Thum...Thum...Thum...

O som de seu coração batendo, era harmonioso, calmo e relaxante, na verdade.

Minha cabeça repousava, gentilmente, em cima de seu peito, logo a baixo seu coração batia em um ritmo calmo e aconchegante. Seus braços estavam envolvendo minha cintura, me impossibilitando de sair de perto do mesmo sem acorda-lo. Pela pouquíssima claridade que tinha naquele cômodo – Pois todas as luzes estavam apagadas – eu podia ver-lhe o rosto. Seu semblante era sereno, de uma paz incomum.

Lindo !

Eu me encontrava acordada já a vários minutos, mas não consegui acorda-lo, o mesmo dormia tão lindamente, que seria um crime alguém acorda-lhe. O sol deveria esta no seu alge naquele momento, pois já passava das 9:00 horas – Indicava o despertador.

Em minha cabeça, tudo estava bagunçado. Meus sentimentos vez ou outra colidiam com minha razão. Não que eu não estivesse certo dos meus sentimentos por ele, longe disso, já que eu tenho plena consciência que o amo incondicionalmente, o problema mesmo era que, minha razão não queria aceitar, que eu estava me entregando assim – De livre espontânea vontade – para um homem. Sem contar que até pouco tempo atrás, você e esse homem não se davam nem um pouco bem.

Ser uma adulta responsável e consciente e uma merda. Principalmente se você for uma deusa casta que esta loucamente apaixonada pelo maior inimigo de seu pai, que ainda por cima e seu tio, penso.

Mas o que me deixava mais frustrada ainda era que, eu não conseguia tira-lo da cabeça, muito menos do coração. Sua presença abrange todos os meus medos, minhas indecisões. Quando ele não esta comigo e como se eu estivesse dançando em gelo ártico. Me tornei dependente do mesmo.

- Argh !

- Alguém problema, Cinderella ?

Me sobressalto assustada.

Tiro minha cabeça de seu peito e olho para cima, só para encontrar o causador de minhas aflições sorrindo marotamente para mim. Seus cabelos estavam bagunçados, o deixando ainda mais sexy, seu rosto tinha fortes resquícios de que ele esteve dormindo a pouco tempo. Simplesmente... Deslumbrante. 

Como não se apaixonar por esse homem ?

- Á algum problema ? – Volta a perguntar.

- Não, não mesmo – Falo sorrindo.

Quando você esta aqui, não há nenhum problema, meu amor, penso melosa.

Seus lábios logo se unem aos meus, em um beijo demorado, mas calmo.

- Bom Dia ! – Fala, assim que nos separamos.

- Bom Dia. Dormiu bem ? – Pergunto.

- Maravilhosamente bem.

Ficamos trocando caricias por mais alguns minutos.

- Tenho uma proposta até fazer.

- O que ? – Pergunto curiosa.

- Eu quero que você passe o dia de hoje comigo.

- O dia todo ?

- Sim, o dia todo – Diz.

- Mas tem que ser o dia todo ? – Pergunto para irrita-lo.

- Sim, tem que ser o dia todo – Fala impaciente.

- E o que exatamente nós iríamos fazer hoje ?

- Surpresa.

- Não gosto de surpresa – Fala seria, mas me divertindo muito, ao vê-lhe fazendo caras e bocas de irritação.

- Você tá tentando me irritar ?

- Sim – Falo rindo.

Logo o mesmo me acompanha, rindo também.

- Mocinha você esta muito levada – Fala brincando.

- Serio ? Nem percebi – Falo me fingindo de desentendida.

Logo sua língua invade minha boca. O beijo agora não tinha nada de calma, agora era puro fogo, puro amor. Logo o mesmo me puxa para seu colo.

Trocamos mais alguns beijos e caricias, mas logo somos tirados de nosso momento Casal-Romantico-Se-Curtindo, por uma chuva de gritos histéricos.

- AHHH !! VOCÊS SÃO TÃO LINDOS JUNTOS.

Nos separamos assustados.

Logo a nossa frente, especificamente na porta de entrada do meu quarto, estava uma Afrodite eufórica, sorrindo largamente para nós. Mas o que mais me paralisou foi o surgimento inesperado de duas pessoas.

Cabelos loiros, olhos amarelos, levemente azulados, sorriso digno de um cafajeste...

Apolo !

Longas madeixas ruivas, olhos azuis gelo, que estão levemente perolados, o que e estranho, pois isso só acontece quando e lua cheia, mas não estamos em época de lua cheia. Seu sorriso era levemente inocente, mas tinha uma pitada de safadeza nele.

Ártemis !

- Hum... Nossa titio, o senhor foi rápido em, já tá na cama com a Atena – Fala Apolo maldoso.

Vejo Ártemis desferi-lhe um tapa em seu braço. Ele alisa o local, enquanto faz cara de sofrimento.

- Ai ! Vocês são lindo juntos, ainda mais, quando são pegos no ato – Afrodite fala brincando.

- Que ato ? – Pergunto com falsa ingenuidade.

- Não se faça de inocente Atena, você sabe muito bem do que eu to falando – Fala, enquanto lixa as unhas.

- Como foi que você entraram aqui ? – Poseidon pergunta.

Apolo apenas invade o quarto e se joga na poltrona ao lado de minha cama. Ártemis, como e mais educada – MUITO MAIS educada – pede licença primeiro e depois entra. Mas se a intenção dela era se sentar no braço da poltrona em que o Apolo estava, isso foi por água abaixo, pois o mesmo a puxou, fazendo-a se sentar em seu colo. Logo a mesma começa a estapea-lo, vermelha de vergonha.

Afrodite ria mais que uma iena, o que chegou até a me assustar.

- Vocês são tão lindos – Fala sonhadora.

- Não enche Afrodite – Falo constrangida.

- Nossa, que mal humor. Vocês sabia que estresse da rugas ? – Pergunta.

Reviramos todos os olhos sincronizadamente.

- Já vi que não sabiam – Fala se sentando a beira da cama.

Olho de relance para Apolo e Ártemis, eles não estavam com uma cara muito boa, algo avia acontecido, era notável isso. Poseidon estava preocupado, suas sobrancelhas estavam formando uma linha rígida.

- Afrodite, o que a atrás aqui ? – Pergunto tentando me livra dela.

- Nada de mais. Hoje ta um dia chato então eu vim aqui para nos colocarmos o papo em dia – Fala sorridente.

- Eu soube que a Dulce Gabanna lançou uma nova coleção de roupas – Falo sugestivamente.

- É, eu também to sabendo – Fala desinteressada.

- Tem uma exposição de joias em Londres, sabia ? – Ártemis pergunta.

- Sim, as joias são horríveis – Fala voltando a lixar as unhas, com sua lixa rosa choque.

- Afrodite, se você não percebeu, nos estamos tentando ficar sozinhos– Falo.

Ela olha para mim depois para Poseidon, seu olhar segue ate Apolo e Ártemis.

- Você vão fazer uma surruba ? – Pergunta descrente.

- Hã ? O que e isso ? – Pergunto.

Apolo e Poseidon parecia saber exatamente o que era, pois os dois riam feito dois loucos. Ártemis estava tão perdida quanto eu.

- O que su...Surru... O que e isso ? – Ártemis pergunta sem nem ao menos lembras a pronuncia correta do nome.

- Sexo em grupo – Apolo responde.

Minha boca se abre formando um “O” perfeito. Ártemis estava com os olhos arregalados, olhando tudo pasma.

Os dois indivíduos, vulgo Apolo e Poseidon continuavam a rir descontroladamente.

- Não tem graça – Afrodite fala.

- Realmente, não tem graça – Concordo.

Ártemis apenas afirma com a cabeça freneticamente.

- Você vão fazer a surruba ou não ? – Afrodite volta a pergunta.

- MAS E CLARO QUE NÃO – Eu e Ártemis gritamos.

- E vocês parem de rir – Ártemis fala olhando ameaçadoramente para Apolo, esse por sua vez para de rir de imediato.

- E você tire esse sorrissinho idiota do rosto – Falo para Poseidon, que avia parado de rir, mas estava com um sorrissinho sacana estampado no rosto.

- Se vocês não vão fazer uma surruba, porque querem que eu saia ? – Afrodite pergunta confusa.

- Negócios inacabados – Poseidon fala.

- Tá bom. Mas bem que a surruba seria muito melhor do que negócios – Fala suspirando.

- Realmente – Confirma os dois dementes, vulgo o Deus do sol e o Deus dos mares.

- Tchau... Tchau... – Fala dando tchauzinho com a mão.

Logo um rastro de fumaça rosa encobre o quarto. Ela se foi.

O ar fica mais tenso, uma tensão enorme se insta-la entre nós.

- O que a te errado ? – Minha voz sai tão densa quanto um neblina.

- Encontrei isso hoje de manhã – Apolo fala.

Ele tira do bolso frontal da calça jeans um bilhetinho pequenino e todo amassado.

- E de quem eu estou pensando ? – Pergunto, já sabendo a resposta.

- Sim. Eu não sei como ela consegui entra naquele quarto, mas ela esta começando a me deixar preocupado – Desabafa o loiro.

- E de Anfitrite, certo ? – Poseidon pergunta.

Apolo afirma.

 Ártemis esta aninhada nos braços do loiro, ela tinha um expressão carregada de cansaço e tristeza, mas também era perceptível uma alegria desconhecida por mim, em suas feições.

- Eu não sei como ela conseguiu entra naquele quarto – Apolo fala quase desesperado.

Ártemis passas as pontas dos dedos pelos fios loiros do mesmo, o acalmando.

Vejo Poseidon se levantar e pegar o bilhetinho. Ele ler tudo em silencio, logo seu olhar recai sobre mim, ele parecia preocupado, na verdade todos nos estávamos preocupados.

Aquela situação, na qual nos encontrávamos era como se nós estivéssemos andando em gelo ártico, fino, cortante e perigoso, um passo em falso e nós estaríamos perdidos.

- Você quer ler ? – Pergunta, me estendendo o bilhetinho.

Pego sem ao menos pestanejar.

Vamos lá, penso abrindo o bilhetinho.