Silêncio escrita por KeykoSakura


Capítulo 2
Silêncio




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A quarta colega de quarto das garotas se chamava Tenten. Tinha um porte atlético, diferente de Sakura, Ino e Hinata e era muito bonita. Era uma garota legal e simpática e não demorou muito a se ajustar com o trio. Enquanto as três amigas tinham vindo de Tókio pra estudar em Osaka, Tenten vinha de Narita, porém tinha parentes na cidade onde estavam. Mesmo assim ela preferiu ficar no campus da universidade; segundo ela se sairia melhor em seu curso de Fisioterapia se ficasse direto por lá.

A primeira semana passou tranquila. Na maioria das aulas houve apenas apresentações, tanto dos professores quanto dos alunos. As meninas conseguiram se adaptar bem à nova rotina no campus e não tiveram muitos problemas para se localizar na enorme universidade. A não ser no quinto dia quando Sakura se atrasou para a segunda aula da tarde; ela ficou tempo demais tentando arrumar seu cabelo de um modo que emoldurasse seu rosto e disfarçasse um pouco mais sua testa um tanto maior do que o normal. Saiu correndo ao perceber que estava atrasada, mas parou de repente quando lhe ocorreu que não sabia onde ficava o laboratório da próxima aula. Permaneceu parada onde estava tentando se lembrar das orientações de Ino; sem sucesso. Já estava sacando o celular para contatar a amiga quando percebeu que havia mais alguém parado no corredor. Sakura reconheceu aqueles traços físicos como sendo do garoto que ela observou à distância no primeiro dia. O rapaz estava encostado na parede próximo ao final do corredor. O coração da garota acelerou quando percebeu que ele olhava pra ela. Os olhos intensamente escuros encontraram os orbes verdes dela e Sakura sentiu suas bochechas se aquecerem na certeza de que estava corando. Não demorou muito pra que ele desviasse o olhar para o outro canto do corredor e olhasse para seu relógio de pulso alguns segundos depois.

Por um momento a indecisão tomou conta de Sakura, até ela resolver que não tinha nada a perder. Se armou de coragem e caminhou até ele sentindo as pernas tremerem. Parou à frente do rapaz e respirou fundo. O moreno ergueu os olhos ainda na direção do fundo do corredor e em seguida tombou um pouco a cabeça para o lado a fim de fitá-la. Sakura deu o melhor sorriso que conseguiu.

-Er... Oi!

O rapaz deu um pequeno sorriso de canto de boca, que ela já esperava, e assentiu com a cabeça a cumprimentando. A garota ficou ainda mais nervosa por ele não ter exatamente falado com ela e começou a pensar se ele iria fazer com ela o mesmo que fez com aquela garota que tinha tentado conversar com ele.

-Bom... Eu tô perdida. Preciso ir pro laboratório de informática da sessão de artes, você sabe onde fica?

A rosada ficou ainda mais nervosa e mais vermelha assim que percebeu que ele desviou o olhar dos olhos da garota diretamente para sua boca enquanto ela falava. Ela conseguia sentir uma certa concentração dele naquele olhar; Sakura sentiu também suas mãos começarem a tremer.

-Hum... –foi a resposta que ela conseguiu dele.

O rapaz franziu o cenho enquanto parecia pensar. De repente, sem qualquer aviso prévio, ele a pegou pela mão e saiu andando pelo corredor adjacente puxando-a levemente. Sakura pensou em dizer que ele poderia apenas indicar o caminho, mas talvez isso poderia soar muito rude e ela não sabia nem se conseguiria até mesmo falar, afinal o garoto era lindo e estava segurando a mão dela no momento. Suas bochechas deveriam estar roxas!

O moreno parou em frente a uma bifurcação do corredor. Olhou para ambos os lados em hesitação até se decidir pela esquerda. Virando à direita no próximo corredor ele parou em frente a uma porta larga de madeira escura que abria em duas pelo meio. Ao parar ele apontou para uma placa logo acima do batente que dizia "Laboratórios". Sakura sorriu agradecida.

-Muito obrigada! –disse ela reparando novamente no olhar dele em sua boca e corando de novo. –Você me salvou!

O garoto sorriu minimamente, assentiu mais uma vez e piscou pra ela, fazendo Sakura se esquecer de respirar e só se lembrar quando percebeu que ele tinha colocado as mãos nos bolsos, se virado e voltado pelo corredor de onde tinham saído. Sacudiu a cabeça pra se recuperar da falta momentânea de oxigênio e tentar entender o que tinha acabado de acontecer. E ela nem teve oportunidade de perguntar o nome dele. A garota entrou no laboratório pedindo desculpas à professora pelo atraso e foi sentar-se à frente de um micro ao lado de Ino. Ainda estava aérea pensando em como ele tinha conseguido aquele efeito nela sem nem dizer sequer uma palavra. E por que ele não tinha dito nada? Permanecera quieto como na primeira vez que ela o vira. E os olhares. O modo dele de olhar era diferente e por que ele olhou tanto para a boca dela nos momentos em que ela falou com ele?

Ino olhou para sua melhor amiga com os olhos arregalados.

-Sakura Haruno, responda antes que eu te dê um tapa nessa sua testa de marquise! –a loira conteve a irritação para tentar falar o mais baixo possível.

A garota do cabelo rosado piscou os olhos verdes duas vezes antes de responder.

-Hum?

Ino suspirou de raiva. Sua amiga não tinha ouvido uma única palavra do que ela tinha dito nem antes e nem depois da ameaça violenta.

-Nossa, Sakura... Eu te xingo agora ou te bato depois?

Sakura baixou os olhos.

-Eu viajei de novo, né?

-É e dessa vez você deve ter ido pra Júpter porque olha... O que há com você? Por que chegou atrasada e não consegue se concentrar nem em mim?

Sakura não estava com muita vontade de falar com Ino sobre o cara, sua amiga iria fazer mil e uma suposições, mas ela não conseguiria esconder a história por muito tempo. Suspirou e as duas baixaram mais suas cabeças pra poder conversar baixinho e se esconderem atrás dos computadores.

-É que eu me perdi e pedi ajuda pra um cara que tava no corredor.

-Sabia que tinha homem nessa história!

-Psiu, Ino! Quer deixar eu terminar?

Ino fez um muxoxo enquanto Sakura revirava os olhos, mas as loira ficou quieta esperando a continuação.

-Eu já o tinha visto antes, no primeiro dia, pouco antes de vocês chegarem.

-Ah! Então foi por isso que você também tava brisada naquele dia!

-Ino...

A loira fez um gesto de fechar a boca com um zíper.

-O fato é que há algo estranho nele, mas não consigo descobrir o que é. Desde aquele dia eu fico pensando nele e criando hipóteses, mas ainda não faço a menor ideia do que é que ele tem.

-É bonito?

-Bonito? Ele é a pura beleza em forma de gente!

-Se é bonito então não interessa que seja estranho...

Sakura revirou os olhos mais uma vez e começou a descrever o garoto enquanto Ino franzia o cenho ou arregalava seus olhos azul-piscina a cada novo traço descrito.

-Mas ele não conversou com aquela garota naquele dia e fez quase o mesmo comigo. Acho que pelo menos um "oi" ou "de nada" não doeriam...

-Mas ele foi muito gentil em te trazer até aqui e parece mesmo ser muito gato. E daí se é do tipo caladão?

-Eu ainda acho que ele deve ser rank C: bonitinho mas ordinário...

-Eu quero ver esse cara! Não deve ser assim como você tá falando.

-Eu nem achei que fosse vê-lo de novo; essa universidade é gigante! Acho que eu tive apenas uma sorte momentânea de encontrá-lo assim.

-Mas se ele estava dando sopa por aqui deve fazer algum curso de humanas. Já fica um pouco mais fácil peneirar.

-Se a gente conseguir encontrá-lo de novo eu vou até ele agradecer melhor a ajuda e dizer que estou devendo essa pra ele. E aí você vai ver do que é que estou falando.

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O auditório do térreo estava lotado. Muitos alunos ainda estavam entrando e procurando lugares vagos para ocupar. Sakura, Ino, Hinata e Tenten já haviam escolhido a quinta fileira da coluna da direita e esperavam que o eveto começasse. No palco do teatro havia alguns lugares numa bancada e alguns professores já estavam sentados em suas cadeiras. Algum tempo depois um senhor de cabelos brancos, já idoso, entrou e se assentou na cadeira do meio. Em seguida pegou o microfone que estava à sua frente, pigarreou e começou a falar:

-Boa noite, estudantes. Eu sou Hiruzen Sarutobi. Sou o reitor desta universidade. Quero desejar as boas vindas para os calouros deste ano. Espero que aqui vocês possam desenvolver todo o potencial que eu acredito que vocês tenham. Aos veteranos, quero dar os parabéns pelo ano superado e bem vindos de volta. Para aqueles que chegaram ao último ano de seus cursos, desejo boa sorte com seus TCCs. –o reitor parou de falar enquanto os alunos davam risada. –Vocês vão precisar... Gostaria de salientar que nossa política e regras permanecem sem alterações. O nosso corpo docente também permanece o mesmo, entretanto os cursos de química e nutrição tiveram seus coordenadores alterados. No curso de química...

Ino bocejou e percebeu que Sakura era a única das garotas que parecia não estar prestando a mínima atenção às apresentações embora não estivesse nem piscando. A loira seguiu a direção do olhar da rosada e percebeu que ela olhava para uma mulher, parada em pé no canto esquerdo do palco do anfiteatro. Era uma intérprete de surdos. Os olhos da loira brilharam e ela sorriu. Era muito interessante observar aquela intérprete.

-Será que tem alunos surdos aqui? –ela perguntou para sua melhor amiga que nem piscava observando a série de sinais feita pela mulher.

-Não sei... –respondeu ela sem tirar os olhos da intérprete. –Parece que sim.

E o senhor Sarutobi continuava a falar.

-Eu também gostaria de saudar o mais novo intérprete para os nossos alunos surdos, Sr. Umino Iruka.

O dito intérprete entrou no palco e saudou a bancada e os alunos, ouvintes e surdos. As duas amigas se entreolharam e sorriram.

-Acho que isso responde a nossa pergunta! –disse Ino.

-É muito bom ver que o nosso programa de inclusão desses alunos tem dado ótimos resultados! Iniciamos o projeto há cinco anos e estamos muito orgulhosos em anunciar que esse ano o número de alunos surdos aumentou 30%. –pausa para aplausos. –Os alunos ouvintes que se interessarem em aprender a LJS (N/A: Língua Japonesa de Sinais) podem se inscrever nas monitorias disponíveis que valem horas complementares na grade de todos os cursos de graduação.

-Que legal! –disse Tenten

-Eu fico muito orgulhoso... –continuou o Sr. Sarutobi. -...ao ver como os nossos alunos tem reagido bem à essa inclusão que a Universidade está promovendo. Lembrando que a coordenadora dos alunos surdos é a professora Kurenai.

A dita morena anuiu com um aceno de cabeça em seu lugar na bancada. O reitor continuou falando sobre algumas mudanças. Os coordenadores dos cursos se apresentaram e desejaram boas vindas. Após mais ou menos duas horas no auditório os alunos foram liberados para seus dormitórios.

Na saída, Sakura ainda tentou ver quem eram os alunos surdos, mas não conseguiu e com um bico saiu do auditório.

Somente ao chegarem perto da entrada de seu dormitório Sakura, Ino e Tenten perceberam a ausência de Hinata.

-E essa agora! –disse Ino pondo as mãos na cintura. –Eu jurava que ela estava atrás de mim! Vamos voltar pra procurá-la.

Sakura e Tenten anuíram e as três começaram a descer as escadas para chegar ao piso térreo do prédio de cinco andares que abrigava o alojamento feminino. As garotas conseguiram encontrar Hinata logo em frente a porta de entrada. Mas a surpresa foi ela não estar sozinha. Conversando com a garota estava um rapaz que parecia ser uns dois anos mais velho. Ele tinha longos cabelos negros e lisos; olhos perolados, assim como Hinata. Não era difícil presumir que deveriam ser parentes. Hinata percebeu a presença das garotas no momento em que o rapaz se virava pra deixar o lugar. No entanto, ele se deteve onde estava pois algo lhe chamara a atenção.

-Oi meninas. –disse Hinata. –Este é meu primo, Neji.

-Não sabia que você tinha um primo estudando aqui. –disse Ino enquanto observava que Neji não olhava pra elas. Ele mantinha seu olhar no chão, mas erguia os olhos de vez em quando e parecia olhar para...

-Neji, -disse Hinata com seu jeito tímido. –Estas são Sakura, Ino e Tenten.

As garotas acenaram amigavelmente. O moreno apenas balançou a cabeça e se voltou para sua prima.

-Tenho que ir agora. Eu levo pra você no almoço amanhã, acho que deixei em uma das malas lá do quarto, tudo bem?

Hinata anuiu.

-Tudo bem, boa noite.

-Boa noite, meninas. –ele disse dando um último olhar para o mesmo ponto interessante de antes e com as mãos nos bolsos voltou-se na direção de seu alojamento.

Assim que ele se virou, Ino começou a sorrir maléficamente e deu uma leve cotovelada em Tenten que estava vermelha.

-Acho que alguém arrumou um namorado... –cantarolou a loira fazendo a morena ficar ainda mais vermelha.

-Por que diz isso?

-Porque ele nem prestou atenção em mim ou na Sakura, mas eu vi ele olhar de canto pra você. –Ino deu uma risadinha enquanto caminhava alegremente de volta ao dormitório. –Deu sorte, viu? Esse primo da Hinata é bem gato. Aliás, ô Hinata, por que nunca conhecemos esse primo modelo de shampoo?

-Bem... Ele não costuma aparecer muito lá em casa...

-Ino, -disse Sakura. –Pare de deixar a Tenten sem graça. Ela nem conhece a gente direito; daqui a pouco nem vai querer mais andar com a gente.

-Ah... Não... –Tenten começou mas Ino interrompeu.

-Imagine! Eu só estou dizendo a verdade e pelo visto a Tenten gostou dele também. Ele tem namorada, Hinata?

-Não... Que eu saiba...

-Então pronto! –resolveu a loira. –Ele vai namorar a Tenten!

-Ino...

As três amigas da loira suspiraram pelo jeito acelerado e teimoso dela e a seguiram de volta a seu quarto com Tenten murmurando alguma coisa sobre "fraco por cabeludos" ou algo do tipo...

Hinata e Sakura já estavam no décimo sono enquanto Tenten lia alguns e-mails em seu notebook. Já Ino estava terminando de lixar suas unhas sentada em sua cama quando seu celular vibrou. A loira ergueu uma sobrancelha tentando adivinhar quem seria, já que era aproximadamente meia-noite e meia. Sua expressão curiosa logo deu lugar a um sorriso quando descobriu quem era. Finalmente Kiba tinha retornado sua mensagem.

Oi loirinha! Desculpe a demora pra responder, fiquei sem bateria na hora que vc me mandou a msg e só agora consegui por pra carregar. Eu to bem e vc? Já se acostumou aqui? Bjos!

Ino começou a digitar freneticamente uma resposta e logo a enviou; o sorriso enorme continuava em seu rosto. Só depois de soltar um pequeno suspiro foi que a loira percebeu que Tenten a fitava, também sorrindo, sentada meio de lado na cadeira da escrivaninha com o braço esquerdo apoiado nas costas da cadeira. Ino ergueu uma sobrancelha.

-O que foi?

-Acho que esse sorriso te denuncia... –respondeu Tenten.

Ino sorriu novamente ao perceber o convite para contar a história à mais nova amiga.

_______________________________________________

Após duas semanas as garotas perceberam que Kiba falara sério quando disse que elas não teriam muito tempo pra outras coisas senão estudar. Todas estavam atoladas de tarefas pra fazer e no pouco tempo que sobrava das aulas as quatro iam ou pra biblioteca ou para o laboratório de informática.

A única mais sortuda das quatro meninas era Ino que estava numa espécie de flerte com Kiba e o garoto agora aparecia com certa frequência ganhando a simpatia e a amizade das garotas. Outro que começou a bater cartão no grupo foi Neji, mas segundo ele apenas para assegurar que sua prima estava bem e tendo um bom desempenho. O engraçado era ver Tenten conferir umas 37 vezes seu visual milimetricamente arrumado sempre antes de deixar o quarto. Segundo ela uma coisa não tinha nada a ver com a outra. Hinata, sempre tímida, ainda não tinha se metido em nenhuma situação do tipo, o que já era de se esperar. E Sakura? Bem, esta estava era com um enigma em mãos. Ela já tinha tido a sorte de ver aquele mesmo cara novamente, mas ele apenas a cumprimentou como de costume, acenando, e seguiu seu caminho; sempre sério de um modo que a intimidou nas duas ocasiões. O que a deixava ainda mais irritada era o fato de ela nunca o vir conversando com alguém, parecia que ele era muito mais do que anti-social e a garota começou a achar que ele deveria se mais um filhinho-de-papai que se considera por cima da carne seca. Mas nada, absolutamente nada, poderia tê-la preparado para o que ela viria a descobrir em uma quarta-feira chuvosa.

Sakura, Tenten e Ino estavam paradas no corredor lateral do enorme refeitório enquanto tentavam localizar Hinata que tinha vindo mais cedo para encontrar Neji e as outras haviam se atrasado porque Tenten precisava retocar a maquiagem. Motivos –propositais ou não- à parte, lá estavam as três observando as fileiras de mesas e cadeiras. E alunos.

A dona dos claros olhos verdes do grupo já ia ligar novamente para Hinata quando o mesmo rapaz que perseguia seus pensamentos –e tirava seu sono no percurso- passou por ela em direção à saída do local e a cumprimentou do mesmo modo de sempre. Sakura sorriu e ia deixar passar batido, mas Ino a fitou com um olhar que dizia "te mato se você não for falar com ele!" (Ou qualquer outra ameaça do tipo...), fazendo a rosada suspirar e se voltar para a direção do garoto, indo atrás dele.

A garota não conseguia decidir se o chamava de "moço", "garoto" ou "psiu" e já pensava até em tocá-lo no ombro quando Kiba entrou no refeitório e surpreendentemente cumprimentou o garoto com um toque de mãos, do modo como garotos costumam se cumprimentar.

-Ei, Kiba! Você o conhece? –ela perguntou começando a ficar um pouco aliviada.

-Quem? Ele? –perguntou o garoto apontando para o que estava ao seu lado fazendo com que este se voltasse para ela ao perceber que era o assunto.

-Não sabia que vocês eram amigos. –disse ela corando. –Na verdade eu queria falar com ele. –corou mais ainda.

Porém o rapaz de cabelos e olhos bem escuros nada respondeu. Apenas acenou a saída com a cabeça para Kiba e se virou para sair. Sakura não conseguiu mais conter a frustração.

-Mas que ignorante!

No mesmo instante Kiba segurou o outro rapaz pelo braço e este instantaneamente se virou para a rosada a tempo de vê-la dizer:

-Você se acha bom demais pra falar com as pessoas?

Sakura e os dois garotos nem perceberam que todas as pessoas tinham parado de almoçar e observaram a cena. O moreno de olhos ônyx apertou o olhar áspero que dera à garota à sua frente. Se voltou para Kiba balançando negativamente a cabeça, num tom que parecia ser decepção. Repetiu o gesto em direção à saída e se retirou. Sakura observou atentamente o garoto dar as costas para ela e sair calmamente; logo pensou e concluiu que tinha falado besteira. E o que Kiba diria a seguir a fez se sentir a verdadeira ignorante da história.

-Sakura, ele é surdo.


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