O Homem que Eu Amo escrita por Angel_Nessa


Capítulo 28
O HOMEM QUE EU AMO PARTE XX




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À noite a lua brilhou alto no céu e iluminou toda Konoha, mas meu coração permanecia envolto em sombras.

As contrações não haviam cessado, e isso começou a me preocupar.

Deitada em minha cama eu olhava os móveis submersos na penumbra do quarto. Os raios da lua que adentravam por minha janela ofereciam um pouco de claridade àquele ambiente escuro.

Eu me virava de um lado para o outro e sono não vinha, nessa noite Morpheu não me levou ao seu mundo de sonhos, e eu tinha que enfrentar a cruel realidade.

Sem alternativa levantei-me, afinal permanecer deitada não estava me ajudando muito. Aproximei-me da janela e fiquei observando a cidade iluminada pela luz do luar, era uma bonita vista, digna de um cartão postal.

Olhei para o telhado que recobria a varanda da casa e fiquei surpresa ao ver uma sombra refletida nele. Meus olhos se umedeceram ao reconhecer aquela sombra que já me era tão familiar. Naruto estava sentado acima do meu quarto que ficava na parte superior da casa, mesmo me pedindo para não ficar com ele, ele estava comigo naquela noite.

Coloquei minhas mãos sobre meu ventre e fiquei observando-o. Estávamos tão perto e ainda assim tão longe, decidida a encurtar a distância entre nós, eu estendi minhas mãos para abrir a janela. No entanto, não pude fazê-lo.

Naruto estava certo, quanto mais tempo permanecêssemos juntos pior seria. Fiquei ali em pé boa parte da noite apenas olhando sua sombra que velava por mim. Ao amanhecer, ele foi embora e eu voltei para a cama.

No dia seguinte eu fui para o hospital de Konoha. Eu decidi esperar por Naruto lá, afinal se alguma coisa acontecesse o hospital seria o primeiro lugar que o levariam. Além disso, a rotina do hospital me manteria ocupada até que ele regressasse.

Shizune também estava no hospital naquela manhã, pelo visto eu não era a única que queria manter a cabeça ocupada. Tsunade-sama a havia deixado na vila para resolver qualquer problema na ausência dela.

- Sakura-chan não é ficando nessa janela o dia todo que vai fazer com que eles voltem mais rápido.

Shizune que passava pela sala me repreendeu ao ver-me olhando a paisagem externa com uma bandeja de medicamentos nas mãos.

- Desculpe Shizune, vou levar os medicamentos como me pediu.

Eu não conseguia evitar em lançar uma olhada para o exterior do hospital sempre que passava frente a uma janela, o medo do que poderia acontecer me consumia por dentro e eu buscava qualquer sinal, ainda que longínquo, que me permitissem saber o que estava acontecendo. Porém, não havia sinais no céu e nem na terra, tudo estava calmo demais.

Eu voltei a me movimentar e ao chegar à enfermaria coloquei os medicamentos na mesa de cabeceira da cama de uma velha senhora que estava internada por problemas nos ossos.

- Bom dia, senhora Aru – saudei a velha senhora.

- Então hoje está aqui no hospital? – ela me perguntou enquanto se ajeitava na cama.

Eu comecei a abrir o frasco de medicamento da velha senhora e coloquei um pouco do conteúdo num copo.

- Aqui está senhora Aru – disse entregando o copo para a velha senhora.

Ela bebeu todo o conteúdo e fez uma careta quando terminou.

- Esse remédio tem um gosto muito ruim! – reclamou e eu ri.

Coloquei novamente o frasco sobre a bandeja, juntando-o aos demais frascos medicamentos. Coloquei minhas mãos sobre a lateral da bandeja.

- Senhora Aru, mais tarde eu passo para vê-la.

- Ele vai morrer – disse a velha senhora num tom de profecia.

Eu senti uma forte contração em meu ventre que me fez curvar-me sobre a bandeja que estava na mesa de cabeceira.

- Aquele homem, não vai viver muito tempo – voltou a dizer a velha senhora no mesmo tom profético.

Eu olhei para a senhora Aru e a vi olhando para um homem deitado do outro lado do quarto, ele havia sido trazido ao hospital com graves ferimentos.

A senhora Aru não estava falando do Naruto, mas não pude deixar de pensar nele ao escutá-la.

Eu respirei fundo e ergui a bandeja com os medicamentos, os vidros balançaram levemente com o movimento. Senti uma terceira contração mais forte que as anteriores, meu corpo perdeu sua força e a bandeja foi ao chão; os frascos de medicamentos se partiram com o choque com o chão.

- Menina... você está bem? – eu escutava a voz da senhora Aru bem distante ainda que ela estivesse do meu lado.

Minha respiração estava ofegante e eu não conseguia respirar, novamente uma contração e dessa vez tão forte que me levou ao chão. Não me lembro muito bem como eu cai, só me lembro de sentir uma fraqueza tão grande em meu corpo e em seguida o senti tombando para frente.

Eu caí em meios aos cacos de vidros e dos líquidos espalhados pelo chão do quarto, alguns pedaços de vidro dos frascos de medicamentos penetraram em meu antebraço direito e em minhas pernas.

Não demorou a que um par de mãos viesse me levantar, e em meio a meu delírio pensei que era Naruto quem vinha me acudir.

- Naruto... – eu chamei por ele num sussurro.

O nome de Naruto foi a última coisa que eu me lembro de ter dito antes que eu perdesse a consciência por completo.

Não sei por quanto tempo eu fiquei inconsciente, só me lembro de ter acordado em cima de uma cama num quarto individual; minhas roupas haviam sido substituídas por uma camisola fechada de hospital.

- Sakura-chan, finalmente está acordada – disse Shizune que estava ao meu lado.

As mãos de Shizune estavam sobre meu ventre e eu percebi que ela estava emanando um jutsu médico o qual não reconheci de imediato.

- O que aconteceu? – perguntei ainda meio zonza.

A expressão facial de Shizune era séria, e eu fiquei preocupada.

- Meus filhos... – eu tentei erguer a cabeça, mas não consegui.

- Sakura-chan, você teve uma nova hemorragia.

Eu não podia acreditar no que Shizune me contava.

- E dessa vez o sangramento foi maior...

- Shizune, meus filhos...

Lágrimas inundaram de meus olhos.

- Sakura-chan, eu disse para que não ficasse se preocupando tanto, eu disse para você tentar manter a calma... – o sermão de Shizune me assustava – Tsunade-sama não deveria ter lhe contado que havia riscos em refazer o selo...

- Shizune, me diga... – supliquei para que ela me dissesse a verdade.

Sem mover as mãos Shizune virou a cabeça para o lado e me encarou.

- Sakura-chan, você não vai conseguir segurar esses bebês.

- O que está dizendo?

As lágrimas molhavam meu rosto.

- Quando eu parar de emanar esse jutsu, você terá um novo sangramento... Muitos vasos sanguineos que revestiam a parte interna do seu útero se romperam, a hemorragia não pode ser contida... Seu útero acabara expulsando os fetos junto com o sangue...

- Por favor, Shizune não deixe isso acontecer – eu lhe implorei num tom de voz baixo.

- Sakura-chan, eu não posso manter esse jutsu por mais tempo. Se você abortar, eu posso tentar salvar a sua vida.

- Eu não quero perder meus filhos! – gritei usando todo o ar que havia em meus pulmões.

- Cale-se! – gritou Shizune visivelmente bem nervosa – Se tentar manter essas crianças em seu ventre você também vai morrer! Eu sinto muito Sakura-chan, mas não vou deixar isso acontecer.

Shizune tirou as mãos de meu ventre e eu senti a dor voltar novamente. Rapidamente eu me sentei na cama e comecei eu mesma a emanar um jutsu para conter a hemorragia.

- O que está fazendo?

- Eu não vou desistir – disse olhando para Shizune – Não vou perder a quem amo!

Eu estava suando muito e sentia meu corpo quase sem forças. Shizune olhava para mim com um misto de preocupação e admiração no olhar.

- Sakura-chan, não pode usar sua energia vital para ficar mantendo esse jutsu – me repreendeu Shizune.

Eu estava surpresa por Shizune saber que eu estava me valendo de minha própria energia de vida para manter meus filhos em meu ventre.

- Eu não... vou... desistir... Esse é o meu jeito ninja!

Shizune colocou as mãos sobre meu ventre e voltou a emanar o jutsu.

- O que vou dizer para o Naruto quando ele voltar? – disse Shizune me abrindo um sorriso – O que aquele garoto vai fazer se ele perder a mulher e os filhos?

Eu também sorri e mesmo que Shizune estivesse novamente contendo a hemorragia eu permaneci com minhas mãos sobre meu ventre.

- Sakura-chan, você consegue manter esse jutsu por um tempo?

- Sim...

- Muito bem, então enquanto você contém a hemorragia eu vou tentar restaurar os vasos sanguineos.

Tamanha era a complicação que se plantou para mim e meus filhos que sem minha ajuda, Shizune não conseguiria reverter a situação. E a minha ajuda era bem perigosa para a minha sobrevivência e consequentemente a de meus filhos, pois como eu estava me valendo de minha energia vital para manter o jutsu a qualquer momento eu poderia ter um colapso.

Não foi fácil salvar a vida de meus bebês, no entanto, graças as habilidades de Shizune em medicina, meus filhos puderam ser salvos.

Quando a hemorragia cessou e Shizune sentiu que meu quadro clínico se estabilizava, ela parou de emanar o jutsu, o qual até aquele dia eu desconhecia.

- Muito bem, Sakura-chan. É melhor você ir tomar um banho e depois ficará de repouso.

- Hai.

Um banho, eu realmente precisava daquilo. Eu estava toda ensangüentada e suada; desejava trocar de roupa e dormir um pouco, havia gasto muito de minhas energias tentando salvar meus filhos.

Shizune me amparou até o banheiro e eu pude me lavar.

Voltei ao quarto depois do banho e deitei numa cama limpa de lençóis brancos que cheiravam a lavanda. Eu sentia todos os músculos de meu corpo doerem, e quase não tinha forças nem para me manter em pé.

Não demorou a que o cansaço vencesse minha vontade de esperar por Naruto, e eu adormeci.

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Notas finais do capítulo

nota da autora:
Não foi fácil, mas Sakura lutou bravamente para não perder seus filhos. E agora só falta saber o que aconteceu com Naruto.



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