Fale O Que Quiser Mas Sou Uma Garota escrita por Risadinha


Capítulo 90
Tranquilidade


Notas iniciais do capítulo

Yoohooooo! Como vai todos?! Muito bem, tenho certeza. Agora sim eu posso dizer que estamos no capítulo 90. Aeeeeee, sou muito ruim em matemática, parabéns pra mim '-' Enfim, falta só 10 lindos capítulos para chegar no 100, que aí vai está um pouco mais da metade da temporada :3
Gostaria também de falar sobre a minha outra fic, a Uma nerd e Um Gangster. Eu queria muito fazer o próximo capítulo, porque faz tempo que eu não mexo nessa fic. Então eu queria saber se tem alguém ainda interessado nela, por favor, se manifeste!
Capítulo de hoje é bem tranqs... Mermo!
Capa: Bishamon (Noragami. Aproveitando que o episódio dessa semana foi essa cena, bota ela aqui :3)



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Acorda com uma pequena dor de cabeça. Lembra que essa mesma dor estava pior, quase insuportável. Depois poderia tomar alguma poção ou remédio para que aquilo passasse de vez. Sua mente se ocupava com muitas coisas, mas parecia que as dores no resto do corpo falavam mais alto. Isso a fez deixar os pensamentos importantes para depois.

Se sentou na cama, pondo as pernas para fora. Não deixou a expressão fechada de lado ao sentir as dores nesse local. Viu uma de suas pernas coberta por curativos, enquanto a outra parecia está com o dobro. Não se esqueceu que tinha a visto quebrada.

Passou a mão na cabeça, sentindo sem querer o inchaço em seu rosto, bem perto do olho que tanto doía. Não tinha visto como estava ainda, preferiu não encarar nenhum espelho até o momento. Tudo que mais a preocupava era o que tinha acontecido antes.

***

Esforçava-se para continuar os passos sem que caísse no chão. Passou o caminho inteiro apagada durante a viagem, mas não sendo o suficiente para recuperar as forças. Ao sair do barco, se esforçou para que continuasse do mesmo jeito que chegou ali.

Sua mente parece ter apagado por um momento, agora só ouvindo as vozes de Grandiel ao fundo. Não tinha apagado, só estava distraída. Chegou no colégio era de noite, quase de madrugada. Não tinha nenhum aluno no correr, para sua sorte, não queria que ninguém a visse daquele jeito. Tinha chego na sala do Grandiel, vendo ele e Astaroth presentes. Abriu um sorriso de alívio.

– Gaia fez tudo isso com vocês? - Ouve a voz de Astaroth. Sente o corpo cair pro lado, mas apoia o pé à tempo.

– Não diria que foi só ela. - A voz de Dio a conforta.

Depois de ter acordado após aquela tormenta, a primeira coisa que fez foi ver seus amigos. Ignorou suas feridas e foi vê-los, gritando seus nomes ao ver caídos no chão. Ao tocar em seus corpos, tudo que sentiu era frieza. Quase voltou a se desesperar, mas parou ao perceber uma fraca respiração vinda deles. Estavam vivos.

Tinha se esquecido por um momento que foi Gerard que tinha dito que eles estavam mortos. Ele mente, Elesis sabe disso e deixou-se cair. Tola.

– Alguém apareceu sem percebemos. - Sieghart comenta. Apoiava-se na parede, não aguentava fica de pé como Elesis. - Nos atacou pelas as costas, quando percebemos, estávamos no chão. Pelo o que vemos depois de acordamos foi Gaia assassinada.

– Não viram quem os atacou? - Grandiel pergunta, preocupado com o estado do trio.

– Não.

Olham para Elesis, sabendo que ela tinha sido atacada por última. A garota olha firme, tentando não mostrar sua fraqueza em um momenta daqueles.

– Fui apagado em seguida. Não vi nada. - Fala de rosto abaixado. Fingi o arrependimento.

Eles acreditam. Elesis não contou para ninguém, nem pretendia. Sabia que daria um grande problema se eles soubessem quem foi o culpado por tudo isso, então preferia não dizer nada até o momento. O mais importante era curar aquelas feridas que tanto a incomodava.

– Dio tinha dito que você sofreu um grande acidente, Eléo. - Astaroth fala. Ela o olha nervosa. - Como conseguiu sair vivo?

– Sinceramente, não sei. As chamas de Sieghart devem nem te pegado em mim, eles devem ter visto errado. - Dá de ombros.

Dio a olha sobre o ombro. O asmodiano tinha certeza do que viu, claramente de perto. Mas não disse nada, esperou Elesis continuar.

– Quer dizer, estávamos em Xênia, qualquer coisa podia acontecer. O importante que estou vivo, certo?

Silêncio. Elesis volta a usar o apoio do pé para não cair. Sua mente se fechava de vez em quando, junto com seus olhos. Queria que aquilo acabasse de uma vez. Não podia simplesmente cair no chão e pedir para que a ajudassem. Seu plano todo acabaria caso eles tirassem sua roupa suja de sangue e visse o que há de baixo.

Tinha que ficar de pé.

– Eléo tem razão. - Dio comenta, tirando os olhos dela. - Não importa como, o importante é ele está vivo.

– Verdade. - Grandiel ajeita os óculos, um pouco incomodado. - Pelo o que eu entendi, Gaia estava atrás de uma das essências de Xênia, certo? Vocês falharam e a deixaram pegar.

– Mas ela morreu. - Sieghart quase cospe as palavras em impaciência. Seus olhos fechavam lentamente, logo abriam rapidamente. - Não temos mais com o que se preocupar.

Após terminar a frase com ignorância, sentiu algo vim rápido contra ele. Não consegue se desviar do chute que toma na barriga. Grita e põe as mãos no local, assim caindo de joelhos no chão. Tossia à procura de ar.

– Você é idiota ou o quê? - Astaroth pergunta, abaixando a perna. Seu olha estava sério, nenhuma preocupação com o estado dos rapazes. - Ela não morreu, foi assassinada. A essência que tinha dentro dela foi retirada antes que fosse morta.

Dio assente solene, sem ficar tenso com a situação. Elesis olhava com dó para Sieghart no chão, se contorcendo em dor e tosse. Se pudesse, o ajudava a se levantar.

– Se vocês tivessem a matado, como foram instruídos, a essência não teria sido roubada. Ela morreria junto com a hospedeira. Mas não, vocês preferem enrolar. Achavam que deixar a pequena garota viva seria o certo. As Deusas aprovam isso, com toda certeza. Mas não as nossas Deusas que conhecemos, e sim as deusas dos trouxas! - Gritava indignado. Grandiel não dizia nenhuma palavra para impedi-lo. - Meus parabéns! - Começa a bater palmas, sarcasticamente.

– Eu... - Elesis tenta dizer algo, mas é impedida.

– Não quero ouvir desculpas. - Olha para Grandiel, falando para ele: - Já não basta o problema que o Lass arrumou, eu não vou resolver isso. É seu problema.

Elesis olha atenta ao ouvir o nome do ninja e "problema" na mesma frase. Questionou o que tinha acontecido, e pela a intensidade que o professor dizia, era sério.

– O que esse idiota fez?

Astaroth sai da sala sem uma despedida. Deixou Grandiel para finalizar aquilo. O professor estava mesmo nervoso. Parece que ele fica assim toda vez que é chamado no Conselho ou algo similar.

– 3 semanas de castigo. - Grandiel é direto. - Sem aulas, sem treinos. Quero que se recuperem durante esse tempo.

– É muito tempo, Grandiel. - Diz Dio. - Não podemos...

– Não quero que vocês façam exercício ou esforço físico. Nem mental. Irão descansar, é o melhor para todos vocês. - Suspira, logo tirando os óculos. Coça os olhos, lembrando que estava de madrugada e não tinha ido para cama ainda. - E por favor, não provoquem o Astaroth. Ele está muito ocupado durante esses dias

– Entendido. - Fala Dio e Elesis juntos.

Foram dispensado com um simples movimento com a mão. Sieghart se levantava, mas ainda com a mão onde foi atingido. Parece que o ataque de Astaroth deve ter aberto alguma ferida. Elesis nota isso e pretendia ajuda-lo, se não tivesse do mesmo jeito.

Saiu da sala mancando. Quando a porta é fechada, olhares sérios caem sobre ela.

– Eu sei, eu sei. - Levanta as mãos enquanto se afasta em defesa. - Querem respostas, mas eu também. Estou falando sério quando disse que não sabia como fiquei vivo.

– Eu vi você ser atingido. - Falava Dio. - Claramente.

– Tá, mas eu não sei como ainda estou aqui. - Não gostava nada de está mentindo. - Gostaria de saber tanto quanto vocês.

– Tem certeza? - Sieghart levanta uma sobrancelha. - Parece esconder algo de nós.

– Olha, - Se aproxima, juntando as mãos em imploração. Abaixou o rosto, não querendo mostrar a face triste. - eu sei que vocês não entenderam nada do que aconteceu lá, mas quero, por favor, que não toquem nesse assunto. Falando desse jeito, eu pareço algum tipo de... Monstro.

Levanta o olhar em esperança. Apertou suas mãos uma contra a outra, assim percebendo que elas estavam suja de sangue seco, tanto dela quando dos rapazes.

– Tudo bem. - Dio quebra o silêncio. - Mas se descobrirmos que...

– Valeu! - Abri um largo sorriso, que se desmancha ao sentir as dores. - Fico feliz em saber que confiam em mim.

– Tanto faz! - Exclama Sieghart. Sai andando na frente, meio torto. - Não me importo. A única coisa que quero é ter uma boa noite de sono.

Dio abre um pequeno sorriso em concordância. Ia seguir o moreno, mas Elesis não faz o mesmo, ia em direção ao contrária, mancando visivelmente.

– Vai aonde?

– Conheço uma pessoa que saberia cuidar dessas minhas feridas bem. - Era verdade. - Vou aproveitar essas semanas de castigo para descansar e ver como essas pessoas vão. Não quero ficar no colégio para me dar de cara com o Astaroth.

– Vai agora, de madrugada? - Pergunta preocupado. A espadachim afirma. - Se precisar de ajuda, é só chamar. Não sou tão ignorante quando o Sieghart.

– Pode deixar. - Ver o asmodiano indo embora, mas o chama. - Espero poder ter outra missão com você. Foi divertido.

Ele olha sem jeito para o elogio. Agradece com um balançar de cabeça. Elesis ri em reposta.

***

Continuou a olhar pela a janela. Tudo parecia tranquilo como sempre, nenhuma agitação. Tudo que conseguia ouvir era o balançar de suas pernas encostando na cama, mas logo o barulho da porta a chama a atenção. Esteve por tanto tempo ali acordada tentando achar algo de divertido que qualquer som a chamava atenção.

Era uma enfermeira.

– Como se sente, Elesis? - Ela pergunta ao se aproximar. - Quando chegou ontem aqui de madrugada, achei que não conseguiria acordar tão cedo. Lothos tem razão, você é bem forte.

– Na verdade, não estou muito bem. Só não quero ficar deitada, isso me deixa agoniada. - Rir sem jeito. - Preciso me exercitar.

– Mas tem que descansar, senão os machucados não se curarão. - Encosta a mão na testa da espadachim. - Sua febre abaixou. Estava fervendo ontem.

– Sou do tipo que melhora rápido. - Ergue o rosto com um largo sorriso, deixando-o se desmanchar ao sentir uma dor aguda na costela. Força a risada. - Ou talvez eu já fui.

– De qualquer jeito, trouxe alguns remédios para você tomar. Lothos disse para não dar nenhuma poção, é para você aprender a lição.

– Ah, certo. Estou com bastante dor, um remédio iria ajudar.

Tomou todos com uma careta. Era azedo, todos. A enfermeira deu um rápido cafuné em sua cabeça e disse que voltaria mais tarde, e caso precisasse de outra coisa, a chamasse. Elesis fingi um olhar forte e concorda.

O silêncio volta. Garantiu que a enfermeira tivesse longe para sair da cama. Deu passos trêmulos até ficar de pé por completo. Sua pele queimava pro causa das feridas, principalmente a qual tinha visto quebrada. Deu uma leve pisada com ela no chão, achando que ela se partiria. Nada aconteceu.

­– Dio tem razão, como que eu fiquei viva? Fui atingida pelas as chamas roxas e ainda cai de uma grande altura. Não era para eu está aqui.

Olha para as próprias mãos, as vendo meio trêmulas como suas pernas. Seu dedo que tinha quebrado estava enfaixado, com medo que ele pudesse se quebrar novamente. Seu ombro deslocado não tem nenhum curativo, mas sente dores que a incomoda bastante. Todo seu corpo é uma mistura de sensações negativas. Esperava que o remédio fizesse algum efeito logo.

A porta se abre novamente. A enfermeira não entra, mas isso faz Elesis se desesperar.

– Eu só tava andando, sabe, para testar as pernas! - Inventa uma desculpa.

– Você tem visita. - É tudo que ela diz antes de sair, mas com um olhar de reprovação antes.

– Visita? - Vira a cabeça de lado. Deu pequenos passos para frente, curiosa. - Que visita?

Ouve passos apressados, então o vermelho é a primeira coisa que ver antes de tentar recuar. É abraçada fortemente pelo o pescoço, a fazendo soltar um grito de dor. Iria empurrar a pessoa, mas percebe quem é pelo o tom dos cabelos.

– Achei que você estivesse morta! - Grita Jin.

O ruivo afunda seu rosto no ombro da garota, ignorando se ela sentisse ou não dor com isso. Elesis não briga com ele, o olha sem dizer nada. Não via a expressão de Jin, mas sentia que estava triste, e aliviado. Sabia o motivo de ele estar assim, o que a fazia se sentir culpada.

– Foi mal. - É o que consegue dizer. - Mas eu disse que voltaria viva.

O ruivo a abraça mais forte.

– Sua idiota.

– É, eu sou. - Consegue soltar uma risada numa situação daquelas. Faz um esforço e retribui o abraço, passando a mão nos cabelos espetados de Jin. Ele parece ficar mais tranquilo assim. - Sério, desculpa.

Tinha esquecido que seus machucados não eram só sentidos por ela. Continuava com o jeito egoísta de sempre, sem achar que alguém se importaria se ela sumisse do mundo. Tudo que fazia era pensar em si, somente nisso.

– Como você soube?

– Astaroth nos disse. Ficamos preocupados, sabia? - Dizia com a voz abafada. - Achei mesmo que estivesse morta.

– Eu tô bem, isso que importa.

Jin a solta, olhando sério para ela. Só agora que consegue ver o rosto do rapaz, cansado por ter ficado a noite inteira pensando se a espadachim estava viva ou não. No caso de Elesis, sua face estava marcada por hematomas, principalmente por um olho roxo e inchado, mas que estava coberto por sua franja. Sem mencionar que seu corpo estava em um estado pior.

– Você ainda não se olhou, não é? - Pergunta Jin. - Você não está bem, Elesis.

– É bobagem sua, eu...

– Pare de mentir. - Com a ponta do dedo, bota a franja da garota de lado e ver seu olho ferido. Não reage, então põe a franja no lugar. - A gente sabe que você não está bem. Em nenhum sentido.

Ela tenta debater, mentir, mas Jin a impede com o olhar. Engole as palavras secamente, logo abaixa o rosto em vergonha. Algo que não gostaria é mostrar-se fraca na frente de alguém, principalmente quando se é amigo.

Porém, levantou o rosto confusa.

– A gente?

– É, eu e o Lass. - Aponta com o polegar para trás.

Elesis olha sobre o ruivo, mas não ver ninguém. Jin ver seu olhar de confusão e olha para trás rapidamente. Fica surpreso ao ver que tinha ninguém ali.

– Era para ele tá aqui.

– O Lass ou a sua imaginação?

– O Lass!

Corre até a porta, olhando para os dois lados do corredor, até parar em um lado. Elesis nota o olhar de reprovação de Jin para aquela direção, portanto, ela vai até ali. Demorou um pouco, enquanto isso, ouvia o lutador sussurra algo.

Se apoia em Jin e desliza o corpo para fora. Não ver nada primeiramente, até olhar para baixo. Lá estava Lass sentado do lado da porta, encostado na parede como se não quisesse ser visto. Seu olhar sério some quando Elesis aparece, o fazendo ficar sem jeito com a situação.

– O que você tá fazendo aí? - Ela pergunta, tentando conter o riso.

– Descansando. Foi uma longa caminhada até aqui.

– É mentira! - Jin aponta para o ninja, que olha irritado no mesmo instante. - Ele tá com vergonha.

– Vergonha de quê?

– Entrega logo pra ela. - Agora aponta para Elesis.

Lass fingi não saber do que ele falava, mas o ruivo insisti novamente. O ninja olha para o lado e solta um suspiro, assim soltando os joelhos que tanto abraçava. Escondido entre seu corpo encolhido, ele pega e estica um buquê de rosas vermelhas para a espadachim. Ela olha surpresa, quase recuando em espanto.

Lentamente, ergue a mão, enquanto a outra continuava em Jin, e aponta para si.

– Pra mim?

Lass a olha nervoso, sacudindo o buquê.

– Pro Jin que não é. E só para deixar claro, foi ele quem comprou. Só estou segurando.

– Ah. - Olha para o ruivo de relance, que não afirma nem discorda. Continua surpresa pelo o gesto. - Não precisava.

Solta-se de Jin e pega o buquê, olhando mais de perto para a beleza das flores. Eram vermelhas como seu cabelo, espetadas como sua personalidade. Fizeram uma boa decisão ao escolhê-las.

– São bem bonitas. - As segura mais perto do rosto, uma tentativa de esconder a vergonha. - Obrigada.

Jin abre um largo sorriso e Lass dá de ombros.

– Pode entrar, se quiser. - Fala para o ninja. - Aposto que está tão zangado comigo quanto Jin.

A ruiva volta para dentro, fazendo o mesmo Jin. Lass preferia ficar ali, sem ter que olhar para o estado que a garota se encontrava, mas ela tinha razão, ele tinha algumas questões para fazer a ela. Se levantou e entrou no quarto provisório da espadachim.

Elesis pôs as flores dentro de um jarro vazio. Disse baixinho que depois pegaria água para colocar.

– O que aconteceu com suas pernas? - Nota Lass, até mesmo o jeito que ela mancava estava pior.

– Hum... - Olha para as próprias pernas, tentando lembrar de como tinha ganhado tudo aquilo. - Eu caí, literalmente. Acho que bati com elas em alguma pedra durante isso. Não me lembro bem.

– Que tal começar desde o começo? - Sugere Jin. Pegou duas cadeiras que tinham no canto, uma para ele e outra para Lass. Sentou-se normalmente, enquanto o ninja a usava o contrário, apoiando os braços no apoio da mesma. - O que te machucou desse jeito?

Elesis se joga na cama, ficando encolhida sob a coberta. As apertou firme ao ouvir a pergunta.

– Tentamos descobrir o que aconteceu através do Dio e do Sieghart, mas eles não disseram nada. - Menciona Lass. - Estavam muito machucados quando o vimos hoje, não como você, é claro.

– Aconteceu alguns imprevistos durante a missão. - Começa a explicar. Não os olhavam, contava tudo com o olhar para o lado. - A pessoa que devíamos proteger, nos atacou. É uma longa história.

– Então foi ela quem fez isso com você? - Pergunta Jin.

Elesis nega. Soltou um suspiro pesado antes que falasse.

– Não foi de propósito. Sieghart me atingiu com suas chamas.

– De novo? - O ruivo olha perplexo. Lembra da outra vez de como Elesis ficou só com um pouco das chamas.

Lass se mexe incomodado na cadeira. Elesis nota. Não podia se esquecer de quem a salvou da outra vez, por isso da irritação do rapaz ao ouvir isso.

– Ele não quis me acertar! - Elesis garante a Lass. - Ele tentou acertar Gaia, mas ela se esquivou, e Dio também. Eu não sei o que deu em mim, não saí do lugar. Então acabei sendo atingida.

– Isso não muda o fato dele ser um irresponsável. - Retruca sério.

– Ele podia ter te matado. - Jin concorda. - Mas o que aconteceu depois?

– Estávamos em uma ponte quando isso aconteceu. - Tenta se lembrar de como tudo tinha acontecido, mas eram poucas coisas de que se lembrava. - Ela se rompeu, Dio me segurou, mas não adiantou. Eu caí de uma altura de... - Os olha triste. - Era para eu estar morta.

Escutam sem reação. Acreditavam que ela falava a verdade, não tinha sentido em inventar algo daquele tipo. Seus machucados e até seu tom de voz era a prova disso.

– Eu não sei o que aconteceu. - Esconde sua face com as mãos feridas. Sentia um enorme aperto no coração pela a dúvida que tinha. - Dio e Sieghart pensam que eu menti para eles, sendo que eu estava falando a verdade. Tanto as chamas quanto a queda eram para terem me matado.

– O importante é que você está aqui. - A voz de Jin a conforta. Abaixa as mãos e ver o sorriso do rapaz. - Não se preocupe com isso, e sim com seu estado. Como está se sentido agora?

– Nada bem. Mesmo tendo descansado por horas, meu corpo continua do mesmo jeito. Tudo dói.

Enquanto continuaram com a conversa, Lass apenas observava Elesis. Viu os machucados dela, até as dificuldades que estava tendo para aguenta-los. O único que não conseguiu foi o olho inchado da ruiva, que se escondia sob a franja. Ela botava o cabelo na frente toda vez que caía para o lado. Lass estranha esse comportamento dela.

– Precisa de alguma coisa? - Após um longo momento de preocupação, Jin pergunta outra vez. - Acho que você não vai sair daqui tão cedo.

– Lothos tá brava, muito brava comigo. - Rir sem jeito. - Contei a ela o que aconteceu, por isso que está tão nervosa. É claro que não vai deixar eu sair. Mas não preciso de nada, até o momento.

– Tem certeza?

Balança a cabeça em afirmação. Fica pensativa, pondo a ponta do dedo no queixo.

– Bem, eu gostaria de alguns doces. Ninguém me deixa comer um aqui, diz que vai atrapalhar na medicação. - Faz bico. - Por favor, faça esse favor para mim.

– Pode deixar. - Prepara para se levantar, mas nota que Lass está com a mente fora de si. - Vamos, Lass?

O ninja o olha, parece que volta a se focar na conversa. Afirma, também se levantando.

– Espera! - Diz Elesis, com as mãos erguidas. - Hum, Jin, poderia ir na frente? Tenho algo a dizer para o Lass, em particular.

O ruivo pisca os olhos, olhando para o amigo. Ele também não sabia do que se tratava a conversa, dando de ombros. Percebe que Elesis fica diferente ao pedir isso, um pouco nervosa.

– Tudo bem. - Fala sorrindo de forma maliciosa. - Vou aproveitar esse tempo para ir comprar seus doces. Volto daqui a pouco.

Anda até a porta com o sorriso ainda no rosto. Lass o reprova com o olhar, o que não adianta muito.

– Vou fechar a porta. - Continua a provocar. - Aposto que não querem que sejam interrompidos, certo?

– Valeu, Jin. - Agradece a ruiva.

A porta se fecha lentamente, com o rapaz olhando até que fosse fechada por completa. Ouviram os passos dele se afasta, e não fingir como esperavam.

Lass volta a olhar para a espadachim, se surpreendendo ao ver sua expressão sem vida, como seus olhos. É como se uma máscara tivesse caído da face da garota.

– O que foi esses machucados? - Pergunta Elesis, notando as feridas recém saradas da briga com Edel; E Astaroth. Sua bochecha continuava vermelha pelo o soco, na testa só tinha um pequeno curativo por causa do corte. Além disso, ele parecia bem. - Não parece ter sido de um treino qualquer.

– Acho que não é sobre isso que você quer conversar. - Debruça-se sobre o apoio da cadeira, a olhando melhor. - O que foi?

– Não contei isso para Lothos, para ninguém na verdade. Então, por favor, que isso fique entre nós. - Dizia com um certo receio.

Como não sabia do que se tratava, assentiu. Elesis fica mais aliviada, mas sem mudar a expressão quebrada.

– Durante a missão, bem no final dela, me deparei com um certo alguém. - Lass ergue as sobrancelhas, para que ela continuasse. Abaixa o olhar e fala: - Gerard estava lá.

O barulho da cadeira se arrastando a faz encarar o rapaz novamente. Lass fica surpreso.

– Gerard?! Tem certeza?

– Claro que tenho. Só eu que o vi, Sieghart e Dio foram atacados antes que o vissem. - Esfrega o braço, sentindo um arrepio só em lembrar da cena.

– O que você fez?

– Nada. Ele me atacou antes que eu percebesse, pelas as costas. Fiquei paralisada enquanto via ele matar Gaia. Sorte a minha ele não ter descoberto quem eu era.

Por um momento, Lass lembra que Elesis estava como Eléo na missão. Não sabia o que podia ter acontecido caso ela estivesse como normalmente, foi sorte mesmo, como disse. No entanto, embora tenha se safado, ela parece ferida demais para quem só o viu.

– O que ele fez com você?

– Nada de grave. - Diz, botando a cabeça de lado. Seu cabelo caiu do mesmo jeito, mostrando sem querer seu olho ferido. Lass fica sério ao entender o que tinha acontecido. Elesis percebe para onde ele olhava e ajeita a cabeça, voltando a esconder seu olho. - Mas só em vê-lo me faz mal. O que ele fez com aquela garota... - Balança a cabeça. - Não é humano.

A espadachim volta a se encolher sob a coberta. Ela não se sentia bem ao relembrar aquilo, percebe. Era de se esperar, a presença de Gerard ferir o orgulho da mesmo desse jeito. Pode ter sido apenas um olho roxo, mas a dor que ela tinha no peito era maior. Queria ao menos conforta-la.

– Fez certo em não ter contado para a Lothos ou para o Grandiel. Acabaria sobrando para você, então é melhor deixar isso quieto. - Era tudo que conseguia dizer.

– Mesmo assim, não consigo parar de pensar no que aconteceu. - Sua voz começa a vacilar, deixando os soluços em seu lugar. Volta a pôr as mãos nos rosto, querendo não ser vista daquele jeito. Já tinha passado muito tempo fingindo ser forte. - Gerard havia dito que tinha matado o Sieghart e o Dio. Eu fiquei muito preocupada, achei mesmo que ele tinha feito isso. - Aperta as unhas contra sua pele. - Eu o odeio!

Lass não expressa nada ao ver a ruiva daquele jeito. Não tinha palavras para dizer ou algum gesto para acalma-la, ele simplesmente não tinha nada. Fechou os punhos, como se sentisse as cicatrizes em suas costas queimarem. Mas era tudo impressão sua.

– E também, quando eu supostamente era para estar morta, tive um sonho estranho. - Continua Elesis, mantendo a voz abafada contra as mãos. - Não me lembro bem, mas você estava lá.

Olha confuso para a ruiva. Era algo estranho de dizer em um momenta daqueles.

– Mas acho que não era você. A sensação que eu tive era de ser outra coisa. - Suas mãos deslizam até sua testa, deixando os dedos entrarem em seu cabelo. Seu rosto continuava coberto. - Talvez fossem as chamas, o que me deixou viva.

– Não fale bobagens. Você não tem as chamas, e mesmo que tivesse, elas não a salvariam. - Falava sério. Conhecia essa "coisa" mais que qualquer um. - Talvez as chamas do Sieghart não tenham pegado em você, só a queda que a apagou por um tempo e deu essa sensação de morto. Você não morreu, Elesis.

– Eu vi minha perna quebrada! - Grita não em ira, mas em desespero. Tira as mãos do rosto ao falar, deixando suas feridas mais visíveis. Não se importava mais em esconder, nem mesmo seus olhos vermelhos das lágrimas que escorriam. - Quando eu acordei, ela estava novinha, como se nada tivesse acontecido. Meu corpo tinha se quebrado todo, eu não sentia nem meu coração bater! - Aperta a camisa, sentindo aquela área doer ao mencionar. - Eu morri!

Fica calado, olhando o desespero que Elesis sentia. Do jeito que ela falava, tinha certeza que aquilo tinha mesmo acontecido. Mas Lass não conseguia acreditar, as chamas não tinham feito aquilo com ela; Aquela estranha sensação que sentiu naquele dia não foi por causa dela. Balança a cabeça em negação.

– Foi impressão sua.

Os lábios de Elesis tremem. Lass continua a tentar convencê-la, mas ela balançava a cabeça como ele fez. As lágrimas escorrem por seu rosto, talvez em tristeza ou raiva. A voz do rapaz começa a parece insuportável, impossível de aguentar.

Lass para de falar, mas Elesis continua a negar. Percebe nesse momento que ela sussurrava algo, também em negação. Iria dizer mais uma coisa, até sentir algo de estranho com ela. A aura da espadachim se contorcia por dentro, como uma chama acendendo e apagando constantemente. Se levantou, olhando preocupado para a mesma.

– Elesis. - A chama com receio.

– Tudo está errado comigo. Tudo, tudo, tudo... - Ela murmurava.

Então aí que Lass percebe uma aura roxa em volta da ruiva. Sentia-se ameaçado quando chegava perto, mas não se importou, o estado que Elesis encontrava-se era pior. Deu um rápido passo em sua direção, a agarrando pelos os ombros.

– Elesis! - Grita alto o suficiente para a tirar dos pensamentos. Sente a aura diminuir, mas olhando mais assustado ao ver o rosto da ruiva.

Não soltou seus ombros, continua a olha-la perplexo. Nenhuma palavra sai de sua boca.

– O que é isso? - Pergunta quase como um pensamento.

A pele de Elesis estava novamente marcada por manchas escuras, com tom de roxo. Seu rosto estava pela a metade, fazendo que seu olho ferido parecesse normal naquela situação. A coberta que tanto segurava deslizou para o lado, revelando seus braços da mesma forma.

Lass percebe o que é aquilo. Suas mãos soltam a espadachim, afastando-se em pequenos passos. Quando parou, nota também que o cabelo ruivo tinha algumas mechas escuras, pretas ou em um vermelho escuro. Tudo que via em Elesis era estranho, mas não assustador.

– Eu... - Começa ela. Abaixa o rosto em vergonha. Sua aura roxa ganha forma lentamente, até virar pequenas chamas.

– Por que você tem as chamas roxas?

– Não foi de propósito! - Olha rapidamente para o rapaz. - Eu juro, não foi. Eu também não sei como consegui.

– Como que você não sabe?! - Diz indignado. - Você tem as chamas roxas!

– Eu não quis isso. - Balança a cabeça, em explicação. - Meu corpo as absorveu sozinho!

– Não, não! - Aponta irritado. - Você sabe a besteira que isso significa?!

Sim, ela sabia, por isso de seu desespero. Não tinha contado para Lothos, nem pretendia. Mas o pior disso tudo é o fato de Cazeaje poder descobrir. Seria condenada no mesmo instante.

– Ter duas chamas, tudo bem, mas três?! - Lass continua. - Você ficou maluca?

– Eu já disse que não fiz de propósito! - Berra em irritação. Inspira profundamente para se acalmar. - Quando Sieghart me atingiu, eu não sei o que aconteceu. Sério. Quando eu acordei, meu corpo estava diferente. - Passa a mão no cabelo, não sabendo que estava manchado também. - Depois eu percebi que tinha as chamas.

Lass apoia as mãos na cintura, ouvindo atentamente a explicação. Poderia ter acreditado naquilo, se não fosse por...

– Você era para estar morta. - Elesis concorda com um olhar óbvio. Era isso que ela tanto falava desde o começo da conversa. - Não faz sentido isso.

– O mesmo aconteceu com as douradas. Fui atingida e acabei absorvendo as chamas sem querer. - Suspira. - O mesmo deve ter acontecido com as roxas, mesmo que eu pudesse ter morrido.

Tinha esquecido o fato de Elesis estar mais forte, podendo aguentar qualquer ataque do gênero. Seu corpo tem se acostumado tanto com a presença das chamas douradas, que as roxas vieram de portas abertas. Mas tudo isso pode ter acontecido pela a pequena quantidade das chamas azuis que ela teve no corpo; Ou que talvez ainda tenha.

Não importava como ela tinha adquirido, o maior problema era como ela esconderia isso. Cazeaje sentiria caso a encostasse, como fez com ele. A cada chama que tivesse dentro do corpo, mais difícil seria esconder Elesis de seu segredo.

– Pode ter sido isso. - Fala Lass, não se importando. - Alguém mais sabe disso?

– Não, só você. Pretendia contar para o Jin, mas não quero o envolver nisso. - Lamenta. - Espero também não trazer problema para o seu lado.

– Estamos no mesmo barco, não preocupe. Se Cazeaje descobrir sobre você, eu vou junto do mesmo jeito. - Balança os ombros, um pouco irritado. - Temos que esconder isso, de todo mundo.

Elesis concorda sem questionar.

– Creio que Lothos irá ficar furiosa se descobrir. - Fala ela. - Mas farei o possível para ela não saber. Aliás, não pretendo usar essas chamas. É do Sieghart, não minha.

– Tá, e as azuis são suas e nem por isso eu deixei de usa-las. - Nota o olhar incomodado da espadachim ao ouvir isso. - De qualquer jeito, é melhor fazer do seu jeito, fingindo nunca ter tido elas. Consegue fazer isso?

Concorda outra vez. Fica mais calma com essa conversa, podendo relaxar os ombros tensos. As manchas em sua pele começam a evaporar, fazendo que a queimação que sentia sumisse aos poucos. Só esteve desse jeito porque não tem o controle das chamas roxas, podendo machucar a si própria. Com Sieghart deve ser o mesmo, mas acontecendo raramente por costume.

– Acho que será um pouco difícil controlar três chamas ao mesmo tempo, - Diz, olhando para seu braço e vendo as manchas sumirem. - mas consigo dar conta.

Lass aproxima-se, pegando a mão da ruiva e pondo a outra por cima, a cobrindo. Elesis olha atenta enquanto ele falava:

– Se tiver algum problema, é só falar. Estamos juntos, não se esqueça. - Descobre a mão da espadachim, mostrando sua pele limpa que antes estava manchada. Ela olha impressionada, se esquecendo que Lass conseguia apagar aquelas manchas. - Mas antes que eu vá, o que Gerard fazia em Xênia?

A ruiva tira o olhar de sua mão para o rapaz. O nome do ruivo a fez tirar o sorriso do rosto.

– Eu não sei bem. Só o vi matar Gaia e ir embora. - Dizia pensativa. - Mas antes disso, ele pegou a essência de Xênia para si.

– O que ele quer com ela? Mais poder?

– Não seria uma surpresa.

Afirma de leve. Gerard é o típico cara que vai atrás de poder, não importando se é o mais forte. A essência de Xênia, uma delas, deve ser um ponto alto para ele.

– Às vezes, penso que não serei capaz de derrotar Gerard sozinha. - Menciona Elesis, o tirando dos pensamentos. - Talvez eu precise mesmo das cinco chamas. Esse é o meu destino, conseguir mais poder para derrotar o Gerard por igual.

– Pare. Gerard abandonou algo que você ainda tem, então não siga os passos dele. - Falava sério. - Quem sabe, seja você no lugar dele daqui a alguns anos.

– Não vou me torna um monstro desse tipo. - Junta as sobrancelhas, rabugenta. - Só estou querendo ficar mais forte. E só para você ficar sabendo, eu não matei ninguém até agora.

Não era de se esperar, Lass abre um pequeno sorriso. Ele assente, satisfeito pela a resposta. Elesis estranha, não entendendo o porquê de ter ficado assim.

– Tenho boas notícias! - Fala o rapaz, animando-se ao lembrar. Sentou ao lado da ruiva. - Acho que você vai se interessar.

– Cazeaje está morta?! - Junta as mãos em uma rápida palma de animação. Olha esperançosa. Lass nega com um sorriso de lado. Ela bufa. - Então não me interessa.

– Continua sendo uma notícia boa do mesmo jeito. - A cutuca com o cotovelo. - Edel não está mais nos nossos pés.

A espadachim arregala os olhos de surpresa, logo de felicidade com um largo sorriso. Nesse momento de animação, ela para e encara o rapaz desconfiada. O acusa de mentiroso, o fazendo rir por isso.

– É sério, estou falando a verdade. - Insisti. - Edel está fora.

– E como isso aconteceu?

– Eu tentei matar ela. - Fala calmo, fazendo a ruiva se surpreender. - Só tentei mesmo. Descobri que Edel não estava lá só para testar o Lupus, e sim a mim também. Sabia que Cazeaje estava a manipulando também, mas não aguentei.

– Então você não a matou? - Pergunta tensa.

– Fui impedido. - Cruza os braços, pouco nervoso. Sente Elesis o observar, esperando que dissesse o motivo disso. - Foi por causa das chamas. Eu senti uma dor e acabei apagando.

Elesis se agita ao ouvir sobre as chamas. Põe o rosto de lado, olhando o de Lass melhor. Ele não parecia sério, mas um pouco sem jeito.

– Está tudo bem agora?

– Era bobagem, nada para se preocupar. Não me pergunte por que isso aconteceu, eu também não sei. - Mente. Olha para ela, vendo que acreditava no que dizia. - Mas o importante é que Edel não vai mais nos perturbar. Ela não aparece desde esse dia.

– Que bom. - Sorri aliviada. - Não aguentaria voltar para o colégio e ver a cara dela. Embora eu tenha ganhado 3 semanas de castigo.

– 3 semanas? Bem, é o suficiente para você se recuperar. - Apoia os cotovelos sobre as pernas. Ver melhor o olho ferido da ruiva. - Tanto fisicamente quanto emocionalmente.

Elesis estreita os olhos ao entender. Era verdade, após seu encontro com Gerard, não tem dormido bem, muito menos pensado em outra coisa que não seja isso. As palavras, a voz e o jeito de Gerard repetiam-se em sua mente, a cansando dessa forma. Pior que isso, era lembrar da morte de Gaia, da tranquilidade que o rapaz teve ao executá-la.

Ela abaixa a cabeça, deixando que seus cabelos cubram sua expressão vazia.

– Eu estou bem. Obrigada por se preocupar, mas não precisa. - Levanta a face, fingindo a determinação que queria mostrar a Lass. - Gerard não me afeta mais. Ele é passado. De agora em diante, farei de tudo para que da próxima vez que o ver, mata-lo facilmente. - Estica o punho fecho para o rapaz, abrindo um largo sorriso. - Certo, parceiro?

Lass olha para ela, depois para o punho com curativos. Não precisou a olhar mais que isso para saber que fingia, como sempre fez. Sua mão tremia em dor, sua expressão positiva queria desmanchar-se. Tudo que Elesis era estava ali.

– Por favor, pare de se ferir. - Pede Lass, a encarando. Elesis olha um pouco confusa, ainda mantendo o punho erguido. - Não por mim, mas pelo o Jin. Quando ele ouviu a notícia que você podia estar morta, ele quase quis ir junto. Ele se preocupe demais com você.

– Eu sei que estou passando dos limites, mas quero dizer que vai ficar tudo bem. É como essa missão, eu fui...

– E podia ter voltado morta. Elesis, não esqueça que se você morrer, isso afetará muitas pessoas em sua volta. - Sua voz ganha um tom gélido. - E não afetará no bom sentido.

– Eu sei, mas...

– Até quando você vai ficar sabendo? - Quase grita. - Pare de egoísmo! Eu sinto que o que acontecer com você será minha responsabilidade! Então me faça está errado.

Nota a preocupação que Lass tinha ao dizer tudo aquilo, e não um sermão como esperava. Ele sentia culpa de tudo que aconteceu com ela, principalmente seu encontro fracassado com Gerard. Ela não era a única que queria ter uma revanche contra o ruivo, Lass também queria. Querendo ou não, ele estava ligado àquele destino junto a ela.

Seu punho recua lentamente. Quando ia dizer, um soco um pouco forte a acerta na mão. Olha surpresa para Lass ao retribuir o toque, mesmo que tivesse sério.

– Não importa o que você faça, estarei sempre do seu lado. - Fala o ninja, ainda aborrecido. - Para onde você olhar, estarei olhando. Então, me guie!

Um sorriso torto se abre em Elesis. Ela afirma, contente pela a resposta.

– De pouco a pouco, guiaremos um ao outro. - Ela fala.

Ele assente. Levanta-se da cama, preparado para ir embora.

– Antes que eu vá. - Diz Lass, em seguida apontando sério para a ruiva. - Uma vez por semana, iremos nos encontrar para treinar as chamas. Não me importo com o que você tenha de importante no dia, terá que treina-las. Entendido?

– Desde quando você sabe usar as chamas roxas? - Levanta a sobrancelha, em questionamento.

– Não deve ser tão difícil quanto as azuis, não é mesmo? Então irei te ensinar o que você precisa para escondê-las. - Chega até a porta, virando-se para terminar. - Isso fica só entre nós, não quero Lothos ou Grandiel se intrometendo. Tudo bem para você?

Elesis não pensa muito antes de concordar. Antes da chegada de Lass e essa proposta, ela estava desesperada por não saber como esconder as chamas. Agora tudo parecia ficar tranquilo, estranhamente com a presença do ninja.

Era como no sonho que teve com ele. Tudo estava um caos, mas com o rapaz ao lado dela, nada a assustava. Sua presença é agradável, não importando o que tenha acontecido. Com esses pensamentos, ela se encolhe em seu coberto, sem jeito.

– Obrigada. Não contarei a ninguém, talvez ao Jin, mas isso fica ao seu critério. - Sorri.

– Se cuida. - Abre a porta, já a fechando do outro lado. - Não quero ouvir outra notícia que você pode estar, possivelmente, morta.

– Olha quem fala! Não se esqueça do tiro que tomou na cabeça.

– É normal da minha natureza. - Põe a mão no peito, se defendendo. - Eu morro, volto e vivo normalmente. Uma dia comum.

– É uma aberração de circo mesmo. - Rir em brincadeira.

Para a risada ao percebe que Lass não fazia o mesmo. Ele ficou sério de repente, olhando para o vazio. Depois de um tempo, ele a olha e concorda brevemente.

– Em breve eu volto para te ver. - Disse antes de ir.

A ruiva fica constrangida pelo o comportamento do rapaz. Achava que tinha dito algo que o ofendeu, mas ao repensar, nada parecia de errado. Talvez fosse algo que ele tivesse lembrado, ou algo do tipo. Lass é um mistério, nunca saberia sua verdadeira natureza. Tudo que sabe dele é que é um mestiço, tem um meio-irmão haro, um passado difícil e, principalmente, um monstro dentro de si.

Se o tinha ferido, nunca perceberia. Lass também não contaria.

Deu um leve tapa na testa. Quem era ela para pensar nisso? O ninja nunca se intrometeu em sua vida, querendo saber sobre seu passado. Sempre respeitou esse limite que eles têm. Ou talvez eles tenham medo de ultrapassar, assim, vendo um ao outro de forma diferente. Elesis temia a isso, com certeza Lass tinha o mesmo.

Deitou-se, deixando seus cabelos ruivos tomarem conta do travesseiro. Pretendia cochilar, já que estava com a mente mais limpa. Só não fez ao perceber algo, tão belo que a fez abrir um sorriso bobo.

Ficou de pé em um pulo, não se importando com as dores, e foi pegar uma jarra d'água. Encheu o vidro das suas rosas até uma certa quantidade, logo afastou-se para as observar melhor. Uma leve corada desperta em seu rosto pálido e ferido.

– São bonitas. - Sussurra para si, porém, parecendo como se fosse para outra pessoa.


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Notas finais do capítulo

Review?
* Elesis e Lass estão voltando a ficar amigos novamente.... Eba!
* Elesis ganhou uma nova chama, como é de se esperar.
* As rosas foram mesmo compradas pelo o Jin? O que acontecerá com Edel e companhia?! Bem, você verá no próximo capítulo!
* Não se esqueçam sobre o que eu falei da minha outra fic, ok? Quem não leu ela ainda, leia, é bem legal. Não é Elesis x Lass, assim, como principal... Enfim, quem leu sabe do que eu tô falando!



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