O Amor Mora Logo Ali [Hiato] escrita por Bella Guerriero


Capítulo 2
Amizade


Notas iniciais do capítulo

Meus desejos se realizam...



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Os dias seguintes na escola foram sossegados e normais, embora eu permanecesse a mesma muda na sala de aula, excluída de muitos alunos.

Já havia conhecido todos os meus professores e a rotina escolar estava começando a voltar, trazendo consigo lições de casa, trabalhos e etc. Estava me acostumando com os meus colegas e já sabia o nome de alguns.

A menina alta do fundo da sala se chamava Mariana, parecia meio violenta, mas inofensiva, a que conversava com ela era Rafaela e o garoto com rosto angelical era o Raul - muito inteligente, por sinal, respondia todas as perguntas sem um erro sequer ou dificuldade.

Eu e Sophia também havíamos decidido deixar de lado os passeios, antes das aulas, para aguardar Alice e Vitor na entrada.

Eu, passava boa parte do tempo com eles, afinal, eram meus vizinhos e, quase todas as tardes, Pedro – irmão mais velho deles – ia com minha avó nos buscar. Nessas horas, conversávamos sobre coisas variadas, ou tentávamos, pois, no final, sempre voltávamos a falar da escola.

Demorou muito tempo, até que Vitor finalmente começou a falar mais comigo, mas, apesar disso, ainda era de uma maneira quase inaudível, forçando-me a prestar completamente atenção nele se quisesse entende-lo.

Nesse meio tempo, de dias indo e vindo, que conversei com Raul pela primeira vez.

– Oi, qual é o seu nome ? - Perguntou pegando-me desprevenida, imersa em pensamentos a respeito da minha amizade com Vitor.

Estava com o cotovelo apoiado na mesa e com o rosto na mão parecendo meio deprimida ao invés de pensativa e ficava sempre assim, já que pensar era um costume que eu sempre levava muito a sério.

– Ah... Isabella - Respondi meio perdida, seus olhos pareciam brilhar, mas eu estava tão longe daquela pequena sala, cheia de alunos gritando e com o professor frustrado tentando, sem sucesso, colocar ordem na bagunça, que nem reparei.

– Ah... Meu nome é Raul, está pensando em que?

– Bem, eu estava pensando em meus amigos.

– Você consegue pensar com esse inferno aqui dentro?!

Ri comigo mesma, tambem me assustava conseguir pensar com aquele caos, mas eu realmente viajava, saia de onde estava e somente meu corpo ficava naquele lugar, nenhum ruido passava por minha mente, eu me concentrava totalmente.

– Já me acostumei com o barulho, em casa, nunca é silencioso.

– Nem na minha - Resmungou.

Conversamos por um bom tempo, mas logo fomos interrompidos pelo professor que, finalmente, decidiu por um ponto final naquilo ameaçando chamar a coordenadora.

Passei a conversar diariamente com ele, rindo, fazendo brincadeiras e ele até me ajudava nas lições que eu ficava perdida. Ele era um bom garoto, apesar de ser terrivelmente falante, o que prejudicava, as vezes, minha paciência.

Vitor também estava bem mais falante, zoava com tudo o que fazia e dizia, me sentia a boba da corte, mas depois de um tempo comecei a rir com as suas piadas e não ligar mais para os seus comentários maliciosos.

– Vitor, o que você tem? Bateu a cabeça quando nasceu? A minha pessoa em especial te irrita ou você tem prazer em me irritar?

– Hm... Pergunta dificil a sua, mas eu tenho a plena certeza de que o problema não sou eu e tenho certeza de que o meu prazer é te irritar - Riu ironico.

Ele riu saboreando o momento. Eu podia bater nele, mas tinha muita compaixão pelos seres irracionais e também não iria mudar nada, afinal, uma vez idiota, sempre idiota.

Mais tarde, naquele dia, deitada em minha cama, comecei a pensar se o que sentia pelo Vitor, toda vez que eu o via o falava com ele, crescia dentro de mim um sentimento que me confundia.

Essa pergunta passou diretamente pela minha mente atingindo a parte mais fraca do meu corpo, que após uma decepção, ainda havia alguns remendos. Não foi assim tão forte, mas que me deixou muito triste. Meu coração foi acertado com um baque e, sem poder fazer nada, ele disse que crescia um sentimento, mas não quis aceita-lo em meu peito, tampouco em minha mente.

Após dormir, sonhei que ele me esperava no portão da escola, disse que me amava e me levou para casa dizendo tudo o que sentia. O tormento, a angustia, a dor e que queria namorar comigo. Nesse momento, acordei assustada e ja via que havia perdido a guerra com o meu coração e que eu estava imersa naquele sentimento que eu tanto queria evitar.

No dia seguinte, durante a aula, analisei a situação "Por que ele?" " Por que agora?" repeti aquelas mesmas perguntas milhares de vezes em minha mente e não consegui fugir da resposta de como eu odiava, mas tambem adorava o modo que ele me fazia rir, o jeito dele agir mesmo sendo tão infantil... Pensar daquele jeito fez cocegas em meu gélido coração e decidi tentar fazer isso com outro para ver se não passava de uma simples ilusão.

Fui falar com o Raul, naquela altura, pude perceber que assim que ele me via seus olhos brilhavam e seus gestos mudavam, todos já tinham reparado que ele gostava de mim, decidi ir falar com outro. Bruno, um menino muito bonito, alto de cabelos pretos e olhos castanhos, ele havia começado a conversar comigo poucos dias atrás, pois na aula de português era em ordem alfabética e ele sentava do meu lado. Ele agia igual ao Vitor, zoava comigo. Primeiro ele não me deixava passar.

– Bruno, por favor, deixe-me passar.

– Só se você falar a palavra mágica.

– Por favor.

– Não, outra palavra mágica. Se você não acertar, ou você me paga ou não passa.

– Bruno magnifico e bonito, acertei?

– Não. - Respondeu seco e animado.

– Ah! - Disse.

Tentei passar pelo outro lado, mas ele foi mais rapido que eu. Após várias tentativas falhas, desisti.

– Bruno, você me acha bonita? - Perguntei.

– Você, Isa, bonita? Hm... um pouco, mas no bom sentido! - Disse ele rapidamente antes de eu achar que ele tinha falado com malícia, mas era desnecessario, ele era só um amigo para mim.

– Obrigado. - Disse e dei um abraço nele e fui, antes disso, ele me deu uma cutucada na cintura, eu dei um pulo. - Ah, você não muda! E qual era a senha?

– Nunca descobrirá - Disse maleficamente.

Revidei com um olhar ameaçador.

– Falando nisso, aquela parte do bonito era mentira. - Respondi no mesmo tom que ele.

– A minha parte também - Ele deu uma piscadela e rimos em uníssono e fui para o meu lugar antes que o professor se irritasse.

...

Bem, estava claro que meus sentimentos estavam completamente misturados, mas eu sabia que entre meus amigos e Vitor eu devia sentir algo mais forte.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo, a descoberta vem a tona. Aguardem u.u



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