America's Sweethearts escrita por Hissetty


Capítulo 10
Tequila


Notas iniciais do capítulo

Ai, meu Deus. Eu sinto muitíssimo! Foi algo como [R.I.P. Hissetty], me desculpem!! uaheuaheuaheuaeh
Eu, particularmente, achei o capítulo ruim t_t Foi tipo, encheção de linguiça ao extremo, porque ontem eu me peguei pensando "Eu tenho que publicar alguma coisa, não? Eu amo tanto minhas leitoras e deixei elas na mão!"
Então, escrevi o capítulo muito mais rápido do que eu gostaria, e ficou, ó, uma bosta!
♥ mas amo vocês, leitoras ♥
Boa leitura, e leiam as notas finais? xD



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Duas e quarenta e nove da tarde.

Esse foi o horário que acordamos. Eu, pelo menos.

Pisquei os olhos, rolando, infeliz, na ilha de colchas. Estava uma muvuca na cozinha, com panelas batendo, alguma coisa chiando no fogão e um som bem alto de vozes. Resmunguei. Rolei de novo. E resmunguei mais um pouco.

- Jesus, o que vocês estão fazendo aí? – questionei, delicada, destapando a minha cabeça e encarando a zona que se formava na cozinha.

- Panquecas! – respondeu Eli, feliz. Lembrei da minha péssima experiência com panquecas dois dias atrás e enfiei minha cabeça nas cobertas de novo. – Você não quer ajudar?

- Se liga, Eli, ela não tem dons culinários – disse Henri, em um tom que me fez querer soca-lo até seu cérebro escorrer pelas orelhas.

Foi aí que eu me levantei e marchei até a cozinha.

- Sei cozinhar melhor que você – argumentei.

- Não melhor que eu – argumentou Niko, mexendo alguma coisa na panela. Me aproximei para bisbilhotar. Não parecia muito bom, afinal. Era uma mistura gosmenta de miojo com presunto, queijo e salsicha.

- Acho que melhor que você – retruquei, não muito esperançosa com aquela receita.

Na outra boca do fogão, Eli fazia backflips com panquecas de chocolate.

- Não sei se você sabe – disse Niko, atraindo minha atenção novamente –, mas vocês precisam ir ao mercado.

- Não podemos sair – falei –, mas podemos pedir aos capangas da Amélia para trazerem comida... ela disse que é assim que funciona.

- Bobagem! – exclamou Henri, saltitando pela cozinha. Suas bochechas estavam coradas, e ele parecia mais feliz do que o normal. Talvez a garrafa de tequila em sua mão justificasse isso. – É claro que podemos ir ao mercado!

Fuzilei-o com o olhar.

- Não, não podemos. Estamos em prisão domiciliar, Henri. Você sabe disso.

- E ele está em condicional também – disse Beto, esfregando um copo.

Engasguei.

- Você está em condicional?!

Henri me encarou. Bebeu mais um gole de tequila sem nem fazer careta – o que me deixou intrigada, afinal, como ele foi capaz de fazer aquilo? – e ficou me olhando com uma cara de pateta. Estralei os dedos na frente dele.

- Oi?

- Condicional, Henri?!

- Eu disse que fui expulso de Vegas por roubar uma viatura.

- Mas não disse que estava em condicional!

Ele me deu a garrafa.

- Toma um gole e para de encher o saco.

(...)

Toma um gole e para de encher o saco, nhé, nhé, nhé, pensei para mim mesma. Eu estava descalça, enrolada num lençol, andando em círculos na varanda. Fiquei totalmente bolada quando Niko tirou a garrafa de tequila da minha mão, justamente quando eu estava começando a ficar quentinha com a bebida.

Eu acho que tinha tomado mais da metade sozinha, sei lá.

Titubeei, meio mancando no piso de madeira áspera. Eu devia estar bêbada. Fiz outra volta. Eu queria contar quantas curvas eu fazia. Mas eu me esqueci como se fazia isso. Marquei um ponto – era uma formiga, na verdade, mas ela estava parada, supondo-se que estava morta, eu podia chama-la de ponto – e recomecei a dar voltas. Sempre contava uma quando passava por ela novamente. Mas as voltas ficaram curtas. E fiquei confusa.

E aí percebi que a maldita estava caminhando!

Com um amendoim nas costas!

- ELA É UM ZUMBI, HENRI! – gritei entrando na casa, toda enrolada, tropeçando no lençol. – ZUMBIS, ZUMBIS, FORMIGAS ZUMBIS!

- Não deu uma reportagem sobre formigas zumbis no Discovery Channel? – perguntou Douglas, retoricamente.

Não me ajudou.

- VIU? ELA VAI NOS COMER!

Henri, que também estava um pouco alterado, correu abestalhadamente – existe essa palavra? – até a porta e a abriu. Depois de dois segundos, entrou, bateu a porta, e me olhou com os olhos arregalados.

- ELA PEGOU UM AMENDOIM! – ele gritou para mim.

Mason, irritado, foi até a porta, empurrou Henri dali e averiguou o local.

- A formiga é menor que sua unha do dedinho do pé, você é um homem ou um gafanhoto?

- Porque um gafanhoto? – questionou Eli, apoiado sobre a bancada.

- Porque formigas atacam gafanhotos em grupo – respondeu Douglas.

- AHHHH! – gritei. É, eu estava completamente fora de mim. – ISSO É HORRÍVEL, DOUG, HORRÍVEL! Sabe que, apenas quatrocentas e oitenta formigas podem nos cobrir, nos picar e nos matar?

- Quatrocentas e oitenta? – foi a vez de Dinho perguntar.

- Provavelmente ela escolheu um número aleatório – disse Niko, jogando xadrez com ele mesmo. No ipad. Porque eles eram todos riquinhos babacas de Las Vegas.

- ALEATÓRIAMENTE! – berrei, encostada na parede e de olhos arregalados. Não sei porque. Gritar parecia legal. Tão legal quando queimar formiguinhas com lupas e raios de sol. Tão legal quanto gritar com alguém por msn [R.I.P.], facebook, bate-papo do google [duuh] usando capslock e morrendo de rir.

Ou se preparando para uma guerra, porque capslock é sério.

- VÊ COMO É SÉRIO, SUA FORMIGA LADRA DE AMENDOINS?! – gritei novamente. Hehe. Os garotos olharam para mim. Acho que eu estava alguns minutos calada. Por isso levaram um susto. Hehe².

- Maldita seja a tequila! – exclamou Dinho, pegando a garrafa. – Mas, já que os dois senhores da casa estão retardadamente¹ bebuns, que brindemos ao nível alcoólico dessa bebida que é altamente um coice!

- Não vale – falei. – Vocês têm as manhas de beber. Eu não.

- Você estava gritando com uma formiga – disse Niko, tirando vários copos de shots de dentro de um armário. Os armários não estavam vazios?

- E você... você... você estava ralhando comigo.

- Não, eu não estava. Eu estou agora – ele organizou os copos. – Quem vai querer virar cinco seguidos?

(...)

Vou contar uma coisa para você, mas precisamos manter segredo.

Segredíssimo, valeu?

Quando os garotos exterminaram a garrafa de tequila – completamente bêbados, vale citar, porque tequila é realmente um puta coice – eu estava meio louca das ideias, e sugeri que fôssemos ao supermercado, porque são oito da manhã, e a polícia não vai nos procurar às oito da manhã em um supermercado.

Minha linha de raciocínio só melhora, acompanhe só.

O segredo, é porque, se Henri souber que fui eu que, bêbada, sugeri para que fôssemos para fora de casa, sabendo que ele está 1) em condicional 2) bêbado 3) com carteira de motorista apreendida – sabemos de coisas com os amigos presidiários do presidiário – 4) em prisão domiciliar 5) completamente bêbado – eu já disse isso? – e 6) confiando plenamente em mim para limpar sua ficha mantendo-o em casa, comportado, ELE VAI ME MATAR!

Sim, esse é o segredo.

E não, eu não acho que tenha sido mancada.

Quem sugeriu a tequila foi o Henri, não eu. A mancada foi dele.

Se nós dois estivermos acordando com o sol quadrado no xadrez – ou vestindo o paletó de madeira, vai saber! – saiba que a culpa é totalmente, completamente, estupidamente e somente, dele.

Agradecida.

Pois bem! Fomos a pé mesmo, dane-se, não temos ninguém bem o suficiente para dirigir. Henri, santo, angelical e babaca, aceitou ir com a gente, achando que a ideia era do pobre demônio Niko – ainda vou descobrir o que esses dois têm! Talvez um amor não correspondido, hehe! – e isso, meus amigos, é uma tremenda sacanagem! Porque, quem faz bosta e põe a culpa nos outros merece arder no mármore do inferno – alguém lembra dessa frase? – e... uhm... lembrando que a culpa é sempre do Henri, vocês sabem, né?

Bem, tanto faz. Quando chegamos ao dito cujo supermercado – após longos (caham, LONGOS) minutos andando num frio dos alpes, eu me arrependi imediatamente; 1) porque EU não tinha grana 2) porque HENRI não tinha grana, ou identidade, tanto faz 3) porque eu não sei se ALGUM DOS GAROTOS têm grana, ou identidade 4) porque estávamos bêbados 5) mas a culpa é do Henri 6) porque eu ainda estava enrolada no lençol 7) porque Eli entrou em um carrinho de compras 8) porque ME COLOCARAM em um carrinho de compras 9) porque eles empurravam quatro carrinhos de compras, dois com pessoas dentro, como malucos 10) porque EU e HENRI estávamos presos.

Tecnicamente.

- SAI DAÍ! Sai do corredor de vidro, sai do corredor de vidro, sai do corredor de vidro – é, eu estava rezando. Meu motorista – com carteira comprada, só pra ressaltar! – era o Niko, e ele estava louco para derrubar todas aquelas tacinhas e copinhos e cálices e canecas no chão.

Ele fez uma puta curva pra esquerda que fez meu coração parar por dois segundos.

- SEU BABACA! – exclamei. Não tão alto, mas alto o suficiente para assustar ele, que bateu levemente na banca dos peixes. Saltou gelo em mim, e aquele cheiro de peixe morto – obviamente, duh – pareceu se espalhar no ar. Me debati no carrinho, como um peixe – olhe só! – choramingando para tirar aqueles gelos fedidos e gelados – obviamente² duh².

O supermercado era bonitinho. Prateleiras compridas e altas, cheias de comidas. Todas pintadas do mesmo tom de marrom, bonitinhas, com placas penduradas acima dizendo o que havia em cada setor. As paredes eram amarelas-claras com azul forte, o que eu achava bem feio, mas a comida era o mais sexy, o mais bonito!

EXCETO, pelos peixes.

- Olha que coisa bonita, Dêh! – disse Niko, espetando um peixe com um pedaço de gelo pontudo, porque com o pedaço quadrado não iria dar certo. – Ele está fazendo biquinho. Acho que quer um beijo!

Eca. Impulsionei-me repetidamente para trás, fazendo o carrinho andar quatro milímetros para trás e voltar dois, o tempo todo – era um saco – Niko esperou eu me afastar um pouco para pegar aquela coisa nojenta nas mãos. Achei que ele ia vir até mim com aquilo, ou jogar em mim, mas ele apenas deslizou as mãos nas escamas úmidas e escamosas – duh³ – do peixe.

E caminhou até mim, com as mãos erguidas na frente do rosto, sorrindo diabolicamente.

Eu fiz um biquinho parecido com o do peixe.

- Você não vai fazer isso – ameacei.

- Vou sim – retrucou ele. Continuei com meus milímetros para trás.

- Niko! – choraminguei.

E aí ele pulou no lado do carrinho e eu saltei do carrinho. Deixando para trás meu lençol e ficando só com a camiseta do Henri e um short esfarrapado colorido – colorido mesmo. Era meio caipira, ou mexicano, contando a casa onde estava, cheio de pedaços de pano de várias cores, texturas e desenhos diferentes, todos costurados juntos, formando um short largo que poderia ser um pano de prato na barraca do pinhão na Festa Junina.

Só dizendo.

Mas eu, de algum modo lindo e incrível, com toda minha destreza, eu JOGUEI – sim, joguei, não há palavra melhor – o carrinho cheio de comida enlatada no chão. O barulho foi como jogar... não sei. Não há palavras para descrever o barulho ridicularmente alto que eu provoquei.

E aí todo mundo olhou pra nós, que maravilha.

Puta.

E tinha um segurança também.

Que.

E ele tinha um walkie-talkie.

Me.

E estava murmurando nele.

Pariu.

E eu estava ferrada, assim como Henri e toda a galera.

Pelo menos, eu podia culpar alguém.


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Notas finais do capítulo

Quem acha que nos últimos VÁRIOS capítulos eu só tenho enchido linguiça e feito porra nenhuma acontecer, levante a mão õ/
Se quiserem dar sugestões para os próximos capítulos, e para outro, e outro... eu aceito! Sério mesmo! uaheuaheuaeh Quero melhorar os capítulos, mas eu meio que empaquei nisso. Tenho o próximo em mente, e vou demorar pra escrever de novo, porque eu sou NADA criativa e preguiçosa, mas vocês podem ajudar ♥
Aé, e se vocês gostam de uns temas mais de terror também, vão na fic Aqui na Terra, de uma autora linda chamada Puck, que faz parte da família aqui uaehauhe, é muito boa a história, de zumbis, vocês vão gostar! Tenho certeza! Tem um Henry também, coisa mais linda ♥ passem por lá http://fanfiction.com.br/historia/392838/Aqui_na_Terra/