Fale O Que Quiser Mas Sou Uma Garota escrita por Risadinha


Capítulo 98
Treinos e mais treinos


Notas iniciais do capítulo

Heyyyyyyooooooo!!!! Tudo bão? Me atrasei um pouco, mas aqui tá! Capítulo tá meio calmo, mais garanto que tem comédia kkkkkkk Por quê? Sieghart está neste capítulo! Uhullll! Então aguardem para ver uma cena muito comica no fina, eu acho hehe
Me desculpem pela a demora para responder os comentários! Eu não consigo acha muito tempo para respondê-los, entao sorry TT
Capa: Dabi (Boku no Hero Academia. Guardem o nome desse mangá, ele se tornará um dos maiores animes desse ano >.<)
Boa Leitura!



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Gwen despertou com um barulho da caixa caindo. Tinha sido mandada para dormir sem que quisesse, então entrou em seu "quarto" e deitou-se no chão. Não soube como caiu no sono com a preocupação que sentia do lado de fora. Adormeceu após um tempo, logo acordando com um barulho naquela sala.

Sentou-se e esfregou seus olhos, tentando enxergar algo naquela escuridão. Demorou até ver uma silhueta caída no chão, a alertando. Deu pequenos passos até aquela pessoa, até reconhecer Lass por seus cabelo brancos.

— Lass? - O chamou, ainda estranhando o que acontecia.

Ele não disse nada, apenas um resmungo baixo saiu de sua boca. Gwen se aproximou o suficiente para ver algo molhado nas costas do rapaz. Ajoelhou-se ao lado do mesmo, encostando em suas costas até que ele se contrai ao sentir seu toque. A garota olhou para seus dedos, vendo que aquilo era sangue no que tinha encostado.

— O que aconteceu? - Ela pergunta, já ficando assustada pelo o silêncio do ninja.

Lass reuni uma força para levantar o corpo, sentando-se com dificuldade, e olha para Gwen. A visão dele já não estava boa pela forte dor que sentia, precisou fazer um esforço para que enxergasse a garota naquela escuridão.

— Volte a dormir, não se preocupe comigo. - Ele disse, a voz quase sumindo como um sussurro.

— Zidler fez isso com você? - Ela persisti.

— Agora não. Volte para seu canto.

— Você precisa de ajuda. - Gwen fala, o segurando pelo o ombro quando o rapaz parecia que iria cair. Lass encolheu os ombros quando é tocado nas feridas que tinham ali. - Deita, vou ver se acho algo para te ajudar.

Ajudou o rapaz a deitar de bruços no chão. Lass negava a ajuda, continuava a mandar ficar longe dele, que tudo ficaria bem depois que ele acordasse. Gwen ignorou os avisos, e ameaças, vindo dele e foi atrás de um pano. Sobre uma das caixas tinha uma toalha que a cobria. Rasgou um pedaço do tecido e foi para outra caixa, a abrindo sem se preocupar com o que aconteceria depois. Dentro dela, garrafas com bebidas tinham ali. Pegou uma e voltou para onde Lass estava, ainda com ele agindo de forma teimosa.

— Isso pode doer um pouco, mas será preciso. - Fala Gwen ao abrir a garrafa que tinha pegado. - Tem álcool nisso aqui, então vai arder.

Lass tentou se levantar outra vez, principalmente quando ouviu que aquilo doeria. Ele não precisa disso, seu corpo se regeneraria como sempre fez, sendo que desta vez está sendo um pouco demorada.

A mão de Gwen se apoiou sobre a cabeça de Lass, o impedindo de levantar. Com a outra, derramou a bebida sobre as costas do rapaz. Entre o rugido de dor dele, ouvia os dentes do mesmo rangerem em agonia. Lass afundou o rosto no chão, tentando abafar o grito. Suas costas se retraíram por completo.

— Pronto, já passou. - Diz Gwen, sem tentar o provocar. - Agora fique quieto para eu limpar suas costas.

Se não tivesse arfando pela dor que ainda ardia em suas costas, Lass teria dito um palavrão para ela e sua tranquilidade. Colocou o rosto de lado no chão, uma posição melhor para respirar calmamente.

Encostou o pano nas costas de Lass com delicadeza, o que não adiantou já que ele se encolheu da mesma forma. Começou a tirar o sangue que se acumulava em sua pele, finalmente sentiu as feridas abertas de forma profunda. Ficava horrorizada ao pensar como aquilo tinha acontecido.

— Esse foi o castigo de Zidler? - Pergunta Gwen.

— Do jeito que você fala, nunca foi castigada assim.

Nega com a cabeça.

— Zidler sempre me reprimiu com suas palavras, mas fazer isso... Ele nunca fez.

— Não se incomode, já estou acostumado com isso mesmo. Quando for de manhã, já estarei bem.

Não entendeu o que ele quis dizer com aquilo, mas não se importou. Continuou a limpar as costas do rapaz, com ele se mexendo o tempo todo.

— Você é muito teimoso, não é? - Diz Gwen. - Disse para não se importar com aquele cara e você fez exatamente ao contrário. Sabia que Zidler faria isso com você, mas não se importou.

— Se fosse eu do passado, não teria me importando com aquele homem, mas o eu de hoje sim. Já fui muito sangue frio antigamente, com pessoas que não mereciam isso. - Faz uma pausa. - Só quero poder ajudar a todos o quanto possível.

— Nossa, nunca achei que você fosse um cara tão bondoso. Geralmente o vejo matar as pessoas com o olhar.

— É só uma mania. - Tem vergonha de admitir. - Estou tentando tirar esse costume.

Não estava se saindo bem como ele queria, pelo visto. Toda essas mudanças só para poder parecer amigável para a garota dos cabelos ruivos. Queria poder chamar o máximo da atenção dela de forma positiva, e não negativa como fazia antigamente. Infelizmente, seus esforços não adiantarão de nada estando no circo.

— Você é gentil, se é isso que quer ouvir. - Gwen comenta. Lass a olha, estranhando aquelas palavras saindo da boca dela. - Obrigada por ter me salvado naquele dia. Pronto, disse.

— É bom saber que está feliz por ter sido salva. - Um pouco de deboche sai do rapaz. - Tome mais cuidado na próxima vez, posso não estar presente no momento.

— Do que você está falando? - Estranha.

Sabia que aquilo que diria seria a pior coisa que estaria fazendo de sua vida, mas não se importava, Zidler já tinha tirado tudo dele, nada restava.

— Já pensou em fugir do circo?

***

Ao apoiar seu pé no chão, escorregou ao pisar nas gotas de suor que deixou cair ali. Seus joelhos juntaram e bateram juntos no chão. Apoiou as mãos no piso para que não fosse sua cara o próximo. Ofegante, Elesis ficou um bom tempo daquele jeito para recuperar seu fôlego. Estava exausta com o treino, não tinha mais energias para continuar; Mas, ei, era a Elesis, a teimosa.

Lothos disse que ela não precisaria fazer o castigo hoje, o que seria bem óbvio o que Elesis faria a seguir. Ela fez totalmente o oposto. Foi para um salão de treino do colégio e ficou lá, treinando suas chamas roxas de forma fútil. Sempre que as invocava, seus corpo queimava com as manchas que prendiam em sua pele. Ao menos, com o passar do treino, as manchas começavam a diminuir com o tempo.

— Eu preciso dominar as chamas roxas. - Pensava para si, como uma motivação. - Se eu conseguir dominar elas, qualquer outro poder será fácil.

Se ela não morresse até lá. Seu corpo estava no limite com aquele treino, ela não poderia persistir, caso queira parar na enfermaria outra vez. Olhou para suas pernas, vendo algumas cicatrizes pouco visíveis nelas. Elas não estão no seu melhor estado ultimamente, sempre leva um tempo para ela levantar quando acorda. Nenhum remédio ou poção poderia ajudar, e mesmo que ajudasse, não seria bom abusar disso. Era só ter paciência que elas voltariam por completo.

— O que faz aqui, Elesis? - A voz calma a chamou a atenção.

Levantou o rosto já sabendo que era. Mari é a única pessoa que tem um tom daquele jeito, frio e sonolento. A azulada estava parada na porta, tendo entrado ali para pegar algo, provavelmente. Entrou e fechou a porta atrás de si.

— Oi, Mari. Achei que estivesse em alguma aula agora. - Diz Elesis, sentando-se no chão.

— Fui liberada mais cedo para alguns experimentos que preciso fazer. - Analisa a situação que a ruiva estava. - Aparentemente, você está em um treino. Como sempre.

— Preciso ficar mais forte. - Viu a expressão de "mesmo?!" em Mari. - Por motivos pessoais.

— Entendo. Só acho que você não deveria se esforçar muito, como está fazendo agora. Quando uso uma máquina tempo demais, ela costuma quebrar. E muita das vezes, elas não voltam como eram antes.

— Não estou entendendo sua metáfora.

— Quero dizer que, não exagere. Passei na enfermaria hoje cedo e vi sua ficha de remédios que esteve tomando há um tempo atrás. São muito fortes, por sinal.

— É bom saber que está preocupada comigo, Mari, mas não precisa. Ficarei bem. - Disse o Orgulho.

— Não estou preocupada, só estou dando uma dica para você.

— Agradeço pela gentileza. - Já estava acostumada com a frieza de Mari, mas é sempre surpreendida de qualquer forma. - Tomarei mais cuidado.

— Posso não saber quando uma pessoa está mentindo, mas sinto que você está, Elesis.

A ruiva revirou os olhos e se deitou no chão. Mari e seu jeito robótico de falar. Pense em uma pessoa impossível de se conversar tranquilamente: É a Mari.

— Sua confiança em mim é incrível. - Fala Elesis, debochada.

— Sarcasmo? - Desconfia.

Elesis a olhou em desafio, esperando que Mari descobrisse a resposta por si própria. A azulada olhou por um tempo, pensativa, até conseguir achar uma resposta.

— Sarcasmo então. - Conclui.

Elesis volta sua atenção para o teto, esvaziando a cabeça. Sentia ainda algumas manchas sob suas roupas, queimando sua pele. Para que elas sumissem, precisava manter-se calma em primeiro lugar.

— Elesis, caso queira alguma ajuda com seus machucados, estou disposta a ajuda-la. - Mari menciona enquanto pegava alguns equipamentos no armário que tinha no salão. - Seria bom ter você como uma cobaia.

— Cobaia? - A ruiva olha aterrorizada. - Não, obrigada.

— A palavra deve ter te causado algum desconforto, aparentemente. Posso coloca-la de forma mais confortável, como: Ajudar um amigo. Melhorou?

— Nem se você me pagasse. - Sentou-se no chão e se preparou para ficar de pé, tentando não cair no chão outra vez. - Mas agradeço do mesmo jeito. É melhor eu ficar do jeito que estou, ok?

— Certo. Mas se mudar de ideia, estou disponível a qualquer momento.

Elesis não disse nada dessa vez. A última coisa que queria era ser cobaia dos experimentos estranhos de Mari. Quando estudava com ela, sempre a via com alguma máquina, que sempre explodia no final. Perguntava-se se isso aconteceria o mesmo com seu corpo se aceitasse o teste de Mari. Queria nem imaginar.

— Elesis.

— O que foi dessa vez, Mari? - Pergunta já impaciente.

Olhou na direção da garota e não a viu, olhou em volta e percebeu que estava sozinha. Mari era tão silenciosa que até seus movimentos eram assim. Mas não foi isso que incomodou Elesis, e sim o fato de alguém ter a chamado e ninguém estar naquele salão com ela. Sacudiu sua cabeça, tirando aquele pensamento de sua cabeça. Estava imaginando, era essa a explicação que começou a repetir diversas vezes para si.

— Pare de me ignorar!

Congelou com a respiração presa. Não foi sua imaginação, e por mais que fosse, não seria mal educada consigo mesma. Decidiu olhar em volta outra vez, para ter certeza que estava sozinha. É, ela estava.

— Quem é você? - Sussurrou para quem estivesse perto a ouvisse. Olhava séria para os lados, caso algo aparecesse.

— Nossa, até isso você esqueceu. Decepcionante.

— Quem é você? - Pergunta outra vez, mais nervosa.

— Do que adianta eu falar se você não se lembrará. Quando lembrar dele, venha falar comigo, certo?

— Quê?! - Seu tom de voz se eleva sem perceber. - Explique isso melhor.

A voz não voltou, Elesis sentiu aquela coisa se afastar dela. As cicatrizes em suas costas começaram a queimar, deixando a mesma mais nervosa. Quis coçar, porém não fez, desde que viu aquela marca em sua pele, achou que estivesse vendo uma ilusão. Ela nunca foi machucada naquela área, então não tinha como ter uma cicatriz daquelas.

Começou a ficar difícil de respirar. Quando percebeu, sua pele estava manchada pelas chamas roxas que tinha invocado sem querer. As afastou imediatamente, mas as marcas ficando por um tempo. Fez uma pequena careta pela a sensação que elas causavam, agonia, dor, tristeza e tudo de ruim.

— O que está acontecendo comigo? - Pensou ainda em dor. - Será as chamas?

Desde que pegou as chamas de Sieghart naquela missão, Elesis não tem se sentindo bem como antes. As poções ou medicamentos são como nada, não fazem efeito nela. As chamas roxas se despertam sozinhas sem seu comando, chega a ser desesperador quando ela está com alguém por perto e as manchas começam a cobrir sua pele. Já perdeu a conta das vezes que teve que sair correndo para que ninguém desconfiasse do que estava acontecendo.

— Se alguém me ajudasse nisso, seria bom. - Sussurra, passando a mão em seu braço manchado. - Alguém que saiba lidar com as chamas roxas.

Pensou, pensou e pensou em quem pedir ajuda. Jin estava fora de questão, não queria envolver o ruivo nisso, principalmente por ele mesmo não saber como lidar com as chamas. Ronan entraria em desespero ao vê-la daquele jeito, logo contando para todo mundo; É, não daria certo. Lire ou Arme agiriam da mesma forma.

Todos que confiava foram riscados de sua lista. Não restou ninguém.

Estalou os dedos da mão. Um pequeno sorriso se abriu. Tinha ele. Como podia ter se esquecido disso? Tola, isso que ela era. A pessoa mais óbvia ela havia esquecido.

Saiu de seu salão coberta por seu casaco e digitando um número em seu celular.

***

Nunca esteve ali, na verdade, nunca foi permitido entrar por seu histórico "maravilhoso" que carregava. Era como um pecador entrando pelos os portões do paraíso. Isso nunca aconteceria, mas lá estava ele para provar que isso era real.

Entrou, passando pelo o grande pátio que tinha ali. Era como no seu colégio, porém com uma grande diferença que ele considerava essencial: As garotas. Tinha que se esforçar para não olha-las de forma maliciosa, o que era quase impossível para ele.

— Sieghart!

Ouviu a doce voz dela o chamar. O moreno se virou para a direção que Elesis vinha, feliz por vê-lo. Tinha recebido uma ligação dela pedindo para que ele viesse no colégio vê-la, e foi o que ele fez sem pensar duas vezes. Arrumou-se do melhor jeito possível e foi até o colégio dela. Agora lá estava ele, aguardando ansiosamente pelo o que ela queria falar com ele.

— Vim correndo quando você me ligou! - Disse ele, animado. - Deve ser muito importante, né?

— Sim, é muito importante! Importantíssimo! - Joga os braços para o alto em drama. - Você é o único que pode me ajudar com isso, entende?

— Sim, o único. - Repetiu. - Então, sobre o que quer falar?

— Bem... - Percebe o nervosismo de Elesis aparecer quando ela começa a olhar em volta, assustada como se alguém fosse aparecer a qualquer momento. - Não podemos falar aqui, tem que ser em um lugar particular?

— Sim, entendo. - Assente, focado. - Onde quer conversar?

— Venha comigo.

Elesis sai na frente, um pouco apressada. Sieghart a segue sem questionar, nervoso pelo o que poderia ser. Por um momento, nota o jeito estranho da ruiva andar. Suas pernas tremiam quando dava um passo a frente, como se não aguentassem o peso da mesma. Ficou um pouco preocupado quando a via mancar e disfarçar no mesmo instante, sem jeito.

Chegam em um salão, onde deveria ocorrer alguns treinos físicos. Não tinha ninguém ali, as garotas nem deviam usar muito aquela sala, pelo o que notou. Elesis trancou a porta quando Sieghart entrou, deixando tudo em sua volta em um clima pesado. A ruiva se aproximou dele, tomando cuidado para não tropeçar e cair sobre ele.

— Sieghart, o que eu direi aqui ficará só entre nós, ok? - Elesis falou.

— Algum motivo? - Fica nervoso.

— Só daria problema se alguém soubesse disso, principalmente para mim. Então, por favor, não fale para ninguém.

— Se você está pedindo, eu não falo.

— Ótimo! - Inspira fundo antes de falar. - Quero que você me ajude com as chamas roxas!

Sieghart dá algumas piscadas antes de entender o que ela falava. Achou que ela fosse falar algo de importante, tipo uma confissão. Ele coçou a bochecha, sem saber o que falar em resposta.

— O quê?

— Sei que você está confuso agora, - Ela tinha razão. - mas preciso que confie em mim. Não sou uma pessoa normal como todas as outras, tenho minhas particularidades.

— E o que as chamas roxas tem a ver?

Elesis cruza os braços, séria se falava ou não para ele. Demorou até que finalmente tomasse uma decisão.

— Eu consigo controlar todos os tipos de chamas que existem, incluindo as roxas. Eu tenho as vermelhas e as douradas, mas agora as roxas também.

— Como você conseguiu elas?

Elesis quase deu um passo para trás. Lá estava o momento que tanto evitava, a explicação de como conseguiu as chamas roxas. As douradas podiam ser fáceis de se explicar, mas as roxas estavam ligadas diretamente a Sieghart. Aliás, ele era a única pessoa que conhecia que possuía as roxas, ninguém mais tinha elas.

— Lembra daquela vez que lutamos, eu e você? - Finalmente acha uma desculpa. - Que você me atingiu com as chamas roxas e eu fiquei bem mal?

Viu a culpa no olhar de Sieghart. Ele não gostava muito de lembrar daquilo.

— É, você disse que tinha arranjado um jeito de se livrar delas. - Diz o rapaz. - Que estava tudo bem.

— Não era bem isso que eu queria dizer. Eu absorvi suas chamas naquela época, e, pelo visto, elas só despertaram agora. Por isso que eu te chamei aqui, porque está sendo um pouco difícil de lidar com elas agora.

Sieghart ouve tudo em silêncio, parecendo ter acredito no que ouviu. Ele é um cara fácil de convencer, pensava Elesis nervosa. O moreno não começaria a questiona-la de repente, era o que esperava.

Estava errada.

— O mesmo aconteceu com o Eléo. - Ele fala, sem demonstrar o que sentia. - Sobre as chamas roxas.

— Como assim? - Quase gagueja. - O que aconteceu com o Eléo?

— Estávamos em uma missão, eu, ele e Dio, mas algo deu errado. Sem querer, o acertei com as chamas roxas. Ele disse que Dio e eu vimos coisas, mas eu tinha certeza do que vi. - Fica sério ao se lembrar da cena. - Mesmo assim, ele está vivo como você agora. Coincidência?

Lá estava a desconfiança que Elesis não queria causar em Sieghart. Precisava se manter calma se quisesse convencê-lo de tudo que falava.

— Eu soube que ele foi ferido e foi pedir ajuda a uma amiga minha que more longe, mas sobre as chamas roxas, não. E mesmo que ele tenha se ferido com as chamas, creio que minha amiga poderá cura-lo. Ela é muito boa. - Diz Elesis.

— Mas e as manchas que eu vi, que sumiram depois?

— Existem várias magias para esconder sua aparência, inclusive as manchas das chamas.

— Mas era para ele estar morto!

— Eléo é forte! - Dá um passo à frente, fazendo Sieghart recuar um pouco. - Caramba, ele é seu amigo e mesmo assim você não confia na força dele. Não sei que missão foi essa que vocês foram, mas sei que Eléo a resolveu muito bem com vocês dois.

Sieghart não debate mais, a raiva que começava despertar em Elesis o deixou assim. Já viu a ruiva nervosa uma vez, não gostaria de ver outra vez.

— Poxa, tudo que eu quero é sua ajuda, Sieghart. - Continua Elesis. Escondeu sua careta de dor quando sente as manchas começarem a queimar. - Por favor.

Ele não podia simplesmente dizer "não" na cara de Elesis, principalmente por ela estar implorando com os olhos.

— Eu posso te ajudar. - Responde. - É só falar.

A ruiva abre um largo sorriso em alívio, quase se jogando no chão para descansar suas pernas cansadas. Mas não fez isso, só bateu palmas em animação.

***

— A primeira coisa que você precisa saber sobre as chamas roxas é que: Se você não tomar cuidado, elas te dominarão. - Explicava Sieghart ao tirar seu casaco e o colocar de lado. - Eu nasci já com as minhas chamas, então eu estou acostumado com isso desde de sempre. Se eu ficar resfriado pode ser um perigo tanto para mim quanto para as pessoas em minha volta.

— Está querendo dizer que elas têm consciência própria? - Pergunta Elesis com um bloco em mão e uma caneta, anotando tudo que Sieghart dizia. Ela não gostava muito daquilo, mas era preciso.

— Não é bem isso. - Passa a mão nos cabelos espetados. - São mais para força do que consciência. As chamas roxas são como espadas de dois gumes, são boas, mas perigosas para você. Sempre tem que está com o corpo saudável e com a consciência limpa, caso o contrário, elas te ferirão.

— Ainda não entendi.

— Um bom exemplo disso é você. As chamas podem ter despertado em você agora porque seu corpo começou a ficar fraco, ou seu estado mental. Mas em vez de você as controlar como as vermelhas, elas te afetam. Você não está sabendo lidar bem com elas, é isso.

— É como um cachorro?! - Consegue compreender.

— É bem isso. - Rir.

A ruiva anota seu entendimento no bloco, escrevendo de uma forma que ela entendesse mais tarde, com o exemplo do cachorro incluso, é claro. Terminou de escrever e voltou a Sieghart.

— Poderia me mostrar como você faz?

— Bem, eu só consigo invocar as chamas melhor quando estou em um estado fatal. Sempre fazia isso quando criança, acabou virando um costume. Mas posso invocar um pouco.

Esticou uma das mãos e fez a chama roxa despertar em sua palma. Era pequena e inofensiva, mas Elesis sabia que se tocasse poderia a machucar bastante.

— Você tem que mostrar pra ela quem é o dono, como um cachorro mesmo. - Sieghart explica. - Mas se vacilar, ela te morderá. - De propósito, deixa a chama o queimar, a mancha roxa cobrindo sua palma. Elesis ficou surpresa quando não ver dor em seu rosto. - Mas a mordida dela não fará efeito em mim como faz nas outras pessoas, que podem a matar. Elas estão acostumadas comigo, por isso elas não me matarão. - A chama se apaga e a mancha começa a sumir também. - Entendeu?

Cutucava seus lábios com a ponta da caneta, os erguendo enquanto pensava. Agora entendia como as chamas funcionavam, bem diferente das que tinha. Infelizmente, não estava em estado para ficar invocando as chamas, seu corpo estava cansado para isso, e como Sieghart tinha falado, as chamas poderiam a machucar nesse estado.

— Mas como você consegue controla-las quando está machucado? Você disse que costuma ser melhor nesse estado. - Olhava confusa.

— É costume e eu já nasci com elas, com você deve ser diferente. - Deu de ombros. - Quando estou bastante machucado, costumo ficar bastante nervoso, então sou mais sério com as chamas.

— Então se eu entrasse no mesmo modo que o seu, eu poderia controla-las! - Arregala os olhos, tendo uma ideia. - Tipo, em um modo que eu não sentisse dor e ficasse mais forte!

— E que modo é esse?

Elesis jogou seu bloco para Sieghart, que pegou surpreso. A ruiva se afastou, ficando em uma distância bem longe. Fechou seus olhos e prendeu sua respiração por um momento, a soltando ao abrir seus olhos bastante vermelhos. Sieghart sentiu a aura da ruiva se intensificar mesmo dali.

— Com o Berserk eu sou praticamente invencível.

A ruiva despertou as chamas roxas, cobrindo seu corpo. Ela se conteve, ainda sentindo o incomodo de usa-las. Olhou para suas mãos, as chamas estando lá sem a manchar. Abriu um pequeno sorriso, então começou a rir em alegria.

— É isso! As chamas não podem me machucar nesse estado. - Olha para Sieghart. - É perfeito!

— Oh, você fica mais bonita com os olhos mais vermelhos. - Um comentário que Elesis não queria ouvir.

— Isso não vem em questão!

Irritada, socou o ar. Só não esperava que mesmo dali, podia atingir Sieghart. Um vento forte veio de seus punhos e passaram pelo o rapaz, quase o derrubando. Elesis sentiu a potência de seu ataque, a deixando surpresa.

— Não sabia que tinha tanta força assim. - Sieghart é sincero, com os cabelos para trás e bagunçados.

Elesis olhou para o próprio punho. Percebeu que aquilo foi por causa da sua junção das chamas roxas com seu Berserk. Juntos era aquilo que resultava, em uma força maior que o Berserk poder ter.

***

— E se eu dominasse as chamas brancas? Sugere Elesis.

Sentado no chão do seu quarto, Sieghart ergueu suas sobrancelhas. A ruiva tinha o trazido ali para ajuda-la em sua pesquisa sobre as chamas roxas, que pretendia conhecer todo sobre elas só para domina-las.

— O que seria bem essas chamas brancas? - Pergunta o rapaz.

— São parte das chamas sagradas, só que ela não é ofensiva como as outras. Ela cura qualquer maldição, até o machucado mais profundo. - Dizia com os olhos brilhando. Se ela tivesse aquelas chamas, nada a seguraria de suas lutas. - Elas devem curar as manchas das chamas roxas.

— E você conseguiria ter elas? Achei que as pessoas nascessem com elas.

— É, mas eu poderia tentar. - Força uma risada, olhando para o lado. Não podia falar para Sieghart que ela dominava as cinco chamas, isso o deixaria intrigado. Era melhor não falar muito. - Deixa pra lá! Só fazer os treinos certos e conseguirei dominar as chamas roxas, né?

— Será um pouco difícil, mas você vai conseguir.

Ela assente determinada. Volta sua atenção para os livros que estudava. Não era muito fã da leitura, mas se quisesse passar por aquele obstáculo teria que fazer coisas que não gosta. Mas ao menos aprendia algo sobre as chamas que nem mesmo Sieghart tinha testado, como as chamas poderem anular outros poderes. Isso seria muito útil em uma batalha, principalmente contra um certo alguém.

A batida em sua porta a chamou a atenção. Disse para entrar, já sabendo quem era.

— Trouxe alguns livros que você pediu, Elesis. - Diz Mari, entrando com alguns livros em mão. - Até mesmo meu conhecimento.

— Obrigada, Mari.

Sieghart ouviu a voz calma da garota, jogando sua cabeça para trás e vendo Mari atrás dele. Abriu um largo sorriso, virando o corpo para vê-la melhor.

— Quanto tempo, Mari! - Diz o rapaz.

— O que ele faz aqui? - A azulada o ignora e pergunta a Elesis.

— Está me ajudando, como você também está. Não seja chata, Mari. - Fala a ruiva.

Ajeitou seus óculos e olhou para Sieghart, vendo a animação na cara do rapaz por vê-la. Não tinha nada contra ele, só a agitação que o mesmo tinha perto dela. Como alguém pode ter tanta energia assim, ela pensava.

— Olá, Sieghart. Faz um tempo considerável que não nos vemos. - Finalmente fala com ele.

— Como tem passado? Bem, mal ou com falta de alguém? Se for a terceira a opção, foi de mim? - Fala sem parar, usando a mesma animação que faz Mari se cansar só de olhar.

Mari demora a responder, quando vai dizer, Elesis se intromete.

— Eu não trouxe vocês aqui para conversarem! - Ela diz séria. - Para mim ajudar, isso sim.

— Foi mal. - Pedem juntos.

Por incrível que pareça, Sieghart e Mari são uma boa equipe para o problema dela. Sieghart conhece as chamas roxas e sabe como domina-las, Mari é esperta e pode resolver os problemas que eles tiverem nas pesquisas. Ambos estavam tirando um grande peso das costas de Elesis, a deixando aliviada. Fazia dias que pegou esse problema e deixou para si, agora era hora de pedir ajuda a seus amigos.

Elesis soltou um sorriso bobo enquanto trabalhava com eles. Isso a lembrava quando se vestia de Eléo e passava um tempo em seu quarto com Sieghart e Jin, arrumando brigas o tempo todo. Bons tempos eram aqueles, ela tinha que admitir. Acordava cedo, vestia um uniforme apertado e desconfortável e ia para sua aula, onde Astaroth fazia questão de torna aquilo em um pesadelo. Além de ter Lupus para derruba-la da escada, Dio para a assustar com seu olhar, Ronan para a deixar envergonhada, Ryan para a fazer rir e até mesmo Zero e Uno para deixarem seus dias piores, sem falar dele, inclusive ele.

Ele? Quem era essa pessoa que ela pensava? Pega pensando em um desconhecido, sem nome e sem rosto. Solta uma risada abafada, passando a mão em seu rosto como em cansaço. Estava ficando louca, paranoica, era essa a resposta que achou para defini-la no momento.

— Tudo bem, Elesis? - Pergunta Mari.

— Hã? - Olha confusa.

— Está com o rosto vermelho. Corada, para ser exata. - Dizia a analisando com o olhar.

Leva segundos até Elesis percebe que suas mãos tremiam em nervosismo, seu coração batia aceleradamente e seu rosto estava quente. Fica mais envergonhada quando nota isso, olhando para baixo sem saber o que acontecia.

— Minha beleza é tão forte assim? - Sieghart fala, apontando para si.

— Não é você! - Diz quase socando o ar novamente. - Idiota.

Elesis se obriga a se olhar no espelho que tinha em seu quarto, pendurado em uma parede à sua esquerda. Fica mais vermelha quando ver que está mesmo corada, sem motivo algum.

— Eu peguei muito sol hoje de manhã. - Exclama Elesis, em resposta. - Por isso que estou vermelha.

— Não funciona assim. - Mari interfere. - Se você pegou sol de manhã, era para ficar vermelha desde de manhã, não agora de repente. Eu diria que seu rosto corado se dá à bebida com álcool ou atração pelo o sexo oposto.

— Quê? - Pergunta sem acreditar na explicação.

— Sexo? - É tudo que Sieghart entende da explicação.

— Quando ficamos atraídos por outra pessoa, nosso corpo corresponde com o nervosismo, gerando tremedeira, gaguejar, excesso de suor e, como eu disse, coração na região do rosto. Parece bem o que está acontecendo com você agora.

Elesis fechou a cara em nervosismo, segurando-se para não dar um tapa na cara de Mari. Ela e suas explicações que sempre a deixam confusa ou sem jeito.

— Mari, vamos voltar para a nossa pesquisa? É a melhor coisa que você faz. - Quase grita.

— Se assim deseja. - Assentiu sem discordar.

***

Arrumava sua cama para se deitar. Já tinha se despedido de Sieghart e Mari, que disseram que voltariam amanhã para continuarem a ajuda-la; Elesis ficou muito grata. Agora já era de noite e suas amigas já faziam presença em seu quarto. Não conversaram muito, a ruiva estava muito cansada e precisava dormir bastante se quisesse começar um dia em boa forma.

Deitou-se, apenas a luz do abajur iluminando o quarto escuro. Arme nunca conseguiu dormir em total escuridão, então ela sempre deixava a luz da luminária acesa para ela dormir bem. Olhou para o teto do cômodo e esperou que o sono a dominasse.

Não foi bem o sono.

Uma dor aguda a atingiu na cabeça que a fez colocar a mão na testa e ranger os dentes. Não iria gritar para acordar suas amigas, precisava segurar aquela estranha dor.

— O que é isso?! Parece que minha cabeça vai explodir!

A dor aumentava e Elesis já estava aguentando ficar tanto tempo em silêncio. A voz que ouviu a seguir não foi dela, nem de Lire ou Arme; Era uma voz desconhecida.

— Garota estúpida! Como pode ser atingida por uma magia dessas? Depois ainda quer derrotar Gerard! Hunf, tola!

Sua expressão de dor também foi tomada pela confusão. Quem falava com ela, quem sabia de seu desejo de vingança? Isso a deixava irritada. A dor em sua cabeça aumento e Elesis sentiu sua mente apagar por um instante, quando ela voltou, seu corpo escorregava para fora da cama. Caiu de lado, enfim soltando seu grito abafado e começando se encolher de dor.

— Elesis? - Ouve uma de suas amigas a chamar, talvez Lire ou Arme, ou ninguém como antes.

Respirar estava ficando difícil a cada segundo. Virou seu corpo para baixo, tentando achar uma posição que se sentisse melhor. Foi nesse momento que sentiu algo escorrer de seu nariz, algo quente que chegou a passar por seus lábios e pingar no chão. Com a visão turva, olhou o sangue saindo por suas narinas.

— Elesis, tudo bem? - Ouve Arme a chamas, sabendo que era a maga quando ela se agacha ao seu lado. - O que foi?

A ruiva não conseguia responder, seu corpo doía junto. As cicatrizes em suas costas queimavam, estava parecendo que algo iria sair dali a qualquer momento. Asas, talvez.

— Faz parar... - Sua voz saiu abafada, desesperada. - Por favor, Arme.

O sangue em seu nariz não parava de escorrer, mas nada que fosse a matar. O corpo de Elesis esquentava, principalmente em suas costas, elas ardiam e queimavam. A sensação é de como se estivesse apanhando por alguém, ou sentindo sua dor.

Então a dor começou a parar. Encostou o rosto suada no chão, não se importando se mancharia seu rosto com o sangue que estava ali. A magia que Arme usava em seu corpo a fazia se sentir melhor, como nunca antes.

— Melhor agora? - Ouve a maguinha pergunta.

Não tinha muita força para responder, mas conseguiu assentir com um sorriso fraco. Logo veio Lire também para ajuda-la, a sentando no chão e limpando o sangue que escorria de seu nariz.

— O que foi isso, Elesis? - A elfa pergunta, super preocupada.

— Eu não sei. - Sua voz ainda estava fraca. - Só começou a doer de repente.

— Devemos chamas a Lothos? - Diz Arme, ainda a curando. - Ela deve saber o que foi.

Elesis nega antes que Lire concordasse.

— Não, não quero envolver Lothos nisso. Ela iria começar a fazer um monte de pergunta e eu não gostaria nada disso. Por favor, não falem para ela. - Implorava.

Viu elas se entreolharem indecisas, mas no final acabaram confirmando. Eram suas amigas, nunca fariam o que ela não queria.

Elesis fechou os olhos para os descansar. O que foi isso que acabou de acontecer com ela? Ela tinha certeza que as chamas roxas não fariam isso com ela, não desse jeito. Só de uma coisa que não tinha certeza, se aquela voz que ouviu era de verdade ou imaginação sua. Não conhecia, tinha um tom grosso e rouco, amedrontando qualquer criança que ouvisse.

E a dor, o que foi isso? Desde que descobriu sobre suas cicatrizes, Elesis não para de senti-las arderem. Não era por causa das chamas roxas, ela imaginava, devia ser por outra coisa. Mas ela sabia?

Claro que não.

***

Elesis achou que iria acordar no outro dia com disposição e o corpo totalmente recuperado para treinar, mas se enganou. Não podia se esquecer que acordou após ter um terrível pesadelo, confuso que nem ela mesma sabe o que era. Tudo que se lembrava era de ver um garoto atrás de umas grades, em uma jaula, com o rosto abaixado, não querendo ser visto por ela. Então após isso, ela despertou suando frio.

Passou a mão em seus olhos em exaustão. Antes mesmo de sair de seu quarto, uma das garotas do colégio foi até Elesis e disse que tinha um garoto a esperando no salão de treino. Sabia que era Sieghart, portanto, não queria o deixar esperando. O único problema era que o corredor que passava nunca parecia ter fim, ou seu sono fosse tão forte que ela estava tendo ilusões.

— Como que o Sieghart entrou, para inicio de conversa? Ninguém o deixaria entrar facilmente. - Pensou em meio a um bocejo.

— Se não é a minha ruiva favorita.

Parou de andar para olhar a pessoa que vinha em sua direção. Se pudesse, expressava irritação para Astaroth e seu sorriso que nunca parece desmanchar. Ele parou alguns metros à sua frente, a examinando rapidamente.

— Fico feliz em vê-la no colégio que você pertence. - Diz o rapaz. - Ao menos suas confusões não serão minhas.

— Não posso dizer o mesmo de você, Astaroth. O que faz aqui, tão cedo? Achei que ficasse dormindo o dia inteiro. - Consegue expressar seu desgosto com as palavras. Ainda se lembrava da bronca em que Astaroth deu em Sieghart por causa de seu nervosismo.

— Eu trabalho, sabia?

— Achei que fosse um vagabundo mesmo. Foi mal.

Uma veia pulsa na testa do professor e ele se segura para não acertar um tapa na espadachim. Elesis percebe a irritação do mesmo.

— Estou aqui para conversar com a Lothozinha, sabe, conversa de adulto. Mas pelo visto terei mais um assunto para debater com ela. - Apoia uma mão na cintura, botando a cabeça de lado. - O que aconteceu com você?

— Gostaria de saber. - Queria ter dito.

— Muitos treinos ultimamente, alguns da Lothos, outros meus. Não sou muito cuidadosa quanto pareço ser. - Dar de ombros.

— Não se esforce muito, não seria bom você morrer e deixar Cazeaje nas mãos. Lembra, você tentou atacar o Conselho e até hoje está pagando por isso.

Elesis assente. Aquilo fazia tempo, bastante ela achava. Tinha descoberto que Cazeaje podia estar escondendo algo de seu passado e a ruiva foi lá pessoalmente descobrir isso, não dando muito certo no final. Para cumprir como um pedido de desculpas, Elesis tem feito favores para Cazeaje desde então.

Suspirou, cansada.

— Astaroth, você é a última pessoa de quem eu quero ouvir conselhos. - Diz séria.

— Então comece a se cuidar. Lothos ficaria muito triste se você a deixasse assim.

Revira os olhos. Elesis não aguentava mais ficar o ouvindo, precisava logo se encontrar com Sieghart para começar seu treino. Saiu andando apressada, passando pelo o rapaz sem dizer uma única palavra. É pega pelo o cotovelo e girada para a frente dele.

— Elesis, olhe para seu estado! Pare de ser teimosa. - Astaroth começava a perder a postura.

— Estou bem!

— Não está. Vejo você mancar e sentir dor por isso. Muitos guerreiros param de ser um por causa das feridas incuráveis!

— Não estou machucada, isso aqui é nada pelo o que eu vou enfrentar pela a frente. Agora pare de se intrometer, Astaroth. - Puxa seu braço bruscamente, soltando-se do professor. - Você não é meu pai!

— Alguém precisa agir como um.

Elesis abriu a boca em indignação. Como alguém poderia substituir seu pai assim, como uma peça de roupa rasgada? Ela deu alguns passos para trás e fitou Astaroth com mais raiva ainda. Nunca se deu bem com ele, nem quando ele aparecia em sua Guilda quando pequena e tentava ajuda-la. Nunca foi com a cara dele.

— Repita isso mais uma vez e você é um homem morto. - Sua ameaça saiu tão fria quando a lâmina de sua espada.

— Você reclama por ter pedido ele? Olha, eu também! Como você, perdi muitas pessoas que eram importantes para mim, mas só por isso não saiu expressando ódio por aí. Cresce, Elesis!

— Você não perdeu da forma que eu perdi.

— Pode ser, mas que diferença isso faz? Só por causa do Gerard isso a dá o direito de chorar e eu não? Me poupe.

— Você não conhecia o Gerard como eu. Eu botava toda minha confiança nele e olha o que ele faz com isso? Joga na sua cara como se fosse nada! - Aperta seus punhos. - Eu odeio ele e não ficarei satisfeita até vê-lo morto.

Não deu chance para Astaroth responder, virou-se e saiu mais apressada que antes. Desta vez, o professor não a segurou, deixou partir. Mas ao fundo, ouviu ele dizer algo.

— Você irá se arrepender quando isso acontecer. - Astaroth sussurrou.

***

Depois de ter se encontrado com Astaroth, soube como Sieghart entrou no colégio facilmente. Ele devia ter vindo junto com o professor, provavelmente inventando alguma desculpa para que Astaroth não o questionasse. Foi bom ter escolhido o rapaz, ele é confiável como um cachorro.

Chegou no salão e não só encontra Sieghart, mas Mari junto. Esperava que a garota estivesse em sua aula agora ou fazendo alguma máquina explodir no momento.

— O que faz aqui também, Mari? - Elesis é direta.

— Tomei liberdade de fazer um equipamento que poderia ajuda-la em seu treinamento. - Diz ela, mostrando uma caixa, parecendo pesada. - Então trouxe para você experimentar.

— Já disse, Mari, não quero ser sua cobaia nem nada do tipo. Valeu!

— Apenas coloque. - Ela empurra a caixa contra a ruiva, querendo de qualquer jeito que Elesis aceitasse.

Não tinha muita escolha além de aceitar. Pegou a caixa emburrada, a abrindo sem cerimônia. Não soube como reagir quando tirou um par de meias pretas da caixa, querendo entender que aquilo não era uma pegadinha de Mari; Ela não é desse tipo.

— O que é isso? - Pergunta confusa.

— Isso pode ser usada como uma armadura, mas não para te protege, e sim mais para ajuda-la em suas feridas. Vejo que você está com dificuldade para se locomover, então fiz essas meias especialmente para você. - Faz um sinal positivo com a mão.

— Isso pode ser útil no seu treinamento. - Sieghart menciona, impressionado. - Até mesmo para você aguentar as chamas.

Mari não sabia muito bem sobre o que ele quis dizer com as chamas, mas assentiu. Elesis olhou para as meias, indecisa se arriscaria usa-las ou não. No final das contas, os olhares sobre ela que decidiram.

Foi obrigada a colocar as meias na frente de Mari, para que ela a ajudasse vestir direito. O tecido era espesso, um pouco pesado quando vestido. Chegava até suas coxas, tendo que ficar descalça já que as meias funcionavam como um calçado.

— O que eu faço agora? - Elesis pergunta.

— Dê um pulo.

Deu um pequeno pulo, surpreendendo-se com a linha de luz azul que ascende na lateral da meia. Sentiu algo estranho em suas pernas, elas pareciam mais leves que antes.

— É uma sensação boa. - Comenta. - Posso usa-las durante os treinos, serão mais fáceis assim.

Foi dar mais um pulo, para testar se suas pernas estavam resistentes como pensava, mas toma um susto quando Mari a pede para não fazer isso; Tarde demais. Elesis pula e não sente mais o chão sob seus pés, então olha para ele e o percebe diminuir quanto mais subia. Só para quando sua cabeça acerta o teto e Elesis solta um grito de dor, caindo de volta para o chão.

Sieghart e Mari se afastam quando o corpo da ruiva cai rapidamente no chão. Ela coloca as mãos no local atingido na cabeça, se encolhendo em dor.

— O que foi isso?! - Ouvem a voz abafada da espadachim contra o chão.

— As meias te dão mais força para se locomover, o que gera menos gravidade sobre você. É como se você tivesse perdido alguns quilos.

— Tem um par sobrando? - Pergunta Sieghart, os olhos brilhando pelo o que viu.

Mari nega. Elesis se levanta do chão em raiva, ainda passando a mão na cabeça. Antes que pudesse dizer qualquer coisa, um pedaço do teto cai sobre ela, alguns farelos que logo tornam o cabelo vermelho em branco. A ruiva sabia o que acontecia, via na expressão de Sieghart, que se segurava para não rir.

— Tem algo no seu cabelo, Elesis. - Diz Mari apontando.

— É, eu tô sabendo. - Fingi que nada aconteceu, cruzando os braços. Volta a ficar séria. - Então, essas meias funcionam por quanto tempo?

— Contanto que não sejam danificadas, continuarão funcionando.

— Ótimo. - Abre um pequeno sorriso. - Já tive uma ideia para meus treinos. Conto com você, Sieghart.

— Claro. Mas é sério, não tem outro par dessas meias não?

***

Passou o dedo no gesso que cobria seu braço. Ronan ainda não conseguia se acostumar com aquele peso que ele tinha que carregar. Graças às poções que foram recomendadas a ele, não sentia tanta dor mais. O único problema não se chamava dor ou incomodo, e sim coceira. Sua pele coçava sobre o gesso como nunca antes, deixando-o nervoso sem poder alcançar o local. Felizmente, no momento nada disso acontecia, sentia-se bem até.

Passaram alguns dias desde que Elesis o visitou no hospital, desde então ela só tem ligado. Diz que Lothos a tinha colocado de castigo e não podia o visita-lo, e ele disse para não se preocupar com isso. Já tinha recebido sua alta do hospital e podia até voltar para o colégio e fazer suas aulas, mas ele preferiu não fazer isso. Tinha voltado para seu quarto no colégio, com Ryan como seu companheiro de quarto, mas não voltou às aulas, sua mente estava pesada demais para ele no momento. Grandiel o deixou descansando, sabia o que o rapaz tinha enfrentado, por isso não o pressionou.

Mas só porque estava descansando, não queria dizer que não podia visitar Elesis no colégio dela. Gostaria de vê-la, isso já poderia fazer seu dia. O caminho foi longo para ele, mas com Ryan ao seu lado falando o tempo todo, foi mais longo ainda.

— Finalmente chegamos. - Diz Ronan ao passar pelo o portão do colégio. - Tente não trazer problema, Ryan.

— Problema? Eu? Está me confundindo com outra pessoa, Ronan. Nunca faria isso.

Suas palavras duraram até ele se encontrar com Lire e soltar um grito, correndo na direção da elfa e a abraçando. Qualquer um que visse eles dois juntos daquele jeito ficaria envergonhado, com Ronan não foi diferente. Aproximou-se lentamente deles, o interrompendo ao limpar a garganta.

— Lire, onde está a Elesis?

— Elesis está um pouco ocupada agora, Ronan. Ela está treinando no momento, na verdade, a semana toda, mas você pode ir lá vê-la, ela ficará feliz em te ver. - Lire sempre com seu jeito calmo de falar.

— Treinando?

— É, ela está determinada em aprender a fazer sei lá o que seja. - Solta uma rápida risada. - O importante é que ela esteja viva.

Ronan assente. Agradece à elfa e se despede, repetindo para Ryan que ele não arrumasse problema. Conhecia seu amigo melhor que qualquer um, sabia que ele era capaz de apenas com as palavras ser expulso do colégio.

Seguiu para dentro do colégio, tentando encontrar onde Elesis podia estar treinando. Foi difícil para ele pedir informação para as garotas que encontrava pelo o corredor, elas apenas olhavam envergonhadas para ele e não sabia como responder. Isso o incomodava.

Por fim, conseguiu achar um salão que estava barulhento por dentro. Abriu a porta lentamente e olhou para dentro, querendo sorrir ao reconhecer Elesis, mas não fazendo. Ela estava em meio a uma luta tão agitada que ele não se atrevia a interromper.

Elesis passou rapidamente as costas de sua mão em sua testa para tirar o suor. Não sabia quanto tempo tinha passado desde que aquela lutou começou, nem mesmo saberia quando ela terminaria. Sieghart é um oponente persistente, ela tinha esquecido. O rapaz estava quase do mesmo jeito que ela, ofegante e cansado, mas também não parecia que iria desistir tão cedo. A ruiva precisava pensar rápido em um estratégia para derruba-lo, mas sem usar as chamas roxas, isso ela já tinha feito nos outros dias. Hoje ela poderia apenas usar as vermelhas e douradas para se defender do rapaz.

A única espada em sua mão a incomodava, preferia ter pego mais uma para facilitar o combate, mas como Sieghart apenas usava uma, ela também tinha que usar.

Deu um passo falso para o lado e avançou pelo o outro. As meias que usava faziam ela praticamente voar sobre o chão, ela se sentia mais leve e, felizmente, já tinha aprendido a usa-las, depois de muitas batidas de cabeça no teto. As chamas vermelhas a contornaram quando viu Sieghart avançar contra ela, tendo que se defender a tempo para não ser partida pelo o rapaz. Mesmo ele mostrando estar cansado, continuava forte como no começo da luta.

— Quer que eu facilite para você? Garotas são muito delicadas para lutar. - Debocha Sieghart.

— Continue com essas provocações que ficará sem língua, Sieghart. - Diz Elesis, botando um sorriso no rosto para esconder seu cansaço. Sieghart forçou mais ainda a lâmina contra a dela, a fazendo recuar um passo. - E como você mesmo disse, temos que pegar leve com as garotas. Você pode se machucar, não é mesmo?

Recuou em um pulo, mais alto do que previa. Sieghart correu até ela, saltando para atingi-la do mesmo jeito. A ruiva botou a espada na frente e recebeu o ataque, voando contra o chão. Aterrissou deslizando pelo o piso de madeira, as meias ajudando nisso.

— Vamos ver se você continua nesse ritmo depois que eu atingi-la. - Fala o rapaz, seu sorriso alargando.

As chamas roxas de Sieghart despertaram sem dificuldade alguma, isso era tão fácil para ele como respirar. Elesis fica com inveja por um momento, mas voltando a se concentrar na luta quando o ver apontando a espada para ela, as chamas vindo em sua direção. Apertou firme o cabo de sua espada e se preparou para revidar aquele ataque.

Não notou seus cabelos ficando loiros quando as chamas douradas foram despertadas, por importava. Elesis concentrou tudo na lâmina e avançou contra as chamas roxas, tomando cuidado para não errar desta vez como fez nas outras. Esperou até que estivesse próxima, então disparou suas chamas douradas contra as roxas. Sorriu aliviada quando viu suas chamas servirem como um escudo para ela, atrasando as de Sieghart. Deu um salto alto, passando por cima do perigo, encolhendo suas pernas com medo de ser atingida. Encarou Sieghart ali de cima, o vendo cansado por ter gastado suas energias com as chamas que disparou.

Aquela luta era uma mera bobagem, pensava Elesis. Já viu Sieghart lutar sério, totalmente diferente do que ele fazia no momento. Se ele quisesse, despertava aquele seu lado e fazia Elesis afundar no chão com apenas um golpe. A ruiva não sabia se podia vencê-lo naquele estado, mesmo ela usando seu Berserk e todas as chamas que possui, ainda continuaria temer o rapaz naquele estado. Como ela tinha pensado, aquela luta era bobagem comparado a uma séria.

Sentiu o teto se aproximar sobre sua cabeça, virando-se rapidamente e jogando suas penas contra ele. Apoiou seus pés no teto e se impulsionou com toda força, voando como uma bala contra Sieghart. O rapaz percebe, preparando para se defender.

Elesis sorriu.

Sieghart tentou a acertar quando se aproximou dele, mas a ruiva passou por baixo da lâmina, quase sendo acertada. Caiu de joelhos no chão e deixou se deslizada por ele, passando por Sieghart. Ergueu-se em uma perna ao passar pelas costas do rapaz, invocando suas esferas de chamas e jogando contra ele. O atingiu perfeitamente para explosão o acertar nas costas e o jogar longe.

Tudo isso ocorreu tão rápido que nem mesmo Ronan conseguiu acompanhar com o olhar. Olhava sem reação para Elesis, para a força que ela adquiriu durante esse tempo que ele não esteve presente. Sieghart continuava de pé, ajoelhado, tecnicamente, mas mesmo assim Elesis foi capaz de o atingir daquele jeito. Antigamente ela nunca conseguiria, agora ela consegue.

Parou de sorrir, nem sabendo que estava, quase percebe que Elesis o nota ali. Ronan fica sem saber o que fazer, o que dizer. Logo Sieghart o percebe também e o moreno abre a boca.

— Espetáculo é pago, pode passando a grana! - Grita o rapaz, sacudindo a espada como uma criança.

— Se você tivesse ganhado, eu até pagaria. - Ronan debocha, indo até Elesis. - Talvez na próxima.

Sente Sieghart o aponta o dedo do meio quando passa por ele, mas não se importa para isso, Elesis estava na sua frente.

— Fez muito bem em ter derrubado o Sieghart. - Fala Ronan, sorridente.

— Não foi tão difícil assim, para ser honesta. - Diz convencida.

— Eu estou ouvindo, com licença! - Grita Sieghart ao fundo. - Direitos autorais pela minha imagem.

Sieghart é completamente ignorado, como de costume. Ouvem ele falar mais alguma coisa, mas continuam a atenção um para o outro.

— Como está os machucados? Estão melhor? - Elesis pergunta.

— Estou melhorando, só não posso me esforçar muito. Mais daqui a alguns dias e estou novo. - Diz positivo, sem tirar seu sorriso do rosto. - E você?

— O mais importante é eu voltar aos meus treinos, não me recupera. Isso eu posso fazer a qualquer momento.

— Elesis...

— Eu sei, eu sei. - Ri. - Estou brincando.

Ronan solta uma pequena risada, de alívio. Passa a mão nos cabelos ruivos da garota.

— Não brinque assim.

Elesis abre os braços e se aproxima dele, o abraçando com cuidado para não atingir algum ferimento dele. Encostou sua testa no peito do rapaz, sorrindo feliz por ele está ali. Podia ficar mais calma, não sabe do quê.

Levantou o rosto para Ronan, o vendo mais de perto. Ele continuava com alguns arranhões no rosto, mas isso não mudava sua beleza, ainda era o Ronan que conhecia.

Param de olhar um para o outro quando veem Sieghart chega ao lado deles, um dedo levantado com sua chama roxa queimando na ponta. Não entenderam o que ele fazia, esperaram ele falar.

— Sabem o que é isso? - Sieghart pergunta, sério. Eles negam. - O fardo de uma vela.

Elesis riu, entendendo a irritação estampada no rosto de Sieghart. Ronan ergueu uma sobrancelha, ainda confuso pelo o que ele disse.

A porta do salão se abre, chamando suas atenções. Lire e Ryan entrava, a elfa feliz por ter achado eles, finalmente.

— Quem precisa ser vela quando se tem uma mulher a sua espera?! - Diz Sieghart, apagando sua chama. - Eu me demito! - O rapaz corre em direção à dupla, os braços abertos. - Venha, meu amor!

Lire parou de andar quando ouve Sieghart gritar aquilo, ainda de braços estendidos e suado. A elfa não tinha tanta intimidade para entrar na brincadeira com ele, e mesmo que tivesse, não faria. Olhou com desprezo para o moreno e recuou um passo.

Mas não era ela quem Sieghart queria.

Ryan corre em sua direção de braços também estendidos. Como abraçou Lire quando a encontrou mais cedo, Sieghart fez com ele. O elfo pulou e o moreno o abraçou, o girando, sendo aquilo para ser uma cena fofa de casal; Só que não.

— Amor, senti tanto sua falta! - Dizia Ryan dramático.

— Nem me diga. - Sieghart fala choroso.

Olhando com mais desprezo ainda, Lire tentava entender o que acontecia. A dupla olhou para ela, sem dizer nada, até Sieghart esticar sua chama a garota.

— Quer segurar? - Pergunta como se fosse algo bem normal.

Elesis e Ronan olham aquilo rindo, não se segurando quando a elfa começa a brigar com eles. Nunca soube que Sieghart e Ryan eram tão amigos a esse ponto, tinha até esquecido que ambos tinham jeitos similares, sendo o moreno o rei deles.

A ruiva diminui sua risada. Sieghart fazia aquela brincadeira por causa dela e de Ronan, que estavam agindo como um casal com ele sobrando. Era estranho, ainda não conseguia se sentir desse jeito com Ronan, ainda o via como um amigo que já gostou e...

Sua cabeça volta a doer, mas desta vez ela esconde bem para ninguém percebe. A dor logo para e ela volta a se distrair com Sieghart e Ryan.

O que ela ia pensar mesmo?

***

Lass chega na sala, pronto para encerrar o dia e dormir de vez, mas é surpreendido. Gwen olhava dentro de umas caixas, quase caindo dentro delas. O ninja fechou a porta atrás de si e esperou que ela dissesse algo.

A garota para de olhar para dentro da caixa e ver Lass entrar. Olha um pouco triste quando o ver com aquele curativo na bochecha, lembrando de como ele conseguiu. Sacudiu sua cabeça e tirou isso da mente, voltando a olhar dentro da caixa.

— Acho que eu vi algo aqui dentro. - Ela menciona, sacudindo a mão para Lass se aproximasse. - Mas não consigo enxergar.

— O que foi? - Pergunta ao chegar ao lado dela.

— Eu não sei, foi bem rápido. Você consegue ver? - Olha quase como uma imploração.

Lass olha dentro da caixa e também não consegue muito bem ver o que há lá dentro por causa da escuridão. Se apoia nas beiradas e debruça para tentar ver melhor, mas nada ver. A caixa estava vazia, Gwen devia ter visto algo, que é até normal naquele circo.

— Não tem nada aqui, Gwen. Foi sua imaginação. - Diz ao se afastar.

A garota não estava mais ao seu lado, fazendo Lass se virar até a ver atrás dele. Vai falar algo para ela, mas para quando as mãos da mesma o segura pelo o rosto. Gwen se aproxima rapidamente, não o deixando nem questionar ao beija-lo.


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Notas finais do capítulo

Review?
* Essa semana foi uma semana maravilhosaaaaaa! Quem concorda comigo? Ninguém? Ok...
* Começando um um lindíssimo trailer do Mob Psycho 100! Não sabe o que é o Mob? Bem, tudo que eu digo é: Do mesmo criador do One Punch Man! BUM, peguei seu interesse, né? kkkkkkk Issae, Mob Psycho 100 é do mesmo criador do cabeça de ovo, só que o anime será feito com os traços verdadeiros do criador... Se você não entendeu, pesquisem One Punch Man Web Comic e vocês me entenderão. Se não entendeu ainda, me pergunta por MP ou comentário que eu explico :3
Deixo aqui o trailer do Mob para quem quiser ver: https://www.youtube.com/watch?v=F8g3TuKsQHs
Guardem minhas palavras, como OPM, Mob se tornará modinha... Só esperem!
* Essa semana também lançou o filme do Deadpool!!!! CARAI, Tô ESPERANDO ESSE FILME MUITO TEMPO. Assim, eu conheci o Deadpool através do jogo do Marvel vs Capcom, antes mesmo dele virá modinha, então não me xingem, ok? TT EU amo esse personagem, principalmente o lindo do Ryan Reynolds :3 Nao me deem spoiler, eu não vi o filme ainda... Não façam isso >.<*Sem falar que acabou o carnaval... Ufa! Não sou fã de carnaval, se voces perceberam kkkkkk Tenho meus motivos pessoas.