estivessem certos, aquilo tudo iria causar uma ardência sanguínea se eu conseguisse injetar na veia de algum deles. Só coloquei meu sangue para dar um reforço a mais, já que se tratava de deuses.

Pronto !

O silencio reinava lá fora.

Mas o que está acontecendo ?

Guardo as seringas dentro do bolso de trás da minha calça, as cobro com a minha blusa. Limpo a faca e à guardo no cós da minha calça.

Me aproximo da porta, tento escutar algum ruído, mas nenhum som era audível.

Eu sabia que eles estavam lá.

Respire é... Vamos nessa.

Abro a porta, me deparando logo de cara com Hefestos, enfrente a porta.

Ele me olha, avaliativamente. Se martelo estava coberto por sangue de deuses.

Merda...

Assim que percebe que olho para o martelo, ele faz o mesmo desaparecer.

- Pensei que nunca mais ia sair daí – Diz, friamente.

- Esse era o plano – Digo, seca, tentando esconder meu assombro.

- Então porque mudou de ideia ? – Pergunta.

- Eu sou inconstante. Se acostume se quiser ficar comigo.

Ele tomba a cabeça para o lado, sem acreditar.

- Qual é a pegadinha ?

- Nenhuma – Tento parecer decidida.

- Não acredito em você – Diz, sincero.

Dou de ombros.

- Cadê a mulher louca ? – Pergunto.

Ele sorri.

- Foi dá uma voltinha.

Ele a matou ? Bem, não me importo.

Fico evasiva.

“Você sabia que ele está a sua procura ? Trás consigo Poseidon, o loiro medico e o irritadinho”  Lembro-me de suas palavras. 

Sorriu singelamente.

Hefestos me olha, desconfiado.

Se eles estão a minha procura, eu preciso fazer algo para que me achem logo, talvez... Sim, uma grande explosão vai chamar a atenção deles.

- Você matou ela ? – Minha voz sai tranquila.

- Acho que isso não e da sua conta – Diz.

Suspiro.

- Eu quero ir embora daqui – Digo.

Ele faz sinalização para que o siga.

Caminho ao seu lado, para fora da cabana.

Paraliso ao ver o corpo da mulher louca joga em um canto da sala de visitas. Ela estava desacordada, ou morta. Não tenho como identificar.

- Você... A... Matou – Afirmo.

Ele me olha, irritado.

- Quer ou não sair daqui ? – Pergunta.

Engulo em seco.

Sigo o mesmo, a porta estava arrombada.

Aquele estrondo que ouvi deve ter sido quando ele arrombou a porta.

O ar lá fora estava frio e sombrio.

A escuridão da noite era assustadora, ainda mais se você estivesse ao lado de um psicopata.

- Vamos, precisamos sair daqui – Diz.

Ele segura meu braço bruscamente.

- Espera – Minha voz sai falha.

Ele me olha, mortalmente.

- Você tem que esconder esse corpo – Digo, mais convicta.

- Por que ?

- Se Hades entrar ali, ele vai saber o que você fez.

- Eu não me importo, quando ele descobrir estaremos longe.

Ele começa a me puxar para longe da cabana.

- Espera.

Ele para, irritado.

- O que é agora ?

Respiro fundo.

- Você precisa dar uma morte digna para ela.

- O que ? Você esta louca ? – Ele parecia muito, muito irritado mesmo.

- Ela era um de nós. Por favor, dei-lhe um morte digna.

Ele suspira.

- Eu não vou enterra-la – Diz, por fim.

- Enterra-la não... Queima-la – Digo.

Ele pensa na possibilidade.

- Não... Um queimada aqui pode atrair muita gente, inclusive o próprio Hades.

Ele segura meu braço e volta a me puxar para longe.

- Não... Hefestos... Por favor – Imploro.

Ele para.

- Se eu fizer isso, você para de me atormentar e me segue calada ?

E você quem me atormenta, seu idiota.

- Sim – Digo, sorrindo.

- Preciso trazer o corpo dela para cá – Diz.

- Não... Não precisa. Queime a cabana com o corpo dela lá dentro – Digo, o mais inocentemente possível.

- Isso acabaria chamando muita atenção.

E esse o meu plano, idiota.

Uma vez Afrodite me disse que um sorriso e a amar mais poderosa de uma mulher...

Bem, vamos ver se é verdade.

Suspiro, para logo abri o meu mais lindo e falso sorriso.

Ele parece ter ficado desconcertado.

- Não se preocupe, tudo vai dar certo.

Ele fica hipnotizado com meu sorriso.

- Tudo bem – Diz, suspirando.

Ele fixa sua atenção na cabana, eu sei o que ele fazia. Ele estava a tentar criar fogo onde não tinha. Ele era o único que podia fazer uma explosão tão grande a ponto de do outro lado do Elísio pode ser ver a mesma.

Aos poucos vejo a cabana ser consumida pelo fogo fraco.

Ele não esta se esforçando tanto.

- Você precisa ser mais rápido... Para que possamos sair daqui logo – Digo, sorrindo falsamente.  

As labaredas de fogo aumentam.

A cabana sucumbia ao fogo.

 A janela quebrada se espatifa.

Uma fumaça cinza tapava a visão do céu noturno.

Toco seu ombro, ele se desconcentra um pouco e olha para mim, por cima do ombro.

Me aproximo dele sorrindo.

- Eu adoro ver grandes explosões – Digo, sustentando meu sorriso falso.

- Eu também – Diz, embasbacado.

Ele se volta para a cabana, logo vejo as chamas aumentarem, assim como a fumaça cinza que cobria o céu.

Permaneço com minha mão em seu ombro.

Deslizo minha outra mão para dentro de meu bolso, onde as seringas estavam.

Ele vira o rosto bruscamente.

Sorriu, parando minha mão em cima de meu bolso.

Ele sorri e volta a atenção para a cabana em chamas.

Retiro as seringa do bolso, cautelosamente.

Preciso usar as duas...

- Temos que ir – Diz, ainda de costas para mim, contemplando a cabana em chamas.

- Eu sei... – Colo meu corpo ao dele.

Ele me olha por cima do ombro, desconfiado e sedento.

- O que esta aprontando ? – Pergunta.

Eu sorriu, maliciosamente.

Ele se espanta com minha malicia. Uso esse espanto ao meu favor.

Eu um movimento rápido e bom calculado injeto o liquido de uma das seringa em sua veia, no pescoço.

Ele foi pego com a guarda baixa, por isso nada faz.

Me afasto rápido.

- O que... AAHH ! – O mesmo berra.

Ele vai direto ao chão, se contorcendo em dor.

Suspiro.

- Por... Por que ?  Ahh... – Sua voz e distorcida por conta da dor.  

Seus olhos demonstravam tristeza e dor.

Sinto um aperto no coração.

Ele estava branco e sua veias saltavam amostra.

A cabana explode. Seus estilhaços voam por toda parte.

Nada me atinge.

- Eu não te amo. Desculpe... Mas eu não te amo – Digo, soando dura e indiferente, o contrario do que eu realmente sentia.

Ele só queria que o amasse, mesmo que de um modo torto e doentio. Mas ele só queria ser amado por mim.

- E-eu... Poderia f-fazer... Você me amar – Diz, melancólico.

- Do jeito como você estava a se comporta, você só conseguiria ganha meu adio, não meu amor.

Ele berra mais uma vez em dor, aquilo me destrói.

Uma lagrima solitária escorre por minha bochecha.

Era tudo tão surreal.

- ATENA ! – Uma voz conhecida grita por mim.

Lágrimas de felicidade caem sem cessar por meu rosto.

Sinto braços fortes me envolverem em um abraço apertado. Um cheiro de maresia invade minhas narinas.

Me agarro ao meu porto seguro, ao meu amor. Ao meu Poseidon.

- Vai ficar tudo bem... Tudo bem... Eu estou aqui... Estou aqui... Como eu te amo, meu amor... Eu te amo tanto... – Diz, emocionado.  

Sorriu, enterrando meu rosto na curva de seu pescoço, inspirando seu cheiro gostoso.

Ele me afasta um pouco, para pode me beijar.

Seus lábios devoram os meus, em um beijo sofrido e apaixonante.

Agora sim... Eu estou a salvo.

Ele me gira no ar.

Riu.

Em uma dessas voltas, meu coração para.

Éris vinha correndo na nossa direção, segurando uma espada.

Sua expressão era desvairada, louca.

Ouso Hefestos gritar algo para ela. Poseidon para de me girar, ele percebeu que algo ia acontecer.

Minha primeira e única reação e empurra Poseidon para o lado, ele cai na grama, atordoado.

Vejo Apolo, corre em minha direção, acompanhado de Ares e Hades. Eles estavam ofegantes e preocupados.

Sinto algo penetrar minha barriga. Primeiro me vem a dormência, depois a queimação desmedida.

Caiu de joelhos, ela cai de joelhos comigo, empurrando a espada para dentro de mim.

Com um ultimo sobro de lucidez, pego a faca no cós da minha calça e a enterro bem no coração da mesma.

Seu olhar desfoca, e ela cai por cima de mim, enterrando a espada mais fundo.

Me fazendo delirar em dor, profunda e lasciva.

O engraçado era que eu não ouvia nada, além de uma melodia feita pelo vento. Suave e encantadora.

Fixo meu olha no céu escuro.

Éris e tirada de cima de mim.

Logo um rosto entrar em meu campo de visão.

Vejo seus olhos verdes cheios de lagrimas.

A ardência do corte feito pela espada não se comparava com a ardência que havia em meu coração.

Ele fala algo, mas não ouso. Eu não ouso nada, nem um misero ruído.

Ele me abraça, me puxando para junto de seu corpo, sinto minha lucidez me deixar.

A música cantada pelo vento me embala. Sua suavidade vai fazendo meus músculos relaxarem, era como se aquela melodia fosse meu remédio, um remédio para aqueles acontecimentos loucos e dolorosos. Será que para cada morte á uma melodia ? Ouso alguns tem esse privilégio ?

Fecho meus olhos, a visão dolorosa de Poseidon chorando e implorando-me para eu voltar para ele, era mas do que eu podia suporta. Sinto lagrimas escorrerem por minhas bochechas.

A melodia se extingui, assim como minha lucidez.

Quem não sabe o que é a vida, como poderá saber o que é a morte ?


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Notas finais do capítulo

Gostaram ??
Comentem !!
BjsS.