Dois dias após Kakashi-sensei ter aceitado ser o sensei de nossos filhos o treinamento começou e em pouco menos de um mês, eles já estavam escalados para a primeira missão fora da vila. A empolgação deles na hora do jantar não podia ser contida, e Naruto também se mostrava bem feliz, no entanto...

- Naruto, eu pensei que você tivesse algo a dizer a eles – eu disse interrompendo os comentários alegres dos garotos que estavam sentados a mesa a nossa volta.

Ele olhou para mim e depois olhou para os garotos, em seguida, voltou a olhar para mim.

- Fala de uma vez! – eu ordenei.

- Bom, garotos – começou ele olhando para os filhos com certo pesar – Algumas pessoas vieram reclamar que vocês estiveram treinando na vila, e acharam que isso é muito perigoso.

Não era fácil conseguir fazer o Naruto dar uma bronca nos garotos, mas eu não podia ser a única a ter a missão de repreendê-los pelo o que faziam de errado.

- Pai, isso não é verdade! – Jiraya protestou.

- Então como as janelas foram quebradas, as roupas espalhadas e a comida jogada no telhado das casas? – eu os questionei.

A pequena Tsunade riu baixinho cobrindo a boca com a mão.

- Desculpe, mãe – pediu Minato com sinceridade.

- Acho que exageramos de novo – Kushina também reconheceu o erro.

- E quanto a você Jiraya? – eu perguntei ao meu pequeno peralta.

- Desculpe, mãe. Nós prometemos não fazer mais isso.

As promessas de Jiraya de não mais aprontar não duravam mais de três dias.

Eu olhei para Naruto que esboçava uma expressão de alivio.

- Naruto... – eu chamei sua atenção usando um tom de voz severo.

- Mas Sakura-chan, eles pediram desculpas.

- Você disse que resolveria a situação dessa vez – eu o lembrei daquilo que deveria ser feito.

Naruto suspirou e disse por fim.

- Quando voltarem da missão... Estão de castigo!

Foi quase como se Naruto estivesse condenando os próprios filhos à forca.

- O que?! – exclamaram os três em unanimidade.

Eu balancei a cabeça num sinal de aprovação.

- Vão ter que ajudar as pessoas na vila – Naruto continuou falando ainda que aquilo fosse muito duro para ele.

- Pai! – Jiraya tentou argumentar, porém o olhar decidido de Naruto o fez recuar.

Eu tinha vontade de rir cada vez que eu via o Naruto tendo que dar uma bronca forçada em nossos filhos, mas eles precisavam disso e no fundo ele também sabia que era o correto a ser feito. O modelo de Iruka-sensei como pai ajudava o Naruto a entender que um pai nem sempre deve passar a mão na cabeça de seus filhos.

- Amanhã eu vou ter uma missão também – Tsunade-chan desviou nossa atenção com sua declaração.

- Missão?! – gritou Naruto – Você não pode!

- Mas a mamãe deixou – protestou a pequena.

Naruto olhou para mim de maneira surpresa, e eu ri.

- Sakura-chan, a Tsunade-chan é muito pequena...

Eu me levantei retirando meu prato da mesa.

- A senhora Aru pediu que a Tsunade-chan a acompanhasse durante a visita que ela fará a sua filha – eu olhei para meu marido e pisquei discretamente – Como a senhora Aru já tem idade, ela quis ter alguma companhia caso algum inimigo aparecesse no meio do caminho.

A filha da senhora Aru morava em um vilarejo próximo a Konoha. O trajeto pela estrada não levava mais do que meia hora caminhando.

Naruto sorriu travesso e foi logo concordando.

- Então é melhor mesmo que a Tsunade-chan acompanhe a oba-chan.

Nossa caçula soltou longas risadas. Ela estava muito feliz por também ter uma missão.

- Tsu tome cuidado! – disse Jiraya como sempre protetor com a irmã – Se quiser eu acompanho vocês...

- Nem pensar – eu fui logo me intrometendo – Você tem uma missão amanhã.

- Mas e se elas precisarem de ajuda? E se algum inimigo aparecer? – Jiraya tentou argumentar comigo.

- E se tudo isso for uma desculpa para ver a neta da senhora Aru? – eu disse fazendo um cafuné nele.

A babá de meus filhos tinha uma neta chamada Yuki que era um ano mais nova do que meus trigêmeos. A garotinha era muito bonitinha com cabelos curtos cor de mel e olhos castanhos.

- Mãe!! – Jiraya corou com meu comentário e começou a ajeitar os cabelos que eu havia bagunçado.

- Você não gostava da menina da Ino? – perguntou Naruto curioso.

- O Jiraya gosta da Lyu! – Kushina se surpreendeu.

- Não ouse contar para ela – ameaçou o irmão.

- Todos já sabem que você gosta da Lyu porque sempre fica gago quando conversa com ela – Minato era sempre a voz da razão dos trigêmeos.

- A Yuki é mais legal que a Lyu – Tsunade-chan também quis dar sua opinião.

- Jiraya não é bom que você fique enganando as garotas – Naruto tentou agir como um pai conselheiro.

- Eu não estou saindo com ninguém!!!! – protestou Jiraya que ficava mais vermelho a cada instante.

As discussões e risadas seguiram por boa parte da noite. E quando me deitei ao lado de Naruto agarrei-me ao corpo dele e ri satisfeita por ter a minha família. Eu jamais conseguiria descrever como eu era feliz.

Na noite seguinte a casa estava vazia, as risadas não mais ecoavam pelos ambientes, apenas restava o silêncio. Era raro isso acontecer morando nela sete pessoas, no entanto, naquela noite a casa estava vazia.

- Sakura-chan...?

A porta da sala se fechou e a voz de Naruto ecoou pela sala. A casa estava toda escura e em meio a escuridão eu a vi a sua figura que olhava atentamente cada espaço da sala.

- Sakura-chan...

Voltou a chamar meu nome, mas eu não respondi. Tomando impulso corri em direção a ele, estava disposta a derrubá-lo atacando pelas costas, minha tentativa resultou-se frustrada quando Naruto se virando agarrou meu antebraço direito e me jogou no sofá; eu caí em meio as travesseiras.

- Como me viu? – perguntei decepcionada.

Naruto apenas sorriu e veio em minha direção sentando-se ao meu lado.

- Eu sempre sei onde você está! – gabou-se de tal fato.

- Você não me perde de vista nem por um segundo – eu protestei num tom jocoso.

Realmente Naruto estava sempre olhando para mim... Sempre olhando por mim...

Ele me puxou para mais perto.

- Onde estão os garotos?

- Já se esqueceu que eles saíram em missão com o Kakashi-sensei! E a Tsunade-chan foi com a senhora Aru visitar a filha dela no vilarejo vizinho. 

- É verdade... Será que eles estão bem?

Naruto conseguia ser mais preocupado com o bem-estar de nossos filhos do que eu; nem sei como ele não proibiu nossos filhos de se tornarem shinobis com medo que eles se machucassem. Acho que ele só não fez isso porque sempre viu a admiração que nossos filhos tinham por ele, e como nossos pequeninos se esforçavam em imitá-lo; além disso, Naruto se divertia ensinando os filhos a atirar shurikens e kunais e também a usar jutsus.

- Eles vão ficar bem – eu tentei tranqüiliza-lo. Depositei um beijo em sua fronte – Vou tomar um banho.

Eu me levantei e quando fiz menção de andar senti Naruto segurando minha blusa. Eu olhei-o intrigada e ele me lançou um olhar malicioso.

- Naruto...

Inesperadamente ele me pegou no colo.

- O que está fazendo? – perguntei fingindo estar brava.

Num movimento rápido ele capturou meus lábios sobre os dele, e assim nosso beijo começou, primeiro de maneira calma e depois se tornou mais urgente e apaixonado.

Ao sentir que Naruto começava a subir as escadas, eu afastei meu rosto do dele. 

- O que foi Sakura-chan?

- É melhor olhar por onde anda, não quero que você me derrube da escada.

Naruto riu e começou a subir a escada mais rápido.

- Naruto, eu juro que se você me derrubar...

Antes que eu pudesse terminar minha ameaça, Naruto já estava no topo da escada. Ele me conduziu até o quarto e me colocou sobre a cama.

- Viu, não te derrubei! – ele disse orgulhoso.

Eu ri ao ver a expressão boba que estava estampada em seu rosto.

- E devo te agradecer por isso? – perguntei irônica.

- Pode me agradecer com beijos – me respondeu.

Naruto voltou a capturar meus lábios entre os seus. Continuávamos o que havíamos interrompido momentos atrás. Ele colocou a mão por baixo de minha blusa e começou a tirá-la delicadamente, eu levantei meu braço para que a blusa pudesse sair; entre um beijo e outro fomos nos despindo: blusas, calças, jaquetas, roupas intimas... Quando nos demos conta já estávamos os dois desnudos sobre a cama.

Nossos corpos sabiam o ritmo a ser seguido. Com a convivência havíamos aprendido muita coisa um sobre o outro; conhecíamos, por exemplo, onde cada um gostava de ser tocados e as sensações que cada toque produzia, e isso tornava nossos momentos juntos cada vez mais perfeitos.

Naruto se pôs sobre meu corpo e começou a me beijar por todo o rosto, eu mantinha minhas mãos firmes sobre suas costas, deixava que ele me levasse. Seus lábios pouco a pouco foram descendo por meu pescoço, passando por meu peito e indo em direção ao meu seio direito rijo de prazer.

- Deveríamos mandar as crianças mais vezes em missão – disse Naruto enquanto tomava ar e voltava a me beijar.

Eu ri do ele disse.

- Pensei que ficasse preocupado quando eles saiam em missão.

Naruto levantou a cabeça para me olhar.

- Eu fico, mas por outro lado essa é a única maneira de poder ficar assim com você.

Eu coloquei minha mão sobre seu rosto e me levantei para voltar a beijar seus lábios.

Naruto tinha razão, desde o nascimento de nossos filhos, haviam sido poucos os momentos de intimidade que havíamos partilhado com tal liberdade; normalmente quando queríamos ficar juntos dessa maneira tínhamos que cuidar para nossos ruídos não viessem a despertar nossos filhos que ficavam a dois quartos de distância do nosso.

Naruto segurou em meu quadril e me ergueu um pouco do colchão, eu ajeitei-me colocando minhas pernas bem abertas para a lateral. 

- Tão rápido? – sussurrei em seu ouvido

Naruto soltou meus quadris e agarrou meus braços, girando para o lado ele me colocou sobre ele. Meus cabelos tombaram para frente encobrindo meu rosto.

Naruto afastou o cabelo de meu rosto e me olhou com ternura.

- Então, vai você, Sakura-chan.

Espalmei minhas mãos por sobre seu tórax e fiquei deitada sobre seu tronco encarando-o. Eu sentia o quanto Naruto queria que chegássemos ao clímax daquela noite.

Apoiando-me em seu tórax, sentei-me sobre ele.

- Perdi a vontade... – eu falei para provocá-lo.

- Como assim?!

Naruto fez uma expressão de espanto muito engraçada e não agüentei e comecei a rir sem parar.

- Hey, por que está rindo? – perguntou-me confuso.

- Bobo... – disse em meio as risadas.

Naruto que até então mantinha uma expressão séria deixou um sorriso escapar pela lateral de seu lábio, e começou a tentar se erguer. Eu tentei me levantar também, mas ele me segurava firmemente por minha cintura, num movimento ágil, ele me tombou para o lado oposto da cabeceira da cama e antes que eu pudesse reagir ele começou a beijar meu umbigo fazendo caricias com a língua em volta dele.

Meu acesso de risos foi inevitável. 

- Pára, Naruto! – eu ordenava em vão.

Naruto parou e me encarou, vi no seu olhar algo de malicia e felicidade; sem esperar eu me recuperar voltou a beijar meu umbigo.

- Estava rindo de mim até agora! – retrucou entre um beijo e outro.

Eu me remexia de um lado para o outro, porém não conseguia escapar de suas mãos fortes que me prendiam; eu era fisicamente mais fraca que Naruto, exceto quando usava meu chakra, no entanto, meu corpo estava tão sem forças por conta do ataque de risos que eu nem sequer conseguiria me concentrar direito.

Naruto ficou beijando meu umbigo por um tempo até que ele subindo seus lábios voltou a beijar minha boca. Nesse momento senti Naruto me penetrando e deixe-me levar por aquela sensação de prazer que invadiu meu corpo.

Eu me agarrei a seu corpo enquanto Naruto em movimentos suaves de vai-e-vem fazia o momento do clímax se aproximar. Senti quando Naruto gozou e nesse momento ele me puxou para mais junto de seu corpo, parecia querer que eu me fundisse a seu corpo e assim nos tornássemos um só. Ele deitou-se para o lado, seu corpo estava todo molhado de suor.

- Seu bobo! Não acredito que não me esperou!

Naruto sentou-se na cama e olhou para mim que estava ainda deitada, imóvel.

- Quer dizer que... 

- Não – respondi antes que ele terminasse.

- Eu pensei que...

- Como esperava que eu sentisse algo depois de me ter feito rir como uma louca! – ralei com Naruto que ficou desconcertado – não importa mais!

Virei-me de costas para ele e recolhi o cobertor do chão pondo-o sobre mim; eu estava exausta e só queria descansar um pouco.

Naruto colocou seu corpo contra minhas costas e senti-o passando sua mão por meu quadril em direção a meu sexo; eu me mexi suavemente, mas não o impedi de me tocar.

À medida que seus dedos me tocavam eu sentia sua respiração em minha nuca se tornando mais forte, Naruto passou a outra mão por baixo de meu corpo e me puxou para mais junto dele. Seu toque começava a inebriar cada mais meu corpo e pouco a pouco eu sentia meu corpo sendo tomado pelo êxtase; após alguns minutos de gemidos silenciosos eu gozei.

Foi algo indescritível, maravilhoso... Como sempre era quando estávamos nós dois. Eu adormeci aquecida pelo corpo tão cheio de calor de Naruto e ele ficou a noite toda agarrado a meu corpo como se temesse soltá-lo.

Na manhã seguinte quando os primeiros raios de sol tocaram meu rosto eu abri meus olhos e notei que estava sob o tórax de Naruto, minha cabeça recostada sobre seu peito me permitia escutar as fortes batidas de seu coração.

Levantei minha cabeça e me aproximei dos lábios de Naruto, com a gema dos dedos toquei-os suavemente; ele dormia tão tranquilamente que nem mesmo se mexera com o toque. Encostei meus lábios nos dele num movimento quase em câmera lenta, não era preciso ter pressa, era muito bom curtir aquele momento assim bem lentamente.

Senti os lábios de Naruto pressionando os meus, e a mão dele na base de minha coluna; nesse momento ele abriu os olhos.   

Meu beijo suave logo se converteu num beijo apaixonado, e Naruto inclinando-se me tombou no colchão ficando sobre mim. Seus lábios se separaram dos meus por um tempo, era hora de respirar.

- Bom dia, Sakura-chan...

Eu comecei a rir em disparate ao lembrar do dia anterior.

- O que foi? – Naruto me perguntou confuso

Eu não queria dizer a verdade, mas não conseguia parar de rir ao lembrar que Naruto havia esquecido. Continuei rindo sem dizer nada e Naruto ficou chateado com isso; ele voltou a sentar-se na cama e eu o acompanhei.

- Não vai me contar? – me pediu fazendo um biquinho.

Sua expressão tão infantil e mimada me fez rir mais ainda.

Eu me agarrei em seu braço e voltei a por a cabeça sobre seu peito, parando de rir eu contei por fim a razão de meus risos.

- Pensei que quando chegasse a casa ontem ia me dar uma bronca, e no fim acabamos assim.

Eu soltei o braço de Naruto, e ergui a cabeça para olhá-lo. Vi que ele esboçava uma cara zangada, acho que por fim ele havia se lembrado.

- Você se esqueceu que ia almoçar comigo! – disse num tom bravo.

- Quer dizer que lembrou? – eu debochei.

Naruto deitou-se para o outro lado de costas para mim e com os braços cruzados.

- Oras, vamos Naruto, não precisa ficar assim... – mesmo que quisesse mostrar que estava arrependida aquela situação só me fazia rir ainda mais.

- Eu fiquei te esperando...

Naruto realmente havia ficado chateado com o fato.

- Me desculpe, eu encontrei a Ino e depois tive que voltar o hospital, bem, quando lembrei já estava quase anoitecendo.

Naruto não disse nada em resposta, ele permaneceu imóvel na mesma posição.

Eu me inclinei sobre seu corpo e aproximei meus lábios da orelha de Naruto.

- Hey, Naruto... Você sabe, você é o homem que amo... – eu disse num sussurro.

Vi um pequeno sorriso surgir nos lábios de Naruto, eu sabia que por mais que tentasse, ele não conseguia ficar bravo comigo por muito tempo.

Eu lhe dei um beijo na bochecha, e se virou de novo para mim.

- Ainda temos tempo antes dos nossos filhos voltarem... – comentou num tom malicioso.

Eu coloquei a ponta de meu dedo indicador sobre a ponta do nariz de Naruto.

- É temos muito tempo... Muito tempo para ficarmos juntos... – disse voltando a beijá-lo.

Estávamos felizes por termos tanto tempo para o nosso amor que era... Eterno. Depois de tudo que havíamos sofrido aquela felicidade para ser uma recompensa maior do que de fato merecíamos.