Todos me encaravam, descrentes. Parecia até que eles nunca tinham me visto antes, algo altamente irritante.

Hermes e o primeiro a sair do transe. Ele abre um sorriso largo, cheio de dentes, joga seu escudo e sua lança no chão e vem em minha direção.

- Atena, e você mesmo ? Não acredito ! Você acordou, mesmo – Fala animado.

Muito animado. Uma animação jamais vista por mim, já que nós quase nunca nós víamos. O mesmo e ocupadíssimo, um dos deuses mais ocupados na verdade.

Os outros parecem acorda do transe também, pois logo sinto Poseidon me abraçar.

- Meu amor – Fala me apertando contra seu corpo musculoso.

Fico levemente envergonhada por ter tanta gente vendo-nos em um momento tão intimo. Principalmente papai, não sei o que ele vai pensar ou falar a respeito.

Sinto uma leve dorzinha mais nada falo, pois está em seus braços era tudo o que eu mais queria, na verdade o que eu mais queria também era beber água, mas...

Escuto um grito histórico vindo de Afrodite. Sinto minha cabeça latejar um pouco, por causa do grito. Mas graças ao corpo de Poseidon ninguém ver minha cara de dor, já que eu estava encolhidinha em seus braços fortes.

- AI ! Atena... Sai da frente, Poseidon – ordena tentando abraçar-me.

Assim que o meu moreno me solta de seu aberto carinhoso, relutantemente. Logo a morena deusa do amor, me abraça, quase quebrando meus ossos.

- Ah ! Afrodite... Não... Consigo... Respirar – Falo perdendo o fôlego de tanta dor.

- Afrodite, solte-a – Ouso Ártemis ordenar.

Assim que a morena me solta, posso ver lagrimas descendo de seus olhos, ela logo as capturar, e sorri para mim. Não consigo falar nada, pois logo Ártemis me abraça, mas delicadamente do que Afrodite.

- Como você tá – Pergunta-me Apolo, ao lado da cama.

- Bem !

Ártemis se afasta de mim, seus olhos também estavam marejados. Papai beija o topo de minha cabeça carinhosamente. Não entendo de imediato o porque daquele carinho todo.

Poseidon logo volta a me abraçar. Me aconchego em seu colo, nem ligando para a presença do poderoso Zeus. O que eu realmente queria era esta nos braços daquele que era dono de meu coração.

Ares olhava tudo entediado, típico dele. Pude ver que ele estava feliz ao me ver acordada. Ele não era um de meus irmãos preferidos, mas também não era meu mais odiado. Apesar de que nossos filhos não se batem muito bem.

- Eu disse... Vaso ruim na quebra – Fala sorrindo provocativo.

- Tá explicado o porque de você ainda respirar – Provoco-o.

Ele ri de escárnio.

- Você esta bem mesmo, minha filha ? – Papai pergunta.

Sinto Poseidon entrelaçar seus dedos em meu cabelo, penteando-o carinhosamente. Fecho o olhos, me aconchego mais em seu colo, quase esquecendo de minha cede.

- Sim, eu estou bem. Só com cede – Revelo.

- Hermes, Pegue um pouco de água para ela – Ouso Ártemis falar.

-Eu não sou vosso escravo não viu, madame – Brinca.

Tento não rir de sua piada, mas não consigo, acabo rindo, fazendo minha cabeça e garganta latejar.

Sinto Poseidon depositar um beijo no topo de minha cabeça.

- Aqui – Fala, me entregando um copo com água.

Pego o copo desajeitadamente.

Ate que fim !

Aquele liquido glorioso desse apaziguadoramente por minha garganta.

Todos me olhavam e sorriam.

Estranho !  Quando a felicidade e muito, algo ruim sempre acontece, penso.

*-*-*-*

- E hora de acorda, bela adormecida – Ouso meu moreno falar, me balançando levemente.

- Hum... – Resmungo sem abri meus olhos.

Os remédios que o Apolo me deu ontem foram fortes, penso.

Sinto todos os meus músculos relaxados, sem nenhuma dor. Ele me entupiu de remédios depois que eu mencionei minhas dores. Todos foram quase expulsos por Poseidon do quarto, ele alegava que eu precisa descansar, o que de fato ocorreu, mas com o mesmo dividindo a cama comigo. Tive que implora para isso acontecer, mas tudo bem, pois valeu a pena dormir de conchinha com ele.

- Vamos, você precisa tomar seus remédios – Me balança com mais força.

- Não ! – Exclamo irritada.

Me enfio debaixo das cobertas, deixando apenas algumas mechas de meu cabelo para fora das cobertas. Eu estava agindo como uma menina mimada, mas tudo bem. Ele tinham que me aguentar.  Sinto as cobertas sendo levantadas, alguém se envia debaixo delas, ficando quase em cima de mim. O tão comum cheiro de maresia invade minhas narinas.

- Poseidon, sai daqui – Mando emburrada.

Ele se remexe se ajeitando, eu acho.

- Não – Fala com a voz transbordando divertimentos.

- Não o caralho, sai logo – Mando, só para instantes depois escutar o mesmo rindo.

E bom saber que te divirto !

Sinto seus dedos trilharem um caminho carinhoso sobre minha bochecha, me acalmo instantaneamente.

O maldito sabe como me deixar rendida, penso raivosa.

- Você me deixou muito preocupado, sabia mocinha ? – Seu tom de voz era triste, e ao mesmo tempo aliviado.

Me sinto entristecida. Eu não só preocupei a ele, meu pai, Apolo, Ártemis, Afrodite, Hermes e até o bobão do Ares também.

- Desculpa – Sussurro.

Sinto o mesmo afastar as cobertas de meu rosto, dando-lhe a visão de meu rosto e com certeza de meus cabelos, que deveriam estar um ninho de rato. Seu rosto estava marcado por arrependimento.

- O que aconteceu, naquela noite ?

Um arrepio de medo passou por meu corpo. Um flashback daquela noite passa por minha mente. Hefestos. Anfitrite. Dor. Porta sendo aberta. Tudo se escurecendo.

As coisas que se passam por minha cabeça daquela noite são vagas, desfocadas, nada nítidas.

- Não me lembro de muita coisa – Confesso.

Ele suspira resignado.

- Tudo bem ! A pancada em sua cabeça deve ter afetado sua memória parcialmente – Fala derrotado.

Vejo o mesmo se levantar da cama, pegar alguns fraquinhos com líquidos transparentes.

Remédios ! Odeio remédios !

- Você tem que beber – Fala me entregando os frasquinhos um a um.

Bebo sem reclamar, meu sono já havia passado, não tinha porque eu reclamar mais.

- O que aconteceu depois de eu ter desmaiado ? – Pergunto interessada.

Tento me sentar, mas sou impedida, o mesmo me adverte.

- Não se levante.

Ele começa a me contar como Ares me ajudou.

Tenho que agradecer-lhe !

Conta-me também, que após os dois – Hefestos e Anfitrite – terem sido presos, pouco tempo depois Hera soltou Hefestos. O mesmo treme de ódio ao me contar isso. Ao que parece Hefestos estava em uma ilha vulcânica, em um lugar desconhecido por nós, Hera o proibiu de se aproximar de mim. Nada falo sobre isso, pois ao que eu percebi Hefestos não pretendia me machucar, já Anfitrite... Ela arrancaria minha cabeça se tivesse chance. Leopoldo no final das contas foi preso também, sobe acusação de traição.

- Bem, foi isso – Fala suspirando pesadamente.

Me remexo desconfortavelmente na cama, inquieta com tudo aquilo.

- Ela ainda esta presa, certo ?

- Sim, em uma de minhas prisões. E de lá não sairá nem tão cedo – Fala a ultima parte indiferente.

Suspiro.

- No final das contas tudo ficou bem, certo ? – Pergunto.

- Não descansarei enquanto ele não estiver sobe uma prisão de segurança máxima, de preferencia um de minhas prisões – Fala raivoso.

- Tudo bem, não vamos mais falar sobre isso. Papai sabe sobre nós ? – Falo, desviando de assunto, pois se nós continuássemos a falar sobre isso, tenho certeza que o mesmo explodiria de raiva.

- Sim, Afrodite não viu outra saída a não ser contar a verdade – Fala dando de ombros.

Nada falo.

- Ficou chateada ? – Pergunta se aproximando de mim.

O mesmo deposita um beijo em minha bochecha, depois outro, e mais um. Não tenho como ficar com raiva.

Sorriu bobamente, me esquecendo completamente de nossos problemas.

Ele vem se deitando sobre meu corpo, logo o mesmo esta sobre mim. Nos beijamos avidamente. Tento permanecer lúcida, mas com o mesmo investindo com a língua contra minha boca daquele jeito tão selvagem, não consigo.

- Amor... – Gemo.

Não consigo formular nenhuma frase concreta. O mesmo investe contra meu pescoço. Beijando. Chupando. Mordendo, ele me leva a loucura.

- Senti tanta... Tanta sua falta – Fala entre mordidas em meu pescoço.

Suas mãos se deslocam para minha cintura, apertando-a. Me perco em sensações deliciosas.

*-*-*-*

Me remexo debaixo das cobertas. Me sinto sonolenta. Riu ao lembra-me das trocas de caricias entre mim e meu Deus dos mares. Ele teve que sair para resolver certos problemas, não me falou quais, também não quis pressioná-lo.

Ouso batidas na porta.

- Entre – Mando.

Uma figura imponente adentra o quarto, sorridente.

Papai !

- Como esta, minha flor ? – Pergunta sentando-se na poltrona ao lado de minha cama.

Me sento na cama, me reencostando na cabeceira da cama, tento um travesseiro apoiando minhas costas, me deixando mais confortável.

- Bem – Falo envergonhada.

Nunca me senti assim antes, envergonhada perante ele. É só que ele já sabia de minha relação com Poseidon, seu irmão menos querido. Um ponto a menos em nossa relação ao ver dele.

- Atena, eu sei que não deveria esta me metendo nisso, e só que... Eu me preocupo com você – Fala sem muitos rodeios.

Espero ele continuar, ouvindo tudo atentamente.

- Você e meu irmão não tem como dar certo, ele e liberal, depravado, anti-romântico. Não tem como dar certo mesmo – Fala por fim, me olhando intensamente. 

Entendo de certa forma seu medo. O histórico de Poseidon não e um dos melhores, mas o que posso fazer a não ser ariscar.

Nós merecemos essa chance !

- Papai, entendo sua preocupação, mas e só que... Nós já passamos por tantas coisas juntos. Ele e eu merecemos uma segunda chance – Falo tentando não magoa-lo.

Ele suspira, seus lábios formam um linha rígida.

- Não serei eu mais um empecilho para a sua felicidade. Eu realmente espero que ele consiga te fazer feliz, você merece tudo de bom – Fala me abraçando.

Retribuo ao abraço, me sentindo imensamente feliz pelo mesmo ter entendido minha escolha.

- Falando do traste... Onde ele esta ? – Pergunta referindo-se a Poseidon, nessa forma tão carinhosa.

Sorriu um pouco.

- Ele foi resolver alguns problemas, não entrou em detalhes – Falo casualmente.

Ele franze a testa em desconfiança, não ligo muito para isso.

A porta e aberta, Poseidon passa por ele, sorrindo. Mas logo que vê Zeus seu sorriso morre, sua expressão se torna seria.

- O que faz aqui ? – Pergunta rudemente.

Eles nunca vão se dar bem ?

- Vim ver minha filha, será que não tenho esse direito ? – Papai devolve a provocação.

Poseidon ri de escárnio.

Papai se levanta, me dá um beijo no topo de minhas cabeça.

- Depois venho ter ver de novo, querida – Fala indo embora.

Nem se despede de Poseidon.

Os dois se amam, penso ironicamente.

- O que ele queria ? – Me pergunta desconfiado.

- Conversa sobre nós – Falo, indiferente.

- O que mais ? – Volta a perguntar.

- Ele acha que você não serve para mim – Falo.

Ele suspira, irritado.

- Mas essa agora – Resmunga.

- Calma, ele entendeu que eu não vou me livra nem tão cedo de você – Falo sorrindo.

Ele se aproxima, sedutoramente. Sentasse na cama de frente para mim, me olha luxuosamente.

- A senhorita pretende se livra de mim algum dia ? – Me pergunta com falsa indignação.

Sorriu em resposta.

- Bem sobre tortura eu me livro de você - Falo carinhosamente. 

Beijou calorosamente, sentindo o mesmo me aperta contra seu corpo. Suspiro entre seus lábios.

Assim que nós separamos, sinto meus lábios formigarem. Volto a beija-lo não dando-o chance de se recuperar do nosso beijo anterior.

- Amor... – Geme contra meus lábios.

Esse homem vai acabar me enlouquecendo, penso sentindo o mesmo começar a beijar meu colo desnudo.

Suspiro mordendo meu lábio inferior para conter meus gemidos.

- Não se retraia. Eu te quero por inteiro – Fala em meu ouvido, para depois morde o lóbulo de minha orelha, me causando arrepios gostosos.

- Eu também te quero – Sussurro em seu ouvido, quase sendo consumida pelo desejo vorás que se apoderava de meu corpo.

Minhas respiração estava entrecortada, meu corpo já pegava fogo. Eu estava à ser consumida por um desejo animalesco.