Silêncio escrita por KeykoSakura


Capítulo 14
Inesperado


Notas iniciais do capítulo

Ficou mais curto do que eu queria, mas...



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Sasuke estava dormindo. Sakura sabia disso por sentir o peito dele subir e descer contra suas costas. Era uma respiração profunda e ritimada. Os braços dele estavam firmes ao redor dela. Não tinha como ser melhor do que aquilo. Sasuke tinha sido muito carinhoso naquela noite e agora lá estava Sakura dormindo nos braços dele como ela amava fazer. A tempestade havia diminuído para uma chuva de verão, enquanto a garota refletia em tudo o que havia acontecido.

Sasuke a fazia feliz.

Mesmo com todos os problemas enfrentados e o caos que os últimos meses haviam sido,no fim das contas, sobravam mais momentos bons do que ruins desde que eles haviam começado a namorar. E agora, eles haviam dado mais um passo em sua relação e a garota estava realmente feliz que tudo tinha acontecido da melhor forma possível.

Sorriu pra si mesma enquanto se aninhava melhor com ele e fechava os olhos para dormir também.

[...]

Acordou para um mar cor-de-rosa cobrindo toda a sua visão. Adorou perceber que era o cabelo da namorada, apesar de ele estar espalhado pelo seu rosto, fazendo cócegas em seu nariz. Sasuke se sentiu acordando no céu. A noite anterior tinha sido maravilhosa e era ótimo abrir os olhos e ver que Sakura ainda estava ali, semi-nua, dormindo tranquilamente nos braços dele. O garoto aproximou o rosto novamente e inalou o cheiro dela que ele tanto gostava. Acariciou a pele do braço dela e deu-lhe um terno beijo na fronte. Em seguida, Sasuke se desvencilhou de Sakura com o máximo de cuidado para não acordá-la e se dirigiu ao banheiro, saindo do quarto logo após.

Estava uma manhã um pouco mais fria que as anteriores, já que havia chovido a noite toda. Sasuke passou por uns dois empregados que o cumprimentaram e se surpreenderam ao serem alegremente cumprimentados também; normalmente Sasuke somente acenava com a cabeça e não costumava estar de bom humor logo pela manhã.

O garoto entrou na cozinha e encontrou Yuna, a cozinheira, fazendo chá e Itachi tomando café enquanto lia um jornal à mesa. Itachi era do tipo que sempre acordava cedo, mas Sasuke não, e isso surpreendeu o Uchiha mais velho. E Sasuke surpreenderia mais ainda os presentes na cozinha ao sinalizar um alegre “bom dia” e abraçar Yuna, depois pegando uma maçã numa fruteira próxima e mordendo com gosto. Itachi achou o comportamento do irmãozinho totalmente estranho e aproveitou a passagem de uma outra empregada para pedir a ela que verificasse o quarto de Sakura, sob a desculpa de que era pra ver se estava tudo bem. No fundo, Itachi já desconfiava do motivo de tanta alegria logo de manhã do caçula.

A confirmação veio quando a empregada voltou e disse a Itachi que a senhorita Sakura não estava em seu quarto. Itachi agradeceu e se voltou para encarar seu irmão que observava Yuna se movimentar na cozinha. Sorriu de canto; seu irmãozinho era mais esperto do que ele achava. Resolveu assumir seu papel de bom irmão mais velho. Começou a sinalizar:

–Ei, Sasuke! Por que está tão feliz hoje?

A expressão no rosto de Sasuke claramente delatou que o garoto não estava esperando a pergunta e levou um tempo pra formular uma resposta.

–Ter sonho bom...

Itachi ergueu uma sobrancelha.

–Ah... Você teve um sonho bom? O que você sonhou, então?

Sasuke estava visivelmente incomodado com as perguntas e agora mordia a maçã pra tentar se livrar de seu irmão mais velho. Timidamente ele fez o sinal de “namorada”e tratou de virar de costas pra evitar mais questionamentos. Mas o Uchiha mais velho não seria vencido assim tão facilmente. Itachi entrou novamente na linha de visão de Sasuke e continuou a sinalizar.

–Tem certeza que foi só sonho, irmãozinho? A quem você acha que engana? Conta... Como foi?

Tomate. O garoto surdo ficou vermelho-tomate. Logo, Itachi já tinha caído na gargalhada, o que deixou o caçula irritado.

–Rir do que?

–Nada! É que você consegue ser tão ingênuo às vezes... Ah, irmãozinho... Qual o problema em conversar? Admite, eu já sei o que aconteceu ontem à noite e você não me engana...

Sasuke bufou e franziu a testa, mas se deu por vencido. Abriu um pequeno sorriso e balançou a cabeça. Em seguida, descreveu em sinais o melhor que pôde.

–Bom muito. Sakura... Amar muito ela...

Itachi observou os olhos escuros de Sasuke brilharem durante o minúsculo discurso e sorriu internamente. Era uma excelente coisa que seu irmãozinho estivesse descobrindo tudo o que amor faz na vida de alguém. Ele próprio havia passado por esse processo ao conhecer Konan; ela o havia mudado por inteiro. Agora era vez de Sasuke ficar mais aberto às pessoas, sorrir mais facilmente, ser menos rabugento e mais gentil. As mudanças no garoto eram bem perceptíveis depois de um ano namorando Sakura e no fim das contas o resultado era muito positivo. O irmão mais velho decidiu então participar um pouco mais e ajudar o irmãozinho no caminho doce-amargo do amor.

–Você poderia fazer algo especial pra ela hoje... –Itachi começou a sinalizar.

[...]

Sasuke abriu a porta e entrou no quarto tentando ao máximo não fazer barulho. Essa era a parte difícil. Sendo surdo, Sasuke não sabia ao certo o que poderia fazer barulho; não saberia nem dizer se ele próprio estava ou não sendo barulhento. De qualquer forma, ele se esforçou para abrir e fechar a porta e se aproximar da cama sem fazer nenhum ruído. A satisfação dele foi enorme ao chegar bem ao lado da cama e ver que Sakura ainda dormia tranquilamente.

O garoto parou para observá-la.Ele já havia a visto dormir, mas dessa vez era diferente. Na verdade, Sasuke sentia que tudo agora era ligeiramente diferente. Sasuke não havia somente despido seu corpo na frente dela, ele havia escancarado sua alma para que Sakura tivesse acesso a tudo. Ele nunca havia mesmo desejado tanto uma intimidade assim com ninguém antes de Sakura e naquela noite ela tinha visto tudo, cada poro da pele dele, cada pedacinho de pele – com manchinhas e cravinhos – e tudo o mais que o garoto não sabia se poderia se sentir seguro ao mostrar. Ele só poderia esperar que ela sentisse o mesmo, que ela também houvesse aberto mais uma porta pra ele; mais um lugar que ele pudesse ocupar na vida dela.

Tendo concluído aquela linha de raciocínio, Sasuke se debruçou sobre a namorada e passou a dar-lhe vários beijos no rosto e nos ombros dela pra acordá-la. Sakura se remexeu suavemente e sorriu antes de abrir os olhos e se espreguiçar. Sasuke lhe ofereceu seu sorrisinho de canto em retorno e gesticulou pra que ela se sentasse na cama. Sakura começou a fazê-lo, quando percebeu que ao se erguer o lençol havia caído, revelando seu tronco nu. No mesmo instante, por reflexo talvez, a garota o puxou de volta ficando vermelha. Sasuke observou a cena um tanto divertido, ele ergueu uma sobrancelha para ela e nenhum sinal era necessário para ela entender que ele queria dizer que já tinha visto tudo o que ela estava tentando esconder. Mas Sakura ainda era do tipo que ficava facilmente embaraçada e corada e ela ainda ficaria muito mais ao perceber que estava com o cabelo totalmente bagunçado, isso sem falar no rosto sem maquiagem e amassado do sono. Pra Sasuke, ela estava mais linda do que nunca, principalmente porque ela havia dormido com ele e acordado com ele e ainda mais porque era ele o responsável pelo cabelo bagunçado daquele jeito. Mesmo assim, Sakura não largou o lençol. Sasuke deu-lhe um selinho na boca rosada e em seguida puxou uma bandeja pra cima da cama. Só então Sakura percebeu que ele havia levado o café da manhã pra ela. Por mais clichê que fosse, a garota se derreteu com o carinho do namorado; não é todo dia que te acordam com beijos e te levam o café na cama, não é mesmo? O engraçado era que, à primeira vista, Sasuke não parecia ser do tipo que faz essas coisas. Você sempre esperaria atitudes mais secas do garoto, o que geralmente era o que acontecia. Porém, Sakura sempre fora a maior exceção da vida de Sasuke, seu maior absurdo.

Os dois ficaram então por algum tempo ali, comendo e trocando carinhos. Sakura colocou sua camisola de volta e deu uma corrida no banheiro pra se arrumar. Quando voltou, ela esperava encontrar Sasuke já trocado e pronto pra sair do quarto e aproveitar o dia. Mas o que ela encontrou foi o garoto deitado na cama, observando o teto; ele havia retirado a camiseta que tinha usado pra dormir. A garota não pôde deixar de observá-lo por um momento, já que ele estava abstraído da presença dela, e não pôde evitar também os flashbacks do que havia transpirado entre eles na noite anterior; o frio na barriga voltara só de lembrar. Cada carinho, cada toque, cada beijo deixara uma marca permanente na garota – teria ela sido marcante pra ele também? Sakura era virgem até a noite anterior, não é como se ela realmente soubesse o que fazer. O caso é que ela tinha confiado nele e o deixado guiar os dois. Funcionara. Ela só esperava que tivesse sido maravilhoso pra ele como tinha sido pra ela.

A garota sorriu com as lembranças e se aproveitando da distração momentânea do namorado subiu na cama e se deitou em cima dele. Sasuke a observou se arrumar por sobre seu corpo antes de envolvê-la com os braços e beijá-la calmamente. Calmamente e várias vezes. Sakura então sinalizou uma pergunta.

–Não vamos sair pra encontrar os outros?

Qual não foi sua surpresa quando Sasuke balançou negativamente a cabeça e deu-lhe mais um selinho. Em seguida ele retirou um dos braços e sinalizou:

–Dia hoje só eu e você. Não querer mais ninguém.

Bom, o propósito da viagem tinha sido ser uma viagem romântica, algo que não tinha de fato acontecido até a noite anterior. Agora, Sasuke havia ligado a plaquinha do “dane-se” para o mundo exterior, pois tudo o que ele queria era passar o dia com ela. E com ela só. Sakura sorriu com a resposta enquanto traçava círculos com o indicador no peito do namorado. Os momentos seguintes foram apenas de carinhos e beijos trocados no silêncio.

O silêncio... Sempre presente.

Num determinado momento, Sakura gesticulou com a boca, sem usar nenhum som, “eu te amo”. Sasuke absorveu aquelas palavras com o olhar e então desviou os olhos escuros do rosto da garota. Estranhando a reação dele, Sakura pegou o rosto do garoto gentilmente e o fez olhar pra ela novamente.

–O que foi?

Sasuke hesitou um instante, antes de soltar um pequeno suspiro e sorrir de cantinho como de costume.

–Lembrar. –ele sinalizou com uma mão próxima à sua testa.

Nem é preciso dizer que curiosidade de Sakura se atiçou no mesmo segundo.

–O que você lembrou?

Sasuke olhou pra ela como se estivesse deliberando entre contar ou deixar pra lá, mas sendo Sakura um tanto insistente, teimosa e muito curiosa, era melhor desembuchar.

–Eu lembrar primeira vez eu ver você.

Apesar de nunca realmente estabelercemos uma lista de possíveis respostas após uma pergunta, tem sempre uma resposta que nos faz pensar que, de todas elas, nunca esperaríamos essa em específico. Foi o que se passou na cabeça de Sakura. Com a curiosidade elevada ao nível master, ela instigou Sasuke a continuar. Foi o que ele fez.

–Eu estar corredor. Esperar Naruto, ele atrasado. Você aparecer correndo e parar de repente. Eu olhar você... Você me ver e andar até eu. Eu nervoso.

Sakura franziu a testa.

–Por que você ficou nervoso quando eu fui falar com você? –até então, Sakura sempre achou que ele não a tinha notado até ela aparecer na frente dele naquele dia.

Sasuke hesitou.

–Ela dever ser ouvinte, eu pensar. Eu surdo, eu não saber falar... Eu medo.

–Medo? Medo do que você teve?

Sasuke meio suspirou, meio soltou uma risadinha.

–Você tão linda... Eu medo você achar eu... Esquisito... Surdo, falar sinais... Esquisito...

O garoto desviou o olhar dela, visivelmente embaraçado. Sakura sentiu seu coraçãozinho sensível se partir em um milhão de pedaços. Ela nunca achou que tudo isso pudesse ter se passado na cabeça dele naquele momento. Uma das principais características de Sasuke era sua apatia física que contrastava com o normal pra surdos que era ser muito expressivo. Mas era um tanto óbvio que quem fala pouco, pensa muito.

–Então você gostou de mim, à primeira vista?

Sasuke concordou com a cabeça. Sakura se arrumou um pouco melhor, ainda debruçada sobre o peito dele – e o resto do corpo também, mas até então, ambos estavam tentando ignorar esse fato.

–Eu achei que você não gostasse de mim. Bem... Você não gostava, não era?

O garoto a respondeu com um sinal que significava que ela não estava correta.

–Eu gostar você desde eu ver você primeira vez. Mas eu com medo você não gostar eu porque eu surdo. Quando você dizer aquilo ruim naquele dia no refeitório, eu achar eu estar certo. Você não gostar eu, eu surdo. Eu ficar com raiva. Querer você longe, querer esquecer você. Mas eu gostar você...

–Ah, Sasuke... Me desculpe! Eu lembro como eu fui idiota com você...

Sasuke a interrompeu dando-lhe um selinho.

–Não lembrar... Você pedir desculpas, eu desculpar. Pronto. Eu amar você. –Beijo. –Amar muito você. –Outro beijo. –Muito, muito... –vários outros beijos.

Não demorou muito para que aqueles beijos evoluíssem. Logo, Sasuke já havia envolvido Sakura em seus braços e girado os dois, de forma que agora ele estava por cima dela. E em meio aos carinhos, depois de um segredo revelado, acabaram por fazer amor de novo naquela manhã.

[...]

Embora houvesse muito a ser feito na chácara, mesmo com chuva, foi impossível se distrair a ponto de não perceber a ausência de Sasuke e Sakura durante o dia todo. Itachi sabia bem o que estava rolando, mas dava asas à sua ignorância sempre que alguém lhe perguntava alguma coisa a respeito dos dois. O mais velho dos irmãos sabia que Sasuke tinha a intenção de passar um tempo a sós com a namorada e que era esse o principal motivo da viagem, já que eles tinham acabado de completar o primeiro ano juntos, então pra que estragar isso? Itachi se fingiu de desentedido o dia todo e esperava que tudo desse certo pra seu irmãozinho.

O sol estava se pondo quando Sasuke e Sakura finalmente se decidiram por sair do quarto. Aquele dia juntos tinha sido muito bom. Conversaram, trocaram carinhos, tiraram algumas sonecas, fizeram amor. Tudo totalmente sem qualquer lembrança do mundo exterior. No entanto, esse mundo continuava existindo e no fim da tarde, ambos decidiram que já era hora de aparecem. É claro que os dois foram recebidos com sorrisinhos dos colegas que sabiam muito bem o que o casal tinha feito naquele dia sozinhos. Sakura ficou um tanto constrangida, mas simplesmente ignorou, assim como Sasuke estava fazendo.

No meio do jantar, o casal Uchiha apareceu na chácara. Só então Sakura se lembrou que Itachi havia dito que seus pais também iriam passar um tempo com eles. A garota logo se endireitou e tentou não ficar muito nervosa na presença dos sogros. Sasuke olhou para a namorada de esguelha e ela entendeu; o que tinha acontecido entre eles, agora era um segredo. Fugaku e Mikoto cumprimentaram a todos e se sentaram à mesa; Mikoto ao lado de Sasuke. Logo, ela já tinha feito várias perguntas para o caçula: se ele estava bem, se estava comendo direitinho, se tinha lembrado de tomar os remédios entre outras. Sakura observou sua sogra sinalizando as questões sem dar muito na cara que ela estava acompanhando a conversa e mordeu o lábio inferior quando a pergunta sobre os remédios apareceu. Sasuke vinha tomando todos corretamente – a exceção foi justamente aquele dia que se aproximava do fim. Ambos ficaram tão perdidos um no outro que nem lembraram dos remédios. A expressão de Sasuke não teve qualquer alteração enquanto ele mentia balançando a cabeça pra confirmar que tinha tomado tudo certinho, em seguida olhando de relance pra Sakura: mais um segredo. A garota se sentiu um tanto culpada; ela deveria tomar conta de Sasuke, deveria ter se lembrado dos remédios. Definitivamente, ela ainda tinha que melhorar como namorada e a garota não sabia porque, mas achava que sua sogra tinha a mesma opinião.

Depois da temporada de Sasuke no hospital, Sakura passara a ser bem tratada por seu sogro, uma vez que ele tinha entregado Sasuke aos cuidados dela naquela conversa na UTI, mas o mesmo não se aplicava à senhora Uchiha. Ela tratava Sakura com cordialidade, mas estava longe de ser amável com ela. A garota tentou levantar algumas hipóteses que justificassem o comportamento da sogra, mas todas poderiam ser resumidas em uma coisa: ciúme. E isso não era bom. Desde que percebera o tratamento um tanto frio e crítico de Mikoto, Sakura tinha passado a ser esforçar ao máximo pra ser a namorada perfeita, aquela que nenhuma mãe bota defeito, mas... Ter esquecido que Sasuke precisava tomar os remédios não tinha sido muito o que uma namorada perfeita faria. Isso foi suficiente pra fazer o humor de Sakura, antes tão bom e elevado, descer rolando ladeira abaixo. A garota só esperava que Mikoto não descobrisse a verdade, senão com certeza iria sobrar pra ela. Pra complicar ainda mais as coisas, era perceptível que Sasuke não sabia que sua mãe não era tão legal com Sakura quanto aparentava.

A garota só sairia de seus próprios pensamentos, quando Itachi aumentou o volume da televisão da sala de jantar e todos pararam de comer momentâneamente para prestar atenção em uma notícia de última hora. Parecia que havia acontecido um acidente de trem há uma hora e alguma coisa e era grave. A apreensão era ainda maior porque aquela linha era uma das mais próximas do campus usada por muitos dos universitários que eles conheciam. Até o momento parecia haver quinze mortos. Enquanto todos ainda estavam concentrados na notícia, o celular de Hinata começou a tocar. A garota correu pra atender, franzindo as sobrancelhas ao ver no visor que era seu pai ligando pra ela. Normalmente, o sr. Hyuuga nunca ligava para Hinata. A maioria dos presentes no entanto, não deu muita atenção a isso, voltando os rostos para a televisão. A coisa tinha sido feia e ninguém sabia explicar as causas do acidente, já que o trem havia descarrilado aparentemente sem motivo algum.

–Hinata? –a voz de Tenten chamou a atenção dos ouvintes da sala. –Hinata, o que foi?

Só então perceberam que a Hyuuga estava com uma expressão chocada, mão à boca e lágrimas já começavam a rolar de seus olhos. Sakura teve um pressentimento que algo estava muito errado. Mais ainda quando a garota ergueu o olhar para Tenten, enquanto ainda ouvia o que falavam com ela no celular. Com certeza, Tenten teve o mesmo pressentimento ruim e se aproximou de Hinata, se abaixando ao lado da cadeira dela.

–Hinata... O que foi?

A Hyuuga deixou o celular cair no chão e quase sem fôlego pelo choro conseguiu dizer o que estava errado.

–Tenten... O Neji... Neji está morto.

Claro. Não era um pressentimento. No fundo de sua memória, Sakura se lembrava de ter ouvido Neji comentar que passaria um final de semana pelo menos na casa dos pais... E Kiba iria com ele. No mesmo instante, a rosada correu para seu quarto a fim de pegar seu próprio celular e sem nem pensar no que tinha acontecido entre elas, discou para Ino. A voz chorosa que atendeu o celular denunciou que Sakura estava certa: Kiba também estava naquele trem.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que demorei demais dessa vez pra atualizar, mas se acalmem porque a fic não está abandonada. A questão é que meu trabalho tem me consumido muito a ponto de eu só querer dormir quando consigo algum tempinho pra descansar.
Não era minha intenção original matar o Neji, mas como o Kishimoto já fez isso de qualquer forma, aí está. Eu queria colocar mais coisas nesse capítulo, mas vai ficar pro próximo, que eu espero não demorar tanto pra sair assim.
Me desculpem mais uma vez e muito obrigada por estarem sempre comigo me acompanhando nessa aventura.
E o número de outras histórias a serem escritas depois dessa aqui continua aumentando...