Imagine Dragons escrita por esa
Notas iniciais do capítulo
demorei, mas tá ai
Pisando com cuidado, Amber tentou subir as escadas novamente. Recuava vagarosamente, apoiando os braços nas paredes para que não caísse e um estrago maior ainda fosse feito. Mal subira quatro degraus quando a voz rouca chegou aos seus ouvidos.
-- Indo dar uma voltinha, Muller? – Malfoy, que antes estava curvado para a lareira, agora virava-se para a garota, que descera todos os degraus da escada. O rosto do garoto não parecia alegre, pelo contrário, sua testa estava vincada.
-- Não interessa à você, Malfoy. E não me olhe como se eu estivesse errada, você também está acordado e fora da cama. – Amber continuou andando, seguindo em direção ao quadro que abriria a passagem para fora da Sala Comunal quando Scorpius agarrou sua mão.
-- Por favor, não me diga que está indo para a Floresta. – ele murmurou, ainda segurando a mão da garota e fazendo cara de pidão.
-- Como eu já disse antes, não interessa à você. – arrancou bruscamente a mão dos dedos frios e compridos do garoto, que colocou-se de pé e agarrou-a pela cintura.
-- Não vou deixar que faça isso! Não vou deixar que se mate! – ele argumentava enquanto Amber debatia-se loucamente em seus braços, tentando de alguma forma livrar-se do aperto, mas o garoto era mais forte que ela.
-- Coloque-me no chão, Malfoy! – ela sacudiu-se ainda mais, mas ele não a largava de maneira alguma. – Pare de agir como se se importasse! Ponha-me no chão!
-- Eu me importo! Me importo com você e me importo em quanto Eleanor sofreria se você morresse! Pare de se debater! – mas Amber não parava, e levou um bom tempo para que Scorpius se desse conta disso, então quase esgotado deixou-se cair no sofá, o que puxou a garota junto.
-- Me solte, Malfoy! – Amber urrou assim que sentiu a respiração do garoto em sua nuca. Não queria fazer aquilo, mas com o cotovelo atingiu a região do abdome de Scorpius, que a soltou por impulso. – E não me siga!
Amber correu para fora da Sala Comunal, e pelos corredores e escadas do Castelo, tomando o maior cuidado para não cruzar com Pirraça ou com Filch. Chegou à grande porta que dava para os jardins de Hogwarts, mas esta estava fechada. Apressou-se em tentar abri-la, empurrou-a com toda a força, mas era inútil, a porta nem ao menos se mexia. Então quando estava desistindo, já com as mãos no rosto por seu plano ter falhado, o rangido da porta no chão, com o movimento de se abrir, a fez erguer os olhos.
Lá estava Scorpius. Ele havia aberto a porta. Amber disparou pelos jardins, ouvindo-o bufar às suas costas. A garota corria o quanto seus pés a permitiam. Sabia que Malfoy não conhecia o caminho, mas ela sim, pois o seguira varias e varias vezes em seus sonhos.
-- Amber, pare de correr! – ela ouviu Malfoy dizer, agora bem próximo dela. Apertou o passo o máximo que pode, mas Scorpius era sem duvidas mais veloz que ela, e logo estavam emparelhados. – Pare. De. Correr. – ele pediu pausadamente, pois estava cansando. Mas Amber não parou, então ele agarrou sua cintura e os dois acabaram indo para o chão.
Ela se levantou depressa e tentou escapar, mas ele segurou seu pulso com força, o que fez a garota desistir de tentar. ‘Tudo bem, desisto, você venceu.’ Ele olhou-a chocado. ‘Mas não vou voltar para o Castelo, se quiser pode me acompanhar ou esperar aqui, a criatura não me fará mal.’
-- Nada disso! – ele protestou. – Você volta comigo. – ao pronunciar isso jogou a garota por sobre o ombro e começou a andar em direção ao Castelo, mas parou assim que percebeu que Amber não se debatia mais.
-- Por favor, me coloque no chão. Por favor. – Scorpius notou a voz embargada e colocou-a de novo no chão. – Eu preciso, preciso mesmo entender o que esta acontecendo. Por favor. – ela falou e ele concordou com a cabeça.
Mas impôs uma condição: que pudesse ir com ela. Mesmo que não quisesse aquilo, e que soubesse que não era certo, mesmo que revirasse os olhos, Amber aceitou a condição. Seguiram então, os dois, no mais profundo silencio. Fazia frio, mas pelo menos desta vez Amber estava de suéter. A coisa que mais a incomodava, por incrível que pareça, não eram os pés já gelados e doidos, mas a companhia de Malfoy.
Quando estavam perto da orla viram o conhecido clarão, e Amber correu para dentro da Floresta, com Scorpius ao seu encalço. Seguiram o mesmo caminho que haviam feito da outra vez, mas o dragão não estava onde antes estivera. Amber colocou as mãos na testa, já sentindo o coração acelerar quando o clarão se repetiu, agora um pouco mais longe. À principio pensou que a criatura estivesse se movendo, mas reparou que não, que esta estava parada, mas em um lugar diferente.
Após andarem mais um pouco chegaram a uma clareira extensa e com aparência morta, como se as arvores e a grama haviam sido queimadas. Lá estava a criatura, como antes, encolhida, mas agora contra uma pedra enorme. Amber adiantou-se, mas Scorpius agarrou-a e segurou-a.
-- Ela não vai me machucar, Scorpius. Eu preciso entender porquê a compreendo. – então ele a soltou, e um sorriso cresceu fraco em seus lábios. O motivo era bobo, é claro, mas aquela fora a primeira vez que ela não o chamara de Malfoy.
Amber então caminhou com cautela até a criatura, que respirava com dificuldade pelo movimento que seu corpo fazia. Os olhos eram de um verde tão penetrante e claro que pareciam brilhar na escuridão da noite. Conforme a garota ia caminhando uma névoa densa preencheu a clareira, e Amber não via mais nada ao seu redor ou às suas costas, apenas o dragão que estava agora bem próximo. ‘Aproxime-se’. Foi isso que Amber ouviu como um sibilo dentro de sua mente. Finalmente teria suas respostas.
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e ai, o que acharam?
e eu nao tenho previsões para o proximo, mas tentarei postar o mais rapido possivel