A Dama De Takarazuka escrita por Kori Hime


Capítulo 3
Terceiro capítulo - Dispersão


Notas iniciais do capítulo

A historia é paralelo ao manga atual, ohhh não diga Kori ;D
Mas não tem assim spoiler explicito, só usei o cenário mesmo.
O próximo é fim ;*



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Diferente das demais noite, aquela estava fria. Kaori vestia um longo sobretudo vermelho com capuz cobrindo sua cabeça. Deixou o hotel, ao lado de Sir Crocodile na calada da noite. Ainda assim, as ruas de Acacia estavam levemente agitadas devido ao inicio de alguma festividade no Coliseu. Nunca fora dada aquele tipo de festividade.

Francamente, Kaori não via como tais lutas poderia entreter o público. Era um insulto para os artistas que davam tudo de sua vida para satisfazer as exigências da plateia, para que no fim, fossem trocados por tais atividades bárbaras.

A primeira vez que visitou o Coliseu, sentiu uma vertigem tão grande que não durou mais do que vinte minutos. Deixaram a cabine vip e voltaram para o hotel. Ela ainda se lembrava de Sir Crocodile gargalhando por sua fraqueza, e aquilo a desconcertou de tal forma que ela decidiu nunca mais por os pés naquele lugar humilhante.

Era possível ouvir gritos de vitória de onde estavam no porto. Kaori virou-se e observou os fogos de artifícios explodirem no céu escuro, iluminando-o com vermelho, amarelo, verde e azul.

Ao seu lado, Crocodile segurava-lhe a mão. Ele virou-se para também observar as cores no céu, em seguida, puxou-a para junto de seu corpo, pedindo para caminharem rapidamente.

A atriz ajeitou o capuz sobre a cabeça e voltou a caminhar, mas não avançaram mais do que alguns passos. Daz Bones estava logo a frente, e sua cara não era nada boa. Não que ela achasse boa em algum momento, mas aquela em especial estava sinalizando algum tipo de perigo. Kaori olhou para Crocodile, esperando que ele a dissesse o que estava acontecendo, mas em vão.

— Retorne ao hotel. – ele disse, seu tom de voz estava grave e sem paciência, não houve sorrisos. – Fique lá até segunda ordem.

— Eu não vou te deixar.

— Kaori... – ele a olhou, do mesmo modo que a olhara quando se conheceram. – Prometa que vai direto para o hotel. Não saia de lá, espere algum sinal meu. Se eu não aparecer...

— O que esta acontecendo. – ela sentiu o corpo tremer de medo. – Porque você não apareceria?

— A marinha está aqui, Kaori. Você estará mais segura longe de mim.

— Não.

— Vá.

— Não!

Ele virou-se de costas para ela, caminhando na direção de Daz Bones, ordenando que ela retornasse ao hotel. Kaori segurou as lágrimas, não iria dar o gosto de sua dor para ninguém. Ela correu na direção que havia feito até ali.

Nas ruas, as pessoas se misturavam, haviam brinquedos no chão e policiais correndo atrás de alguém. Houve um estrondo e quando olhou para o céu, notou que não eram mais os fogos de artifícios. Se fosse um ataque a ilha, porque então eles não partiram de uma vez de navio? Porque foi obrigada a retornar para o hotel? Sim, claro, Sir Crocodile era um famoso pirata. Mas sabia que ele possuía um bom navio que teria condições de levá-los em segurança até outro local.

Antes de chegar ao hotel, do outro lado da rua, Kaori foi cercada por policiais. Eles exigiram sua identificação. Então a atriz se deu conta de que sua bolsa não estava com ela, por um segundo lembrou-se que Crocodile pegou a pequena bolsa e guardou no bolso de seu casaco, quando ela reclamou que precisava colocar as luvas.

Os policiais não estavam tão complacentes, e sua história não foi engolida por eles.

— Vocês não podem me tocar. – ela decretou, mas os guardar avançaram. Kaori girou o corpo e retirou o sobretudo de suas costas, jogando na direção dos dois, aproveitando a confusão para escapar.

Alcançou o hotel, mas as portas de vidro estavam fechadas, e lá dentro ninguém parecia querer abri-las, mesmo sob as ameaças da atriz.

— Ali está ela. Peguem. – Eram mais guardas.

— Ela me acertou. – um deles gritou.

Kaori se viu encurralada, ela encostou as costas na porta de vidro. Não havia nada o que fazer, ou a quem recorrer. Sequer sabia porque esta sendo perseguida.

— É ela, eu sei quem é ela. – O guarda disse com um olhar possuído. – Ela fez pernas gigantes aparecerem no meio do Coliseu enquanto aquele pirata fugia.

— O que? – Kaori não compreendia do que falavam, mas também não viu como poderia negar tudo, já que eles estavam prontos para atacarem. A confundiram com alguém? Quem naquela ilha poderia ser parecida com ela?

Foi então que um novo estrondo os fez tremer. Do fim da rua apareceu uma bola gigante de pelos. Kaori grudou o corpo na porta, enquanto os guardas eram levados embora por aquela bola de pelo gigante. Assim que aquela coisa passou na rua, Kaori pode ter chance de correr. Ela não poderia entrar no hotel, nesse caso, onde poderia ser mais seguro senão ao lado de Sir Crocodile?

Rumou na direção do porto, tirando os sapatos e os levando na mão, erguendo a barra do vestido para não cair no chão. Por toda a rua, ela viu o mesmo caos de antes. Marinheiros marchavam, bonecos corriam, e os guardas dessa vez não pareceram interessados nela.

Ela não sabia que caminho tomar, quando chegou no porto, mas tinha a sensação de que uma nuvem de areia pairando ao longe seria um sinal. Kaori decidiu seguir aquele rastro. A confusão era imensa e havia marinheiros por todos os lados. Ela abaixou-se se escondendo atrás de algumas caixas de madeira. Um tufão passou, arrastando quase tudo. Kaori segurou-se com mais vigor, enquanto alguns marinheiros passavam por cima de sua cabeça. Quando tudo pareceu mais calmo, ela se levantou.

Ela identificou Daz Bones no meio da confusão, procurou por Crocodile ao redor. Ele estava lá, mas não estava sozinho. Havia uma mulher. Mesmo de longe, ela sabia que era mulher. Alta de longos cabelos negros.

Kaori sentiu o sangue ferver em suas veias. Seja o que estivesse acontecendo ali, ela não iria perdoar qualquer traição. Talvez poderia entender as mulheres da ilha.

— O mundo desabando sobre minha cabeça. – Ela esbravejou. – Quase fui atacada por policiais, porque eles me confundiram com uma mulher.

Ela não terminou a frase, quando a mulher virou-se e Sir Crocodile não parecia assim tão surpreso em vê-la ali.

— Porque não ficou no hotel, Kaori, eu pedi. – Ele falou, mas dessa vez soava rude. Não era o mesmo homem que conhecia. A mulher não disse nada, senão ficar ali parada com um ar preocupado em seu rosto.

— Eu tentei, mas não me permitiram entrar. O que esta acontecendo aqui, exijo uma explicação convincente. E quem é ela?

Crocodile exitou um momento, antes de outra pessoa responder a pergunta.

— Robin, você esta aqui. – era uma pequena rena falante. Kaori o olhou, sem se assustar, vira até brinquedos falar, uma rena não era nada. Aquele mundo era louco. – Vamos, Luffy está nos aguardando. É melhor sair agora.

— Certo. – Robin disse, virando-se para Crocodile. – Eu darei o recado ao meu capitão.

Assim, a mulher partiu junto com a rena. Kaori estava paralisada com toda aquela confusão. Ela não viu quando algo se aproximou, mas Sir Crocodile estava atento a tudo e num movimento rápido, ele a segurou, virando de costas sobre ela. As balas acertavam seu corpo, mas penetravam a areia, protegendo-os do ataque.

— Você precisa de um lugar seguro. Essa luta não é para você. – ele a pegou no colo, levando-a para longe da lutam enquanto Daz Bones lhes dava cobertura.

— O navio, eu posso aguardar no navio. – Ela disse, segurando-se com força ao redor do pescoço do pirata.

— Não, ele é um alvo fácil. E você vai se tornar um se descobrirem que é minha mulher. Precisa deixar a ilha. Existem barcos para os civis, estão evacuando a cidade. Você vai partir.

— Mas e você?

Não houve resposta.

Ele parou quando aproximaram-se do barcos que deixava a ilha, somente agora Kaori pode ver que a cidade de Acacia pegava fogo. Era possível ouvir gritos e a confusão se alastrando. Ela segurou com força no casaco de Sir Crocodile, não possuía força para deixá-lo. Sentia-se inútil por não poder ajudar, ficar ao seu lado e lutar se fosse possível.

O pirata beijou-lhe as mãos, garantindo que ela não foi feita para aquilo, para a luta. E apensar de sua força e determinação, não era ali que deveria afundar sua vida.

— Isso é uma despedida? Não o verei novamente?

Sir Crocodile não lhe respondeu, pelo menos não as perguntas.

— Retorne a Takarazuka. – ele pediu e a soltou. Seu corpo foi envolvido por areia, e assim, Kaori o viu partir.

O navio a levou de volta para casa, e então Kaori findou os dias em uma triste dança e espera. Mas esperançosa de que ele retornaria para buscá-la.


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Notas finais do capítulo

Fim ♥ aqueles finais em aberto kkkk
Beijos a quem leu, podem comentar ^_^



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