America's Sweethearts escrita por Hissetty


Capítulo 8
'Não mexa com ela'


Notas iniciais do capítulo

Weeeeeh!
Semideusa Incompreendida, me desculpe! auheauehauhe
Era para eu ter postado sexta-feira, né? t_t
Bem, aqui está... um pouquinho mais meloso! auehauehuahe
Boa leitura para todos ;3



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Quatro horas da tarde.

Dolly estava pulando de caixa em caixa. O forno estava assando cookies. Eu estava deitada no chão. Henri estava varrendo a casa de novo, assoviando “The Adventures of Rain Dance Maggie”.

- Heeeey, noooow – ele cantarolou. E voltou a assoviar. – We’ve got to make... uhmm… Heeey, noow! – improvisou.

Olhei para ele e revirei os olhos, rindo.

- Heeeey nooow, we’ve got to make it rain somehow; She told me to and showed me what to do; She knows how to make it loud – cantei, porque ele tinha esquecido essa parte. Ele sorriu e voltou a assoviar. Fechei os olhos.

A campainha tocou.

- Quem pode ser? – perguntei, sentando no chão. Henri deu de ombros. – A vaca disse que não íamos receber visitas, não disse?

- E quem liga? – Henri sorriu e depositou a vassoura perto de mim. Quando ele foi abrir a porta, ela mesma se abriu, batendo na parede. Eu me assustei.

- SEU FILHO DA PUTA! – gritou uma voz masculina, seguida de alguns “êêêhs” também masculinos. Ergui o pescoço. – Porque não me disse que tava em cana, hein, Henri?

Lembrei de uma das regras da casa... a que dizia que eu não podia falar com os amigos dele. Arregalei os olhos e dei uma cambalhota para trás, tentando rapidamente sair da sala. Merda, merda, merda, mer...

- Ih, rapaz, tem uma gatinha aqui – disse outro.

... da.

Eu, agachada entre as caixas, acenei sofregamente.

- E aí?


(...)


- Deixa eu ver se entendi, você foi preso na própria casa com uma menina?

Henri sorriu e deu de ombros, suspirando.

- Não é minha culpa, cara. O diabo aqui foi roubar bebidas e quase me fez levar um tiro de um velho puta fumado.

- O diabo aqui vai te enfiar uma faca de manteiga no olho se você continuar a me culpar por tudo, hipócrita retardado – murmurei, encolhida no chão. Um dos garotos riu e se aproximou de mim, se abaixando. Ao todo, eram cinco.

- E seu nome, pequeno demônio, é...?

- Delilah – respondi, desviando os olhos. – Assassina de aluguel e traficante de bebidas alcoólicas. Nas horas vagas, eu roubo coisas. – ergui os olhos. – Você ainda quer ficar nessa casa?

Ele olhou para os amigos, arregalando os olhos, e eles riram.

- Ela tem uma língua afiada!

Revirei os olhos. O garoto, de olhos azuis, cabelo preto meio comprido – altura do ombro – enfiado num boné verde que parecia com o nosso sofá e vários piercings na cara, sorriu e me estendeu a mão.

- Dinho, muito prazer.

- Fique com ele – murmurei. – Quem são os outros?

Ah, eu estava genuinamente curiosa. Não é sempre que um grupo de presidiários skatistas de 20 e tantos anos entram na sua casa.

Um deles, de cabelos loiros na altura da cintura e uma tatuagem de dragão despontando no pescoço, acenou para mim, retardado. Henri bateu com a própria mão na testa.

- Não interes...

- Sou o Beto – disse o loiro. – Esse é o Eli – ele apontou para um cara de óculos, parecido com o primeiro que me deu um aperto de mãos, porque também tinha vários piercings na cara –, irmão do Dinho. – ah. – Aquele ali é o Douglas – ele se esticou o puxou a manga de um outro, que tinha uns cabelos muito loucos, castanho-claros, cacheados e bagunçados. Ele parecia meio maluco, mais que os outros. – E o último é o Mason, que parece um bandido, mas tem um bom coração – concluiu, abraçando o cara de cabeça raspada do lado dele. Coração, sei. Ele tinha olhos azuis amigáveis, mas tinha um corte quase cicatrizado na boca e um hematoma na bochecha.

Silêncio. Eu observei. Pareciam uma trupe de ingênuos ladrões de carros, todos meio maloqueiros, com vinte e poucos anos, estilo skatistas desempregados. Cruzei os braços e ergui as sobrancelhas para Henri, na esperança que ele me apresentasse ao grupo de gogo-boys.

- O que tu quer? – perguntou Henri, ingênuo. Arqueei mais as sobrancelhas. Ele franziu as dele. – O que é, Delilah?

- Não vai apresentar a menina? – perguntou Eli, achando graça da troca de caretas entre mim e Henri. – Que falta de educação, Henri!

- Ah – suspirou Henri. Ele rolou os olhos pela sala, então, bufou. – Essa pequena praga verde, com olhos demoníacos, aparência de duende e espírito de gênio malvado é Delilah, minha infeliz e psicótica vizinha, ex-presidiária, com tendências a homicida e carrasca – ele sorriu para mim, simpáticínico. – Esqueci alguma coisa?

- Estou presa na casa desse palerma por ele ser um ladrão muito incompetente. E porque ele foi roubado por um cachorro, que aparentemente rouba coisas melhor que ele.

Os garotos se entreolharam e riram.

- Vem cá, mas vocês já estão tendo DRs? – questionou Douglas. – Há quanto tempo estão casados?

Mais risos. Meu rosto ficou vermelho, o que me fez ficar emburrada.

- Quem? – perguntei.

- Hein? – devolveu Douglas.

- Quem? – insisti.

- Vocês?

- Quem te perguntou, ô babaca?

Beto se levantou e andou até mim.

- Calma aí, gracinha – ele se agachou na minha frente, como se eu fosse um cachorro assustado. – Viemos em paz. Vamos ficar por aqui alguns dias, então é bom superar.

- Me diga que vocês tem um hotel pra ficar – murmurei.

- Não, mas temos vários colchões no caminhão e essa sala é puta grande.

- Isso só vai piorar a nossa situação! – exclamei. – Amigos traficantes não podem entrar aqui!

- Quem disse que eles são traficantes? – questionou alguém, na porta.

Meu queixo caiu.

Era outro; com uma tatuagem de serpente subindo no pescoço, óculos escuros, cabelos pretos revirados, dentes fofamente tortos, sorriso cruel e piercing na sobrancelha. Ele estava encostado na porta, de braços cruzados, olhando... é... bem, pra dentro da sala, obviamente. Eu não sabia exatamente para o quê, contando as lentes marrons do ray-ban aviador dele.

Henri bufou. Mason ergueu as sobrancelhas, parecendo surpreso – não dava pra saber, ele tinha uma cara meio mal-humorada. Dinho soltou uma gargalhada.

- Niko! – saudou ele, me assustando. Esqueci que ele estava perto de mim. A voz dele era muito, muito alta na minha orelha.

- Sai daqui! – rosnei para ele. – Se você quer gritar faça isso na rua!

- Nervosinha – observou, é... Niko, abaixando os óculos. – Namorada do Henri?

- Não! – gritamos eu e Henri, ao mesmo tempo. Os quatro... cinco... seis? É. Os seis garotos riram.

- Não sou nada dele! – protestei.

- É! Ela não é nada minha! – Henri piscou. – Talvez... talvez possa ser minha irmã – sugeriu ele, confuso.

- Não! Não sou sua irmã – contestei, olhando-o torto. – Sua mãe nem está com o meu pai! – era verdade. Pura verdade. Se eles estavam tendo o caso, cadê ela, então?

- Não agora – insistiu Henri.

- Não enche – resmunguei.

Niko tirou os óculos de sol e entrou na casa.

- Bonito lugar, Henri – elogiou. – Uhm, você vai mobiliar isso aqui, não vai?

- Você se importa, Niko? – respondeu Henri, friamente. Observei os dois. Era como se eles fossem amigos/inimigos. Aminigos, hehe!

- Nem você deveria – disse Eli, sorrindo. – Trouxemos a mobília.

- Trouxeram? – perguntei, confusa.

- Sim. Está no caminhão de mudanças – Beto apontou para a janela.

Fui espiar a janela. Ah! Tinha, sim, um caminhão de mudanças estacionado na calçada. E duas motos no gramado. E um fusca preto-fosco na entrada da garagem, atrás do carrão do Henri. Interessante. Um pouquinho mais atrás na rua, dois metros do caminhão, mais ou menos, tinha uma caminhonete azul.

- Quem é que tem um fusca? – perguntei.

- O Douglas. É o xodó dele. Não fale mal do carro – advertiu Dinho, apoiado no sofá. Ele fez uma concha com a mão e murmurou. – Mas, cá entre nós, aquele fusca é uma bosta.

- Ei! – brigou Douglas, dando uma almofadada em Dinho. – Sua moto muge como uma vaca, o que você está falando do meu carro?!

- Caras, caras! – interveio Beto. – Eu tenho um caminhão. Vocês querem brigar sobre carros?

- Eu tenho um Ford Edge – disse Niko, erguendo as sobrancelhas. – Alguém mais?

Eu não podia creditar que eles estavam discutindo sobre carros. Suspirei.

- E eu tenho um Ford Maverick – disse Henri, obsoleto. Todos olhamos para ele. Não, ele tinha uma Mercedes na garagem.

- Um Maverick? – repetiu Niko, confuso.

- É. Aquele carro rosa do Rick – riu Mason. – Lembra, Niko? Aquele que a gente encheu de rolos de papel higiênico na Páscoa?

Soltei uma gargalhada. Eles se viraram para mim. Hehe! Henri tinha um carro velho e rosa, que no passado fora entupido de papel higiênico por um emo arrogante e por um lutador de MMA com olhos azuis.

Interessante.

- Hã... então, vocês trouxeram um caminhão de mudanças.

- É – concordou Dinho. – Tivemos problemas com a habilitação, você sabe, não temos carteira de caminhão, mas... – ele piscou e franziu as sobrancelhas - é. Bem, temos um caminhão agora.

- “Agora” – frisei.

- Não é roubado. Não se preocupe – garantiu Beto. Sei, tsc, tsc.

- Então... o que tem dentro do caminhão?

Eles se entreolharam, e depois olharam para Henri, como se perguntassem se podiam responder.

Henri deu de ombros.

- Ela vai morar aqui por um tempo, então, tanto faz.

Eli abriu um sorriso de orelha a orelha e pôs as mãos nas minhas costas.

- Vem, pequena gafanhota, nós vamos te mostrar o que caras de vinte anos trazem em um caminhão de mudanças para a praia.

E aí todo mundo começou a falar ao mesmo tempo, de assuntos aleatórios, bobagens e tã-nã-nã, enquanto Douglas, Dinho e Eli me levavam para fora. Arregalei os olhos e me virei para trás, procurando alguma coisa. Eu só me dei conta de que estava procurando Henri quando achei os olhos dele no fundo da sala, aparentemente emburrado. Ele esticou o pescoço na minha direção, sorrindo quando os garotos me empurraram porta afora.

Tropecei e, enquanto girava para recuperar o equilíbrio, vi Niko me observando. Ele estava com os óculos apoiados na ponta do nariz, olhando por cima deles, apoiado com os cotovelos na guarda do sofá.

Depois disso, eu fui puxada para a varanda.

- Qual o nome dela? – ouvi ele perguntar. Niko, eu digo.

- Delilah – respondeu Henri. A voz dele parecia estranha. Mais do que já estava, eu digo. Tinha alguma coisa estranha entre ele e Niko. Ou eu estava atrapalhando. Talvez ele e os amigos tivessem planos para as férias.

- Vamos, gafanhota! – apressou Eli, feliz. – Você não quer ver como vamos turbinar essa casa sem graça de subúrbio?

Ri, mas eu ainda estava preocupada com o retardado do Henri. Tinha alguma coisa...

- Ei! – chamou Dinho. Sacudi a cabeça e sorri.

- Estou indo, não sei se vocês perceberam, mas eu quase caí e...

Coisa errada a dizer. Muito errada. Alguém passou correndo por trás de mim e passou uma mão por trás dos meus joelhos e dos meus ombros, me derrubando. Quero dizer, no colo. Quando o turbilhão dos meus próprios cabelos baixou por causa da repentina volta no ar, eu vi que Beto estava me segurando. O surfista.

- AH! – exclamei, furiosa. Bati as pernas.

- Você vai me machucar, e eu vou deixar você cair! – advertiu Beto. Parei. Ele era alto. E eu ia cair. Bufei, cruzando os braços.

- Qual a necessidade disso? – suspirei.

- Você é lenta – acusou Eli. – Ele só está ajudando! Agora, você pode escolher o local das coisas!

Revirei os olhos. Já ouvi falar em fazer amizade fácil, mas isso era absurdo.

- Tá bom. Mas me põe no chão.

- No caminhão – retorquiu Douglas. – Ouviu, Beto? Não solte ela antes.

Beto assentiu freneticamente, fazendo os cabelos loiros compridos baterem na minha cara.

- Sim, senhor!

Ele desceu as escadas da varanda, o que fez com que eu chacoalhasse dolorosamente nos braços deles. Grunhi, mas antes de protestar de novo, estiquei o rosto e olhei por cima do ombro. Henri e Niko estavam olhando pela porta. Meu rosto esquentou quando eu peguei o olhar dos dois. Rapidamente voltei a olhar para frente; para o caminhão e as pulguinhas saltitantes que iam na direção dele – Eli, Douglas e Dinho, isto é.

Mas, tenho os ouvidos da minha tia, e isso quer dizer: uma audição filha da puta.

- Delilah – disse Niko. – Bonitinha.

- Não mexa com ela, Niko.Eu estou falando sério.

Ele está dizendo isso porque eu sou vingativa, por isso, murmurei para mim mesma. Porque eu posso inferniza-lo depois. Estiquei o pescoço de novo. Henri estava subindo as escadas, com Dolly aos seus pés. Era engraçado, porque Henri subia de dois em dois, e Dolly mal subia um.

Não mexa com ela.

Que merda isso quer dizer?


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Notas finais do capítulo

E aí? É muita gente para um capítulo só? Merece reviews? Pelo Henri? auhauehauheuahe, vocês acham que eu só tenho enchido linguiça nos últimos capítulos? xP
Até o próximo! ;3



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