America's Sweethearts escrita por Hissetty


Capítulo 12
Hoje ou ontem?


Notas iniciais do capítulo

Oi, aqui tem mais um capítulo pra vocês ^w^
Estão gostando do rumo da história? auehauehuahe
A primeira parte é narrado pelo Henri *O* espero que vocês gostem ;3
Boa leitura!



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Babaca.

Eu era meio babaca.

Primeiro, eu deveria ter jogado aquela garrafa de tequila na pia em seguida que eu achei. Segundo, eu NÃO DEVERIA ter induzido a Duende a beber. Terceiro, eu já disse que não deveria ter bebido a garrafa? Quarto, bem, eu não deveria. Quinto, eu deveria ter contado que eu estava em condicional. Sexto, eu acho que foi imprudente ter saído com eles para o supermercado. Era óbvio que ia dar merda. Eu deveria ter deixado a Delilah se foder sozinha, mas... pera...

Sétimo, eu fui no supermercado para não deixar isso acontecer.

Merda. Eu tinha ido no supermercado por causa dela?

Ah, não. Era por causa do Niko.

Mas não porque estou apaixonado por ele, isto é. Foi porque eu...

Bem, deixa pra lá.

– Como é que ela tá? – perguntou Jay, nervoso, circundando a gente.

– Dormindo – respondi.

– Desmaiada – corrigiu Niko.

– Alguém deixou ela cair no chão? – perguntou Eli, franzindo as sobrancelhas e cutucando a têmpora da desfalecida Delilah. Niko negou, mordendo a boca. Isso me lembra que: Oitavo, eu não deveria ter deixado ela sozinha na festa. E, Nono: não deveria ter deixado ela sozinha na festa e com Niko! E também, Décimo, eu não deveria ter ido pros quartos com a Tessa.

Ainda bem que o namorado dela me deu um soco, senão eu não teria chegado a tempo de... bem, impedir Niko de fazer seja-lá-o-que-ele-estava-tentando-fazer-com-a-Delilah.

Por falar em soco...

Ai – grunhi. Eles se viraram para mim. Niko arqueou as sobrancelhas.

– Seu olho tá ficando roxo. Você foi socado?

– Não, ganhei isso em um tombo – sibilei. Eu estava meio alterado. – Alguém me vê um gelo, ou, ou... qualquer coisa!

E foi aí que ouvimos um barulhão.

– MEU DEUS! – gritou Mason. Olhamos para a bancada, ao mesmo tempo, e adivinhe: a Duende não estava ali!

E sim caída do outro lado.

– Jesus! – Beto pulou a bancada – o que teria sido extremamente heroico, se não fosse desnecessário – e sacudiu o rosto dela. – Isso pode ter causado uma concussão!

– O que é uma concussão? – perguntou Eli, baixinho. Afastei sua pergunta com um gesto de mão. Era claro que eu não sabia explicar.

– Ela teve uma concussão? – perguntei, mais agitado do que eu deveria parecer. Que bosta.

– Não sei – Beto me lançou um olhar meio ácido. – Ela acabou de cair porque você estava fazendo manha, idiota.

Arregalei os olhos. Tudo era minha culpa! Quando é ela que arrasta todo mundo pra ser preso, a culpa continua sendo de quem? De quem? Do Henri! Porque, meu Deus?

– Eu não estava fazendo manha – resmunguei, puto. – O Niko que estava cuidando dela, culpe ele!

– Eu estava tentando cuidar dela. Você estava fazendo o quê, mesmo? – perguntou Niko, no mesmo tom de Beto. Sinceramente, eu estava me sentindo MUITO excluído. Em qual momento eles começaram a fazer motim comigo?

ME SINTO TOTALMENTE SOFREDOR DE BULLYING AQUI!

Eu? Tentando tirar você de cima dela, que tal?

– Henri, vocês estava transando com uma garota, quer tirar quem de cima de quem? – devolveu ele. Meu Deus! Porque eles acham que eu estou com um olho roxo?! Porque a garota me bateu? E quanto tempo eles acham que eu fiquei lá em cima? Quero dizer, até posso ter ficado bastante tempo agonizando de dor no chão, porque eu apanhei de um maldito garoto nerd, chamado Sam – SAM! – mas, quero dizer, eu não transei com a Tessa!

Pobre Tessa. Ainda foi arrastada embora da festa pelo namorado, Sam, e o irmão.

– Eu não estava transando com ela! Mas você estava tentando se dar bem com a Delilah, não estava? – marchei até Niko, meu sangue zunindo nas minhas orelhas. Lembrei de uns três anos atrás, quando eu fiz a mesma coisa. Aquele soco que eu tinha enfiado no nariz dele tinha sido realmente digno de boxeador, mas agora... apertei a mão em punho, respirando fundo.

Não funcionou porra nenhuma, mas pelo menos eu não quebrei o nariz de Niko.

De novo.

– Você não é bom pra ela – eu disse. Como se eu fosse, hehe! Mas a intenção era válida. – Por favor, você não é bom pra ela.

Niko me observou, de olhos estreitados. Meu Deus, como era ruim ser avaliado assim. Me lembrava os quatro anos no quartel. Brr. Tempos sofridos, aqueles. Ainda mais quando descobriram que eu tocava em uma bandinha meia-boca nos finais de semana, hehe! Era terrível. Já me colaram com rolos e rolos de fita isolante no poste da bandeira nacional. Foi horrível porque 1) a corneta soou bem no meu ouvido, propositalmente, e eu fiquei dois dias sem ouvir direito pela orelha direita e 2) meu uniforme rasgou aonde puxaram as fitas para me soltar, e tecnicamente eu tive que voltar para os dormitórios pelado e esperar um novo uniforme.

Amigos.

Ahn... onde eu estava?

– Eu não sou? – ele perguntou, baixo. – Porque você acha isso?

– Você sabe por que – respondi, sem olhar para ele. Qual é, eu conhecia ele desde que éramos pirralhos, sabia que aquele olhar pra baixo, meio arrependido, com as sobrancelhas tristes e os cabelos escondendo os inocentes olhos verdes faziam você se sentir como se estivesse brigando com um filhote de border collie.

Eu tinha um border collie, aliás.

Que Niko vendeu para a prima dele para comprar um celular.

Ah, sim, eu não estava brigando com um filhote de border collie.

– E eu juro que vou te dar um soco se tentar algo com ela de novo. Porque vocês não vão embora, quero dizer? – me virei para todos eles. – Obrigado por terem vindo, mas se não percebem, acabei de quebrar minha condicional e minha domiciliar, e a da Delilah também. Porque vocês não voltam para Vegas? Tenho certeza de que fazem mais falta lá.

Houve um minuto longo e incrivelmente doloroso de silêncio. Eu tinha falado merda. Mas não ia ter coragem de voltar atrás. Meu Deus, como eu era mau.

Hehe!

– O seu problema é com o Niko – disse Dinho, filosoficamente. – Resolva.

– Isso quer dizer que...?

– Não vamos voltar para Vegas nem fodendo, você sabe disso, e você tem que resolver seus problemas com o Niko. Esperamos vocês em casa.

Tudo bem, eu era mau, mas não assustava ninguém.

– E a Delilah?! – perguntei histericamente. Acho que eu estava alterado².

– Vamos levar – disse Douglas, como se Delilah fosse um pacote de drogas que estávamos negociando ilegalmente. Não que eu tenha me envolvido com essas coisas alguma vez, é claro. – E vocês só apareçam lá se estivem docilmente amigáveis.

Revirei os olhos.

– Porque vocês não vão tomar no cu?

– Porque vocês não vão tomar um milk-shake e acalmar os ânimos? – Beto disse, alegremente. Mason pegou Delilah no colo, que bufou, soprando inconscientemente uns fios verdes da cara. Ela pareceu mascar um chiclete invisível e depois dormiu de novo. Adorável.

Niko suspirou e me encarou, depois que todos tinham saído.

– E aí?

– E aí? – respondi, mau-humorado. Niko tirou um cigarro do bolso, foi até o fogão e acendeu. – Achei que você tinha parado de fumar... você sabe, por causa dela.

– Você sempre vai me lembrar dela? – Niko ergueu as sobrancelhas. – Faz três anos, Henri.

– Ela era minha irmã. Anos não mudam nada. Eu jurava que você tinha parado de fumar. Significava bastante pra ela, sabe, você mudar.

Ele sorriu amargamente e pôs o cigarro na boca.

– Parece que as coisas deram errado.

– Sua culpa.

Sua culpa.

– Se fosse minha culpa, eu não teria te dado um soco – retruquei, cruzando os braços. – E você nunca se desculpou. Nem comigo, nem com ela, nem com Rick. Sequer com a minha mãe. Acho que se eu tivesse um pai ele teria passado por cima de você com o Maverick, você tendo se desculpado ou não. Tecnicamente, dessa vez, eu queria ter meu pai.

Aparentemente confuso, Niko fumou mais um pouco e depois jogou o cigarro na pia, pela metade. E lavou as mãos. Depois, tirou do bolso e comeu um chiclete por dois minutos e jogou fora também. Ele era um fumante esquisito.

– Não sei aonde você quer chegar.

– Você não é bom pra ela, de novo.

– Você não pode se espelhar na Jimmy o tempo todo, Henri. Aliás, porque você protege tanto a Delilah? Está apaixonado por ela, ou algo do tipo?

– Eu conheço ela há seis dias – defendi-me. – E isso me lembra que você a conhece há bem menos tempo, a propósito. Ou seja, fiquei bem longe dela.

– Tempo não diz nada. Eu fiquei noivo da Jimmy em duas semanas – ele sorriu melancolicamente – o que só me fez querer dar um soco nele de novo – e depois franziu as sobrancelhas. – Estou ficando confuso. Está tentando me enrolar?

– Eu? Claro que não. Só estou dizendo. Nenhum de nós dois está apaixonado pela garota.

– Eu nunca disse que estava – provocou. Puta que me pariu, eu estava começando a me irritar com esse cara. Minha mão estava literalmente coçando para dar um soco nele.

Soltei um ganido indignado e me virei de costas.

– Bom, tanto faz. Quem quer um milk-shake?


(...)


Eu tinha a incrível e incômoda sensação de estar sendo observada por mais do que um par de olhos.

E isso não é realmente divertido, contando que eu não fazia ideia do que tinha acontecido até... eu ver Henri subindo alguns degraus com uma morena.

E eu também lembro de alguns muitos copos de shots, mas enfim.

– ELA ESTÁ VIVA! – gritou alguém. Rolei para o lado, e descobri que não tinha lado.

Caí direto do sofá, no chão.

Ou melhor, em cima de alguém.

– Teve saudades de mim nos seus sonhos, Duende? – perguntou Henri, extremamente próximo de mim. Ele tinha um olho roxo e um sorriso na boca. Arregalei os olhos e me lembrei de quando ele me beijou na praia. Jesus, Jesus, Jesus. Como é que eu me movo?

– Bom dia! – graças à Deus Eli me puxou para o lado, me arrastando no carpete. Mas tudo bem. Não. Não estava tudo bem. Eu estava vendo três Elis. Ahn...

– Para de puxar ela! – sibilou Niko, me ajudando a me sentar. Ele se agachou na minha frente, e eu pensei que ele parecia uma aranha, com três pares de olhos pretos e grandes. Ah, não. Eram óculos de sol. – Tudo bem? Achamos que você estava morta, ou algo do gênero.

– Ainda estou. Sou um zumbi e exijo seu cérebro – murmurei. Minha cabeça começou a martelar, e de repente eu me lembrei de uma coisa... porque ele estava de óculos? Ele tinha olhos verdes. Não tinha? Cutuquei o aro dos óculos e senti uma onda de déjà vu. Eu não tinha feito isso já? Foi ontem ou hoje? Quero dizer...

Pera aí...

– AH, MEU DEUS, QUANTO TEMPO EU FIQUEI APAGADA?

Acho que todo mundo esperava essa pergunta, porque eles responderam em – quase – uníssono:

– Três dias.

– E vocês não me levaram à um hospital? – sibilei.

– Claro que não. Vocês são procurados pela polícia, e... – Mason foi interrompido.

– A sua madrasta barra-pesada ligou, ela disse que vai vir aqui amanhã – cortou Douglas, esfregando o furão de Henri na pia, com um esfregão ensaboado. – Acho bom se preparar.

– Preparar pra quê? – perguntei ingenuamente.

– Ela quer ter uma conversa séria com vocês sobre pessoas extremamente parecidas com vocês correndo em um supermercado e depois dirigindo feito malucos em uma perua hippie.

– Acho que ela vai querer rever nosso trato sobre condicional e prisão domiciliar – comentou Henri, brincando com um elástico de cabelo. – Sinceramente? Acho que estamos fodidos.

Estremeci.

– Não seja tão pessimista. Talvez ela só queira trocar algumas ideias.

– Vai nessa – riu Dinho. – Então, como você está?

– Bem. Eu fiquei três dias apagada mesmo? – parecia ridículo. Três dias?! E os babacas nem chamaram socorro? Passei a mão pela cabeça e senti um galo ali. Olhei com cara de bunda para eles, que sorriram amigavelmente.

– O Henri deixou você cair – disseram, rapidamente. Henri arregalou os olhos.

– Eu?! Achei que tínhamos resolvido essa história! Porque eu, seus cretinos hipócritas?!

Fiquei parada por um momento, sentada no chão. Uhmm. Lembro de ter tomado um porre antes e depois do supermercado. Lembro de Henri subindo as escadas da festa com uma menina. Lembro da competição de shots. E também de Niko me entregando uma caixinha de água de coco e...

Oh.

– Eu não beijei você, beijei? – sussurrei, só para Niko, com os olhos estreitados. Ele pareceu surpreso. Depois, riu.

– Não, seu namoradinho me jogou pro outro lado da cozinha antes disso.

Franzi as sobrancelhas.

– Então eu ia te beijar?

Ele ia te beijar – rosnou Henri, soltando o elástico, que acertou a orelha de Niko. Hehe! Niko fez uma careta assustadora e fuzilou Henri com os olhos. – Mas não o fez – completou, orgulhosamente.

– Querem parar de falar em beijar a Delilah? – Beto cruzou os braços. – Se vocês não se resolverem com a babá da Delilah...

– Madrasta – corrigi.

–... nós vamos ser expulsos da casa de vocês!

Henri encarou Beto.

– Você só está preocupado com isso?

– É claro! Você realmente acha que eu quero vocês dois na prisão, longe dessa casa incrivelmente aconchegante e sem luz? – ele sorriu. – Eu amo essa casa!

– Ainda estamos sem luz? – perguntei, franzindo as sobrancelhas.

– Você morre por três dias e está preocupada em porque a luz não voltou até hoje? – Eli negou com a cabeça. – Suas prioridades são esquisitas.

– Ah, cale a boca – murmurei. – E agora? O que a gente faz?

Mason, que antes estava na janela, veio correndo até nós.

– Eu sugiro que comecem a se arrumar, porque sua madrasta policial acabou de chegar.

Arregalei os olhos e me levantei em um pulo, o ponto machucado na minha cabeça latejando.

– O quê? Ela não vinha só amanhã?

Douglas saiu da cozinha com Dolly completamente encharcado.

– Aparentemente me enganei – ele olhou para todo mundo. – Muito bem, acho bom nos escondermos. Não vai ser muito legal se a mulher nos achar aqui clandestinamente.

– Clandestinamente? – questionei. – Espere. Vocês não são amigos traficantes de Henri, são?

Dinho sacudiu a mão.

– Pff, que bobagem. Claro que não. Só não temos carteiras de motorista legais para todos aqueles veículos charmosos lá fora. Boa sorte explicando isso – ele sorriu. – Estaremos lá em cima se precisarem de nós.

E aí, todos eles subiram.

Niko parou na entrada da escada.

– Tentem não piorar a situação de vocês. Seria terrível ter que levar marmitas pra vocês na cadeia – disse, erguendo as sobrancelhas.

– Vai se ferrar – respondeu Henri, levantando-se também. Ele se virou para mim. – Hora de encarar nosso destino; estou indo pro inferno, quer vir comigo? – e me estendeu a mão.

Ri.

– Engraçado, eu estava indo pra lá agora mesmo!

E aceitei a mão.


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Notas finais do capítulo

E então? Deu pra perceber que eu dei uma enrolada no final? auehauheuaheuaheuae
õ/



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