O Amor Mora Logo Ali [Hiato] escrita por Bella Guerriero


Capítulo 9
Capítulo 9 - Amor não correspondido


Notas iniciais do capítulo

O amor sempre vem de uma grande amizade...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/348034/chapter/9

O meu "relacionamento" com Vitor estava indo de vento em polpa e minha amizade também.

Agora na sala eu ja era amiga de Mariana, Rafaela, Tainá, Bruno, Felipe, Raul, Marcos e Letícia.

Apesar de Felipe e Raul não serem bem amigos, os dois me olhavam de modo diferente e um sorriso no rosto, mas me fazia de desentendida. Em um dia qualquer, estava na sala e era aula de português (ordem alfabetica), mas, para minha "alegria" Mari havia faltado.   Rafaela e Tainá sentavam do outro lado da sala e todos da minha frente haviam faltado também então eu estava atras de Felipe. Conversamos a aula toda, nunca passei tanto tempo com ele igual aquele dia.

Apesar de tudo, nunca toquei no assunto do primeiro ano com o Felipe. Tinha medo de que ele não se lembrasse, mas esse dia foi diferente. 

- Sabe o que pensei na "primeira" vez que te vi esse ano? - Disse no momento.

- Não faço a menor ideia.

- Bem... - Disse dando uma pausa para dar um sorriso timido escondendo os olhos. - Eu pensei: Nossa, é ela. Depois de tanto tempo, não pode ser. 

Olhei para ele com uma cara de duvida.

- Por acaso você se lembra da primeira serie? - Perguntou ele.

- Ah, você se lembra? - Perguntei chocada com o que acabara de ouvir.

- É claro, eu gostava de você de verdade.

- Eu também, você foi meu primeiro e unico namoradinho. - Ri lembrando daquela época.

- Ah, sério? Confesso que tive mais...

- Ah... - Suspirei decepcionada... - Mas na segunda serie, lembro que você se esqueceu de mim. Então eu fingi namorar com um menino  para te fazer ciumes. Mas não deu muito certo... - Disse fazendo uma careta.

- Sério?! - Perguntou. Assenti com a cabeça.

- E se... nós... continuassemos de onde paramos?

- Como assim? - Perguntei com uma interrogação  evidente no topo de minha cabeça.

- Isa, quer namorar comigo? - Perguntou. Congelei. Não sabia o que dizer ou fazer. Não queria magoa-lo, mas também não o queria como meu... namorado...

O sinal tocou alto pelos corredores da escola anunciando o final do dia escolar. Guardei meu material as presas para evita-lo, mas ele estava aguardando minha resposta e me alcançou quando estavamos próximos a escada.

- Isa, te assustei? Me desculpe... mas é o que eu sinto... - Murmurou desanimado.

-  Não... Posso pe-pensar? - Gaguejei nervosa.

Eu estava espremida entre a parede e ele que estava apoiado nesta. 

- Claro. - Baixou as mãos triste. - Quanto tempo?

- Uns dias... tenho que ir... - Fiz uma pequena pausa e prossegui: - Te vejo amanhã - E escapuli de seus braços.

~~ ♥ ~~

No final de semana, Sarah estava em casa e contei-lhe o ocorrido.

- ELE TE PEDIU EM NAMORO?! - Perguntei em completo êxtase. - QUE FOFO! SÓ EU FICO PARA TITIA - Completou com um largo sorriso que ia de orelha a orelha.

- Quem disse que eu gosto dele? - Perguntei levantando uma sobrancelha.

- Ninguém, mas é a sua chance de perder o bv. 

- Mas não quero... Perder com... Ele... 

- Eu sei que você quer com o Vitor, mas não seria melhor para você mesma tentar com o Felipe que te ama? Ai que fofo, vou chorar de emoção! - Fingiu secar uma lagrima inexistente.

- Seria, mas ele é só meu amigo. 

- Mas não foi com a amizade que você começou a gostar do Vitor? Porque não pode ser assim com ele?  Alias, o Vitor é muito feio. - Ela fez uma cara de nojo e eu joguei um travesseiro nela.

- Então tá, ele não é. Aos seus olhos - Completou com a ultima frase. - Mas você tem que escolher entre ficar com o Felipe e esquecer o Vitor ou se declarar para o Vitor e dar um pé na bunda de Felipe e ter um lindo casamento, comigo de madrinha, é claro, ter trigêmeos e uma casa - Levantei uma sobrancelha. 

- Tá, exagerei, Vitor?

- Vitor.

No dia seguinte, já havia passado tempo demais, então eu tinha que dar uma resposta.

Sentei em minha carteira e fiquei dançando com os dedos na minha mesa. "O que iria dizer a ele?" Bem, como sempre, tive azar. A primeira aula era educação física e antes de descermos ele se sentou atras de mim e se inclinou para frente para sussurrar em meu ouvido:

- Ja tem a resposta? - Concordei com a cabeça  e ele prosseguiu - ótimo, te encontro na quadra das arvores... Sozinha...

"Droga" Pensei. Meu plano era levar Rafaela e Tainá comigo para não ser surpreendida mais uma vez, mas parecia que ele sempre estava um passo a frente de mim.

- Tudo bem...

~~ ♥ ~~

Enrolei o maximo que pude, mas, afinal, era inevitavel. Fui ao banheiro arrumar meu cabelo ( que nesse dia estava, por ironia do destino, lindo. Um loiro mais brilhante e vivo que o comum pendendo por ondas em minhas costas). Bebi agua, arrumei a roupa e, no final, não havia mais nada para ser feito ali. Decidi então  contar as meninas a minha missão no momento.

 - Onde você vai, posso saber? - Perguntou Tainá com as mãos na cintura enquanto batia o pé freneticamente  esperando por uma explicação.

- Vai nos abandonar? - Rafaela perguntou com um bico.

Elas estavam paradas perto do banco me observando e eu estava quase passando pela porta da quadra. Respirei fundo. Meu coração denunciava meu nervosismo e Mari que estava ao meu lado, percebeu a minha agitação. Provavelmente eu estava vermelha igual um pimentão. Duas batidas do meu coração haviam se passado antes de virar para elas lentamente. Agora, Rafaela e Tainá estavam três passos mais perto de mim na mesma posição. Batendo o pé direito e com os braços cruzados a frente do peito.

- Vou falar com Felipe... - Disse dando de ombros na tentativa de tornar aquilo insignificante. 

 - Felipe? - Mari olhava-me sem entender absolutamente nada.

- Vão conversar sobre...? - Tainá perguntou dando uma brecha para que eu completasse a frase.

- Gente... o Fel... - No momento que iria contar, algumas meninas da nossa sala surgiram no refeitorio calando-me no exato momento. Rafaela percebeu minha subita mudez e o motivo então puxou a Tainá pelo braço que me puxou e, para entrar na brincadeira, puxei Mariana também.

Rafaela nos conduziu para a quadra das "traves" - como a chamavamos - pois nela existia apenas dois gols sem redes. 

- Desembuche - Rafaela disse com um tom ameaçador.

- Sexta- feira... eu estava conversando com Felipe porque a Mari tinha faltado e vocês estavam longe então não tinha com quem conversar - Disse como um locutor de futebol. Parei para puxar ar. - Dai nós lembramos da primeira série de quando nos gostavamos e ele me pediu em... Namoro.... e tenho que dar uma resposta para ele

Elas olharam para mim com os olhos arregalados e boquiabertas passando alguns segundos imoveis. Enquanto elas escreviam, copiavam, analisavam, imprimiam e processavam o que disse... Faziam tudo o que devia com o texto, encostei-me na parede e observei o dia. Era inverno e eu estava com uma jaqueta preta que ficava perfeita com meu cabelo cor de ouro. As folhas caidas e o vento gelado em meu rosto era minha sensação favorita.

Após alguns minutos, elas finalmente reagiram e Rafaela disse, por fim, quebrando o silencio enquanto alisava uma mexa de meu cabelo.

- Que fofo!

- A Isa ta namorando! - Cantarolou Tainá enquanto pulava de alegria.

Levantei uma sobrancelha, estava tudo errado. Elas sabiam que eu gostava... Não... amava...  incondicionalmente Vitor. Porque estavam felizes?

- Para tudo!- Soltei-me de Rafaela e abri espaço com meus braços. - Como assim que fofo? - Cuspi aquela palavra - Não gosto dele. Amo Vitor! - Praticamente gritei. Mariana olhou-me com reprovação e apontou para a entrada da quadra. Lá estava Felipe com um sorriso forçado e olhos tristes e incrédulos. 

- Você, você, você. Fora. Agora! - Ordenei enquanto apontava para uma de cada vez e depois apontei para a saída. Elas foram embora enquanto Felipe se aproximava.

- Sente e deixe-me explicar... - Pedi. Era doloroso ver seus olhos triste, então foquei-me no chão para não ve-lo daquele jeito. - Por favor... - Disse com a voz piedosa. 

- Você não precisa se explicar... - Disse abraçando os joelhos.

- Preciso e vou. - Aspirei uma grande lufada de ar tomando coragem. - Felipe... Você é engraçado, inteligente, bonito só que...

- Já sei... Eu não sou ele.

- Não... - Suspirei profundamente. - Eu te amo, realmente, mas só como amigo... não será mais do que isso... e eu mesma não tenho mentalidade e preparo fisico para namorar... - "Aquilo era totalmente verdade"  - Sinto muito... - Disse escondendo o rosto em seus joelhos.

- Não se desculpe amor... Sentimentos não escolhemos... Acontece. 

- Infelizmente isso acontece com quem não te ama... 

- Você já tentou?

- Não.

- Então não tem como saber.

Eu levantei o rosto para olha-lo pela 1ª vez nos olhos, eram castanhos escuros - lindos- e claros falando totalmente a verdade, ele falava para me ajudar, como um amigo, sem remorso. 

- Obrigado - Abracei-o e beijei seu pescoço 

- De nada... Mas sempre vou te amar, muito, mais do que você imagina...

- Eu sei... - Algumas lagrimas se formaram em meus olhos e molharam sua camisa. 

- Forever... - Disse em meu ouvido de forma romantica.

Ficamos ali sem se mexer por um bom tempo. "Porque não podia ser ele?" Depois de dois dias viramos apenas amigos... Novamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Continua no proximo capitulo !



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Amor Mora Logo Ali [Hiato]" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.