Silêncio escrita por KeykoSakura


Capítulo 13
A vida como ela é


Notas iniciais do capítulo

Capítulo não revisado.

Agradeço a todos que comentaram, favoritaram e recomendaram essa história no último capítulo.



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Perceber que os filhos já estão crescidos é um choque.

Nenhuma mãe está preparada para ele. Pior ainda se a mãe em questão for a Sra. Mikoto Uchiha. E ali estava ela, parada em frente à porta do quarto onde seu filho estava internado, o observando através da pequena janela disponível. Ele dormia com a namorada. Sua cabeça estava quase escondida no vão do pescoço da garota e ela o abraçava como se o quisesse proteger.

Apesar de bonita, a cena destruiu o coração de Mikoto.

Tinha sido assim com Itachi. Konan chegara e agora ela era a mulher mais importante na vida do mais velho. No fundo, Mikoto ainda tinha uma boba esperança que Sasuke nunca crescesse e nunca a trocasse por outra mulher. Claro que isso ia acontecer um dia. E agora já era a hora. Itachi em breve sairia da residência dos Uchiha e teria sua própria casa; sua própria família. Mikoto só esperava que Sasuke ainda demorasse um pouquinho mais que fosse pra querer se mudar também, mas ele estando na faculdade era quase a mesma coisa. Ver a dedicação daquela moça, Sakura, em cuidar de seu filho era ao mesmo tempo um alívio e uma irritação muito grande. Mikoto sabia que Sasuke estava em boas mãos com Sakura, mas isso pouco a confortava. Ela até desejaria que Sakura não fosse tão boa, assim haveria motivos pra por na cabeça de Sasuke que ela não era boa pra ele. Mas a Sra. Uchiha, apesar de coruja, era justa. Sakura era uma boa moça e seu amor por Sasuke parecia mesmo genuíno. Era melhor aceitar que seu caçula agora não tinha mais só a mamãe pra recorrer.

Aliás, mamãe não era mais mamãe já fazia um bom tempo.

Finalmente Sakura estava em paz. Sorria de mãos dadas com seu namorado, Sasuke, de volta à faculdade após um mês e meio de internação. Mas a pior batalha foi convencer a Sra. Uchiha a deixá-lo voltar para a faculdade. Mikoto estava apreensiva pelo caçula, queria tê-lo perto dela pra que este se recuperasse por pelo menos mais seis meses. Sasuke compreendia a apreensão da mãe, mas ela precisava lembrar que ele não era mais criança e que já estava tudo bem. Ainda havia uma bateria de remédios que ele precisava tomar, mas as coisas já estavam quase voltando ao normal.

Sasuke foi recebido com festa de volta à faculdade. A professora Kurenai organizou uma recepção pra ele em uma sala de aula no quinto andar do prédio onde ele estudava, com os colegas do curso de Psicologia e os amigos da monitoria. Sakura detestou a última parte, pois junto com eles vieram as fãs de seu namorado, quase se desmanchando de tanto afirmarem o quanto estavam felizes por ele estar bem e o quanto sentiram falta dele. Sakura tinha vontade de fazê-las engolirem as rosas e os bichinhos de pelúcia que elas entregavam a Sasuke. O garoto aceitava os presentes um tanto sem jeito, ainda mais percebendo o quanto Sakura estava incomodada com aquilo. Mas ele não pôde deixar de achar no mínimo bonitinho o ciúme que sua namorada demonstrava. Muita gente não gosta, mas Sasuke adorava sempre que ela se irritava com alguma garota mais atrevida. Ele adorava perceber o quanto ela o queria a ponto de brigar com meio mundo pra que ninguém interferisse; pra que ninguém o tirasse dela. Isso não iria nunca acontecer, mas às vezes Sasuke não dizia isso a ela, só pra ver Sakura se enfezar e defender o que era dela. Sim, ele era dela. O garoto entendia como ela se sentia; ele também detestava ver alguém chegar perto de sua garota, o que era um tanto freqüente.

Apesar de estar feliz por ter sobrevivido mais uma, Sasuke estava incomodado com algo. Sakura havia se sacrificado muito durante aquele período. Ela havia pegado dependências em todas as matérias de seu curso devido às faltas. E ainda, o garoto não fazia a menor idéia de como agradecê-la. Dizer um simples obrigado –ou melhor, sinalizar- não parecia bom o suficiente por tudo o que ela tinha feito por ele.

Sasuke odiava esses momentos. Momentos em que não sabia o que fazer.

Sakura parecia ser uma especialista na arte de constrangê-lo, já que ele nunca se achava capaz de retribuir à altura; pior: não achava que a merecia. Bem, o garoto nunca se considerou a melhor pessoa do mundo. Embora ele houvesse resolvido que fosse o que fosse ele ficaria com ela, às vezes ele fraquejava em sua decisão e pensava que estava sendo tolo e egoísta. Mas era só olhar pra ela e ver o carinho, o amor e a dedicação naqueles olhos verdes, que Sasuke fraquejava mais ainda. Ele não era forte o suficiente para ser nobre o suficiente e deixá-la ir. Ainda mais quando ele sabia que ela não queria ir a lugar algum. Para o bem ou para o mal, Sakura o amava. Muito. De verdade.

Enquanto ainda estava no hospital, Sakura teve tempo de sobra pra refletir em muita coisa. E foi enquanto observava o monitor de batimentos cardíacos de Sasuke que uma frase popular passou a ter um novo sentido pra ela. "Se na sua vida não houver altos e baixos, você morre." Olhar o monitor, com sua luzinha verde subindo e descendo constantemente, fez Sakura entender que de fato, precisamos dos momentos bons e também dos ruins pra conseguir viver. E o último momento horrível pelo qual ela havia passado lhe ensinara muita coisa. Foi o que a fez tomar aquela decisão, que já sabia de antemão, lhe traria mais um período turbulento em sua vida.

Sakura amava Sasuke.

Esse foi o ponto de partida de tudo. Desde então nada mais tinha sido a mesma coisa. Sasuke havia dado uma vida nova a ela. Sakura precisava admitir: nos últimos anos ela não tinha sido mais do que uma garota mimada que só se preocupava com a última moda pra poder ser uma designer antenada. De repente, aquilo não mais fazia o menor sentido. Apesar de ter sido enfermeira, apesar de ter um dia cuidado de pessoas, aquilo se perdeu em Sakura. A vontade de ajudar não era mais presente em seu ser. Em quem ela havia se transformado? A garota precisava admitir que Sasuke chamara sua atenção, a princípio, por ser estonteantemente lindo. Era o que importava não era? Ser a namorada de um gato maravilhoso. Mas Sasuke... Ele não era nada do que ela esperava. Era introspectivo, quase arisco. Parecia um bichinho do mato que havia sido maltratado um dia e agora desconfiava e temia todos ao redor. De fato, Sasuke tinha uma barreira de auto-proteção que o impedia de deixar que as pessoas se aproximassem dele, e talvez fosse melhor assim. Naquele um ano juntos, Sakura havia presenciado muita coisa que desejava poder esquecer. As pessoas olhavam os dois e pensavam que ambos eram surdos, então Sakura podia ouvir o que elas falavam. Podia ouvir as piadas, ou as palavras de dó –que não eram muito melhores do que as chacotas. Ela pôde perceber que o mundo não girava somente ao redor dela e que por mais que não pensemos neles, existem pessoas com necessidades especiais que precisam de um mundo mais justo. E Sakura? Ela poderia ajudar a fazer justiça.

Como ela poderia continuar a viver uma vida tão mesquinha, quando há tanta gente precisando de pessoas que queiram fazer alguma diferença? Talvez, seu romance com Sasuke havia sido posto em sua vida para um bem maior. Tudo bem que ajudar Sasuke e fazer parte da vida dele já era alguma coisa, mas Sakura sentia –sabia- que poderia fazer mais. Talvez por isso eles haviam se conhecido. A garota gostava de acreditar que havia sempre um motivo pra tudo. Deveria ser esse o motivo daquele romance ter surgido. Um lindo motivo.

Nem todo mundo iria entender.

As pessoas normalmente não entendem como umas conseguem se doar mais do que outras. Sakura deveria saber que aquele "eu" não era ela. A garota sempre se doara pelos amigos e ultimamente não era o que vinha fazendo. Isso tinha que mudar. Ela precisava voltar a ser o que era. Voltar a cuidar de pessoas como sempre fizera. Foi então que aquela idéia tomou forma e se transformou na decisão que ela iria tomar naquela mesma semana. Precisava falar com Ino.

Nesse meio tempo, a garota se preparou para sua próxima tempestade.

-Eu me recuso a ouvir o que você está dizendo, Sakura!

-Ino, por favor, deixa eu terminar de explicar...

-Não, testuda! A única explicação é que você tá louca! Você pirou de vez! Como assim você vai largar o curso de Design?!

-Ino, não é o que eu quero...

-Até bem pouco tempo atrás era sim o que você queria!

Sakura suspirou fundo pra não perder a paciência com sua melhor amiga.

-Eu sei. Olha... Ver o Sasuke quase morrer naquele hospital mudou algumas coisas. Eu percebi que ser designer não é o que eu realmente quero fazer e...

-Ah eu sabia!

Sakura se assustou um pouco com a interrupção. Ino nem se abalou.

-Eu sabia que tinha algo a ver com o Sasuke! Sasuke isso. Sasuke aquilo. Só o que você quer saber agora é do Sasuke! Foi ele que pôs essa idéia na sua cabeça? Ser intérprete de LJS, onde já se viu?

Essa tinha sido a gota d'água. Sakura perdeu o controle da raiva e começou a responder à altura.

-Não foi ele não! Eu decidi sozinha porque sou eu quem toma as decisões da minha vida. Quem é você pra me dizer o contrário?

Ino ergueu as sobrancelhas, mas demorou um pouco pra responder. Quando o fez, sua voz havia suavizado.

-E os nossos sonhos?

Sakura sentiu o coração apertar.

-Lembra, Sakura? A gente ia se formar, abrir nosso negócio juntas. Faríamos tudo juntas. E agora? Agora você só quer viver pra ele. Eu realmente não sei mais quem eu sou pra você.

Com isso a loira deu as costas à amiga e saiu do quarto. Já no hall de entrada do alojamento feminino, Ino encontrou com Sasuke e Neji. Incapaz de controlar os nervos a loira se aproximou e para o choque dos presentes, deu um tapa no rosto de Sasuke. Sinalizou o melhor que pôde com as mãos trêmulas:

-Odeio você!

Sasuke se reservou a observar a loira sair pisando duro pelo pátio e se voltou pra Neji com a mesma expressão de confusão que o cabeludo em seu rosto. Ambos então subiram até o quarto das meninas. Sakura estava chorando em sua cama, sendo consolada por uma Hinata incerta do que deveria fazer.

-O que houve? –Neji perguntou.

-Sakura e Ino tiveram uma briga feia há pouco... –Hinata respondeu.

-Hum... Ela deu um tapa em Sasuke lá embaixo.

Ouvindo isso Sakura ergueu a cabeça e parou de chorar no mesmo instante.

-Ela fez o que?

A garota se levantou e se aproximou de Sasuke, percebendo a bochecha um tanto avermelhada do namorado. Ele olhou pra ela com confusão e inocência no olhar e hesitou um pouco antes de perguntar:

-Eu fazer alguma coisa?

O coração de Sakura amoleceu no mesmo instante, quase se derretendo.

-Não. –Ela sinalizou devagar. –Você não fez nada. –O beijou ternamente na bochecha avermelhada. –Eu vou resolver isso.

Sasuke segurou as mãos de Sakura e a fez olhar pra ele.

-O que acontecer?

Sakura hesitou a princípio. Respirou fundo e então soltou, em sinais e em voz alta.

-Vou desistir do meu curso de design.

Sasuke e Neji arregalaram os olhos com essa revelação. Sasuke ficou agitado. Começou a sinalizar rapidamente.

-O que querer dizer? Não querer mais estudar? Por quê?

-Calma, Sasuke. Eu só vou trocar de curso.

-Qual? –Ele sinalizou em expectativa.

-Eu... –Sakura corou. –Quando você tava no hospital eu percebi que eu não quero uma carreira no design. Eu decidi que quero ser intérprete. Intérprete de LJS pra ser mais precisa.

Se Sasuke já achava anteriormente que nunca conseguiria merecer Sakura, esse tinha sido o golpe de misericórdia em suas chances. Por um momento ele ficou sem saber o que responder; apenas a fitou sem sinais que expressassem o que ele havia achado daquilo. Na verdade, ele nem saberia estabelecer sua opinião. Seus dedos indicadores, um tanto trêmulos, foram esticados e batidos levemente um contra o outro em uma pergunta.

-Por quê?

Sakura precisou pensar pra formular uma melhor resposta.

-Amar você me fez enxergar muita coisa que eu não via antes. Eu quero voltar a cuidar de pessoas como quando eu era enfermeira, Sasuke. Mas agora eu já sei que tipo de pessoas eu quero ajudar. Eu preciso disso Sasuke. Preciso ser melhor. Você e o Naruto tiveram sorte de conseguir estudar, quantos de vocês não têm a mesma chance?

Sasuke sabia que o que ela dizia era verdade. Não era tarefa fácil encontrar escolas com intérpretes. Quando se conseguia achar ou eram muito longe ou muito caras. A família Uchiha tinha condições de pagar, mas surdos provenientes de famílias mais pobres não tinham muito o que fazer. Naruto havia conseguido uma bolsa na mesma escola de Sasuke por indicação de Fugaku, já que o loiro e sua família não eram ricos. De fato a necessidade de intérpretes era muito grande.

-Você mudou minha vida, Sasuke.

Os olhos negros se arregalaram ao ver aquela sequência de sinais. Como dizer que ela havia mudado a dele também? Como retribuir aquele amor tão desmedido que ela tinha? Sakura parecia tão inconseqüente de tudo quando era a respeito de Sasuke. Mais uma vez ele não conseguiu. Se limitou a puxá-la pela cintura e beijá-la como nunca antes, sem nem se importar com os primos Hyuuga no local.

Normalmente, Sasuke tentaria por um pouco de juízo na cabeça da namorada, mas ele podia ver que ela estava decidida e como ele poderia barrar essa vontade que tanto parecia ser parte dela? Sakura era dedicada. Talvez fosse isso mesmo que ela teria que fazer na vida.

A confusão com Ino acabou sendo pior do que todos imaginavam. A loira se recusava a falar com Sakura. A rosada já havia pedido transferência de curso e começaria em agosto, portanto não freqüentava mais as aulas com sua amiga. Com tempo de sobra, Sakura começou a pensar que seu aniversário de um ano com Sasuke estava se aproximando. Seria no final de junho dali a uma semana aproximadamente e ela não tinha idéia do que fazer. Sasuke parecia nem se lembrar da data, não que ela esperasse... Mas ver a melhor amiga a ignorar estava atrapalhando sua cabeça a formular algo legal. Por fim desistiu. Talvez Sasuke nem gostasse dessas coisas, ou talvez ela devesse lhe dar uma chance de surpreendê-la, quem sabe...

E foi justamente isso o que aconteceu.

Durante aquele período Sasuke e Sakura nem conseguiram se concentrar muito um no outro. Sakura tinha seu problema com Ino que ainda se recusava a falar com "aquela tratante traidora" e ainda mais a transferência de curso. Sasuke teve um problema ainda maior; ele teve que enfrentar um tribunal no julgamento dos policiais processados por seu pai.

Honestamente, Sasuke preferia deixar quieto como estava, mas o Sr. Uchiha nunca permitiria que algum membro da família fosse machucado sem justiça. Sendo assim ele processou os policiais que abriram fogo conta Sasuke e Sakura. Aquela deveria ser a última audiência e ainda bem, pois o garoto não agüentava mais tanto interrogatório. Sakura também teve que depor e ser testemunha do caso. No fim das contas os policiais foram condenados a algumas penas não muito graves, mas foram expulsos da corporação, o que, segundo o Sr. Uchiha, era punição o suficiente.

Com tudo isso acontecendo não foi muito surpreendente quando ambos perceberam que os dois haviam esquecido o tal aniversário de namoro. Muito bonito...

Sasuke detestou saber que tinha feito isso e saber que Sakura também não tinha lembrado não o ajudava muito... Agora era hora de pensar em algo pra melhorar sua situação. Veja bem, Sasuke não era do tipo que ligava pra essas coisas de mulherzinha como aniversário de namoro. Na verdade ele nunca foi bom com garotas por sua falta de sensibilidade nesse ponto e Sakura vivia enfezada com ele por causa disso. Porém, apesar das brigas ocasionais, Sakura era uma namorada maravilhosa e ele se sentia no dever de no mínimo agradá-la.

Felizmente, um irmão mais velho pode ser de ajuda nessas horas.

Itachi estava enchendo o saco de seu irmãozinho já há algumas horas, mandando mensagens de celular o tempo pra este que ignorava sem dó. Até que por fim, Sasuke foi vencido pelo cansaço e resolver ver do que se tratava –e viu a luz no fim do túnel. Itachi havia mandado treze mensagens com o mesmo conteúdo: dizia que queria passar as férias de julho com Konan na chácara da família e perguntava se ele e Sakura não estavam afim de ir também. O rosto de Sasuke se iluminou no mesmo instante. Uma viagem! Por que não levar Sakura pra viajar como comemoração por um ano o agüentando?

O garoto não perdeu tempo e mandou uma mensagem pra Sakura. Infelizmente, na pressa de digitar, ele deveria ter escrito muita coisa errada ou sem lógica, pois a garota respondeu que não havia entendido o que ele queria. Sasuke respirou fundo umas três vezes e tentou novamente. Dessa vez Sakura entendeu e respondeu muito animada que havia adorado a idéia. Ótimo! Agora faltava esperar as últimas aulas do semestre passarem e planejar tudo. Antes mesmo de decidir quando iriam, Sasuke já tinha decidido. Seria uma viagem romântica.

Mas como se faz uma viagem romântica?

-Posso ao menor falar com você?

Sakura tentava alguma forma de comunicação com as costas de sua amiga loira na fila do refeitório no último dia de aula do semestre. Esta apenas a olhou rapidamente por sobre o ombro e nada respondeu. Sakura suspirou pesadamente e tentou manter os nervos sob controle pra não criar uma cena com sua amiga teimosa.

-Tudo bem Ino. Se você não falar comigo, eu falo com você. Eu vou viajar nessas férias.

A rosada pôde perceber que tinha conseguido a atenção da amiga, mesmo que esta não demonstrasse. A loira ficou tensa no mesmo instante.

-Vou passar o mês inteiro fora. Talvez te dê algum tempo pra esfriar sua cabeça dura e tentar me entender. Se mesmo quando eu voltar você não me quiser mais como amiga eu vou entender e vou me afastar.

Sakura saiu da fila um tanto amargurada. Ficaria pior ainda ao ouvir a resposta murmurada de Ino.

-Poderia viajar pra sempre que eu não ia ligar.

Mais frustrado do que aquilo era impossível.

A viagem de trem corria tranquilamente, mas Sasuke estava se sentindo péssimo. Péssimo porque sua normalmente tão tagarela namorada estava quieta. Absurdamente quieta. Sakura se limitava a observar a paisagem monótona através da janela do trem sem realmente absorver uma árvore que fosse, em sua visão. E o pior é que ela não olhar pra ele era o mesmo que dizer com todas as letras (ou sinais, no caso) que ela não estava afim de conversar com ele. O garoto achava que era por causa de Ino e tentava não fica muito nervoso, mas no fundo sentia medo de haver mais alguma naquela história que ela não queria contar. Lembrando da última grande briga que tiveram, aquela que quase terminaram e tudo mais, Sasuke percebeu que Sakura também havia se afastado naquela vez, antes do caos acontecer. Era meio difícil não começar a imaginar isso de novo.

Ok.

Desde quando Sasuke ficava assim por causa de uma garota? Ah, sim, desde que Sakura aparecera, perdida literalmente, em sua vida sem mais nem menos. Agora tudo era mais complicado. Ele estava feliz com aquela viagem – obviamente, Sasuke Uchiha nunca demonstraria sua satisfação – mas não dava pra permanecer feliz quando Sakura estava tão... Deprimida. A pior parte? O que ele poderia fazer pra ajudá-la? Não muita coisa, visto que a loira petulante, teimosa e irritante amiga da Sakura o culpava pelo que tinha acontecido. Sasuke começou a pensar que Ino talvez sempre tenha tido ciúme de Sakura com ele e nunca tenha falado nada. Fazia sentido. Agora que ela havia encontrado uma brecha grande o suficiente pra ventilar seu desgosto com ele. Talvez passar um tempo longe fizesse bem pras duas, ou assim Sasuke esperava. Por mais irritante que fosse, ele preferia Sakura como ela era. Tagarela e muito... Muito irritante.

Felizmente ao chegarem à chácara da família Uchiha, o humor de Sakura melhorou bastante. Não era um lugar muito grande, mas era lindo. Havia uma casa principal no estilo bem antigo japonês e uma casa menor mais ao fundo onde ficava o caseiro e sua família. Havia também um pomar de frutas, um estábulo, uma piscina e um lago mais à frente com vários peixes ornamentais. O lugar parecia extremamente apropriado para as férias de verão. Sakura sorriu observando tudo ao redor e por um momento Sasuke esqueceu suas preocupações. Levou-a para dentro junto com as malas de ambos.

Itachi e Konan haviam chegado algumas horas antes e estavam arrumando as coisas. A casa por dentro parecia ser maior do que Sakura imaginara olhando por fora. Sasuke resolver acomodar a namorada no quarto ao lado do de Konan. Por um momento, Sakura ficou confusa, mas não quis perguntar por que Konan e Itachi não iriam dividir um quarto. Ela percebeu que o mesmo aconteceria com ela e Sasuke. Mais tarde ela ouviu Itachi comentar que os senhores Uchiha chegariam uns dois dias depois, mais ou menos. Talvez fosse por respeito aos dois, afinal de contas, uma família rígida como a deles não aceitaria muito bem essa história de casais não casados dividirem quartos. Tudo bem que era até um pouco de ingenuidade achar que seus cunhados nunca haviam passado uma noite sequer juntos em quase cinco anos de namoro e agora um noivado, mas ela e Sasuke ainda não tinham chegado nesse grau de intimidade. Bem, de vez em quando eles passavam um pouco da linha, entrando em uns amassos que sempre deixavam Sakura vermelha, sem fôlego, com algumas marcas ocasionais e os cabelos numa bagunça total. Sasuke também não saía muito diferente disso, mas nunca tinham ido além desse agarramento esporádico. Na verdade, depois de um ano com Sasuke, Sakura ainda não sabia muito bem o que queria. Talvez o melhor fosse não pensar muito sobre isso, só deixar que acontecesse de uma forma natural, nada planejado, e que fosse bom pros dois.

A primeira noite foi muito animada com os dois casais. Itachi era bem brincalhão quando queria e apesar de nunca se socializar muito, mesmo entre a família, Sasuke se divertiu bastante. Sakura descobriria que o garoto era muito bom em mímica. Obviamente, ela pensou, afinal LJS consistia basicamente em um sistema extremamente mais avançado que a mímica. Konan era muito legal de se ter por perto. Ela e Itachi juntos eram uma comédia e Sakura se rachou de rir várias vezes. Os empregados da casa eram bem simpáticos e sempre traziam tudo o que eles queriam. Quando se decidiu por ir deitar já era de madrugada e Sakura até sentia seu estômago pesar de tanto refrigerante e salgadinhos que eles tinham tido. Itachi prometera uma mega maratona de cinema na noite seguinte e a garota mal podia esperar pra conferir.

Sendo o bom namorado que era Sasuke foi levá-la até seu quarto pra garantir que estava tudo em ordem. Sakura não queria deixá-lo ir, mas não tinha porque ficar de manha. Logo no dia seguinte estariam juntos de novo. Mesmo assim, Sasuke fechou a porta do quarto dela e a encurralou contra a madeira lhe tascando um beijo muito mais do que ardente na boca. Na mesma hora Sakura sentiu o sangue subir até suas bochechas e um calor tomar conta de seu corpo apesar do frio na barriga. Sem demoras a garota enroscou seus braços ao redor do pescoço dele o trazendo pra mais perto ainda. As mãos de Sasuke apertavam firmemente sua cintura, até entrarem por debaixo da blusa da garota, acariciando a pele arrepiada. Sem aviso prévio, Sasuke a segurou com mais força, a ergueu e a pôs contra seu quadril, apoiando a garota contra a porta. Logo ela já tinha envolvido o quadril dele com as pernas.

Sasuke precisou de todo o esforço do mundo pra não ir longe demais, mas... Mas Sakura era tão boa... No último ano, a vontade que ele tinha dela só fez aumentar e cada vez mais parar se tornava impossível. Ele podia sentir o calor da pele dos dois, incendiando até o ambiente ao redor. Podia sentir seu fluxo sanguíneo se concentrando no meio de suas pernas e o nó no estômago de antecipação piorava. Ele podia ver o quanto Sakura também estava afetada. Ela estava mais quente que o normal e totalmente corada.

Quando Sasuke parou de repente, Sakura precisou de alguns segundos pra entender o que tinha acontecido. A princípio ela ficou um tanto irritada com toda aquela apelação pra ser interrompida assim, mas então ela viu o sorrisinho um tanto safado de Sasuke e entendeu que ele estava mesmo só provocando. Sakura tentava ficar brava, mas não conseguia, ainda mais quando lembrava que ele parava porque ela não o deixava ir muito longe. Na verdade, Sasuke estava disfarçando a própria frustação. Deixou a garota descer e a pôs na cama pra dormir com um beijo doce e suave. Então foi para seu próprio quarto. Na verdade, novamente, foi direto pra debaixo do chuveiro frio.

O dia seguinte amanheceu com um sol maravilhoso e um clima até que mais ameno. O Japão não era quente como um país tropical, mas era abafado, com poucas correntes de ar pra refrescar. A opção de todos então foi cair na piscina. Sakura adorava piscina e tinha ficado mais do que animada por poder usar seu biquíni novo, comprado um mês antes justo para aquela viagem. Ela e Konan aproveitaram para tomar um banho de sol juntas e conversar, já que ainda não se conheciam muito bem. Konan contou a Sakura como conhecera Itachi e todas as aventuras que tinha passado ao lado dele. Sakura ria sem parar; Itachi arrumava bem mais encrencas que Sasuke. A garota também ficara impressionada com a beleza de Konan e seu cabelo roxo. Tudo isso enquanto Sasuke tentava se concentrar em alguma outra coisa a não ser o corpo lindo da namorada. Sakura deveria ser sua benção e castigo ao mesmo tempo. Era muito difícil se controlar pra não apertar aquelas coxas branquinhas e generosas, a forma pequena, porém bem acertada da garota era uma tentação da cabeça aos pés.

Por outro lado, Sakura estava aproveitando a vista também, checando Sasuke sempre que dava. Ser bonito daquele jeito deveria ser crime. Assim como ela deveria ser a policial responsável por prendê-lo na cela de seu quarto em prisão perpétua. O engraçado era que Sasuke tinha um corpo maravilhoso por pura ruindade mesmo. Ele se exercitava de vez em quando, mas comia bem mal. Na verdade, ele nem ligava, comia o que queria, mas como possuía um metabolismo acelerado, a gordura nem tinha tempo pra se instalar naquele corpo vindo do paraíso; o que deixava a tarefa de se manter em forma muito mais fácil. No entanto o colesterol dele deveria estar nas alturas – Sakura fez uma anotação mental pra levá-lo para um check-up com Tsunade no hospital assim que voltassem.

Mais tarde o almoço foi servido e Sasuke contou a Sakura que Naruto e Hinata estavam vindo também e chegariam naquela tarde. Seria ótimo ter mais companhia na chácara, ainda mais Naruto, o maior arroz de festa que Sakura já conhecera. De fato, a confusão no local aumentou com a chegada do casal, mas também porque Tenten viera junto. Infelizmente Neji não tinha conseguido ir e Kiba também não fora porque Ino o ameaçara de morte se ele estivesse no mesmo lugar que a "traidora". Pra não ficar no meio do fogo cruzado, nem deixar a namorada sozinha, Kiba preferiu ficar.

Mesmo assim a segunda noite foi ainda melhor que a primeira. Yuna, a cozinheira, havia preparado um delicioso sukiyaki e rolinhos primavera e a sessão de filmes foi uma bagunça total. Sakura estava feliz. Conseguia parar de pensar nos problemas e nas dificuldades desses últimos meses.

O dia seguinte amanheceu com um clima mais ameno e o sol não brilhava tão forte. No entanto ainda estava abafado e Sasuke prometera a Sakura levá-la para um passeio a cavalo. Enquanto esperava, a garota foi se refrescar um pouco sentada à beira da piscina com os pés na água. Pouco tempo depois, Itachi chegou e sentou-se ao seu lado. Sakura lhe ofereceu um sorriso. Itachi era uma boa companhia e os dois haviam se aproximado bastante no período que Sasuke passara no hospital. Começaram uma conversa despretensiosa pra passar o tempo. Até Itachi fazer uma pergunta.

-Sakura... Você sabe por que Sasuke é surdo?

A garota pensou por dois segundos.

-Não. Na verdade, nunca pensei em perguntar. Achei que ele tivesse nascido surdo; seria meio rude perguntar... Não?

Itachi sorriu de canto e a garota pôde ver a semelhança nos dois irmãos. Itachi parecia uma versão mais velha de Sasuke – de cabelos compridos como um rockstar.

-Não, irmãzinha. –Ele havia se acostumado a chamá-la assim. –Não seria rude não. E também não. Sasuke não nasceu surdo.

Ao ouvir aquilo, Sakura não mais prestou atenção na água batendo em seus pés. Voltou-se inteiramente para o cunhado, escutando.

-Sasuke nasceu como uma criança comum, um pouco abaixo do peso até, mas só isso. Minha mãe ficou com medo que eu tivesse ciúme dele e me fez prometer que eu sempre seria legal com meu irmãozinho.

-Então... O que houve?

Itachi suspirou pesadamente.

-Ele teve meningite quando ainda ia completar dois anos.

Sakura mordeu o lábio inferior, já sentindo os olhos marejados.

-Aquela foi a primeira grande luta dele. Pensamos que iríamos perdê-lo. Você como enfermeira deve saber que meningite é uma doença muito perigosa, ainda mais em crianças pequenas.

A garota balançou a cabeça devagar.

-Então... Ele sobreviveu, mas ficou surdo como seqüela. Depois descobrimos que é uma seqüela até que comum pra quem sobrevive a isso. O começo foi muito difícil pra todos nós. Ninguém estava preparado pra ter um surdo na família, ainda mais porque ele havia nascido saudável. Não tinha como explicar para uma criança de quase dois anos por que de repente tudo não fazia mais barulho. Ele até começou a bater os brinquedos, ás vezes ele achava que eles estavam quebrados. E meu pai...

Nesse ponto Itachi parou de falar. Sakura o observou fitar a água cristalina da piscina em pensamento. Não ousou interromper. Eventualmente, Itachi reorganizou melhor suas idéias e voltou a falar.

-Meu pai não queria aceitar um filho surdo.

Sakura não conseguiu dizer nada. Depois de ter conversado com o Sr. Uchiha e ver como ele amava e protegia Sasuke, era difícil imaginar que um dia ele o havia recusado.

-Papai não conseguia aceitar a fatalidade. Ele é bem conservador e ele pensou que Sasuke não fosse ser capaz de herdar a empresa com essa deficiência. Eu não o culpo por pensar assim. Naquela época nós não sabíamos nada sobre surdez. Tivemos que aprender. Mas o sangue falou mais alto. Sasuke aprendeu sinais extremamente rápido e conseguia acompanhar tudo. Com o tempo meu pai percebeu que Uchihas são Uchihas, independente de mais nada, e que a surdez não invalida ninguém. Mesmo assim, Sasuke cresceu sentindo que precisava provar que ele merecia seu espaço na nossa família. É por isso que ele se esforça pra fazer tudo sozinho. Você pode não perceber muito, mas você é a única pessoa que ele deixa fazer coisas por ele.

Sakura não havia percebido, mas já havia lágrimas escorrendo em suas bochechas coradas.

-Estamos felizes por você ter aparecido, irmãzinha. Você conseguiu tirar um pouco esse peso das costas dele. Hoje em dia, meu pai não aceita sequer um único comentário negativo sobre Sasuke. Foi meu pai quem exigiu que todos os nossos empregados, tanto na cidade quanto aqui, sejam falantes de LJS. Ele o protege e o encoraja e Sasuke conseguiu superar todos os obstáculos que apareceram. E agora tem você pra ajudar. Espero que ele resolva logo trazer você oficialmente pra nossa família.

Itachi se levantou e saiu ao ouvir a voz de Konan o chamando na cozinha. Sakura permaneceu onde estava até sentir o braço de Sasuke em seus ombros a puxando para um abraço. Ele não sabia por que motivo, mas sua namorada estava chorando. Os olhos negros e inocentes dele pousaram sobre ela que sem mais nem menos, o beijou com toda força. O garoto não entendeu muito bem, mas retribuiu aquele beijo, resolvendo por não perguntar o que tinha acontecido e a levar pra andar a cavalo, como tinha prometido.

No fim de tarde, uma tempestade de verão se abateu sobre a região da chácara, deixando todo mundo dentro de casa. Felizmente, eles tinham várias coisas pra fazer dentro da casa principal.

Sakura se preparava para dormir. Ela havia pego dois chumaços de algodão pra por nos ouvidos pra não ouvir o estardalhaço da chuva. Sorrindo, pensou em Sasuke que nem se incomodaria com isso, já que não podia ouvir. E foi nele que ela pensou, quando pra seu horror, um relâmpago atravessou o céu e caiu próximo à chácara, fazendo um barulho estrondoso e até balançando a estrutura do lugar.

Sem pensar duas vezes, Sakura saiu correndo de seu quarto e invadiu o de Sasuke, que era bem ao lado, dando um susto nele. A garota fechou a porta atrás de si e o garoto tentou entender o que estava errado. Até que outro relâmpago caiu novamente e Sakura apertou os olhos com força; ela tremia.

Foi então que Sasuke percebeu: Sakura tinha medo de relâmpagos.

Apesar de ser um medo infantil, Sasuke achou bonitinho que ela estivesse assustada. Não demorou pra tomá-la nos braços e levá-la pra sua cama, fazendo-a sentar-se no colchão enquanto ele tentava acalmá-la. Sakura apoiou a cabeça no vão do pescoço do namorado, envergonhada por sentir medo de algo tão trivial. Era óbvio que ela estava segura dentro da casa, mas a garota não conseguia deixar de tremer toda vez que mais um relâmpago iluminava a escuridão da noite e causava mais um trovão de arrepiar. Sem nem perceber, ela se viu deitada na cama com Sasuke afagando seu cabelo com uma mão, enquanto a outra estava ao redor de sua cintura. No silêncio do casal, ela se lembrou da conversa com Itachi e mais uma vez percebeu o quanto amava Sasuke, com todas as qualidades e defeitos dele.

Foi então que uma resolução começou a se formar no coração da garota, seguida por um frio na barriga do que ela resolveu que faria. Sakura se aproximou ainda mais e beijou Sasuke ternamente. A garota o sentiu dar um sorrisinho de canto com os lábios colados nos dela, e resolveu aprofundar o beijo. O garoto não se mostrou surpreso ao receber o convite da língua de Sakura para entrar. Abriu a boca e aumentou a intensidade de tudo.

Até Sasuke parar tudo de repente.

Sakura o olhou confusa, mas logo percebeu que ele estava tentando formular alguma coisa na cabeça. Foi então que, decidido, o garoto a olhou novamente e ao invés de sinalizar, ele abriu a boca. Voz rouca e tímida. Não saiu como normalmente; foi quase um sussurro de sons, não três palavras faladas, mas foi o melhor que ele conseguiu fazer.

-Eu te amo.

Sakura ficou estática. Não teve reação maior do que a de arregalar os olhos. Sasuke já estava pensando que tinha saído ruim demais pra que ela dissesse qualquer coisa, quando a garota o agarrou pela gola da camiseta e o puxou para um beijo. Para o alívio de Sasuke. Não demorou muito para que aquele simples beijo evoluísse para um completo amasso. Sasuke não experimentava muito, ia até onde ele já sabia que podia.

Porém, Sakura tinha uma idéia diferente para aquela noite.

Devagar ela pegou uma das mãos do garoto e a levou até um de seus seios. Sasuke reagiu no mesmo instante, se afastando completamente. Ele estava agora sentado sobre a garota, que o olhava corada. Então ela sorriu. Sakura se sentou também e puxou novamente a mão de Sasuke para o mesmo lugar. Dessa vez ele não recuou, ao contrário, envolveu aquele seio com cuidado; ambos fechando os olhos para apreciar a sensação.

Sakura então sinalizou:

-Eu quero Sasuke.

O garoto a olhou fundo nos olhos verdes, procurando qualquer traço de dúvida (ou de álcool). Não encontrando, ele sorriu. Desejava Sakura há tanto tempo. O garoto sorriu novamente, ao vê-la colocar o algodão nos ouvidos. Logo ela explicou com alguns sinais.

-Quero que seja como você.

Foi ótimo perceber que o barulho da tempestade diminuíra consideravelmente com o algodão e sumira completamente com os beijos e carícias de Sasuke. Ele a questionava com beijos que ela respondia com as pontas dos dedos, traçando todas as suas razões pela espinha dorsal dele. Sasuke descobriria frases inaudíveis atrás dos joelhos dela e entre seus fios de cabelo. Sakura lhe marcava com paixão em cada ponto sensível de seu pescoço e ele respondia com palavras proparoxítonas em cada mordida naquele corpo leitoso. Sakura não se importou em ficar quase sem a audição, era só colocar qualquer parte de seu corpo contra o pescoço de Sasuke para sentir a vibração de cada gemido dele.

Sakura sentiu uma onda de felicidade invadir-lhe a alma, enquanto a essência dele lhe invadia o corpo.

Fim do cap. 13


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Notas finais do capítulo

Eu sei que nem adianta dizer q sinto muito. Mas fiquei desfalcada no trabalho e tive que cobrir, não teve jeito. Estou negociando um notebook, pra ver se me ajuda.

Anyway, normalmente até escrevo lemons de fato, algo mais detalhado, mas não achei que combinasse com essa história, então resolvi tentar poetizar um pouco (me digam se ficou muito ruim, por favor.)

Quanto às outras histórias, elas serão atualizadas, com o tempo e paciência.