A Dama De Takarazuka escrita por Kori Hime


Capítulo 1
Primeiro capítulo - Dança das garças


Notas iniciais do capítulo

- Eu costumo sempre escrever histórias da Kori, mas dessa vez decidi usar a Kaori porque ela tem mais a ver com esse romance passional que, acho eu, combina bem com o Sir Crocodile.

— No máximo vão ser somente dois capitulos curtinhos, era para ser oneshot, mas o final me deixou com vontade de fazer mais um pouco.


(Não, ela não me retrata, vai lavar uma louça se pensa isso das Oc)



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Logo na recepção, era possível ouvir os objetos sendo quebrados dentro da suíte principal do Hotel mais caro de Acacia, a cidade portuária de Dressrosa.

Daz Bones estava na recepção do hotel buscando as correspondências de Sir Crocodile. O homem do outro lado do balcão entregou-lhe alguns envelopes, incluindo o jornal matinal. Mas ao invés de retornar ao quarto, Daz decidiu dar uma volta pelo porto, não estava em seus planos fazer parte de mais uma das muitas briga do casal.

— Faça alguma coisa. – a recepcionista disse para o gerente do hotel, desferindo um tapa em seu braço. – Desse jeito eles vão espantar os clientes.

— O que eu posso fazer? – O gerente anuiu. – Aquele homem é um ex-shichibukai. Além do mais, ele é um dos convidados do Jovem Mestre.

— Mas isso não significa que ele tem permissão para fazer essa baderna aqui. E ainda tem aquela mulher...

— Fale baixo, você não quer que ouçam você falando dela. – O gerente puxou a recepcionista pelo braço, levando-a para um canto. – Se alguém ouvir você não será perdoada.

Vinte andares acima...

Sentado na poltrona de frente a janela que dava para a cidade de Acacia, Sir Crocodile estava com um semblante entediado no rosto. Um charuto aceso pendia em seus lábios, a fumaça e o cheiro de tabaco preenchia a sala. Aquela suíte era um conjunto de dois quartos, banheiros e a sala em que estavam.

Os objetos lançados no ar eram ignorados por ele. O homem levantou-se e observou as ruas movimentadas la embaixo. Mas era o mar que lhe chamava a maior atenção. A vida na pirataria não era mais a mesma. As coisas mudaram nos últimos dois anos. Algumas alianças foram feitas, para segurança própria e também para benefícios como viver naquele hotel, entre outras coisas a mais.

Um vaso voou em sua direção, espatifando-se na parede ao lado da janela. Outro acertou-o, sendo engolido pela areia e depois caindo em pedaços no chão.

Crocodile soltou golfadas de fumaças no ar, enquanto girava o corpo na direção da mulher irritada bem no meio da sala. Ele a olhou de cima a baixo, enquanto as taças, pratos, copos, almofadas e qualquer coisa ao alcance de suas delicadas mãos, voavam em sua direção.

A mulher?

Katsu Kaori.

Quem é ela?

Uma mulher passional

Crocodile a denominava como forte. Porque era exatamente o que ela deveria ser por acompanhá-lo até ali. Ou ele era forte por viver daquele jeito?

Mulheres...

— Onde está Daz? – ele perguntou, ignorando o motivo daquela briga. Era completamente sem importância em sua lógica.

— Dane-se onde ele está, eu estou aqui. É o que importa. – ela gritou, arremessando outro vaso na direção de Sir Crocodile, que ergueu o braço, aparando o vaso com o gancho dourado. – Eu te odeio! – Ela esperneou tal como uma mimada, o que não era. Mas sabia muito bem como criar um espetáculo. Era uma atriz.

— Agora eu não estou com cabeça. Preciso de Daz aqui – Crocodile pegou o charuto e o atirou no cinzeiro sobre a mesa de vidro trincada. Ele olhou para o móvel e depois para a mulher. Movendo a cabeça negativamente. Aquela mulher ainda iria causar algum estrago irreparável.

— Eu vou embora. – ela se virou. O vestido de longa saia com babados moveu-se com graça. Kaori partiu na direção do quarto e seus longos cabelos negros balançavam conforme ela caminhava.

Era o que sempre dizia. Que ia embora, mas nunca passava da porta. Sir Crocodile não deu atenção ao jogo dela e notou a presença de Daz Bones na sala.

— O que tem para mim? – ele perguntou, recebendo as correspondências e o jornal. Os envelopes foram guardados na gaveta da escrivaninha. O móvel estava com algumas taças destruídas em cima. – Esse jornal, mas o que é isso?

— Pelo visto, ele renunciou.

— Mas o que se passa na cabeça daquele idiota? – Crocodile pegou um novo charuto da caixinha de madeira exclusiva e levou a boca, capturando o isqueiro de ouro de dentro do bolso do elegante terno que vestia.

— Tem mais. – Daz continuou, e assim que o homem virou a página do jornal, deu de cara com a imagem de Trafalgar Law e Monkey D. Luffy.

— Esses moleques, o que eles estão aprontando?

— Acredito que as alianças sejam par... – Daz foi interrompido pela voz lamuriosa de Kaori, que voltava do quarto carregando uma pequena mala de couro. O homem virou-se para ver a cena, enquanto Crocodile aproximava-se dela, com o mesmo semblante entediado de quando ela se foi.

— Vou embora. – ela reafirmou, com a voz embargada. Ela não era o tipo de mulher que chorava, mas adorava um drama.

— Essa bolsa pequena não cabe nem um de seus vestidos. O que tem aí? – ele perguntou. Era verdade. Os vestidos afofados e extravagantes da mulher eram grandes demais para caberem ali dentro. Quem dirá os quimonos.

— Nada que vá dar por falta. – Kaori girou o corpo, seus cabelos negros acompanharam o movimento.

— Volte. – ele ordenou. – Abra a mala.

— Que abuso. – Kaori largou a mala no chão revoltada. Sir Crocodile moveu a mão cheia de anéis com pedras preciosas, mandando que Daz pegasse a mala. – Eu não vou aturar mais esse tratamento ridículo. Sou uma dama.

Daz Bones abriu a mala, que estava cheia de joias e dinheiro. Ele mostrou ao chefe, que o ordenou levar tudo de volta para o cofre dentro do quarto.

Kaori cruzou os braços, fazendo bico e erguendo o queixo no alto. Ela deu uma olhadinha para ver se Crocodile a observava, e ele estava lá. Aguardando uma explicação que não veio. Por isso sentou-se na poltrona, estendendo a mão em seguida, chamando por ela.

Kaori indignou-se a responder no primeiro instante. Mas depois, quando seu peito se aqueceu novamente com aquela chama ardente, ela deu passos curtos até a poltrona, segurou-lhe a mão e foi capturada em um abraço, caindo direto no colo de Sir Crocodile.

Ele observava o mar. Estava com saudades.

— Porque você me odeia? – Kaori perguntou chorosa e dramática.

— Eu nunca disse isso.

— Mas também não disse que me ama. – Lá vinha ela novamente com aquele discurso. Foi assim que o ex-shichibukai se recordou do motivo da briga. Um eu te amo que não foi dito.

Atrizes...

Tão sentimentais, tão passionais. Mas no fim, essenciais.

— Em breve estarei de partida. Há assuntos que não me dizem mais respeito nesse lugar.

— O que quer dizer com isso? – Ela piscou, lentamente. Seus olhos negros possuíam um brilho especial e misterioso. Kaori apertou os lábios pintados num vermelho sangue e suspirou. O pirata conhecia sua arte, tão bem que se perguntava como ainda caía nela.

Ele então recordou-se do primeiro momento que a viu...

 

Estava de volta ao Novo Mundo, muito havia se passado. A ilha Takarazuka foi uma de suas paradas. Aquela era uma ilha onde se presava a arte. Sir Crocodile estava ali para encontrar-se com o ate então shichibukai Donquixote Doflamingo.

Ao desembarcar na ilha, foi recepcionado por gueixas em suas tradicionais vestimentas e cabelos presos. A ilha era enfeitada com diversas cerejeiras florescendo. Um mar de cores se espalhavam por toda a ilha. Rosas, brancas, lilás.

Doflamingo estava sentado em uma almofada confortável, sendo servido por todos os lados. Ele gesticulou mandando Crocodile sentar-se pois o show iria começar. Ele o fez, mesmo em desagrado. Daz Bones a seu encalço não quis sentar, continuou em pé.

As cortinas se abriram e a paisagem natural da própria ilha era interpretada no palco ao ar livre. Uma mulher que segurava um leque branco, movia-o lentamente e cantava uma canção melancólica. Ela foi se levantando aos poucos e seus cabelos longos, que ultrapassavam a cintura, movia-se conforme seu corpo se mexia com graciosidade, acompanhando a melodia do instrumentos de cordas. Ela vestia um quimono vermelho, com a estampa de garças e crisântemos.

Doflamingo gritou, aplaudiu e riu para Sir Crocodile, perguntando o que ele achou.

Crocodile não respondeu, não naquele momento. Pelo menos não para DoFalmingo. No final daquele dia, ele se encontrou com a atriz. No final daquele dia ele sentenciou seu futuro.


— Eu não vou permitir que você vá embora daqui sem me dar uma boa explicação.

Era a voz de Kaori, tão firme e valente naquele momento, nada se parecia com a voz lamuriosa de antes, quando estava tentando levá-lo com sua cena de teatro. – E então? O que me diz?

— Prepare as malas. – ele soltou algumas golfadas de fumaça no ar. – Vamos partir.

Antes que pudesse ouvir alguma nova reclamação, os braços da atriz apertaram-se em volta do pirata, e ela beijou-lhe a cicatriz do rosto, tirando em seguida o charuto de sua boca, para enfim celebrar com um beijo.

Daz Bones, que entrava na sala, deu meia volta. Ele definitivamente não estava no clima para aquilo.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem, eu amo meu Sir Crocodile ♥
Beijos



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