O Amor Mora Logo Ali [Hiato] escrita por Bella Guerriero


Capítulo 5
Novas Amizades I


Notas iniciais do capítulo

Finalmente consegui uma amiga....Mas ela tem um passado obscuro...



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Era sexta-feira agora e era meu segundo dia indo de perua escolar para a escola quando lembrei da dor no peito, por imaginar deixar Vitor e ela me atingiu novamente ainda mais forte. Coloquei a mão no peito tentando acalma-la e é claro que não funcionou, a sorte é que eu era a última a ser pega e em poucos minutos eu estaria na escola - com ele.

E, foi só vê-lo para fazer a dor passar.

Durante as quatro primeiras aulas fiquei pensando naquela dor e comecei a pensar que eu teria problemas com ela e teria que aprender a controla-la.

Eu não gostava do fundão, não ouvia nem via nada direito, mas como tudo na vida, tinha que me adaptar.

Para minha alegria, conheci colegas lá e os adorei.

Finalmente conversei com a tal de Mariana, não começamos as coisas muito bem, eu estava em meus "normais" devaneios tentando acompanhar a leitura de geografia, quando olhei para ela e ela estava, como na 1° vez que a vi, "rabiscando" o braço, mas prestando mais atenção percebi o que realmente ela estava fazendo.

–O que você está fazendo!?

–Bom, se quer mesmo saber, estou me furando.

Ela falou isso com tanta naturalidade que eu me assustei mais ainda. Ela estava se furando com um compasso e erguia uma sobrancelha como se eu fosse um extraterrestre!

–Isso é canibalismo sabia! É errado e dolorosos...

–Oh, pode parando ai! - Ela disse isso apontando para mim o dedo e girando a cabeça com uma cara de brava, não tive como conter o riso e ela me acompanhou nisso, mas mesmo sobre risadas terminou a frase. -Eu não me como. - Isso a fez parar e perceber a malícia que acabara de dizer, rimos mais ainda.

–O dona Isabella e Mariana, isso agora é um circo? Eu sou o palhaço? Eu já me formei, vocês é que precisam de estar aqui.-Minha professora começou o seu discurso que ela sempre falava para se "esnobar" quase falando na nossa cara que era superior.

De tanto ela repeti-lo todos já o decoraram e parei de prestar atenção nela e me aquietei.

Depois de um tempo, Mariana retomou a conversa comigo aos sussurros.

–Como eu dizia, não sou canibal, só sou masoquista.

–Só? – Indaguei

–É claro, canibalismo é mesmo uma coisa horrenda. – Fez cara de nojo ao imaginar uma cena um tanto quanto peculiar.

–É ficar se furando também não é nada promissor...

–Bom é melhor do que tentar se matar.

–Como disse?

–Isabella!-Disse a professora me chamando a atenção novamente. -Vou ter que tirar 3 pontos de sua nota?

–Não professora, a Mariana só estava me esclarecendo uma dúvida.

–Bom, da próxima vez que tiver uma dúvida, pergunte a mim.

Eu concordei com a cabeça.

–Bom, parece que não vamos poder terminar esta conversa tão cedo... -Mariana disse. - Qual o seu nome mesmo?

–Isabella e o seu é Mariana, acertei? – Perguntei só para confirmar ainda mais minha certeza.

–Sim. – Assentiu

Depois disso eu e Mariana viramos amigas eia todos os dias lá atrás para conversar com ela até que um dia ela me contara uma grande história.

–Quem escolheu seu nome Mari?

Ela me olhou com uma cara incrédula, porque odiava ser chamada de Mari, fiz uma cara de quem pede desculpas e retornamos a conversa.

–Meu pai e minha mãe. Ela queria que eu me chamasse Maria e meu pai Ana, então eles juntaram os dois e formaram essa coisa linda que eu sou! -Eu nunca ficava triste perto dela, ela era surrealmente alegre.

–Seus pais são separados Mari? -Mordi o lábio, era impossível não chama-la assim.

–Bom, é uma longa história...

–Temos bastante tempo. - Tinhamos mesmo, era reunião de professores.

Então ela me contou sobre como eles se separaram graças a avó dela e de como ela a odiava por isso. De quando ela tentou se matar, essas partes eu pude sentir lágrimas se formando em meus olhos e ela também via. Nesses momentos ela dava um pausa na história, mas eu engolia em seco para que Mari não me visse chorar.

De vez em quando, mesmo em minha carteira - minha que não era minha, pois Mari era a última da fileira ocupando um lugar e atrás dela havia uma carteira vazia, quando viramos amigas o tanto que conversávamos não dava mais para mim ficar de pé então a fiz minha -estando de frente para dela ela via se suas amigas nos escutavam, ela só se confessava a mim.

Tivemos inúmeras conversas assim, sobre nós, porque eu, as vezes, também sentia a solidão que ela sentia, a diferença que ela cobria a solidão e a tristeza se furando e eu não.

Na quadra de Ed. Física principalmente conversamos, até o fim do ano e sozinhas só nos mesmas nos entendíamos.

Durante um tempo eu tentei entende-la com o masoquismo, mas eu queria chorar quando via seus ferimentos.

–Mari...-Por mim ela começou a gostar de ser camada assim, mas somente por mim. - Eu quero te ajudar, não aguento mais ver isso. - Eu lhe mostrei suas mãos e senti as lágrimas inundarem meus olhos e ela sentiu a tamanha tristeza que eu sentia.

–Mas como você pode me ajudar?

–Como sua amiga, quando você se furar eu te repreendo e converso com você e te lembrarei do amor que eu sinto por você e que você por motivo algum irá me deixar.

Ela me entendeu na parte de deixar e então ficou combinado, mas não precisou de nada disso, quando ela se tentava, olhava para mim e eu para ela e eu via como naquele dia do trato a dor que aquelas palavras duras a causavam, tanto quanto a mim mesma e de pouco em pouco ela foi parando mesmo com algumas escapulidas.


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Notas finais do capítulo

E novos amigos aparecem!Uns bem difíceis,mas vão me conquistar...



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