Contos de Um Rapaz escrita por Tsuki_no_Hika


Capítulo 2
Beber, cair, e... ser carregado!




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    Estava no meu 2º ano do Ensino Médio, tínhamos acabado de começar mais um ano letivo, e lá estava eu, paralisado diante meu novo Amor. Como já disse, seu nome não vem ao caso, e por algum acaso, sentou-se ao meu lado. Naquela hora pensei "Maldito professor que colocou esse pia do meu lado!".

    Tentei prestar atenção nas aulas, porém não consegui. Tentei fazer minhas anotações, não consegui. Minhas mãos suavam, minha cabeça doía, as dúvidas estavam me deixando louco! "Que...que sentimento é esse? O que será! Mas, ele é um homem! Mas....mas.....".

     O sinal! Maravilhoso sinal! Recreio! Nunca me senti tão aliviado por ouvir aquele toque de sirene irritante. Sai meio que correndo da sala, meus amigos me olharam com uma cara tipo "Você tá legal?" Voei para o meu "cantinho secreto", um esconderijo que tinha desde a 5ª série, sempre que estava mal ia pra lá. Porém minha "felicidade" não durou muito tempo.

     Sim. Era ele, com seu corpo perfeito que me tonteou, me paralisou, quase berrei de susto quando ele chegou. Como era um lugar que só cabiam duas pessoas, era um lugar com teto muito baixo, só se entrava lá se agachando, ele chegou como um vulto, e pergunto bem baixinho "Tudo bem?" Pulei. Bati a cabeça. Doeu. Olhei com um olhar "tenso". Olho arregalado, cara pálido, parecia que ia morrer.

    Ele deu uma risadinha (meiga, doce, irônica...) e depois se sentou ao meu lado e perguntou "Posso lanchar com você?". E como eu poderia recusar? Nem conseguia falar, muito menos recusar.

    Passou-se o recreio, nós mal conversamos, porém senti um alívio imenso em meu peito. Nas outras aulas até consegui me concentrar, todavia havia algo que me fazia olhar para o lado e quando minha pessoa não olhava, me sentia olhado.

    A cada dia que passava nós ficávamos mais amigos, a turma também se apegou a ele. Finais de semana o povo saia, nós íamos beber, fumar, pegar. Na verdade pra mim começou a ser só beber, porque eu não conseguia ficar com ninguém na frente dele, muito menos fumar, já que ele tinha dito que "Aquilo não era digno de homem". Até que um dia. Aiai, aquele dia. Que dia. Até hoje não sei se posso chamá-lo de amaldiçoado ou abençoado.

    Tinha ido mal em um prova muito importante, (maldita seja aquela professora que não me explicou o conteúdo! Tudo bem, eu não prestei muita atenção nas aulas e não estudei. Mas a culpa ainda é dela!) e a turma saiu pra encher a cara, porque, obviamente ninguém foi bem, exceto ele, pois, não sei como, ele era muito CDF.

    Fomos ao bar de sempre, que claro, vendia bebida para menores, e eu juro que nunca bebi tanto na minha vida! Estava bêbado, mas, não sei como, com um pouco de consciência. Os pias estavam todos travados também e, como moravam perto do bar, foram andando. E eu fiquei lá, sozinho, mas na verdade não estava sozinho! Sim! Ele! ELE! Sim, eu ouvi um pouco da conversa dele com os pias: "Pode deixar, eu levo ele pra casa". "Mas ele mora...hic...longe...hic....deixa ele ai!" "HAHAHAHAHAH". Apaguei.

    Quando me dei conta, estava dentro de um táxi, deitado nos ombros dele, e ele me olhando com uma cara de.... não sei definir. Tentei pensar, raciocinar um pouco sobre o que estava acontecendo, não consegui, apaguei.

    Acordei. Acordei por sinal com um estalo terrível, era eu sendo arremessado no chão. Também, como alguém não ia ficar cansado depois de carregar alguém cinco andares acima, num prédio sem elevador?

    Pois é, não me pergunte como ele conseguiu abrir a porta de casa; levou-me até meu quarto, me soltou no chão sem querer, me pegou de novo e me levou para minha cama. Pegou o celular, ligou pra alguém e disse "Vou dormir fora hoje, beleza?" e após uma breve resposta do outro lado da linha, desligou.. Juro que dei um pulo da cama, arregalando os olhos, bati a cabeça na parede,...aquela coisa de sempre..... Ele deu aquela risadinha e falou "Posso, né? Parece que seus pais não vão voltar tão cedo pra casa, se é isso que lhe preocupa." Gelei. Tinha me esquecido dos meus pais! Porém já me refresquei a memória, minha mãe estava numa viagem a negócios e voltaria dali duas semanas, meu pai, mulherengo infiel, já aproveitava pra sair a noite. Mas....mas... ainda assim! A ideia dele, DELE dormir na mesma casa, sob o mesmo teto! Pronto, agora sim é que eu pirava. Já estava bêbado, fui carregado por ele, depois da notícia dele dormir na minha casa, a não! Já era demais!


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