Fale O Que Quiser Mas Sou Uma Garota escrita por Risadinha


Capítulo 83
Vamos brincar!


Notas iniciais do capítulo

Olllaaaáhh, tudo bão com todos? Estou bem! Capítulo hoje um pouco grande, mals! Diria que o cap está meio para se distrai, mas que tem umas coisas importantes lá para o final. Sem muito o que dizer, só o fato de eu ter começado a ler Berserk! (Meu Deus, que mangá maravilhoso, por mais antigo que seja! Guts is life ♥)
Capa: Final Fantasy XV (À espera de uma década por esse jogo... MAS EU AMO DO MESMO JEITO!)
Boa Leitura!



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Não se importava se machucaria alguém daquele jeito, saía empurrando todos na sua frente e continuava a correr desesperado. O suor escorria constantemente em sua visão, o atrapalhando dessa forma. Passou a mão rapidamente no rosto e voltou a se concentrar na fuga. Achava que correr em direção às árvores do pátio do colégio iria salvar sua vida de alguma forma. É, o rapaz estava totalmente enganado ao ouvir um rugido ao longe.

– Sieghart! - A pessoa claramente irritada, berrou o nome do moreno.

O rapaz fechou com força sua mão na espada que segurava. Ao olhar para trás, viu aquela energia escura vim em sua direção. Um grito agudo saiu da boca do moreno ao ver aquilo. Estava morto, pensava.

Sua corrida foi interrompida quando algo agarrou seu pé com força, chegando a doer. Uma grande planta carnívora tinha brotado do chão e agarrado a perna do mesmo com seus dentes pontudos. Tentou se soltar da criatura, mas sua carne era perfurada cada vez mais que fazia isso, algo doloroso.

Ergueu o olhar ao ouvir um barulho correndo em sua direção. Sua pele ficou branca ao ver o asmodiano correndo em sua direção, levantando seu punho do braço demoníaco.

– Foi sem querer, Dio! - Gritou Sieghart em desespero.

– Tá com você! - Disse o asmodiano com um olhar mortal.

Socou o moreno ao se aproximar. Um grande raio roxo subiu ao céu com o barulho da explosão no local. Todos os alunos, mesmo distantes, olharam assustados. Porém, aqueles mais tensos corriam em direção oposta à da explosão.

Os SSs não queriam ser a próxima vítima.

***

Pôs a mão na boca ao soltar um longo bocejo. Em um piscar de olhos, o final de semana havia acabado. Não pode nem ao menos ter um descanso com apenas dois dias. Agora, de voltar ao uniforme masculino e de cabelos curtos, Elesis ia para sua aula do dia. Pelo o que soube, Astaroth tinha dito que hoje seria uma aula divertida para todos. É, como se alguém acreditasse.

Ao chegar na sala, todos os rapazes já estavam presentes. Não demorou muito para que Astaroth aparecesse com seu sorriso largo no rosto. Como isso os irritava.

– Por que essas caras? - Questionou o professor. - Deviam estar felizes pela aula do dia. Você irão gostar!

– Você diz isso desde que nos tornamos SS. - Diz Dio quase como um rugido. - Não caímos mais nessa.

– Poxa, vocês crescem tão rápido. - Lamentou. - Como queria que as coisas fossem como antes.

– Diz logo a tarefa! - Gritou Lupus impaciente.

Astaroth olhou ofendido. Limpou a garganta antes que dissesse, deixando todos mais nervosos ainda.

– Hoje, a tarefa, terá um castigo caso a pessoa perca. - Comenta com um sorriso macabro no rosto. Todos já ficaram tensos. - Mas antes, devo contar sobre o que é a tarefa. - Fez uma longa pausa, deixando o suspense tomar conta do lugar. Continuou a falar quando todos gritaram com ele. - Pique-pega!

As expressões vazias sugiram nas faces dos rapazes. Não disseram nada à espera de aquilo ser algum tipo de piada do professor. Não era.

– É sério, é pique-pega. - Repete Astaroth. Dessa vez, todos olharam sem acreditar.

– Você tá de sacanagem? - Sieghart forçou um sorriso. - Uma brincadeira infantil como tarefa para nós, SS?

– Infantil, você diz. - O professor se segurou para não rir. - Sim, será pique-pega, a brincadeira "infantil". - Fez aspas com os dedos. - É claro, como toda outra brincadeira terá regras.

– E lá vamos nós. - Menciona Ronan, sentindo o mesmo que todos. Medo.

– Regra número um: - Levantou o dedo em drama. - A pessoa só pode ser pega por contado físico, mãos, pés, não importa; Regra número dois: - Outro dedo levantado, e por assim ia. - O limite de área é nos campos do colégio, nada de fugir para fora dele ou algo do tipo; Regra número três: As pessoas que podem ser pegas são somente essas nesse salão, nada de pegar outro fora disso; Regra número quatro: O jogo durará até o anoitecer, então se o sol ir embora na sua vez, você levará o castigo. Simples, não?

Um desconfio passou por cada um. Depois de ouvirem as regras atentamente, concordaram com o jogo. Parecia algo justo e fácil de se fazer.

– É, parece válido. - Concorda Ronan. - Mas e sobre esse castigo?

– Sim, sim, o castigo. A pessoa que for pega por última terá que realizar um desejo para a pessoa que o pegou. - Cruza os braços ao perceber o interesse de todos. - Resumindo, o penúltimo pego terá um desejo realizado, independente do que ele pedirá. Mas é somente um desejo.

– Isso parece interessante. - Diz Sieghart com um largo sorriso.

A animação dos rapazes contagiaram a sala inteira. Até mesmo Elesis se animou, por mais que não tivesse interesse algum em fazer algum pedido. É, não se deixaria ser pega facilmente, faria de tudo para evitar isso.

Olhou para o lado, notando a agitação dos rapazes. Não deixou de sorrir junto. No entanto, sua animação se desmanchou ao perceber o olhar de Lass sobre ela. O ninja estava tão sério enquanto a encarava em silêncio. O corpo da espadachim não se moveu naquele momento, sentia-se pressionada naquele momento.

– Lass não usaria esse direto de desejo para... - Sacudiu a cabeça, tirando aquele pensamento. - Ele não ousaria.

Ficou aliviada quando o rapaz virou o rosto para frente, voltando atenção para Astaroth. Mesmo assim, continuou a olha-lo tensa. Segurou suas próprias mãos trêmulas, olhando confusa para o estado que estava. Por que tanto medo do ninja?

– Ah, quase me esqueci! - Anuncia Astaroth, acabando com a agitação. Levantou os cinco dedos, ao mesmo tempo, um sorriso macabro se abriu em seu rosto. - Regra número cinco: Qualquer arma, magia, poder será permitido na brincadeira. Não importa que tipo de trapaça você use, será permitido.

Aquela regra era a principal de todas, a mais importante. Alguns acharam aquilo bom, outros não. Uma guerra estava armada no colégio de agora em diante.

Lass olhou para o professor como se disse algo baixinho. Astaroth precisou nem o dizer que ele não poderia usar as chamas azuis. É claro, o professor não era tão insano a esse ponto, de torna um inferno azul o local.

– Então, quem começa? - Pergunta Elesis séria. Tinham esquecido aquele detalhe.

– Hum. - Astaroth andou entre os rapazes pensativo. Passou ao lado de Azin e o acertou um tapa no braço. - Está com o Azin. Que comece o jogo!

Algum tempo se passou até perceberem que realmente tinha começado. A primeira coisa que fizeram foram correr para fora da sala, alguns pela a porta, outros pela a janela mesmo. Elesis foi a que atravessou a porta enquanto corria com tudo que podia.

– Aí vou eu! - Azin os deixou 5 segundos para correrem enquanto o mesmo ficava parado. Diriam que aquilo foi legal de sua parte, se não fosse pela a raposa ser um dos mais velozes do grupo. Astaroth o escolheu não foi à toa.

Para sorte de Elesis, Jin estava ao seu lado. O ruivo não a deixaria de lado para correr por si próprio, preferiu ficar ao lado da amiga. Porém, depois de uma boa pensada, Elesis percebeu que a presença do lutador naquele momento não a ajudaria muito.

– Jin, é melhor você se esconder! - Avisa a jovem. - Rápido!

– Por quê? - Olhou confuso.

Jiiinnn! – A voz de Azin ecoou os corredores.

– Por esse porquê! - Diz Elesis.

O ruivo tinha sido idiota de achar que Azin iria atrás da pessoa mais perto, e não dele. Como estava tão enganado!

– Acho que esse será um jogo onde teremos que nos separar. - Fala Jin. - Teremos que nos manter afastados se quisermos não ser pegos.

– Você tem razão! É melhor assim. - Afirma séria.

A dupla ia se separar quando cada um iria para um lado do corredor, mas Elesis não foi diretamente. Diminuiu os passos e chamou pelo o lutador.

– Jin, me fala se você ver o Lass! - Pede a espadachim. - Tudo bem?

– Certo! - Grita ao longe, já sumindo entre os outros alunos.

Se virou e voltou a acelerar os passos. Tudo que Elesis menos queria era dar de cara com Lass e ser pega por ele, e no final do dia ter que fazer algo que ele pedir. Sentia que o ninja queria esse poder de desejo, mas somente usado na espadachim. Precisaria nem pensar muito para saber que ele queria saber mais sobre as cicatrizes, extrair o máximo que a garota sabia.

Elesis se enojava ao pensar nisso.

Mas do outro lado, Jin nem ao menos pensava sobre o castigo, estava ocupado demais em tentar escapar da raposa que o perseguia. A qualquer momento seria pego. Como agora, quase sendo acertado por uma bola d'água, que por sorte, desviou a tempo.

– Por que você está só me seguindo?! - Gritava o ruivo em desespero.

– Gosto de atormentar. - Ouviu a voz de Azin ao fundo.

Sentindo algo se aproximar, Jin olhou sobre o ombro para ver onde o rapaz estava. Azin era tão veloz quanto diziam, corria com a maior leveza possível. O mesmo deu um salto contra a parede e a usou como apoio para se impulsionar na direção do lutador. Encheu os punhos de energia e tentou atingir Jin ao voar contra ele. O ruivo se jogou para frente, rolando no chão e se erguendo em segundos.

– Vamos, Jin! - Exigi Azin sorrindo. - Lute comigo!

– Pra você me pega? Não, obrigado!

A raposa riu e avançou contra o ruivo. Esticou a mão e a jogou contra a face do rapaz, que desviou o rosto para o lado a tempo. Os fios ruivos se moveram pelo o vento, deixando Jin tenso. O lutador se agachou rapidamente quando sentiu que os dedos quase o encostaram, assim acertando um chute na barriga do rapaz, o afastando de si.

Azin pôs a mão onde foi atingido e soltou outra risada. Jin não o deixou avançar novamente, se virou e voltou a correr o máximo que podia. Tinha que se manter afastado o mais rápido o possível.

Após ter uma dada boa corrida, Jin notou que não ouviu mais provocações, nem mesmo passos que o seguia. Após ter dado uma rápida olhada sobre o ombro, viu que Azin não o seguia mais. Seus passos pararam, iniciando uma respiração ofegante.

– Será que ele desistiu de me seguir? - Sussurrou enquanto passava a mão na testa para tirar o suor.

Um sentimento de ter olhares sobre si o incomodava. Achava que era por causa dos alunos que passavam pelo o corredor, o olhando confusos. Mas não era isso, tinha certeza. Sem perceber, olhava rapidamente para os lados com o corpo tenso.

Quando alguém esbarra em seu ombro, Jin gritou assustado, erguendo os punhos em defesa.

– Me desculpe. - Pediu o aluno assustado. O ruivo abaixou os punhos e o garoto continuou seu caminho.

– Ficar no meio da multidão não vai adiantar muito. - Pensava. - Preciso ficar em um campo de visão maior.

Jin deu atenção à janela ao seu lado. Se aproximou e viu que não seria uma queda tão grande dali, no segundo andar, até lá embaixo. O pátio não estava tão cheio assim, então seria um bom lugar para ver Azin o seguindo.

Apoiou o pé na janela após abri-la. Esticou a cabeça e concluiu que se jogaria dali, pois acabaria perdendo muito tempo indo pelas escadas, além de ser arriscado de se encontrar com Azin. Preferia não arriscar.

Seus olhos se arregalaram ao sentir algo voar contra suas costas. Não olhou, abaixou-se antes que aquele energia o acertasse. Cobriu a cabeça a sentir o ataque bater contra a janela e os cacos de vidro caírem sobre o ruivo. Não se machucou, mas isso era o de menos no momento.

– Não fuja que nem uma garotinha! - Exclamou Azin correndo em sua direção.

Jin ignorou o insulto e se levantou, voltando a se jogar dali. Sentiu que a raposa não o deixaria escapar facilmente daquele jeito, portanto, ao ver outra onda de energia voar contra si, ergueu uma fina camada das chamas douradas. Seria o suficiente para protegê-lo.

O ruivo cometeu um grande erro ao fazer aquilo. O que Azin atacava contra ele era uma energia composta somente de mana, o mesmo valia para as chamas douradas. Quando dois ataques com esse mesmo nível de magia se chocam, nada de bom acontece. E foi o que acorreu com o lutador.

A pequena explosão aconteceu ao lado de Jin, o arremessando de vez pela janela. O ruivo só sentiu o impacto do chão, e assim muitos giros até que ficasse de cara no mesmo. Seu corpo só tinha se ferido pela a lateral, onde tinha sido pego pela a explosão. Porém, ficou algum tempo deitado até se recuperar para se levantar.

– Rápido, rápido. - Sussurrava para si enquanto a dor o impedia de ficar de pé. Cambaleou um pouco até se levantar por completo.

Quando olhou para trás, viu Azin pulando da mesma janela que pulou, bem, dos restos dela. A raposa pousou sem problema algum, em seguida andando lentamente até o ruivo. Suas mãos se esticaram, deixando a mana tomar contorno delas. Jin olhou tenso.

Azin deslizou pelo o chão ao avançar contra o ruivo. Quando começou a ataca-lo com suas palmas abertas, ficou claro que o único objetivo da raposa não era só encostar em Jin, e sim o feri-lo quando isso acontecesse. Mas o lutador, embora ferido, conseguia recuar enquanto desviava dos golpes. Por um segundo, achava que seria fácil de escapar dos ataques da raposa, porém, a cada ataque mais rápido ficava. Começava a estar em uma situação complicada.

Os passos do ruivo andavam para trás a cada ataque que desviava de Azin, portanto, Jin mantinha a atenção nas suas costas para saber por onde andava. Foi naquele momento que percebeu que estava se aproximando de um chafariz, o deixando tenso.

– Muito bem notado. - Menciona Azin como se fosse um elogio.

Com um simples movimento com a mão, a água se moveu na direção do ruivo. Jin tentou escapar, mas era tarde demais quando seu corpo foi preso pela a água que se tornava em uma esfera em sua volta. Quando percebeu, se afogava dentro de uma bola d'água sem poder sair dali. Tudo que conseguia ver era a imagem distorcida de Azin do outro lado, sorrindo.

– Que bom menino que você é. - Diz a raposa. Levanta a mão e a direciona lentamente até a água.

Jin não se deixaria desistir. Invocou suas chamas, tantas douradas quantas vermelhas, e começou a aquecer a água. Quando Azin pôs a mão dentro da esfera, a retirou rapidamente ao se queimar pela o calor da água. Não poderia tocar Jin daquele jeito.

– Não ache que isso vai me impedir. - Disse zangado.

Com um rápido giro, acertou um chute certeiro no ruivo, que o fez voar para fora da bola d'água. Por causa daquele rápido ataque, Azin não se queimou, só sentiu um calor passar por sua perna. Já Jin, girou pelo o chão, o molhando cada vez que o tocava.

– Tá com você. - Disse a raposa ao abaixar a perna. Se virou e saiu correndo o máximo que podia.

O ruivo levantou o rosto do chão, sentindo o peso de seus cabelos molhados. De onde estava, viu todos os rapazes o olhando em lugares aleatórios. No começou achou estranho aquela atitude de todos, mas depois entendeu o que faziam. Tinham que saber com quem estava para poderem fugir, e naquele momento não era diferente. Mas não demorou muito para que se virassem e fugissem.

Jin após soltar um longo suspiro, se levantou. Estava completamente molhado, além de sentir dores no corpo pela queimadura que teve na água. Agir daquela forma foi imprudente da sua parte.

– Certo. - Resmungou baixo. - Quem eu deveria ir atrás?

Após uma pensada, soltou um estalo com a língua. Perderia tempo se ficasse parado pensando, tinha que se mover logo. Começou a andar até correr de uma maneira que estivesse confortável. Seu corpo ainda doía, tinha que fazer o mínimo para se esforçar.

Não sabia o que fazer quando entrou no colégio à procura de alguém. É claro que todos os rapazes estavam no lado de fora, não ali. Mas ainda tinha esperança que achasse alguém.

Andou entre a multidão de alunos enquanto olhava atentamente para os lados. Procurava alguém familiar, mas tudo que achava era desconhecidos. Ficava em pânico a cada minuto que se passava sem achar alguém. Não queria pagar um castigo, principalmente por vim de Azin.

– Droga, droga, droga! - Pensava.

Ouviu uma risada. Olhou para todos cantos possíveis até encontrar os cabelos escuros de Sieghart. O rapaz parece ter parado para ter uma rápida conversa com alguém, um grande erro. Jin não viu outra oportunidade melhor que aquela. Saiu correndo enquanto desviava dos alunos, tomando cuidado para não chamar atenção do moreno antes que se aproximasse dela.

Ao chegar em uma certa distância, invocou suas chamas douradas, que se contornaram em seu corpo rapidamente. Jin se tornou um ligeiro raio amarelo em direção a Sieghart. Aquilo não deixou de ser percebido por todos, até mesmo pelo o moreno. O mesmo viu o raio amarelo se torna em grandes chamas cada vez que se aproximava, até a mão do lutador sair de dentro do fogo, esticando contra Sieghart.

– Não ache que será tão fácil assim. - Comenta o moreno com um sorriso estampado.

O corpo de Jin saiu pela metade das chamas, se esticando ao máximo quando ia encostar em Sieghart. Mas havia algo que ele não tinha previsto. O moreno se contornou nas próprias chamas roxas como um escudo.

Jin voou para o lado e Sieghart para o outro. O moreno não se feriu muito, nem mesmo o ruivo. Ambos deslizaram pelo o chão de pé, olhando fixamente para cada um. Enquanto isso, os alunos no corredor se afastavam o mais rápido o possível, não queriam estar em meio a uma luta que tinha Sieghart.

Jin avançou contra o moreno, tentando o acertar com os punhos fechados em volta das chamas douradas. Não tinha percebido, mas Sieghart começou a se defender com a própria espada. Podia ser rápidos nos ataques, mas ele era mais. Com uma espada em mãos, Sieghart era tão forte quanto Elesis com duas.

Quando a ponta da espada tocou no chão ao atacar, Jin jogou o pé sobre a lâmina, impedindo que Sieghart a puxasse de volta. Aproveitou que estava sem arma e ergueu o punho na direção da face do moreno. Ele simplesmente largou a espada e se jogou para trás. Quase que foi encostado pela a ponta do dedo de Jin.

Sieghart quase tropeçou nos próprios pés ao escapar, mais ainda quando o ruivo continuou a avançar contra si. Desviou dos ataques de Jin quando pode, mas sendo uma tarefa difícil quando não se tinha uma arma para se defender. Quando a mão do lutador foi contra sua face e teve que desviar para o lado, quase foi pegue, mas sendo surpreendido da mesma forma.

– Peguei! - Gritou Jin.

Sieghart estranhou o fato de ser pego, sendo que nada tinha o encostado. Fez uma careta quando sentiu seus cabelos serem puxados pelo o ruivo, no mesmo ataque que quase o acerto. Não conseguiu evitar, Jin o puxou e acertou uma testada no moreno.

– Tá com... - Jin dizia ao cambalear para trás. Pôs a mão na própria testa em dor. - você.

Sieghart havia caído no chão pelo o impacto. Sua cabeça explodia em dor por causa do ataque. Por causa disso, teve nem tempo de se levantar e correr atrás de Jin.

– Jin! - Gritou o rapaz irritado. - Eu sei onde você dorme, não fuja!

Quando se levantou, tropeçava nos próprios pés até ficar de pé. Olhou em volta, ainda com a mão na testa, procurando se algum dos garotos o olhava. Não achou ninguém dentro do colégio, somente olhares assustados para eles. Os alunos deviam estar se perguntando que tipo de tarefa Astaroth tinha dado para eles.

Sieghart soltou uma pesada respiração e tirou a mão da testa. A dor passava aos poucos, mas sabia que tinha uma marca vermelha em meio a sua face por causa de Jin. Bem, aquilo não importava no momento, tudo que fez foi pegar sua espada no chão e procurar alguma vítima.

***

Elesis tinha dado sorte ao se separar de Jin. Como era de se esperar, Azin o perseguiu não importava o quê. A morena chegou a se assustar quando ouviu um barulho de explosão no prédio. Teve receio no começo de ver o que era, mas logo tomou iniciativa e foi até o local. Não precisou nem sair do prédio, viu tudo pela a janela o ruivo caído no lado de fora e sendo perseguido por Azin.

Não o ajudou, nem mesmo quando Jin foi pego. Era cada um por si dali em diante.

– Tá com... Você! - Ouviu alguém grita no corredor depois disso tudo. Tinha decido as escadas para sair do prédio, até que ouviu isso ecoar.

Não precisou nem pensar para saber que era Jin. Mas isso não a fez ir atrás do mesmo, e sim ao contrário, se afastar o máximo que podia. Não sabia ainda com quem estava, mas provavelmente saberia quando visse alguém correndo insanamente em sua direção.

Como Sieghart fazia.

– Eléo! - Gritou o rapaz em chamada. - Não tá comigo!

Nope! – Gritou, e se virou e começou a correr.

Enquanto corria, sentiu algo pegar de raspão por onde passava, que logo se explodiu e a jogou contra o chão. Se tivesse tempo, olhava para trás e via Sieghart jogando suas chamas em forma de esfera na garota; Mas nada que fosse perigoso como da outra vez. Elesis se levantou rapidamente e continuou a correr.

– Sieghart não tem preferência como Azin. - Pensava. - Se ele achar alguém mais próximo, ele vai atrás.

Mas diante daquela situação, ninguém seria idiota de aparecer no lugar da espadachim e ser pego pelo o moreno. Elesis tinha que pensar em um plano melhor. Enquanto isso, corria em corredores aleatórios, conseguindo escapar de Sieghart por algum tempo.

– Espada! - Disse a garota de repente. Olhou para as próprias mãos e notou que estava sem arma alguma. Tinha sido tola em esquecer de pegar uma arma durante aquele tempo. - Preciso de uma.

Ao ouvir um ruído no fundo do corredor, olhou sobre o ombro assustada. Sieghart não tinha desistido dela. Um sorriso sombrio se abria no rosto do rapaz, e por um momento, Elesis achou ter visto um raio roxo passar pelo o olho do mesma. Ele ficava assustador em uma brincadeira daquele tipo.

– Eléo, quando eu te pegar, farei questão de usar meu pedido com sabedoria! - Dizia o rapaz. - Vai ficar lindo com um vestido de empregada enquanto me serve!

Elesis olhou para frente com a expressão vazia. Não queria imaginar isso, usando um vestido ao servi-lo. De todos os desejos que podia ser feito para ela, esse era o pior; Bem, se Lass não ousasse usar o pedido nela.

De repente, seus pés desencostaram do chão quando algo explodiu em suas costas. As chamas de Sieghart haviam pego o chão, perto demais da espadachim, o que a arremessou mais alto que devia. Se pudesse teria evitado em ter caído sobre um dos aluno quando foi arremessada.

– Me desculpe. - Pediu Elesis enquanto se levantava.

Ao ver sobre quem estava, se arrepender em ter pedido desculpas. Ficou de pé rapidamente, esperando a pessoa ficar de pé, para ver se estava bem mesmo.

– O que está acontecendo? - Murmurou Uno ao ficar de pé.

– Não tenho tempo para explicar agora. Tenho que ir! - Ao se virar para sair correndo, foi segurada pelo o cotovelo. Olhou irritada para o garoto. - O que é?

– Vamos treinar. - Pediu ainda sem entender a situação.

– Agora não! - Gritou.

Ainda segurada por Uno, o chamado de Sieghart no corredor a fez congelar. A garota olhou na direção que o mesmo vinha, com um sorriso vitorioso.

– Eu vou te pegar! - Cantarolou Sieghart.

Elesis congelou mais ainda, e muito mais quando o rapaz avançou contra ela. Iria ser pegar. Tudo que viu foi um raio roxo indo em sua direção rapidamente. Puxou seu cotovelo, se soltando de Uno, e virou-se para correr, embora não adiantasse de nada.

Ao piscar os olhos, Sieghart já estava próximo com a lâmina da arma erguida, pronta para descer. Elesis ao tentar escapar se atrapalhou com o susto, assim caindo de bunda no chão. Só o que restou foi colocar os braços na frente em defesa.

– Hã? - Estranhou Elesis e Sieghart juntos.

A lâmina não chegou até o chão, foi segurada pelo o fio de sangue que vinha de Uno. O rapaz fez nem esforço para segurar o ataque de Sieghart, parecia algo totalmente leve.

– Não toque no mestre. - Disse Uno com um olhar sério. Primeira vez expressava algo além de um olhar preguiçoso e triste.

Outro fio de sangue circulou Sieghart pela a cintura e o levantou, assim o arremessando o mais longe o possível. Não viu onde o moreno foi parar, mas ouviu um barulho de algo rachando. Provavelmente quebrou uma parede ao ser jogado daquele jeito.

– Eh... - Elesis ainda não acreditava no que tinha acabado de ver. Uno a protegeu. - Valeu.

– Por que ele queria te bater? - Perguntou como se nada tivesse acontecido. Até mesmo seu olhar sério tinha sumido.

– É uma tarefa que temos, nada de mais. - Se levantou. - Não precisava você ter me ajudado, mas acho que Astaroth não brigará comigo por isso. Não tem nenhuma regra que proíba isso.

– Entendo.

– Mas eu agora eu tenho que fugir, não tenho tempo para você! - Saiu correndo, mas virando-se para dizer : - E não me chame de mestre! Quebro seu nariz da próxima vez!

Elesis se virou e acelerou a corrida. De agora em diante, teria que achar uma espada para poder se defender. Foi sorte ter se encontrado com Uno e ter sido ajudada pelo o mesmo. Não iria acontecer novamente, portanto, tinha que se virar sozinha dessa vez.

Ao menos Sieghart não estava a seguindo dessa vez, e sim outra pessoa que encontrou ao ser arremessado.

***

Seu corpo estava dolorido em todos os lugares, nem ao menos se movia. Fez mais força e conseguiu retirar o braço de dentro da parede, assim o outro. Ao sair da parede rachada, mexeu os músculos para esticar. Para sua sorte, estava com a espada em mãos.

– Aquele garoto. - Resmungou, claramente irritado. - Eu vou matar ele.

Deu alguns passos para frente e foi acertado por algo nas costas, o perfurando na altura do ombro. Soltou um rugido em dor, logo se virou rapidamente.

– Lupus! - Gritou Sieghart furioso.

O caçador parecia estar atrás do moreno, mesmo que a vez não fosse dele. Mas aquilo era só uma maneira de atrasar os passos de Sieghart, o ferindo com seus tiros. E pelo visto, funcionava se o rapaz fizesse nada para se defender. Então foi quando pôs sua espada para funcionar ao avançar na direção do haro, desviando dos tiros com agilidade.

Lupus se esquivou quando a lâmina desceu sobre si. Antes que escapasse de outro ataque, deu mais um tiro em Sieghart. Acertou o outro ombro do rapaz, logo fugiu o mais rápido que pode.

– Desgraçado! - Rugi irritado. As balas de Lupus eram pequenas, mas faziam um estrago do mesmo jeito, até mesmo manchando a camisa de sangue. Sieghart colocou a mão foi atingido, vendo que o sangramento aumentava.

Como se não tivesse um momento de descanso, sentiu algo vim por suas costas. Girou com a espada preparada, se defendendo a tempo de uma bola de esfera que voou contra seu corpo. Seus pés deslizaram pelo o chão, mas pararam após Sieghart ter conseguido aguentar o impacto.

– Chifrudo! - Olha nervoso para Dio, alguns metros de distância. - Vou acabar com a sua raça!

– Já falei para parar de me chamar de chifrudo! - Diz zangado do mesmo jeito.

Sieghart ignorou a aura sombria sobre o asmodiano e avançou contra ele. As chamas roxas contornaram seu corpo, protegendo-o automaticamente dos ataques de distância de Dio. Quando chegou perto, atacou com toda força com sua espada. Dio se defendeu com sua foice ao coloca-la na frente, mas fazendo o rapaz ser jogado para trás pelo o impacto. Aquele não foi o único ataque, Sieghart continuou a avançar.

Dessa vez, antes de se aproximar, o moreno fez um rápido movimento para frente com a mão, arremessando uma espécie de vento com as chamas. Felizmente, todos os alunos que estavam naquele corredor tinham saído dali, senão seriam pegos, como Dio, em um tufão tão forte que o fez rolar pelo o chão. Mas após ter dado várias roladas, o asmodiano se ergueu rapidamente, se surpreendendo com Sieghart já na sua frente o atacando.

– Que rápido! - Pensou surpreso.

Antes de se defender do ataque e se afastar, Dio notou um olhar sombrio em Sieghart. De tantos machucados que ele tinha no corpo, não parecia tão incomodado assim. Concluiu que as chamas roxas tomavam conta de suas feridas, que não doíam durante isso.

Em um dos ataques, Dio deixou a foice ser levada para longe, ficando indefeso. Quando voltou o olhar para Sieghart, ele preparava outro ataque com a ponta da lâmina. O asmodiano recuou a tempo, em seguida acertando um soco com seu braço demoníaco na face do moreno, o levando ao chão.

– Você tem uma cara dura. - Resmunga Dio enquanto ia pegar sua foice.

Sieghart não tinha sido apagado com aquele simples ataque. Ficou de pé com dificuldade, meio tonto até. Viu o asmodiano recuperar a arma, assim olhando para ele ao levantar.

– Não é só a cara que é dura. - Menciona, ainda sacudindo a mão.

Quando Sieghart deu um passo à frente, outra pessoa apareceu no meio do jogo. No corredor ao lado de Dio, Elesis apareceu correndo, mas parando ao perceber que tinha pego a rota errada.

– Desculpa por incomodar. - Pede a garota com uma risada forçada.

– Você! - Sieghart aponta para ela com uma veia pulsando na testa. - Tá roubando!

– E-Eu não tô! Astaroth foi bem claro com as regras.

– Sério que vocês vão brigar agora? - Dio se intromete.

– Você tem razão. - Diz Sieghart. Jogou a espada para o alto e a pegou quando desceu. Apontou com a lâmina para os dois. - Um de vocês serão minha empregada essa noite.

– Que papo é esse de empregada? - Pensou Dio confuso.

O moreno voltou a sorrir quando espadas começaram a serem invocadas ao seu lado. Elesis olhou tensa, Dio não reagiu àquilo. Somente quando as lâmina começaram a voarem em suas direções, ambos se moveram para se defenderem e fugirem. Não adiantaria ficar parado, tinha que fugir de Sieghart.

Elesis não enfrentou problema algum ao se defender. Tinha achado uma espada, agora se defendia daquelas outras como se fossem milhares de adversários. Ora, já tinha passado por situação pior do que aquela, podia dar conta de espadas voadoras. O mesmo valia para Dio, não tinha dificuldade alguma ao fazer milhares de lâminas desaparecerem com somente um ataque.

Não sabiam eles que tudo era apenas uma distração. Após Sieghart junta suas chamas, se preparou para um último ataque com elas.

– Eléo! - Gritou Dio ao perceber o plano do rapaz.

A espadachim parou os ataques e olhou para Dio. O asmodiano veio em sua direção correndo. Quando foi perguntar o que era, foi puxada com toda força pela a gola da camisa, sendo jogada para o chão.

– Ei! - Diz indignada.

Dio se colocou na sua frente, esticando seu braço demoníaco. Elesis não tinha percebido Sieghart ao fundo com uma onda de chamas pronta para ir contra eles. O moreno tinha intenção de feri-los naquele momento com a quantidade de chamas que jogava. Até mesmo as paredes sentiram pressão com isso, tendo algumas rachaduras no processo.

Mas antes que fossem atingidos, a barreira do asmodiano os protegiam. Dio invocou uma espécie de parede transparente, que parecia estar com eletricidade carregada. Era o suficiente para impedir que fossem acertados, porém exigia muito esforço de Dio naquele momento. E aos poucos, a barreira se rachava, deixando o asmodiano surpreso.

Elesis se levantou do chão e correu até o mesmo. Pretendia ajuda-lo a se manter de pé, algo útil ao menos. Mas antes que chegasse perto, a proteção se partiu, e o que restou das chamas pegou os dois como uma ventania cheia de lâminas. Elesis voltou ao chão junto com Dio.

A espadachim ao abrir o olho, viu Sieghart andando até Dio. O asmodiano se esforçava para levantar, seus braços tremiam quando se apoiava neles. Sentiu em suas costas a aproximação do moreno, o deixando tenso. Não tinha muitas forças para escapar naquele momento, pensava em algo rapidamente, até seu olhar ser direcionado para sua foice logo a frente.

Sieghart sorriu vitorioso. Esticou a mão e avançou contra Dio, mas sentindo algo o agarra antes disso. Não percebeu quando Elesis, ainda no chão, se aproximou dele e o agarrou pelo o calcanhar, o derrubando em direção ao asmodiano. Tudo que sentiu foi sua mão apoiar em algo fofo, ao contrário do chão.

– Hã? - Sieghart olhou confuso, não sabendo o que fazer em seguida.

Já Dio, sentiu algo se apoiar nele, que o incomodou bastante. Olhou para trás lentamente, assim vendo Sieghart com a mão em sua bunda. Sua expressão estava vazia, como a de Elesis caída no chão. A espadachim não sabia como reagir, só tirou a mão do calcanhar do rapaz e se afastou lentamente.

Algo ia dar de errado.

– Sieghart... - Rosnou Dio. Sua expressão mudava em segundos.

– Eh... - Sua mão desencostou aos poucos. Um suor escorreu por sua testa. - Tá com você.

Virou-se e correu como nunca antes. Dio continuou daquele jeito, o olhando mortalmente. Não demorou muito até se levantar calmamente e ir pegar sua foice.

– Dio? - Chamou Elesis tremendo. Se sentou e esperou que não fosse pega. - Tudo bem?

– Não. - Nem ao menos a olhou. - Depois a gente se ver.

Então o asmodiano saiu andando em passos assustadores. Elesis ficou tensa até ver o rapaz sumir no outro corredor, pelo o mesmo por onde Sieghart foi. Parecia que Dio não deixaria aquilo tão barato assim.

A espadachim se levantou do chão e pegou sua espada de volta. Olhou para os lados pensativa, para onde deveria fugir. Após alguns minutos voltando a tomar seu fôlego, ouviu um alto barulho vindo do lado de fora. Precisou nem ir ver o que era.

Dio tinha pego Sieghart.

***

Tinha ouvido aquele estrondoso barulho fazia alguns minutos, porém não tinha o visto. Não soube o que era, estava preocupado demais em fugir de quem estava a vez. Se bem que, não sabia com quem estava no momento. Sentia-se desesperado com aquela dúvida.

Do lado de fora, Ronan andava cuidadosamente pelo o pátio. Olhava para todos os cantos possíveis, tomando cuidado por um ataque surpresa. Mas de repente, algo apoia em seu ombro, o assustando imediatamente.

– Ah, é você, Sieghart. - Diz ao ver o moreno com a mão em seu ombro. O mesmo estava com a cabeça abaixada, recuperando o fôlego. - Tudo bem?

– Não. - Nega com a cabeça. Ao levanta o rosto, seu nariz sangrando e o roxo sob seu olho fica mais visível. Ronan não parece surpreso. - Eu tava fugindo do Dio.

– Então era vocês dois que fizeram aquela explosão?

Afirmou de olhos fechados.

– Está com o Dio agora?

– Não. - Ajeita a postura. Após se recuperar, deu uns tapinhas no ombro do rapaz. - Com você.

Então Sieghart saiu correndo. Ronan ficou parado, o olhando se distanciar. Para alguém esperto como ele demorou para processar o que tinha acontecido.

– Sieghart! - Gritou nervoso.

Nem correu atrás do mesmo, ele já estava longe. Seu sangue continuava a ferver pelo o que tinha acontecido. Sem escolha, acelerou os passos pelo o pátio, procurando algum rosto familiar. Provavelmente alguém tinha visto ele ser pego, e que estava próximo. Precisava achar essa alguém.

Até que Zero apareceu em sua visão. O rapaz parecia distraído no momento, uma perfeita presa. Não precisou nem pensar duas vezes antes de partir para cima dele. Tirou sua espada da bainha, caso precisa usa-la.

O olhar de Zero se direcionou a Ronan. O rapaz não fez nada, continuou parado enquanto o azulado se aproximava mais e mais. Será que ele não tinha percebido que estava com Ronan?

Antes de chegar perto, sentiu o piso tremer. Parou os passos bruscamente quando enormes espinhos saíram dele. Pretendia pular sobre a enorme cerca pontuda, mas Zero fez isso primeiro. Caiu exatamente onde Ronan estava, na intenção de acerta-lo com o punho. Mas o rapaz foi mais rápido e desviou a tempo.

– Sabe que você deveria estar fugindo, né? - Estranha Ronan.

– Por que eu fugiria? - Sem notar, sua cabeça tinha virado de lado em confusão.

– Parece que você nunca brincou de pique-pega. - Riu sem jeito.

– Não sei muito sobre essa brincadeira, mas seguirei as regras do Astaroth.

O jeito inocente do rapaz fazia até mesmo Ronan rir. Tinha muita coisa para aprender, pelo visto.

Ronan tirou o sorriso quando atacou Zero em um rápido ataque. O andarilho seguiu o ritmo e de desviou a tempo, assim avançando contra o azulado. Em vez de evitar o contato da luta, ele fazia simplesmente o contrário, atacando como se aquilo o levasse a vitória. Porém, parecia ter feito, já que Ronan não tinha nem tempo de revidar.

Quando um dos chutes de Zero ia pegar sua face na lateral, o rapaz pôs as mãos de lado, agarrando o calcanhar ao encostar. Apertou com força e deu um rápido giro, levando Zero no chão ao larga-lo.

– Tá com você. - Disse Ronan ofegante. Deu as costas e correu.

O andarilho ficou caído por um tempo, com a expressão pensativa.

– Está comigo? - Se perguntou. - Então eu deveria tocar em alguém para passar a vez.

Zero ficou de pé. Em sua mente, continuava a recitar as regras de Astaroth; Não gostaria de infringi-las.

***

Aquele era o local perfeito para fugir, ou até para ser achado. Ninguém iria na biblioteca procurar alguém, foi o que Jin pensou. O ruivo se escondia temporariamente entre as estantes do lugar, não queria ficar ali para sempre. Tinha medo de ser pego de surpresa.

– Fugindo como sempre.

Um arrepio passou pelo o corpo do lutador. Olhou para todos os lados possíveis, em alerta. Não tinha ninguém ali, além... Olhou para cima, tomando um susto de início.

– Você me deu um susto, Lass. - Diz Jin com a mão no peito. Seu coração estava acelerado.

O ninja riu em deboche. Deitado sobre a estante, como sempre fazia, lia um livro para passar o tempo. Do jeito que estava, não levava a tarefa tão a sério assim. Não se preocupava, se alguém viesse o pegar, ele fugir como sempre fez.

Não era uma coisa diferente de sua infância; Fugir do perigo, literalmente.

– Por que você tá aqui? - Pergunta Lass.

– Eu que deveria pergunta. Achei que estivesse correndo por aí.

– Não estou muito afim de participar da brincadeira. - Faz uma cara de tédio.

– Você parece nunca está com vontade de fazer algo. - Rir. - Mas tente levar à sério essa tarefa. Vai dizer que nunca brincou de pique-pega?

– Hum. - Sua expressão se fechou em seriedade. Não queria fazer essa cara para o ruivo, mas só em lembrar do passado, dava nos nervos.

– Ah, desculpa. - Sacode os braços para que o ninja esquecesse a pergunta. Tinha esquecido que Lass não foi uma criança normal quando pequeno. - Eu não queria dizer isso.

O ninja não culpava Jin. Apoiou sua bochecha sobre seu braço esticado, ficando de uma forma mais folgada. Tinha que se acalmar, se esquecer do que havia lembrado.

– Então, - Jin o chamou a atenção. - vai dizer o que aconteceu com você e a Elesis? Vocês vivem brigando quando não estou por perto.

– Não foi uma briga.

– Então o que foi? - Apoia as mãos na cintura. - Ela não parecia muito feliz ontem quando te viu.

Lass soltou um resmungo e virou o rosto para o lado. Não estava afim de conversar sobre aquilo.

– Ainda é sobre a cicatriz?

– Elesis sabe de algo e não quer contar. - Sua voz saiu arrastada. - Podemos nos livrar da Cazeaje se descobrimos sobre essa coisa nas minhas costas, mas parece que ela não se importa tanto.

– Tente entendê-la. Se fosse algo do seu passado, provavelmente você não gostaria de falar. - Esperou o ninja dizer algo, mas só ouviu o silêncio em troca. Suspirou. - Lass.

– Tanto faz! - Balançou a mão no ar. - Eu não vou mais perturbar ela com isso, ok? Posso achar outro jeito de saber sobre a cicatriz. - Sussurrou as últimas palavras.

Jin ouviu o que ele tinha dito. Quando ia debater, passou a mão nos cabelos e olhou para baixo. Lass queria esconder seu desespero, mas quanto mais ele fazia isso, mais visível ficava. Se pudesse, ia agora mesmo até Gerard e perguntava tudo que queria saber. Sim, ele era capaz disso.

– Tome cuidado para não ser pego. - Diz o ruivo. - O objetivo da brincadeira é fugir, não ficar parado esperando ser pego.

Lass outra vez levantou a mão e a sacudiu. "Tanto faz", era o que queria dizer.

Jin assentiu e saiu da biblioteca, tomando cuidado para não ser visto saindo dali. Já o ninja permaneceu no lugar onde estava, deitado com um livro de lado. Pensará no que o lutador tinha dito para ele, sobre deixar Elesis em paz sobre a cicatriz. O mesmo ainda tinha razão sobre seu passado, que não gostaria de ninguém o cutucando para saber.

Olhando por esse lado, não tinha muita diferença quando se tratava de seu passado. A ruiva possuía suas próprias cicatrizes enquanto ele tinha as mesmas. Deveria entendê-la, mas se recusava de toda forma.

***

Agora com os passos mais lentos, Elesis ouvia sua respiração ofegante ecoar pelo o corredor. Estava exausta depois de ter passado o dia correndo de perseguições aleatórias e surpresas. Não soube quantas vezes se deparou com alguém e tomou um susto com isso. Nunca foi muito boa em pique-pega, sempre era deixada para trás por nunca ter sido a mais veloz. Ficava tensa toda a vez que alguém a perseguia.

– Só mais uma hora. - Sussurrou para si. - E isso acaba.

O céu quase adquiria um tom alaranjado para o fim da tarde, e do jogo. Para sua sorte, não sabia como, não tinha sido pega nenhuma vez. Sempre quando alguém ia atrás dela, outro entrava no meio e acabava sendo perseguido no seu lugar. Ainda agradecia por Dio ter a ajudado contra Sieghart.

Parou de andar ao ouvir passos. Olhou para trás e viu ninguém, como de costume. Desde que todos os alunos souberam da tarefa dos SSs, eles decidiram ficarem em seus quartos protegidos. Portanto, não tinha ninguém para andar pelos os corredores naquela hora, além de um SS.

Elesis segurou mais firme sua espada. Ao se preparar para um combate, alguém aparece correndo em sua direção.

– Corre! - Gritou Azin sério.

A garota não entendeu nada, principalmente quando a raposa passou por ela. Não estava com ele, concluiu ao ver o rapaz sumir no próximo corredor. Mas sua atenção foi chamada por mais passos naquele lugar.

Ao se virar, percebeu algo rolar em sua direção. Seus olhos se arregalaram ao perceber que era uma granada. Ao girar e correr, a explosão a acertou por trás, a derrubando no chão. Caiu de lado, sentindo uma enorme dor no ombro acertado no piso.

– Não achei que fosse me deparar com você. - Comentou a voz se aproximando cada vez mais.

Levantou o rosto rapidamente. Sentiu um frio passar pela a espinha ao ver Lupus aparecer com suas pistolas de lado.

– Então tá com você. - Percebe pelo o sorriso convencido do caçador.

– E do jeito que falta pouco tempo para acabar a tarefa, parece que você terá que fazer algo que eu pedir. - Apontou uma das pistolas para Elesis. - Garanto que será algo interessante.

Sentia algo sombrio vindo do haro. Talvez estivesse confundido com o olhar de Lass, o mesmo que deu mais cedo. Agora conseguia ver com mais clareza um parentesco de ambos.

– Primeiro você tem que me pegar, idiota. - Debocha a espadachim. - Ou por acaso você não sabe brincar?

– Não vejo muita diferença com as caçadas que eu tenho. Infelizmente não poderei te matar como sempre faço.

Tinha esquecido do ódio que tinha de Lupus. Como ele a irritava.

A garota se moveu rapidamente ao se levantar, quase sendo pega por um tiro. Não deu tempo para o caçador, correu e pegou sua espada de volta. Continuou desse jeito, mesmo com os tiros passando de raspão por ela.

– Eu já disse! - Grita Lupus. - Isso não é diferente de uma caçada.

Elesis se virou com os pés deslizando pelo o chão. Milhares de balas que seriam difíceis de desviar vinham em sua direção. Levantou a espada e começou uma rápida sequência de cortes no ar. Os disparos se partiam quando eram tocados pela a lâmina da espadachim. Nada a tocava.

Quando a chuva de disparos acabaram, Elesis foi surpreendida por um disparo maior. Se jogou para o lado, conseguindo escapar. Achou que aquele seria o único ataque, mas estava enganada ao ver outros daquele tipo. Teve que fugir enquanto desviava ao mesmo tempo. Aquela estava sendo uma tarefa difícil para a morena.

A garota se surpreendeu quando o caçador saltou sobre ela. Sua fuga foi interrompida com o caçador ficando a sua frente, agora avançando com uma faca em mãos. Elesis rapidamente recuou os passos e começou a se defender com a espadas. Por mais que fosse ótima em manobrar espadas, Lupus não ficava para trás. Aliás, a lâmina daquela arma era algo pesado para o material usado. Poderia ser quebrada a qualquer momento.

– Irei adorar saber dos seus segredos. - Comenta o caçador. Continuou a ataca-la com mais frequência. - Principalmente em relação à garota ruiva.

Estava falando dela, não acreditava nisso. Não conseguiu nem retrucar uma resposta, a dificuldade em se defender dos ataques de Lupus crescia cada vez mais.

Quando foi sua vez de atacar, o haro desviou facilmente, em seguida atacando a jovem. Elesis recuou o rosto, gerando um pequeno corte em sua bochecha. Tentou escapar dos outros ataques que vieram em seguida, mas Lupus era veloz, conseguia acerta-la se quisesse.

Um corte na mão e um chute na costela que a levou para a parede ao lado, essa foi uma sequência que a morena não conseguiu defender. Quando desencostava da parede, algo foi jogado contra ela que a prendeu ali. Seus olhos arregalados se direcionaram para seu braço, o mesmo com uma faca enfiada contra ele, o prendendo à parede atrás.

A garota só segurou o grito após alguns segundos. Sentia a lâmina atravessada em seu braço, onde a pele continuava ferida pelas as chamas. Lupus viu que aquela parte do corpo estava sensível pelas as faixas que o contornavam, por isso que atacou justamente naquele local. Ele era observador demais.

– Não foi no osso, não exagere. - Comenta o caçador, pondo as mãos nos bolsos.

Se pudesse, Elesis faria o mesmo, arremessaria sua espada se não tivesse na mesma mão presa à parede. Com a outra livre, segurou o cabo da faca, assim rangendo o dente. A dor que sentia era difícil de se descrever, ninguém nunca seria capaz de sentir o que ela sentia.

Mas sua mão foi retirada rapidamente da faca quando Lupus se aproximou. O caçador, ainda de mãos baixas, chutou a faca com mais força contra a pele da espadachim. A dor aumentou e seu corpo balançou em fraqueza. Quando perceber, estava de joelhos no chão enquanto seu braço continuava preso no alto da parede.

– Fácil, fácil. - Disse sorridente. Chegou mais perto da garota, se agachando perto da mesma. Ergueu a mão e acertou um tapa na face da espadachim. - Tá com você.

Antes que Lupus fosse embora, Elesis o mostrou um olhar furioso. Seu sangue fervia de raiva, queria matar o caçador se pudesse. Mas sua chance foi embora junto com o haro quando correu para outro corredor.

Ficou ali presa na parede com uma dor infernal que a impedia até de ficar de pé. Seu tempo passava a cada pensamento que tinha. Achava que não conseguiria sair dali, que ninguém iria vim ajuda-la.

E ninguém veio mesmo. Era hora de tomar uma atitude por si própria.

– Todos devem estar fora do colégio nesse momento. - Comentou baixo. Apoiou sua mão livre no chão e forçou até ficar de pé. Parecia até uma marionete do jeito que estava. - Seguir um em específico seria idiotice. Tenho que me apressar para achar alguém por perto.

Segurou firme a faca antes de soltar uma respiração pesada. Teve que morder o próprio lábio ao retirar a lâmina de seu braço, evitando um grito. Caiu de volta ao chão com o alívio que sentia. Com raiva, jogou a faca coberta de sangue para longe.

– Vamos, você consegue. - Murmurou.

Segurou seu braço ferido, evitando que o sangue manchasse mais o chão. Ficou de pé com o apoio da parede atrás de si, que a usou se rastejando pelas as costas. Após uma boa respirada, pegou sua espada e começou a anda pelo o corredor com a ponta da lâmina arrastando no chão.

Teve que esquecer da dor que sentia e começar a correr. Continuou a segurar o braço ferido e a espada com a outra. Seu olhar disparava para todos os cantos, procurando desesperada por alguém que poderia passar a vez.

– Resta 30 minutos. - Pensou. - Tem que haver alguém por perto.

Parou de correr. Sentia-se tão perdida naquele corredor, como se fosse a primeira vez que estivesse naquele colégio. Por que deixava o desespero tomar conta de seu corpo?

Apertou com mais força seu braço ferido, em seguida seus joelhos vacilaram. Caiu ajoelhada enquanto a dor aumentava estranhamente. Não entendia muito bem porque ali doía mais do que um machucado qualquer. Talvez as chamas deixasse sua pele daquele jeito, sensível a qualquer coisa... Como uma maldição.

Sua atenção foi chamada por pés à sua frente, parados. Elesis lentamente levantou o olhar, fazendo-os se arregalar ao dar de cara com aquilo.

– Você me enoja. - Disse Elesis ruiva na sua frente.

Sua versão garota estava na sua frente, a olhando com desdém. A espadachim não entedia o que acontecia, queria explicações imediatamente. Mas não precisava, lembrou que aquilo era uma alucinação como Eléo foi. Porém, agora como estava como garoto, era a ruiva que a atormentava.

Fechou os olhos com força e abaixou o rosto. Baixinho, começou a dizer a si mesma que aquilo não era real, era alucinação. Com uma certa dificuldade, acreditava em si.

– O que você tá fazendo?

Parou de sussurrar e abriu os olhos lentamente. Não tinha mais pés na sua frente. Ficou aliviada ao levantar o rosto e não ter nada ali, apenas Lass ao fundo enquanto saía da biblioteca. Demorou um pouco até perceber o ninja ali, a olhando em confusão.

– Eu... - Não sabia o que responder. Continuava confusa com o que tinha acabado de acontecer. - Não é nada!

Lass levantou a sobrancelha pela a atitude estranha da garota, e permaneceu assim ao ver o ferimento no braço da mesma. Não tinha como esconder aquele sangue que tinha manchado a camisa da espadachim.

– Tudo bem?

– Estou bem. - Respondeu rapidamente. - É só um pequeno machucado.

Sempre tão teimosa. Lass olhou para os lados e percebeu que não tinha ninguém ali para ter feito isso na jovem. Quem tivesse feito aquilo já deveria ter ido embora.

– Levante antes que alguém apareça. Não vai gostar de ter que fazer algo para alguém, não é?

Elesis não disse nada, abaixar sua cabeça foi a resposta. Tava tão cansada naquele momento que poderia dormir daquele jeito. Mas não fez isso, Lass começou a andar em sua direção, que chamou sua atenção.

A espadachim sentiu o rapaz ficar mais perto a cada passo que dava. Fechou os olhos novamente, dessa vez, se concentrado para ficar calma. Tinha que esquecer a dor que sentia, precisava ter alguma força para usa-la.

– Ei, não me ignore, idiota. - Disse Lass sério.

Ao chegar perto da espadachim, esticou a mão para segurá-la. Pretendia levantá-la de uma vez, mas parece que Elesis não precisou de sua ajuda. O rapaz nem percebeu a garota ergue-se rapidamente, enfiando seu punho no estômago do ninja. Tudo que sentia depois disso foi o mundo girando em sua volta, junto com seu corpo que voou tão longe que atravessou a parede para o lado de fora. Caiu como uma pedra no pátio do colégio, rolando até parar por completo.

Elesis acalmou sua respiração ofegante aos poucos. Seu punho continuava esticado após o ataque, sendo abaixado após um tempo. Seus olhos permaneceram fechados o tempo todo, os abrindo somente agora. O vermelho forte de seu olhar sumiram com a cada piscada que deu.

Nunca ficou tão aliviada em ter usado o Berserk na vida. Não se sentiu culpada por ter fingido que sofria só para atrair Lass para perto e entregar a vez para ele, onde faltava 10 minutos para o jogo acabar. Ela tinha feito o que era necessário, sobreviver.

***

O céu lentamente escurecia com o passar do tempo. De barriga para cima, enxergava melhor quão grande era o pátio, até mesmo o buraco que fez ao atravessar a parede do prédio. Não precisou nem questionar para saber o que foi que tinha acontecido. Conhecia a força de um Berserk de longe, então não era diferente dessa vez. Foi tolo por não ter estranhado a morena de olhos fechados, escondendo a vermelhidão que o Berserk exalava.

Passou a mão no cabelo até que cobrisse o rosto com a mesma. O sorriso que abriu em seu rosto ficou visível.

– Maldita. - Disse ainda sorrindo, não por felicidade, e sim por raiva.

Não se esqueceu de quando foi atingido, Elesis disse algo para que somente ele ouvisse.

– Tá com você. - Foi o que ouviu antes de voar longe.

Quando o sorriso desmanchou, tirou a mão do rosto. O céu estava um pouco mais escuro que antes. Sentou-se e ficou daquele jeito por um tempo. Em sua mente, calculava o tempo que restava para o fim da tarefa.

– 7 minutos. - Sussurrou.

Olhou em volta e não viu ninguém ali para ser pego. Eram espertos, tinham fugido na direção ao contrário do ninja, tudo para evita-lo. Teria feito o mesmo, admitiu. Mas não achou que aquele era seu fim, ainda restava esperança.

Se quisesse, subia o prédio e ia atrás de Elesis novamente. Não seria difícil acha-la, já que a mesma tinha um rastro de sangue por onde passava. Faria a mesma pagar pelo o que tinha feito, e gastaria seu pedido com muito gosto.

No entanto, não fazia seu tipo. Gastaria tempo atrás da espadachim, e não queria dar de cara com ela outra vez. Evitar era o que mais queria no momento.

Quando se levantou e deu alguns passos à frente, sua mão se direcionou ao nariz. Algo escorria. Não ficou surpreso quando viu que era sangue. Seu corpo não tinha se recuperado por completo desde a sua chegada no colégio, onde teve que ajudar os rapazes na tarefa de Grandiel. E após aquele ataque de Elesis, seu corpo ficou bem danificado.

– 4 minutos. - Sussurrou.

Lass parecia não se preocupar com o tempo passando, seus pensamentos eram mais importante. Pensava em uma maneira de evitar se ferir mais quando fosse atrás de alguém. Primeiro, preocupar com si próprio, depois podia ir atrás de quem fosse.

Recitou as regras de Astaroth em sua mente. Se pudesse achar alguma brecha, ele acharia. Tinha tempo o suficiente para ir atrás de alguém e toca-lo com as mãos, não tinha com o que se desesperar.

– 2 minutos.

Com calma, levantou o olhar para o prédio. Forçou a memória para lembrar onde o rapaz estava naquele momento. Em menos de um minuto, tinha concluído uma rota até ele.

Sorriu vitorioso. Disparou na corrida, em uma velocidade que fazia parece que estava voando sobre o chão. Entrou no prédio e subiu as escadas em pulos rápidos. Foi assim até chegar no último andar, mantendo os passos acelerados sem dificuldade.

Faltava um minuto para acabar a tarefa. Lass não se importou, foi direto naquela porta e a abriu. Ao entrar, viu tudo lentamente. Grandiel estava atrás de sua mesa como costume, trabalhando com milhares de papeis sobre a mesma. Apoiado nela, Astaroth conversava com o loiro, até sua atenção ser chamada pela a porta aberta.

– Lass? - Estranhou o professor.

O ninja o olhava como se fosse uma presa. Avançou contra o rapaz, se jogando contra o mesmo ao chegar perto. O professor foi jogado para trás da mesa, caindo junto com Lass quando sente o peso do impacto. Grandiel teve que se levantar de sua cadeira e se afastar para não ser levado junto.

– O que está acontecendo? - Exigi o diretor claramente irritado.

Lass, sobre o corpo de Astaroth, tirou a mão do rosto dele. Foi a primeira coisa que tocou antes de cair junto com ele atrás da mesa. Agora, sem a mão no rosto do professor, via sua expressão séria para ele.

– É melhor você se explicar.

O bip do relógio de Astaroth chamou sua atenção. O rapaz tinha marcado o horário que a tarefa iria acabar, e naquele momento, ela tinha acabado. Não demorou até que ele desligasse o aparelho.

– "Só poderão ser pegos aqueles que estão nessa sala", regra número três. - Diz Lass. - Você estava na sala, então poderia ser pego.

– Você tá falando sério? - Sentia a raiva consumir sua face.

– São suas regras, não me culpe!

– Exatamente. - Concordou alguém parado à porta.

Não tinha percebido, mas todos SSs estavam ali bisbilhotando o que acontecia. Seguiram Lass até a sala, vendo o final da tarefa todos juntos. Quando ouviram o ninja recitar a regra, concordaram rapidamente.

– Você foi claro com suas palavras. - Fala Ronan. - Automaticamente, você estava no jogo sem percebermos.

Grandiel olhava tudo sem entender o que acontecia sobre a tarefa, mas teria uma grande surpresa quando saísse da sala e visse os estragos que os rapazes fizeram.

– Quando o toquei, faltava segundos para a tarefa acabar. - Acrescenta Lass. - Então, estava com você quando o tempo acabou. - Apontou com um olhar superior. - Você perdeu, Astaroth.

O professor ouviu as risadas dos rapazes ao fundo, e o sorriso do ninja aparecer em seguida. Olhava furioso para o rapaz, que permanecia sobre ele. Tinha perdido no próprio jogo, e tudo por causa de uma deslize idiota. Lass tinha percebido esse erro e o usou contra o professor, o humilhando da maior forma possível.

– Bem jogado. - Disse para o ninja, por fim. Sabia que devia um pedido a ele.

– O que aconteceu lá fora?! - Ouviu Grandiel gritar. Ele tinha chegado na janela e visto o estrago que tinha lá.

– Bem jogado. - Dessa vez, Lass falou. Quem iria limpar toda aquela bagunça seria ele e o resto dos rapazes. Astaroth tinha armado bem.

***

Após ter voltado para seu quarto e tomado uma ducha, ido para cama, esperou horas se passarem. Quando olhou para o relógio já era de madrugada, o horário perfeito, pensou. Se levantou da cama e saiu do quarto, não importando se estava com pijama ou não. Ninguém o veria naquele horário da noite, mas andou em passos calmos para evitar qualquer ruído.

Saiu do prédio que estava e foi para outro no mesmo campo do colégio. Não precisou subir tantas escadas quanto achou até chegar no apartamento do rapaz. Entrou sem problema alguma, mas teve mais cuidado com os passos enquanto andava por ali. Chegou no quarto e o viu dormindo profundamente. Ao se aproximar, o cutucou na bochecha.

– Astaroth. - Chamava Lass. - Ei, acorda.

O professor acordou em um susto. Olhou para os lados rapidamente, logo para Lass à sua frente. Afundou o rosto no travesseiro.

– Só pode tá de brincadeira. - Disse Astaroth com a voz abafada.

– Vim exigir meu pedido.

– Agora?! - O olhou por um tempo, logo abrindo desconfiança na face. - Sério, por que agora?

– Não posso fazer isso durante o dia. - Astaroth olhou tenso. - Gostaria de fazer algumas perguntas e que você responde sem questionar.

– É isso? Você tem uma oportunidade única na vida de me mandar fazer alguma coisa, só que você prefere fazer perguntas? - Deu de ombro. - Pode mandar.

Lass cruzou os braços enquanto pensava no que perguntaria primeiramente. Astaroth sacudiu a mão, mandado-o falar logo.

– Quem é a mãe da Elesis?

– O quê? - Olhou confuso.

– Você, Grandiel e a Lothos eram da mesma época dos pais da Elesis, prevejo. Deve ter conhecido os dois, não é?

Astaroth voltou a afundar o rosto no travesseiro. Ficou com a face de lado, com os olhos fechados, mas consciente.

– Por que quer saber?

– Não questione, responda. - O ninja foi áspero.

– Sim, eu conheci os pais dela, principalmente a Penelope.

– Penelope? Esse é o nome da mãe da Elesis?

– Sim, era o nome dela. - Sua voz saía arrastada pelo o sono.

– Se era, o que aconteceu?

Astaroth não disse imediatamente, pareceu triste durante esse tempo.

– Ela morreu, no dia do nascimento de Elesis. Seu parto foi problemático, num tempo problemático. Era de se esperar que isso tivesse acontecido.

Sentiu um peso sobre a cama. Abriu os olhos e viu o ninja sentado ao seu lado.

– O que você quer dizer com tempo problemático?

– Serdin e Canaban viviam em guerra constantemente, até mesmo Elyos e Ernas tinham a sua. - Coçou o olho. - Porém, as coisas ficaram pior depois de um tempo, o que não foi diferente quando Elesis nasceu.

Lass olhou para frente e pensou por um tempo. Astaroth não sabia se voltava a dormir ou não.

– Sobre a mãe dela, quando nasceu?

– Lass... - Resmungou.

– Responda.

– 11 de novembro.

Batia com a data em suas costas.

– Que tipo... - Ficou com receio de pergunta. - Que tipo de relação o Gerard tinha com a Penelope?

Ao olhar de volta para Astaroth, o viu fita-lo sério. Ele não queria mais responder as perguntas, mas Lass ignoraria isso, continuaria perguntando.

– Gerard se importava com todos nós. - Fala com um olhar quieto, mas não que fosse de sono. - Especialmente com Penelope. Ela era uma pessoa cheia de vida, sem ter medo de nada. - Um pequeno sorriso se abre sob o olhar apagado.

Lass lembrou de uma certa ruiva ao ouvir isso. Devesse ser daí que ela puxou aquela personalidade bruta.

– Então... - Lass voltou a olha-lo. - Gerard amava ela?

– Amar? - Soltou uma rápida risada pelo o nariz. - O que você consideraria amar?

Lass não soube responder. Desde sempre, acreditava que tinha nascido apenas para ser odiado e fazer o mesmo. Amor era uma palavra que nunca conseguiria compreender, mas que já tinha a entendido uma vez. Quando gostava de Elesis, via tudo com mais clareza. Agora sentia que estava cego novamente.

– Eu não sei. - Sussurrou.

O silêncio nunca o incomodou tanto. A mão de Astaroth sobre seus cabelos era um toque familiar, de segurança. Ao virar o rosto de lado, o professor tinha se sentado, agora bagunçando o penteado do rapaz.

– Gerard dizia a mesma coisa. - Disse Astaroth, sorrindo.

Lass olhou em confusão. Não entendeu o que o professor queria dizer com aquilo, mas ele parecia alegre com isso. E pelo o jeito, Astaroth também não entendia sobre essas coisas.

– Agora chega da sessão de perguntas. Já perguntou muita coisa. - Reclama o professor. Tirou a mão da cabeça dos cabelos do ninja. - Vai dormir que vocês tem muita coisa para fazer amanhã.

Lass assentiu. Se levantou da cama, com a sensação de fazer milhares de outras perguntas. Algumas coisas tinham sido respondidas, mas outras não.

Mas antes de passar pela a porta, Lass se virou e olhou Astaroth um pouco triste.

– Gerard é mesmo uma pessoa má como ele parece?

– Depende de onde você está olhando.


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Notas finais do capítulo

Review?
* Então, o que acham que a mãe da Elesis tem a ver com tudo isso? Hummm, se bem que tem algumas coisinhas há mais para dizer sobre ela.
* Por mais que tenha sido o Astaroth o ferrado da história, eu acho que o Sieghart foi o que mais sofreu kkkkk Coitado!
* Próximo capítulo terá mais luta e tretas bem legais :3