A Dama De Takarazuka escrita por Kori Hime


Capítulo 2
Segundo capítulo - Confiança


Notas iniciais do capítulo

Não sei se da para perceber, mas tem um flashback no meio da historia hehe
caso alguém fique perdido.
O próximo é final



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Caminhando pelas ruas de Acacia, Kaori ouviu rumores sobre a renuncia de Doflamingo. Imediatamente ligou o fato a decisão repentina de Crocodile partir. Estaria ele com medo de alguma mudança?

A atriz também checou o jornal do dia anterior. A imagem destacada do capitão do bando do Chapéu de Palha deixou-a intrigada. Aquele era o mesmo pirata que ouvira, escondida, em muitas das conversas de Sir Crocodile e Daz.

Ela amassou o jornal e atirou-o no chão, o moleque que lhe entregou a edição esperneou, já que ela não havia pagado pela impressão. Kaori ignorou-o, continuando seu caminho. Ela estava em direção ao atelie da costureira que criava seus modelos. Há algumas semanas havia encomendados seis novos vestidos. Não iria partir sem eles. Além do mais, não sabia qual seria a rota da viagem. Não costumava fazer longas viagens, mesmo porque, nascera na ilha Takarazuka e só deixou a ilha para ir a Acácia.

Iria completar dois anos que estava longe de casa. Não sentia saudades do lar. Desde pequena, viveu aquela vida nos palcos de Takarazuka. Deixar a ilha era um sonho. Conhecer lugares novos sempre esteve presente em suas noites em claro, observando o mar.

 

Kaori não estava surpresa com mais uma pessoa desejando falar com ela depois do espetáculo. Eram muitos que o faziam, poucos que conseguiam. No entanto, naquela noite a visita ilustre de Doflamingo fez Kaori abrir as portas de sua casa. Ele era um homem importante para a ilha, cuidava de todos em troca de certos favores. Favores esses que não era responsabilidade da atriz.

Kaori não tinha conhecimento de quem eram seus pais. Sua história era parecida com a de muitos outros órfãos. Deixada em um cesto na porta do orfanato. Passou os primeiros cinco anos ali, até ser adotada por Mei, porém, ela veio a falecer quando Kaori estava prestes a completar oito anos. Assim, a avó de Mei passou a criá-la, ensinando a pequena atuar e cantar. Aos dez anos já fazia parte de uma peça como personagem principal.

 

Agora, com dezenove anos, ela era a artista mais requisitada na ilha.

— Quero que vá a Acacia. Se apresentar para um grande público. – O shichibukai abriu os longos braços, gesticulando com as mãos. Sua avó não gostou muito da ideia. Ela era contra a saída de Kaori da ilha. Doflamingo não gostava de receber um não como resposta, obviamente.

A bela atriz moveu os lábios num sorriso agradecido. Sua chance de deixar a ilha estava ali ao alcance de suas mãos.

Ela serviu o chá para os dois homens, enquanto Doflamingo tagarelava sobre Acacia e as dançarinas, os olhos de Kaori fixaram-se no homem ao lado. Ele fumava um charuto e o queixo erguido para o alto. O gancho dourado no lugar da mão não lhe causou desconforto ou medo, ao contrário, foi mais curiosidade.

Doflamingo o questionava sobre a beleza e graça das mulheres de Acacia, e Kaori segurou com mais firmeza a alça de madeira do bule, enquanto o homem dizia que elas eram espetaculares mesmo, mas sua voz era um pouco tediosa. Algo dentro do coração da atriz pegou fogo, espalhando o ardor por todo o corpo, ela sentiu o rosto arder, provavelmente estava corada, mas não sentiu-se envergonhada.

 

Aquelas lembranças mexiam com Kaori e seu corpo fervia por dentro. Ela chegou a costureira, que atendia outra mulher. Kaori aguardou impaciente sentada no sofá de veludo, recordando-se das palavras de Crocodile, que lhe pediu para não informar a ninguém sobre a partida deles.

A mulher que era atendida virou-se, sorrindo satisfeita com o modelo que acabara de escolher. Elas já se conheciam sim, não eram melhores amigas, mas possuíam uma certa afinidade, principalmente pela dança. Violet é uma dançarina muito contemplada em Acacia, seus longos cabelos negros enfeitados sempre com uma bela flor.

Mas quando a dançarina começou a falar, Kaori recordou-se do porque delas não serem amigas. Era melhor retornar mais tarde, mas Violet já falava naquele tom emocionando, sobre a grande noite que teria com seu amado, naquele dia.

— Podemos fazer um encontro duplo. Seria maravilhoso, vamos jantar a bordo de um navio romântico...

A conversa terminou com uma promessa de que ela iria pensar no convite. Assim que Violet deixou o ateliê, Kaori pode finalmente experimentar seus vestidos. Faltavam alguns ajustes, mas a costureira prometeu terminar tudo no final do outro dia. A atriz suspirou, não poderia obrigar a velha senhora passar a noite acordada trabalhando?

Elas ouviram a campainha da porta soar, era Daz Bones que entrava.

Ele parou sério, depois de fechar a porta e Kaori esperou que ele falasse alguma coisa, como não disse, mexeu as mãos voltando a olhar alguns modelos novos que haviam chegado.

— Esse é simplesmente maravilhoso. Eu o quero.

— Mas esse eu demoraria mais dois dias para concluir. – disse a velha costureira.

— Dois dias... – Kaori pensou. – Acho que dá para esperar.

Daz Bones interveio, afirmando que não era uma boa ideia. Kaori o fuzilou com os olhos, completando a aquisição do vestido. O moreno nada disse.

Ao sair do ateliê, Daz Bones seguiu Kaori pelas ruas de Acacia.

Ela reclamou que nunca havia precisado de um guarda costas, esperneou, xingou, mas não obteve sucesso. Ao chegar no hotel, Kaori disparou em direção ao elevador. Daz não a seguiu.

— O que está acontecendo? – Ela perguntou, esbravejando e batendo a porta atrás de si. Andou, pisando firme seu salto no chão de madeira da sala. – Para que colocou aquele cão de guarda no meu pé?

Crocodile não se moveu, ele foleava o jornal daquela manhã, não havia muitas novidades. Ele ergueu os olhos para ver Kaori bater o pé no chão e as mãos na cintura. Deixou o jornal sobre a escrivaninha e acendeu o charuto sem pressa.

— Daz esta fazendo o trabalho dele.

— Pois eu não preciso de duas sombras.

— Não reclame, Kaori. – ele disse, erguendo a mão cheia de anéis nos dedos. Safiras, topázios e ametista, cada anel com uma pedra valiosa. – Não quero que nada ruim aconteça a você. E por falar nisso, não deixe o hotel até minha segunda ordem.

— Eu não sou sua prisioneira – protestou. Crocodile não respondeu, ele não se dava ao trabalho de fazer. – Quando iremos partir? Eu fiz uma encomenda importante e vai demorar dois dias.

— Não temos dois dias.

— O que esta acontecendo?

— Nada que precise se preocupar. Agora porque não mudamos de assunto? – ele soltou a fumaça cinzenta no ar. Kaori não gostava daquele cheiro de charuto, mas fazia um esforço.

— E que assunto poderíamos tratar? – ela se aproximou, derrotada na discussão. Crocodile a segurou pela mão, trazendo-a para seu colo. – Para onde vamos?

— Deixe essas questões irritantes para os chatos. Você não precisa se preocupar, é um espírito de beleza e encanto.

— Preciso saber...

— Você confia em mim? – Perguntou sério, fitando-a no fundo de seus olhos negros.

— Sim. – Kaori não perguntou mais nada, beijando-o impaciente, enfiando seus dedos finos nos cabelos de Sir Crocodile, desalinhando-o por completo. A porta se abriu, e Daz entrou na sala. A mulher soltou um suspiro irritado, postando-se de pé ao lado da poltrona de Crocodile.

— Esta tudo pronto. – Daz Bones informou e partiu assim que obteve a confirmação de que partiriam aquela noite.

— Hoje a noite? Mas é tão em cima da hora, preciso arrumar minhas coisas.

— Tudo já foi arrumado enquanto esteve fora. – O homem estava tão paciente, que deixava-a ainda mais irritadiça.

— Mexeram nas minhas coisas, sem minha permissão?

— Você não estava aqui. – ele viu Kaori partir em direção ao quarto. – Até parece que queria esconder algo.

Ela retornou a sala.

— Não escondo nada de você. Mas é constrangedor alguém mexer em coisas pessoais. Eu não mexo em seus charutos. Nem experimento usar uma de suas joias.

— É, isso é.

Kaori cruzou os braços emburrada. Não havia muito o que fazer, senão confiar e concordar com o que quer que estivesse acontecendo ali.


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Notas finais do capítulo

Até mais :D

Beijos!



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