Fale O Que Quiser Mas Sou Uma Garota escrita por Risadinha


Capítulo 61
Esclarecimentos


Notas iniciais do capítulo

Yoloooooo! Tudo bão, pessoal? É, capítulo anterior foi tenso, mas esse é mais light, então podem ficar tranquilos... Menos o final. Enfim, faltam 4 capítulos para a fic acabar! My god! Prepara kokoro até lá, mano! Também quero agradecer aos novos, ou antigos, leitores que estão aparecer e comentando :3 Vocês me fazem muito feliz ♥
Capa: Erza (Fairy Tail) Erza é tipo uma Elesis da vida, então essa capa mais que define nossa querida ruiva.
Boa Leitura!



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Permaneceu com o olhar determinado para o alvo, mesmo depois de ter o atacado com sua espada. Abaixou a lâmina da mesma e deixou sua respiração ofegante tomar o silêncio do salão. Sem perceber, ouviu aplausos.

– Muito bem, querida. - Disse Elscud. - Está melhorando a cada treinamento.

– Obrigada, pai. - Disse com o olhar animado.

Estavam na guilda, em um dos salões do lugar. A pequena treinava com a sua grande espada, que para ela, era muito pesada. Seu pai observava tudo desde que a garota começou a treinar.

– Ultimamente tem ficado mais leve para eu levantar. - Dizia da espada. - Isso é bom! E Logo eu vou poder usar duas espadas ao mesmo tempo.

– Sim, você virará uma grande justiceira um dia.

– E uma ótima heroína. - Disse alguém.

Aparecendo na porta de entrada, Gerard dava umas leves batidas também. Ao percebe que os dois olhava para ele, entrou, assim se aproximando da ruiva.

– Heroína? - Pergunta Elesis com os olhos brilhando. - Que nem os Três Salvadores de Ernas?

– É, que nem eles! Mas vai ser muito mais bonita e forte.

Concordou com a cabeça sorridente.

– Mas antes vai ter que aprender muitas coisas. - Elscud chama a atenção. - Como arruma a casa e cozinhar.

– Cozinha? - Inclina a cabeça para o lado, de forma confusa. - Por que uma heroína deveria aprender a cozinha? Que bobo.

O ruivo olha meio depressivo para a pequena.

– Eu só queria alguém que cozinhasse para mim. - Sussurra.

– Mas às vezes eu cozinho para você. - Fala Gerard indignado.

– Sua comida não é muito boa.

– E-Ei!

Parecendo duas crianças, começam a briga por algo bobo. Elesis riu da confusão, já que ambos era grandes o suficiente para não ter confusões desse tipo. Porém a ruiva teve que entrar no meio dos dois para impedir que a confusão aumentasse, que não seria tão problemático assim.

– Tá bom! - Dizia Elesis quando os dois pararam a briga. - Um dia eu vou aprender a cozinha e vocês dois vão amar minha comida! - Colocou ambas mãos na cintura e fez uma expressão de sabedoria.

– Por favor, faça pratos deliciosos para o seu tio Gerard. - Disse o ruivo se ajoelhando e segurando uma das mãos da garota. - Eu amarei comer qualquer coisa que você fizer.

– Não se esqueça também de mim. - Reclama Elscud.

Sorriu a pequena. Quando disse que aprenderia fazer comida, estava falando sério. Elesis não podia negar, amava comer, então seria mais fácil para ela se aprendesse a cozinhar.

– Mas também não se esqueçam que eu serei a garota mais forte de toda Ernas. - Disse um pouco envergonhada. - Então quando isso acontecer, será difícil eu cozinhar pra vocês.

– Tudo bem. - Falou Gerard soltando a mão da pequena. - Para todo herói existi sua tragédia, e tragédia marcam profundamente. É, será difícil de cozinhar assim.

– Tragédia? - Outra vez, inclinou a cabeça e olhou confusa. - Como assim?

– Bem, é difícil explicar. - Fala sem jeito. - É que quando os heróis sabem como é sentir uma perda de algo, eles lutam com mais vontade, tudo para impedir essa tragédia!

– Ohh. - Diz Elesis impressionada.

De repente, um pequeno soco acerta a cabeça de Gerard, o impedindo de continuar a falar daquele assunto.

– Isso é bobagem, Elesis. - Menciona seu pai, ainda com o punho sobre Gerard. - O que ele está dizendo é que você vai ganhar muitas cicatrizes até lá.

– Então, quanto mais cicatrizes, melhor? - Pergunta a ruiva.

– Sim. - Diz Gerard.

– Não. - Nega Elscud.

Olhou nervoso para o rapaz, já que ele não estava ajudando muito com sua filha.

– Cicatrizes não são para garotas, Elesis. - Continua seu pai. - Seria feio uma garota com isso.

– Sim, garotas são mais bonitas quando tem o corpo lisinho... - Menciona Gerard.

Tomou outro soco na cabeça, dessa vez mais forte.

– Vamos, tá na hora de almoçarmos. - Diz Elscud se dirigindo para a saída.

O ruivo se levantou e seguiu o rapaz com toda alegria possível. Elesis foi andando lentamente, ainda pensativa.

– Só para garotos... - Sussurrou a pequena.

***

Mesmo estando com os olhos fechados, a luz do lugar a incomodava. Abriu os olhos lentamente, logo vendo o teto branco. Ficou parada, ouvindo o silêncio profundo, porém tendo um rápido som de "bip". Se perguntava onde estava, principalmente por lembrar nada que havia acontecido no dia anterior, e no outro e outro...

Ergueu uma das suas mãos até a sua vista. Estava enfaixada com fitas brancas. Porém, ela se lembrava perfeitamente como era sua mão por debaixo dos curativos. Cheios de cicatrizes feitas por facas de cozinha. Nunca foi muito boa em cozinhar, então quando começou a aprender, acabava se cortando com as próprias facas. Normal, pensava.

Chamas azuis.

Se lembrou no mesmo instante do que tinha acontecido nos dias anteriores. Se sentou na cama em um rápido movimente, dessa forma conseguindo ver o quarto onde estava. Tinha parede brancas e alguns aparelhos ao lado de sua cama, e um deles era o responsável pelos os "bips". A janela estava aberta, fazendo a cortina da mesma balança pela a leve brisa que passava.

– Onde eu estou? - Se perguntava mentalmente.

Tirou o braço sob os lençóis brancos, vendo assim os curativos em volta de todo o membro, de ambos deles. Também estava em uma das suas veias uma agulha enfiada, que estava ligada diretamente ao soro ao lado da cama. Irritada, segurou pelo o tubo e arrancou. Como esperado, saiu um pouco de sangue, mas nada que fosse de se preocupar.

– Preciso sair daqui. - Disse com a voz rouca.

Quando estava se preparando para se levantar da cama, algo a chamou a atenção. Alguém apareceu na porta do quarto, logo vendo ela acordada. Sem penar duas vezes, correu na direção da garota.

– Elesis! - Exclamaram duas vozes.

De repente a ruiva é abraçada, por ambas as pessoas. Ficou confusa quando sentiu as pessoas a abraçando. Mas aos poucos reconheceu com o cheiro doce de seus cabelos sedosos.

– Lire... Arme... - Disse Elesis ainda com a voz seca.

As duas se separam da ruiva lentamente. A maguinha secava os olhos quando largou a espadachim. Já Lire a olhou com preocupação, parecendo uma mãe.

– Estávamos preocupadas. - Disse a loira. - Nunca mais faça esse tipo de besteira!

– É, sua boba. - Concorda Arme ainda segurando as lágrimas.

Olhava sem expressão, sem entender muita coisa. Aos poucos foi entendo o motivo de ambas estarem daquele jeito, preocupadas.

– Desculpa. - Disse Elesis com o olhar baixo. - Eu não queria deixar vocês duas assim.

– Mas acabou deixando. - Falou Arme, em seguida dando um pequeno tapa no peito da ruiva.

Elesis se recolheu em dor. Até mesmo para ficar sentada era algo doloroso para a mesma. Sentia como seu corpo tivesse queimando por dentro, isso é, as feridas exclamavam em dor.

– O que deu em você para ir em uma missão dessas? - Dizia Lire com um olhar zangado. - Você não pensou em nada, não?

Abaixou o rosto mais ainda, aceitando a bronca que ouvia. Mas de repente lembra por completo do que aconteceu na missão, do que aconteceu com todos, até mesmo o que causou. Levantou o rosto rapidamente.

– Como estão todos?! - Pergunta Elesis de repente. - Eles estão bem?!

Quando Lire foi dizer, a ruiva acaba querendo se levantar da cama. A loira a segurou pelos os ombros, a impedindo.

– Você não pode! Tem que descansar. - Falava a elfa.

– Preciso vê-los! Agora!

As duas param com a confusão quando ouvem alguém bater na porta do quarto. Direcionaram sua atenção para lá.

– Desculpe em interromper. - Dizia Astaroth com um olhar sério. - Preciso ter uma conversa em particular com a senhorita Elesis.

Com um pouco de receio, a loira a solta e com o olhar, chama Arme para sair do quarto. A maga olhou emburrada e a seguiu até a saída, mas antes se despedindo da espadachim.

– Sinto muito, meninas. - Falava o rapaz quando elas passavam pelo o mesmo. - É uma conversa rapidinha, ok? - Disse com o seu tom brincalhão.

– Nós esperamos. - Avisa Arme.

Quando saíram do quarto, Astaroth fechou a porta com a sua expressão neutra. Elesis até previa do que ele queria conversar.

– Como estão todos? - Perguntou a ruiva já ficando calma. - Eles... Estão bem?

– Ferrados. Essa palavra define todos. - Disse ao se aproximar da mesma, assim se sentando na ponta da cama. - Vocês têm sorte em eu e Grandiel ter chegado a tempo para ajuda-los.

Se lembrou de antes de apagar ouviu alguém se aproximando. Era Astaroth, e vindo atrás Grandiel. Ficou aliviada em saber que eram eles.

– Até o momento, Sieghart permanece em repouso. Se não fosse pelo o Ronan, ele provavelmente teria morrido. - Continuou Astaroth.

– Ele foi acertado no peito, quase no coração, então é de se esperar que seu estado seja esse. - Falou triste. - Ele ficar melhor, certo?

– Sim, ele vai ficar bem. Um bom repouso é essencial. - Suspira cansado. Parece que o rapaz não tinha tido um momento de descanso desde que tudo isso aconteceu. - Jin e Dio estão com um dos braços quebrados, já Azin teve um dos ombros rompido. E os três acabaram tendo as costelas quebradas, principalmente Jin.

A ruiva segurou as próprias mãos e as apertou.

– Jin também teve uma queimadura em um dos ombros, feito pelas as chamas. Até o momento, ele está sendo observado caso algo de ruim acontece com ele. - Falava pensativo. - Lupus está com as duas mãos fraturadas, mas nada de grave. Ronan foi ferido na cabeça, algo que tem que ser observado por um bom tempo.

– E o Lass? - Perguntou de repente.

Sentiu o rapaz ficar tenso com a pergunta, fazendo Elesis olhar em seus olhos.

– É sobre ele que eu vim conversar com você. - Disse sério. - Por isso que eu pedi para que suas amigas saíssem.

– O que são as chamas azuis? - Elesis tinha milhares de perguntas para fazer. - E por que o Lass têm elas?

– Uma pergunta por vez. - Solta uma risada de sem jeito. - Irei te contar tudo, mas antes devo te falar uma história sobre as chamas.

– Estou ouvindo. - Fala séria.

Teve uma vez, Ernas estava em completo caos. Guerras entre raças era muito comum de se ver. Era uma época nomeada com o Tempo de Trevas, que aconteceu há um bom tempo atrás. Se você vivesse nessa época, com certeza pensaria que não existia esperança mais para nenhuma raça. E bem, as Três Deusas pensavam da mesma forma.

Um certo dia, elas perceberam que tinha que coloca um fim nessas guerras, então foi daí que tiveram a ideia de criar um poder absoluto, onde acabaria tanto contra o mal quanto o bem. E foi aí que veio a quinta chama sagrada, a chamas azuis.

Com esse poder, as chamas queimaram o que havia de ruim e de bom, deixando apenas os "neutro" dentro das pessoas. Após isso, perceberam que as chamas azuis era algo muito poderoso, e que se caísse em mãos erradas, daria muito problema. Sem muita escolha, elas guardaram as chamas em um lugar muito perigoso e secreto, onde nenhuma raça poderia chegar lá.

Até que, um certo caçador de recompensas conseguiu entrar nesse lugar e pegar as preciosas chamas. Mas ele não era um simples caçador, e sim o melhor de todos. Conseguiu as maiores riquezas com todo o poder que possuía, porém mantendo ele em segredo. E o tempo se passaram, até ele encontrar uma linda mulher e se apaixonar por ela. O poder que possuía nem parecia tão grandioso assim quando se encontrou com a moça.

– Você está inventando isso. - Interrompe Elesis.

– É verdade. Agora, continuando...

Com essa mulher, ele teve um filho. Tudo parecia um mar de rosas, até uma grande tragédia acontecer. Por um pequeno descuido, ele acabou queimando a sua querida amada com as próprias chamas. É claro, ele se arrependeu profundamente em ter aquelas chamas, que para ele, viraram um tipo de maldição. A partir daí, apenas o caçador e seu filho continuaram a sua fria vida em diante.

Se passaram alguns anos, e esse caçador tinha uma missão para fazer aqui, em Ernas. Teve que deixar seu filho ainda pequeno para essa missão, que nem ao menos disse do que se tratava. Então o caçador chegou em Ernas e por uma incrível coincidência, lá havia uma mulher muito parecida com a sua falecida amada. Como esperado, ele se apaixonou por ela, e com o tempo tiveram um filho.

Só que o caçador se lembrou do que aconteceu na outra vez que conheceu alguém que amava, então ele precisava se livrar daquelas chamas. No entanto, um corpo de alguém comum não aguentaria as chamas. Aí ele percebeu que a criança que ele teve, tinha um corpo muito resistente para aguentar até mesmo esse grande poder. Sem pensar duas vezes, ele a pôs em seu filho, que ficou vivo mesmo com as chamas em seu corpo.

– E o que aconteceu com esse tal caçador? - Outra vez, Elesis interrompe.

– O caçador sabia que nunca poderia ficar com a moça, então ele foi embora, se despedindo dela antes de partir. - Passou a mão no cabelo arrepiado, o deixando mais bagunçado ainda. - Elesis, você sabe o que acontece quando duas raças diferente se juntam e tem um filho?

– Eu não sei.

– Nasce uma espécie chamada de mestiço, ou hibrido. São meios humanos e haros, ou asmodiano em outros casos. - Tomou alguns segundos até a falar novamente. - E esse é o caso do Lass.

Olhou surpresa para o rapaz. Em todo esse tempo, Lass sempre foi um humano nos olhos de Elesis. Não conseguia acreditar que o albino fosse diferente dela, pois ele sempre agiu de forma humana, como qualquer um.

– Não pode ser. - Negou com a cabeça a ruiva. - Lass é um mestiço?

– Sim, seu pai é um haro e sua mãe uma humana.

– Então ele é o garota da história... E o que aconteceu depois? - Olhou curiosa.

Astaroth fica com um olhar triste.

– Sua mãe o abandonou quando pequeno. Ela o julgou como um monstro, uma coisa que não era dela, então o jogou fora como se fosse nada. - Volta a olhar para a ruiva. - Lass passou por muitas coisas até que encontrasse a mim e Grandiel.

Agora entendeu o motivo de o rapaz nunca conta o passado dele para Elesis, pois era algo que nem ele mesmo acreditava. Lembrou as cicatrizes que ele possuía, provavelmente tinha ligação com o seu passado.

– E por que vocês o esconderam por todo esse tempo? Tinha vergonha de dizer que ele era um mestiço, é isso? - Olhou irritada.

– Nesse mundo que vivemos, quebrar uma regra é a mesma coisa de pedir para ir para ser morto. - Suspirou. - Mestiços ou híbridos são espécies que não devem existir, em hipótese alguma. Isso é uma lei.

Sentiu sua respiração falhar ao ouvir isso. Leis e mais leis. Seu pai sempre a contou que se você quebrasse uma lei, podia ser morto na hora. Desde pequena, sempre teve medo de que algo assim acontecesse com Elesis. E agora, Lass estava nesse caminho.

– E também há outra lei que não permiti o uso de poderes que possam ser prejudiciais a vida de todas as raças ou do mundo que vivemos. - Continuou Astaroth. - As chamas azuis está no topo da lista das "magias que não podem ser usadas". Na verdade, as chamas azuis devia nem está dentro de alguém, que é o caso do Lass.

– E o que vai acontecer com ele? - Perguntou Elesis preocupada. - O Conselho de Canaban já sabe disso?

– Infelizmente, sim. Quando as chamas se despertaram, houve um grande sinal delas no céu, onde deu para se ver claramente. - Apertou os punhos com força. - O Conselho de Canaban já estão sabem sobre isso e em breve vão marcar um julgamento quando o Lass acordar.

Por um momento, se sentiu aliviada em saber que nada de ruim havia acontecido. Porém fica séria quando ouve as últimas palavras do rapaz.

– Quando acordar? - Olhou confusa. - Lass ainda não acordou?

Astaroth se levantou da cama e não disse mais nada. Elesis percebeu que ele não ia responde-la quando começou a se dirigir à saída.

– Astaroth, me responda! - Gritou indignada. - Ei!

Jogou o lençol para o lado e saiu da cama. Pôs os dois pés no chão, pronta para correr atrás do rapaz. Quando foi dar o primeiro passo, caiu de cara no chão, como se fosse uma rocha. Levantou o rosto sem entender muita coisa do que tinha acontecido.

– Minhas pernas. - Pensava a ruiva. - Eu não sinto elas!

Se apoiou no próprios cotovelos e olhou para trás, dando vista as suas pernas enfaixadas como seus braços. Tentou move-las, mas não conseguiu.

Virou o rosto para frente, vendo Astaroth saindo da sala.

– Espere, Astaroth! Me responda! - Gritava desesperada.

Tentou se levantar mas também não conseguiu. Simplesmente não sentia suas pernas, apenas elas. Elesis começava a se desesperar mais ainda. o que tinha acontecido para ela ficar assim?

– Saia do chão, Elesis. - Ouviu alguém falar com ela, com a sua voz calma e gentil.

Voltou o olhar para frente, dando de cara com os longos cabelos loiros. Grandiel se aproximou da ruiva e a pegou por debaixo dos braços, assim a erguendo até a cama. Elesis era um pouco pesada, o que dificultou um pouco para o loiro a colocar na cama.

– Prontinho. - Falou o mesmo ao pôr a garota na cama e o lençol sobre seu corpo. - Não devia estar se esforçando.

– Eu sei. - Fala com o olhar baixo. - Obrigada por me ajudar. Além do mais, Astaroth não me respondeu como o Lass estava! - Olhou preocupada para o loiro.

– Grandiel, ele está bem? Por favor me diga!

– Astaroth já te explicou tudo sobre as chamas e o hibridismo?

Concordo com a cabeça em um rápido movimento.

– Então, após o combate de vocês contra as chamas azuis, o corpo de Lass ficou muito danificado por isso. Parecia que seu corpo se curava, mas não era bem isso. As feridas mais profundas apenas se regeneravam de forma temporária, isso é, enquanto as chamas permanecerem em seu corpo. - Retirou os óculos e o limpou com a própria camisa. - Quando as chamas voltaram a ficar adormecidas em seu corpo, as feridas de Lass pioraram imediatamente.

– Então ele está muito ruim agora? Tipo uma perna quebrada? - Lembrava de um dos momentos da briga que acabou partindo a perna do albino ao meio, que logo se curou.

– Não é bem isso. - Colocou os óculos de volta. Grandiel, como Astaroth, parecia bem cansado. - Lass sofreu muitas fraturas, mais que um humano pode aguentar, alguns órgãos foram perfurados e além de ter sido possuído pelas as chamas, o que é muito cansativo.

– Entendo. - Se sentia profundamente culpada pelo o estado do ninja. - Mas eu posso visita-lo depois?

– Não, sinto muito. Lass ainda não acordou e está em um estado muito grave no momento.

– Não acordou? - Olhou confusa. - Co-Como assim?

– Lass está em coma, sem previsão para que ele acorde. Qualquer visita agora não será feita, somente daqui alguns dias. Seu corpo está se regenerando muito devagar, até mesmo vocês conseguiram se regenerar mais rápido que ele.

– Em coma? - Olha assustada. - Cure ele com a sua magia, ou sei lá o que!

– Não podemos. Usar magia em alguém com o corpo muito fraco que está no momento é arriscado. A única coisa que devemos fazer é esperar, entende?

Fechou os punhos, junto com os dentes. Lass estava naquele estado por sua culpa, mas não só ele, e sim todos. Suas mãos começavam a doer pela a força que a ruiva exercia nos dedos.

Sentiu Grandiel toca em seu ombro delicadamente, o que não gerou muita dor. Elesis voltou o olhar para o rapaz.

– Agora que você sabe de tudo isso, quero te pedir um favor? - Disse sério.

***

Só mais uma garfada e por fim, termina o almoço. Tinha ficado quase uma semana dormindo, e sem lanchar nada, então era comum ter aquele grande apetite. E é claro, a comida de suas amigas nunca foi tão gostosa quanto agora.

– É bom saber que o seu apetite continua. - Menciona Lire, também com um prato de comida em mãos.

Tanto ela quanto Arme estava de volta, cada uma sentada em um lado da cama. Tinham trazido comida quando souberam que Elesis tinha acordado, o que era bom.

– Eu nunca gostei da sua comida, mas é isso ou a do hospital. - Diz Elesis com a boca cheia.

– Valeu. - Disse a loira séria.

Sorriu para a elfa com um garfo na boca.

– Agora é sério. - Fala Arme. - O que você estava fazendo numa missão daquelas? Bateu a cabeça, Elesis?

– Eu só queria um pouco de aventura. - Rir forçado. - E parece que eu encontrei a aventura certa.

– Tá, mas o que aconteceu nessa missão para todos vocês ficarem assim? - Estranha Lire.

– Ah, aconteceu nada de -- Para de falar de repente.

– Quero que você mantenha em segredo tudo isso que você sabe, sobre as chamas e o Lass ser um híbrido. - Veio em sua mente a voz de Grandiel. Ele tinha dito isso antes de sair do quarto. - Não conte a ninguém se quiser ajuda-lo. Nem mesmo para as suas amigas.

Elesis não gostava de mentir para as suas amigas, sempre foi sinceras com elas. Mas aquilo era algo que elas deviam ficar fora, nem saber do que se trata.

Suspirou.

– Nós encontramos uns caras barras pesadas e acabamos nos dando mal. - Inventa. - Desculpe por preocupar vocês.

– Só não faça isso de novo. - Diz Arma emburrada, mas logo ficando animada. - Mas você provavelmente deve ter perdido a luz azul que apareceu no céu um dia desses.

– Luz azul? - olhou confusa.

– Sim, parecia um farol de tão forte que era essa luz azul. - Fala Lire. - Tinha algumas formas de chamas mas acho que era só impressão nossa.

Percebeu do que elas estavam falando. Se lembrou de quando viu essa luz, de quando estava quase morrendo até as chamas aparecer e a salvar. Porém, acabou se lembrando do corpo morto do rapaz, onde estava partido ao meio. Se lembrou dos seus órgãos para fora, como os ossos fraturados. Até mesmo de sua mão decepada em seu pescoço.

Rapidamente colocou ambas as mãos na boca, se segurando para não vomitar. Aquilo a fazia muito mal, de verdade.

– Tudo bem, Elesis? - Pergunta Arme preocupada.

– Sim, eu estou. - Diz após ter engolido seco. Tinha que se manter forte. - Eu só lembrei de um filme de terror que eu vi, que era bem sangrento.

– Isso não é hora de ficar lembrando disso. - Reclama a elfa, principalmente por está comendo também. - Que tal falarmos de coisas boas.

– É. - Concorda a maga. - Quando você vai sair do hospital?

– Hum, eu não sei. Não disseram nada até agora. - Dizia pensativa. - Só falaram para eu descansar e não fazer nenhum esforço.

– Isso mesmo. - Fala Arme autoritária. - Não saia dessa cama até lá!

– Tá bom. - Solta uma pequena risada.

No final das contas, Elesis acabou não contando sobre o que aconteceu na missão para as duas. Ela sabia que o Conselho de Canaban iria atrás das vítimas, como eles julgariam, e começariam a interroga-los com milhares de perguntas, uma mais complexa que a outra. Talvez se contasse para Lire e Arme, elas duas também teriam que ser interrogadas.

É, era melhor mantê-las fora disso.

– Já estamos indo, Elesis. - Avisa a maga pegando sua bolsa. - Temos muitos deveres para fazer e Lothos provavelmente venha mais tarde para vê-la. Nós a visitamos ainda essa semana, ok?

– Ok. - Abriu um pequeno sorriso.

A roxinha é a primeira a sair, logo sendo seguida por Lire atrás. Porém a elfa para e se vira para Elesis, mantendo um olhar sério para a mesma.

– Sei que não foi isso que aconteceu, Elesis. - Diz Lire séria. - Por que está escondendo de nós?

– Não estou escondendo nada. - Falava calma.

A loira aperta o punho com força, assim ficando mais irritada.

– Elesis, aquele sinal que eu vi no céu naquele dia com certeza tem haver com todos vocês. Vejam os seus estados! - Acabou elevando a voz um pouco. - Há alguns soldados do Conselho andando por esse hospital, que é uma coisa muito incomum de acontecer. E eu vi o estado que o Lass se encontrava, ok? Nenhum humano seria capaz de fazer tudo isso.

– Como você disse, nenhum humano. - Abaixa o olhar. - Se quiser acreditar em mim, tudo bem, mas se não quiser... - A olhou. - Eu sinto muito.

Lire não disse mais nada. Deu as costas e saiu do quarto, deixando Elesis com o próprio silêncio.

Após um bom tempo sozinha, o médico veio visita-la, assim a deixando mais aliviada. Antes disso, uma enfermeira tinha vindo em seu quarto trazer alguns remédios, que para Elesis, eram muitos.

– Como está se sentindo, senhorita Elesis? - Perguntou o doutor.

– Dolorida. - Foi direta. - Além do mais, eu não estou sentindo minhas pernas. O que é isso?

– A maioria de seus ferimentos se localizava nas pernas, as deixando em um estado bem ruim. Alguns músculos foram cortados por causa disso, a deixando com dificuldade de se locomover. - Se aproximou da cama da ruiva, assim tocando em um dos pés dela. - Mas isso é o de menos.

– Como assim? - Olha confusa.

– Soubemos que você possuí o raríssimo Berserk. Sabe que quando utilizado, ele consome uma grande quantidade de sangue, como se fosse gasolina. Pelo visto, você deve ter o usado muitas vezes, o que gerou a sua falta de sangue.

– Então...

– É, você está anêmica, por isso está tão pálida assim. - Realmente, a ruiva estava quase da cor de seus lençóis. - Porém, houve alguns danos cerebrais por conta do excesso do Berserk, o que gerou seu sangramento pelo o nariz.

Se lembrou de antes de apagar, houve um sangramento pelo o nariz, além de sua tontura. A ruiva pôs a mão no nariz, se lembrando perfeitamente da cena.

– Irá tomar bastantes remédios durante esse dias, então descanse bastante.

– Meus braços doem. - Olha para o rapaz. - Mais que o normal.

– É normal pelos os ossos estarem fraturados, mas nada de grave. Parece que você e seus amigos tiveram um grande problema para estarem assim.

– É... - Disse com desanimo.

– Bem, é só isso. Se tiver alguma dúvida, é só me chamar. - Fala já se despedindo. - Descanse até lá.

Concordou com a cabeça. Porém, ainda tinha algumas dúvidas a pergunta, assim chamando o doutor antes de ele ir embora.

– Como estão meus amigos? - Perguntou com receio.

– Você está pior que eles, isso eu posso garantir. Então não tem com que se preocupar. Mas tem um deles que está em um estado grave. - Disse pensativo.

– O de cabelos branco? - Aponta para os próprios cabelos.

– Esse mesmo. Parece que ele foi atropelado por vários caminhões.

– Entendo. - Volta a abaixar o olhar, de forma triste. - Obrigada, doutor.

– Disponha.

Outra vez, Elesis estava sozinha naquele quarto. Tinha uma TV no quarto da mesma, mas ela não quis liga-la nenhuma vez, nem mesmo quando Arme pediu para que ela ligasse.

Voltou a se deitar, jogando os cabelos ruivos para trás. Ficou olhando o teto, do mesmo jeito de quando acordou.

Aquilo era doloroso.

Queria ver todos, ver como eles estavam e se estavam com muitas dúvidas como ela. Queria poder se desculpar por tudo aquilo ter acontecido. Apenas queria que as lágrimas que escorria de seus olhos parecem de cair.

***

Tinha ficado de noite antes mesmo de Elesis cair no sono. No entanto, acordou no meio da noite por está com sede. Tentou ignorar a sua necessidade, mas ela falava mais alto.

Se sentou na cama com um impulso, jogando seu cabelo bagunçado para frente do rosto. Tirou os fios vermelhos da frente da sua visão, desse jeito conseguindo ver o quarto, até mesmo aquela pessoa no canto a olhando.

A ruiva ficou um momento olhando para a sombra, logo se tocando o que era.

– Qu-Quem é você?! - Gritou assustada.

Se rastejou para trás da cama, em seguida caindo da mesma. Caiu de costas, assim suas pernas para trás, ficando com os joelhos na própria cara.

– Você é muito escandalosa. - Menciona a pessoa.

Abriu as pernas por um pouco, dessa forma conseguindo ver a pessoa em pé perto dela. Ficou aliviada ao ver que era um conhecido.

– Oh, Lupus. - Fala surpresa. - O que faz aqui a essa hora?

– Só vim dar uma passada. - Diz com a sua expressão neutra, como sempre. - Vem, se levanta logo.

Jogou a ruiva de lado, assim a segurando pelos os braços e a colocando sobre a cama. Elesis tinha até esquecido que essa queda doeu muito para ela, principalmente nas costas.

– Mas isso não é hora de visita. - Menciona a espadachim. - Está de noite.

– É que esse foi o único momento que eu achei pra falar com você. - Se encosta na parede perto a cama.

Elesis percebe algo de diferente nas mãos de Lupus. Ele usava alguns tipos de luvas pretas. Se lembrou que ele tinha quebrado os dedos, então aquelas luvas talvez fosse para aquilo.

– Astaroth já me explicou tudo. - Diz a ruiva. - Sobre o Lass.

– Que bom, assim me poupa explicação. - Suspira aliviado. - Só vim aqui te dizer para não se culpar do que aconteceu. As chamas é uma criatura manipuladora, só quer ver caos.

– Mas ele tinha razão. Foi minha culpa, toda minha.

– Qual parte de não se culpe você não entendeu? - Olhou para ela. - Ele estava mentindo.

– Se você diz... - Disse aquilo por dizer, pois ainda no fundo, continuava a se culpar.

Suspirou outra vez ao ver que a ruiva não tinha engolido ainda.

Se desencostou da parede e se sentou na ponta da cama. Permaneceu olhando para frente.

– Como que você não se feriu com as chamas? - Pergunta Elesis. - Ele tinha te acertado em cheio, mas teve nenhum sinal de queimadura em você.

– Porque eu sou neutro em relação as chamas. - Olha para ela. - Elas não me queimam.

Olhou surpresa.

– Deve se lembrar que ele falou que tenho essências das chamas em meu corpo, certo?

Assentiu com a cabeça.

– Bem, eu tenho uma pequena porcentagem das chamas em meu corpo, herdado pelo o meu pai.

Se lembrou outra vez do que as chamas disse para o caçador. Elas tinham dito que Lupus tinha uma essência dela dentro de seu corpo.

– É verdade que seu pai deu as chamas para o Lass, e não para você? - Perguntou com receio.

Demorou um pouco para responder.

– Sim, é verdade. - Disse sem se importar muito. - Ele deu as chamas para o Lass porque o seu corpo era mais resistente que o meu, então se adaptaria bem com as chamas. Já eu, morreria se tivessem elas.

A ruiva ficou em silêncio. Mas logo olhou mais surpresa ainda.

– Então você é o garoto da história que o Astaroth contou.

– Como? - Olhou confuso.

– Astaroth tinha contado que havia um grande caçador, onde ele roubou as chamas e matou a própria mulher... Com elas... - Elesis vai parando de contar a história aos poucos quando percebe o haro a olhando sem expressão. Tinha esquecido que era uma história muito delicada. - Foi mal, eu não quis -- É interrompida.

– Tá tudo bem. - Falou calmo. - Eu não cheguei a conhecer a minha mãe direito, apenas meu pai.

– Ah, então você e o Lass são irmãos por parte de pai. - Fecha o punho e bate na outra mão aberta, com uma expressão de ter resolvido algo.

– É claro que somos! Eu já te disse que somos irmãos.

– É que eu pensei que um de vocês fossem adotados. - Ria sem jeito. - Um é haro e outro parece um humano.

Era de se esperar quando tinha um irmão de espécie diferente.

– De qualquer jeito, eu quero agradecer por ter derrotado as chamas. - Fala o caçador. - Eu simplesmente não conseguia encara-lo. Ele ficava me provocando com tudo aquilo, então eu não consegui continuar.

– Não foi nada.

Se levantou da cama e se dirigiu para a saída. Parou na porta e olhou para a ruiva.

– Lass não é um monstro que parece ser. - Diz o rapaz de costas. - Ele só têm alguns problemas, nada demais.

– Eu sei. - Passa a mão na cabeça, onde doía um pouco. - Também tenho meus problemas.

Olhou para a ruiva sobre o ombro e sorriu para a mesma.

– Boa noite.

Assim saiu do quarto, deixando Elesis sozinha outra vez.

***

– Hey, como tá o meu cabeça fósforo?! - Disse Elesis animada.

Pôs a mão nos cabelos ruivos do rapaz e começou a bagunça-los, parecendo que estava acariciando um cachorro.

Jin se encolheu diante do "cafuné" da ruiva.

– Elesis, isso dói. - Disse Jin.

– Ah, foi mal. - Recolhe a mão.

Elesis continuava deitada em sua cama, já que ainda não estava sentindo as pernas totalmente. Jin pode sair de seu quarto depois de horas fazendo exames, provando que ele estava bom o suficiente para se manter em pé.

Ao contrário da ruiva, o lutador estava cheio de curativos no rosto, além de seu braço quebrado, sendo segurado por um pano branco. Por debaixo da camisa, estava com o peito todo enfaixado pelas as costelas fraturadas. Mas mesmo estando nesse estado, o ruivo continuava sorridente.

– Como estão os outros? - Pergunta Elesis.

– Estão bem, já podem até voltar para casa, mas vão ter que ficar voltando de vez em quando no hospital para saber como estão indo. - Dizia pensativo. - O Sieghart já acordou, nada de errado com ele. Só vai demorar um pouco para ser liberado.

– Puxa, eu queria também ser liberada. - Reclamava. - A comida daqui é muito ruim. - Mostra a língua.

– Se quiser, eu posso trazer algo da rua pra você.

– Não precisa, eu só forte o suficiente para aguentar a comida daqui.

Jin solta uma pequena risada, mas ficando sério aos poucos.

– Então, Grandiel já te contou sobre o que aconteceu?

– Na verdade, foi o Astaroth. - Diz calma. - E sim, ele me contou tudo.

– O Conselho de Canaban vem muito aqui, talvez seja por causa do Lass. Só espero que nada de ruim aconteça com ele.

– E não vai. - Fala determinada. - Não é culpa do Lass de ele ter essa coisa dentro dele, não é. Se o Conselho quiser acusar alguém que seja eu.

O ruivo olha para Elesis e ver a seriedade da garota. Logo volta a abaixar o olhar novamente.

– Não fale isso. Não é culpa de ninguém.

– Mas -- É interrompida.

– Não é culpa de ninguém. - Repete. - Apenas entenda isso.

Com um certo receio, concordou com a cabeça.

De repente o ruivo volta se animar novamente, deixando Elesis do mesmo jeito.

– E quando você vai poder levantar da cama? - Pergunta o lutador.

– Quando minhas pernas melhorarem. - Dar alguns tapas nas mesmas. - É um saco ficar deitada aqui o dia todo.

Estica os braços, desse jeito tirando a preguiça, mesmo tendo feito nada além de ficar deitada ou sentada.

– Só estando sem as pernas para você ficar descansando. - Rir Jin. - Espero que melhore. Ah, e o que aconteceu com o Eléo? Ele não chegou ainda.

– Eu já dei as notícias a ele. - Inventava a ruiva. - Ele meio que está de "férias", então não é melhor atrapalhar ele.

– É, é melhor deixar ele descansando. - Diz o lutador olhando sério para Elesis. - Você tem toda razão.

Antes que a espadachim pudesse disser outra mentira, alguém entra no quarto. Era uma enfermeira, trazendo consigo uma bandeja com alguns remédios sobre ela.

– Está na hora dos seus remédios, Elesis. - Disse simpática.

– Ah, não. - Já começava a reclamar só em pensar nos gostos de cada pílula.

A moça colocou a bandeja sobre a mesa ao lado da cama de Elesis.

– Não vou atrapalhar a conversa com o seu irmão, então deixarei os remédios aqui para você tomar. - Fala já indo embora.

– E-Ele não é meu irmão! - Fala envergonhada. - É só um amigo.

– Sério? - Fala surpresa. - Parecem tão iguais, principalmente pelos os cabelos. Bem, tome os remédios.

Jin e Elesis soltaram uma pequena risada quando a enfermeira se foi. Realmente, ambos pareciam ser parentes pela a cor do cabelo.

– Elesis, posso te fazer uma pergunta? - Pergunta Jin.

– Fala. - Diz a ruiva enquanto tomava os remédios à força.

Jin pareceu um pouco incomodado em perguntar aquilo, já que era algo pessoal.

– Você gosta do Ronan? - Foi direto.

Só viu a ruiva se engasgando com a água que tomava, assim seria mais fácil de o remédio descer. Elesis abaixou a garrafa de água e tomou um pouco de ar antes de olhar para o lutador.

– Qu-Que tipo de pergunta é essa? - Fala para Jin, já com a expressão corada.

– Uma simples pergunta. - Rir sem jeito enquanto dar de ombros.

Soltou um ar abafado, tentando voltar a ficar com o tom de pele ao normal, porém falhando.

– Olha, vamos conversar sobre outra coisa. Que tal comida? - Olha confiante para o rapaz.

– É que você tem um jeito diferente de olhar para o Ronan. Então, você gosta dele?

– Eh, bem... - Passava a mão atrás da cabeça. - Eu meio que gosto dele. - Fica mais envergonhada ainda, mas ficando séria repentinamente. - Não ouse contar pra ele!

– Não vou. - Levanta os braços de forma inocente. - Eu só queria saber se você gostava mesmo dele.

– Bom. - Continuava a olhar desconfiada. - Se você ousar contar para ele, eu conto para Amy sobre você também.

– Até você? - Em poucos instante o ruivo fica da cor do cabelo.

Após alguns segundos, os dois estavam queimando de vergonha.

– E por que você ainda não se declarou para ele? - Pergunta Jin, ainda corado. - Não seria mais fácil?

– Eu... Eu... - Gaguejava, logo abaixando o rosto envergonhado. - Eu só não tenho coragem.

– Eu te entendo.

– Isso é bom! - Pensava o ruivo. - Assim o Lass tem mais tempo de se confessar para a Elesis.

– Mas você já pensou que pode gostar de outra pessoa? - Pergunta outra vez. - Além do Ronan.

Olhou um pouco pensativa e confusa.

– Bem, não. - Olha para um lado e para o outro enquanto pensava. - Acho que só o Ronan.

– Tem certeza? Parece que você e o Lass são mais que uma amizade.

– Somos apenas amigos. - Cruza os braços, mesmo aquilo tendo doído. - Eu não acho que gosto do Lass nesse tipo.

– Entendo. - Fala um pouco triste.

Quando iria continuar a falar com a ruiva, alguém bate na porta. Olhou na direção e viu que o médico que estava cuidando de seus ferimentos.

– Está na hora de outro exame, senhor Kaien. - Chamou o médico.

– Ah, certo. - Se levanta da poltrona que estava sentado e olha para a ruiva. - Depois a gente se ver.

– Até lá. - Diz sorridente.

Se despediu do ruivo quando ele estava saindo do quarto. Após ele ter saído, voltou a se deitar em sua cama, querendo poder dormir por um bom tempo. Os remédios a deixavam assim.

Fitou o teto sem expressão. Começou a ficar pensativa sobre o assunto que teve com Jin.

– Parece que você e o Lass são mais que uma amizade. - Ouviu a voz do ruivo em sua cabeça.

Ficou pensando em como seria ela e Lass do jeito que Jin falava. Pensava que o albino seria mais gentil, o mesmo para ela, se estivessem juntos. Pensou em todos jeitos possíveis, mas no final das contas, algo parecia em comum. Nada mudaria se eles ficassem juntos. Ambos eram bem unidos de qualquer jeito.

Mas não importava quanto pensasse no Lass, Ronan sempre estaria em seus pensamentos. De alguma forma, ele fazia Elesis feliz, uma felicidade diferente.

Sorriu só em lembrar de seu sorriso. Pegou um dos travesseiros sob sua cabeça e o abraçou de forma envergonhada, como se fosse um urso.

– Devo ser sincera com o Ronan? - Pensa Elesis. - Ou esconder isso?

Pôs o travesseiro, escondendo a vergonha. Cada vez que pensava sobre isso, mais Elesis corava.

Era algo que ela não podia evitar.

***

No outro dia, Elesis acordou mais disposta. Suas dores começavam a diminuir com o tempo, porém ainda se sentia fraca por causa da anemia. E suas pernas começavam a se mover normalmente, porém com um pouco de dificuldade.

– Hoje eu consigo. - Sussurra para si.

Tirou o lençol sobre seu corpo e colocou as pernas para fora da cama. Aos poucos se mantel em pé, encostando o pé no chão gelado. Se equilibrou até conseguir ficar em pé sem problema algum.

Respirou fundo e deu um passo a frente. Sentiu como se tivesse aprendendo a andar novamente. Quase se desequilibrou quando deu o primeiro passo, logo o segundo.

– Vamos, pernas! Eu preciso de vocês. - Pensava a ruiva confiante.

Depois de alguns minutos, Elesis andava em pequenos passos. Era difícil de continuar daquele jeito, mas com o tempo conseguiu fazer isso tranquilamente.

Deu um pequeno salto, assim conseguindo aumentar cada vez mais. Ficou em pé sobre uma perna só, o que foi difícil. Começou a testar suas pernas enfaixadas cada vez mais.

– Acho que já estão boas. - Menciona Elesis olhando para elas.

Se virou e voltou a andar normalmente. Dessa vez, suas pernas começaram a tremer e ficarem fracas de repente. Talvez estivesse errada sobre as pernas.

Quando deu outro passo, acabou não sentindo mais as pernas, fazendo Elesis cair direto para frente. Fechou os olhos ao ver que atingiria o solo, porém abre os olhos lentamente ao sentir algo a segurando pelos os braços.

– Essa foi por pouco.

Levantou o rosto, se deparando com os olhos azuis de Ronan. Estava tão próximo.

– Vejo que você já está melhor. - Diz o azulado feliz.

– É, mais ou menos.

Conseguiu se ergue novamente, mas usando os ombros do rapaz como apoio.

– As minhas pernas ainda estão meio estranhas. - Fala a ruiva.

– Percebi. - Rir sem jeito. - É melhor você se sentar.

Concordou com a cabeça.

A levou lentamente até a cama, assim Elesis consegue se sentar e deitar outra vez. Ficou um pouco emburrada ao voltar para a cama e ficar lá por horas sem fazer nada. Aliás, era só ela no quarto mesmo.

– Como está indo? - Pergunta Ronan.

O rapaz não parecia tão ruim assim. Estava com alguns arranhões no rosto, principalmente um na bochecha, e uma faixa branca contornando sua cabeça. Já o seu corpo parecia bem.

– Tudo, menos andando. Só alguns ossinhos quebrados, alguns cortes e pouco sangue nas veias. - Fala de forma positiva. - Nada demais.

– Ainda bem. - Suspira aliviado. - Pensei que não iria melhorar.

– Eu estou bem, não está vendo? - Olha séria para o rapaz, de forma brincalhona. - Você que devia se olhar no espelho. Sua cabeça está bem?

– Ah, - Encosta a mão na faixa, mas logo tirando. - Isso não é nada, não se preocupe.

Abaixou o olhar, assim não olhando para o rapaz. Quando olhava para Ronan, se lembrava dele apanhando para as chamas, de uma forma brutal. Foi por causa daquilo que a fez perder o controle do Berserk.

– Por que continua com ele mesmo depois disso? - Fala o azulado de repente.

– Hã? - Olha confusa. - Está falando do Lass?

– Ele quase matou todos nós, inclusive você. - Olhou sério para a ruiva. - Eu sei que você está preocupada com ele, mas por quê?

Tentou disser algo, mas não conseguiu. O que Ronan era verdade. Por que ela fazia aquilo? A maioria das pessoas criaria raiva se alguém fizesse isso com ela, ao contrário de Elesis que se preocupa.

– A culpa não foi dele. - Diz Elesis. - Ele tentou manter aquelas coisa dentro do corpo, mas acabou não conseguindo. Eu meio que entendo ele em relação ao Berserk.

– São coisas diferentes, Elesis. O Berserk não mata pessoas, as chamas sim. Além do mais, você já sabe que o Conselho está vendo isso, certo?

– Sim, e eu tenho que fazer algo sobre isso. - Falava determinada. - Lass pode ser julgado como culpado e morrer por minha causa.

– A questão não é essa! - Disse um pouco irritado, o que fez Elesis percebe logo. - É que... Ele é seu namorado, então ele tem que te proteger, e não o contrário.

Entendo o que o rapaz estava querendo dizer. Ele teria razão se não fosse mentira.

Elesis fechou os punhos com raiva de si mesma. Tinha esquecido que Ronan ainda achava que ela e Lass estavam juntos. Precisava dizer a verdade, imediatamente.

– Lass não é meu namorado. - Murmurou.

Ronan a olhou surpreso.

– Como assim?

– Minha amiga, Lire, tem um irmão muito ciumento que, provavelmente, não a permitiria de namorar alguém, então ela me pediu um favor, que seria arranjar um namorado e convencer o irmão dela. - Respirou fundo e soltou um longo suspiro. - Eu não sabia quem pedir e o Lass foi o primeiro a aparecer. Ele concordou em me ajudar com isso.

– Então vocês estavam fingindo esse tempo todo? - Não acreditava.

– Tudo para que o irmão da Lire não descobrisse. - O olha. - Lass nunca teve responsabilidade sobre mim, nem eu sobre ele. Ele é apenas meu amigo e eu me preocupo com isso.

Ronan passou a mão entre os cabelos presos. Começou a se lembrar das brigas que teve com o albino por causa disso, e de toda raiva que sentia por ele. De repente, se sentiu um grande idiota sobre tudo aquilo.

Soltou uma risada de deboche.

– O que foi? - Pergunta Elesis.

– Eu acho que devo desculpas a alguém. - Olha sorridente para a ruiva. - Sabe, podia ter me contado isso há muito tempo.

– É que eu acabei não sabendo explicar. - Diz sem jeito. - E um certo alguém acabou espalhando.

– Tá tudo bem. - Abri um pequeno sorriso. - Já passou mesmo. O importante é que você esteja bem de qualquer jeito.

– E vocês também.

Permaneceu um longo silêncio sem uma conversa. Elesis começa a ficar nervosa por está sozinha com Ronan, e mais ninguém. Era uma sensação estranha, pensava ela.

– Talvez seja esse momento que eu tenho que falar para o Ronan. - Pensa a ruiva. - Vamos, Elesis, fale!

Respirou fundo e olhou para o azulado.

– Podíamos sair um dia desses juntos! - Fala um pouco alto.

– Hã?

– É que você me prometeu que me ensinaria a dançar valsa. - Dizia um pouco corada. - Então podíamos passar um dia juntos para você me ensinar.

Colocou a mão no queixo e ficou pensativo.

– É, pode ser. - Diz sorridente. - Mas agora eu tenho que ir ver algumas coisas no Conselho De Canaban, já que eu faço parte de lá.

– Faz parte?

– Não é muita coisa, é só por causa do meu título de príncipe. - Falava um pouco incomodado com isso. - Bem, eu já vou indo. Descanse.

Quando estava chegando próximo a saída, alguém o segura pelo o pulso, impedindo que continuasse. Olhou para trás e viu Elesis caída no chão, mais ainda o segurando.

– Você pode ajudar o Lass? - Pergunta desesperada.

– Eu não sei. Acho que isso é mais pro lado do Conselho.

– Por favor, tente ajuda-lo.

Olhou nos olhos da ruiva e percebeu o quão desesperada ela estava. Aquilo incomodava Ronan, porém ele sabia que Elesis era assim.

– Vou fazer o possível.

– Obrigada. - Sorri aliviada.

Com um pouco de dificuldade, a ruiva se levanta e volta para a cama, mesmo tendo tropeçado e caído de cara no colchão.

Outra vez, o azulado se despediu e saiu do quarto com um sorriso bobo no rosto. Parece o que Elesis tinha dito o faz ficar daquele jeito.

***

– Você vai conseguir sozinha? - Perguntou a enfermeira com uma toalha na mão.

– É claro que sim. Eu já posso até andar. - Diz Elesis com o seu orgulho na frente.

As roupas que a ruiva usava no hospital eram bem simples, tendo uma camiseta branca e um short na mesma cor. Bem, pelo menos não era aqueles vestidos que deixava o fundo amostra. Porém já tinha se passado uma semana desde que Elesis chegou no hospital, então era óbvio que a ruiva precisaria de um banho.

Mas com o orgulho falando mais alto, Elesis preferiu tomar sozinha. Seus machucados já tinham sarado o suficiente para tomar o banho.

– Tome cuidado, Elesis.

– Tá tudo bem, Beth. - Tinha passado tempo suficiente para Elesis conhecer a enfermeira que cuidava dela, que era muito simpática.

Entrou no banheiro e tirou suas roupas com um pouco de dificuldade. Beth já tinha ajudado a ruiva a tirar os curativos do corpo, então não tinha com o que se preocupar.

– Gelado. - Reclama Elesis ao tocar na água do chuveiro.

Enquanto tomava coragem para entrar na água, acabou se olhando no espelho. Estava um pouco mais magra que lembrava, seu corpo tinha milhares de cicatrizes, das menores as maiores. Sua perna não tinha tantas cicatrizes, só onde foi atingida. Suas mãos continuavam com as marcas da luta. Se virou de costas e arregalou os olhos ao ver aquela enorme cicatrizes, divida em três.

– Peguei você. - Ouviu a voz das chamas em sua mente, antes de ele ter feito aquilo.

Parecia que tinha sido acertada por um urso, mas não, era apenas um humano, quer dizer, meio humano.

Porém as cicatrizes não tinham sarado ainda, pois continuavam com os seus pontos. Não parecia ser está tão ruim, mas era melhor que antes.

Após horas para entrar no banho, e conseguir tomar um, Elesis sai do banheiro. Seus cabelos estavam molhados, então ela secava com uma toalha. Colocou outra roupa do hospital, que não tinha diferença alguma.

– Como está se sentindo? - Perguntou a moça.

– Com frio e mais leve. - Foi logo deitando na cama e se enrolando. - Eu só quero poder descansar agora.

– Mas antes, você deve colocar os curativos limpos. - Já pegava as fitas. - Senão, as feridas não vão sarar.

Demorou um pouco para pensar, talvez estivesse pensando.

– Tá bem. - Se senta na cama, logo esticando os braços. - Acaba logo com isso.

Quando terminou de colocar os curativos, Elesis voltava a se sentir como uma múmia com todo aquele curativo. Mas não tinha como negar, se sentia bem melhor com os curativos.

– Boas notícias, Elesis. - Diz a enfermeira. - Você poderá visitar seus amigos amanhã, já que você tem melhorado.

– Sério? - Pergunta animada. - Ainda bem.

– Mas para isso, você deve tomar os remédios nos horários certos, e não fazer muito esforço, entendeu?

Olhou emburrada. Não gostou da parte dos remédios.

– Tá bom.

***

Se sentia tão livre enquanto andava pelos os corredores do hospital. É claro que suas pernas não estavam tão bem assim para andarem, mas Elesis fazia um esforço para isso. Era tão bom está fora da cama e poder ver os outros.

Pegou um elevador e um subiu andar, assim indo visitar Sieghart, que ficava em um piso diferente. Seu quarto não ficava tão longe, para sua sorte.

– Como você está se sentindo? - Pergunta Elesis ao abrir a porta.

O moreno estava deitado em sua cama, enquanto lia algum tipo de revista em quadrinhos. Não deixou de alargar um sorriso quando viu a ruiva ali.

– Elesis! O que você faz aqui?

– Vim ver você. - Fala entrando no quarto. - Como está?

– Quase sem coração, mas eu tô bem. - Dar uma leve batida no peito. - Devo uma para o Ronan. - Rir. - E a você.

– Eu? - Aponta para si. - Eu só fiz o meu trabalho. Você teria feito o mesmo pela a gente.

– É, mas eu não consegui. - Olha triste. - Eu só atrapalhei vocês.

– Não fale isso. - Fica com o mesmo olhar. - Todos nós tentamos e falhamos do mesmo jeito.

– Mas você não.

Elesis se encosta na parede, assim abaixando o rosto.

– Na verdade, eu tenho falhado com muita gente. - Suspira. - Se não fosse por mim, nada disso teria acontecido. - Levanta o rosto. - Nada.

Sieghart olhou sem expressão para a ruiva. Levantou uma das mãos e a sacudiu, chamando a atenção da ruiva assim. Fez um sinal para que ela se aproximasse, e foi o que Elesis fez. Fez outro sinal com a mão, assim Elesis se abaixou perto do moreno.

Pôs sua mão sobre a cabeça da mesma, fazendo um pequeno cafuné na garota.

– Você é uma garota muito bonita e forte, mas não estrague seu charme com esse negócio de culpa. - Dizia Sieghart sorrindo.

Olhou surpresa para o rapaz. Suas palavras eram sinceras e simples, deixando a ruiva mais aliviada. Talvez Sieghart tivesse razão, como os outros, Elesis devia parar de se culpar e seguir em frente, desse jeito podendo ajudar Lass. Ficar se culpando não ia a lugar algum.

Abriu um sorriso sereno.

– Acho que você tem razão. - Fala Elesis. - Tenho coisas maiores para me preocupar.

– É assim que se fala. - Solta a cabeça da ruiva. - Agora você poderia me deixar sozinho? Eu preciso dormir, estou muito cansado.

– Certo.

Foi até a porta e olhou sorridente para o moreno.

– Espero que você melhore.

– Valeu. - Disse em meio a um bocejo.

Se despediu e saiu do quarto. Voltou ao grande corredor vazio, onde algumas pessoas passavam por ali. Sem muito para onde ir, Elesis começou a andar sem rumo, até algo chamar sua atenção, ou alguém.

Apenas sentiu alguém a abraçando fortemente, o que doeu muito. Mas a reconheceu pelos os longos cabelos loiros.

– Lothos, você tá me machucando. - Reclama Elesis.

– Me desculpe. - Solta a mesma, assim a olhando melhor. - Eu estava tão preocupada!

Olhou a expressão de preocupada da loira, fazendo Elesis estranha-la. Nunca a viu daquele jeito.

– Qual é o seu problema? - Diz Lothos autoritária, além das mãos na cintura. - Indo numa missão dessas e ainda voltando toda machucada assim. Pelo visto, Grandiel e Astaroth já te contaram sobre o que aconteceu.

– É, eles me contaram. - Passa a mão atrás da cabeça. - Eu sei sobre as chamas e o julgamento que vai ter.

– Que bom. Também soube que você teve que usar o Berserk para impedir as chamas.

– Eu não tive escolha. - Desvia o olhar.

– Tá tudo bem. Você teve um motivo para isso. Vem, vamos nos sentar. - Aponta para um banco. - Precisamos conversar.

Assentiu com a cabeça e foi até o banco, assim se sentando, logo Lothos ao lado. Não disseram nada no começo, até a loira disser algo.

– Sei que não sou nada sua, muito menos sua responsável. - Dizia ela. - Mas as coisas que você faz me preocupa de qualquer jeito. Devia parar de pensar só em você e pensar como os outro irão se sentir.

Olhou surpresa para Lothos. Ela tinha razão. Elesis sempre foi de fazer as coisas sem pensar duas vezes, sem querer saber quais seria as consequências, muito menos como os outros reagiriam. As pessoas que ficavam em volta de Elesis sempre ficavam preocupados com ela, por essa atitude egoísta dela.

– Me desculpe, Lothos. - Diz arrependida. - Eu não faço por mal, é só instinto mesmo.

– Só não faça mais isso. - Suspira - Mas agora, eu vim aqui só para falar sobre o julgamento com você.

– O que eu preciso saber?

– Nada. - Olha séria. - Sei que eles pediram o máximo de informações de você, mas a única coisa que você deve fazer é saber menos. Isso vai garantir sua segurança.

– Espera, e o Lass? Como que ele vai ficar?

Lothos nega com a cabeça.

– Não tem muito o que a gente tem que fazer por ele, aliás, nós já estamos bastante ferrados só em esconder deles.

– Esconder? - Olha confusa. - Você sabia que o Lass tinhas as chamas.

– E que ele era um mestiço. - Passa a mão no cabelo. - Eu, Grandiel e Astaroth estávamos escondendo isso do Conselho há muito tempo. Fomos nós que encontramos ele, então decidimos esconde-lo do Conselho, mas parece que não durou muito tempo.

Elesis se levanta do banco e olha indignada para Lothos.

– Vocês sabiam esse tempo todo e não contou pra gente que tinha um homem bomba no grupo?! - Grita a ruiva irritada.

O mesmo fez Lothos, a olhou com raiva.

– Não podíamos contar para ninguém! Seria arriscado se um de vocês soubessem, principalmente se o Conselho descobrisse. - Aperta o punho.

Foi tentar dizer algo, mas a ruiva acabou não conseguindo. Lothos tinha razão.

– E é por isso que eu não quero que você esteja envolvida nisso. - Continua a loira. Delicadamente, Lothos segura o pulso da ruiva. - E também, é muito arriscado o Conselho ver você por causa do seu poder em especial.

– O Berserk?

– Não, o outro. - Fala séria. - Se eles descobrirem, você estar no mesmo barco que o Lass, entendeu?

Sabia de que poder Lothos falava, como Ladmir dizia também. Desde que era criança ouvia as pessoas dizendo para ela manter esse poder em segredo, mas agora Elesis entendia o motivo.

– Não vou falar, não se preocupe. - Confirma Elesis. - Como o Lass manteu segredo sobre as chamas azuis, vou manter o meu sobre isso também.

– Que bom. - Solta o pulso da garota e sorrir aliviada. - Só prometa que não irá arrumar confusão até lá.

– Vou tentar. - Era difícil para Elesis não arrumar confusão. - Mas você pode me ajudar a entrar no quarto do Lass? Toda vez que eu pergunto para os médicos, eles dizem que eu não posso.

– Ninguém pode até o momento, é regra do Conselho. Temem que possam fazer algo que faça Lass se safar do julgamento. Mas não se preocupe, logo eles deixarão.

– Tomara.

Elesis tinha visitado todos antes de Sieghart, até mesmo Jin que estava fazendo alguns exames, mas Lass ela não pode por não deixarem. Nem ao menos disseram onde o albino estava, o que frustrou a espadachim mais ainda.

– E como castigo, vá buscar um café para. - Diz Lothos. - Vou ter que te ensinar muita coisa para você ir bem no julgamento, então uma boa bebida quente vai ajudar.

– Tá bom. - Olhou emburrada.

Teve que andar por vários corredores até que achasse a lanchonete do hospital. Para a sorte da ruiva, não tinha que enfrentar fila para comprar um misero copo de café, e sim ir apenas em uma máquina e escolher a bebida que queira.

Se aproximou da máquina e apertou o botão com uma expressão séria. Por fora, podia parecer está bem, mas por dentro estava morrendo de dor, tudo por ter subido e descido escadas atrás da lanchonete.

– Finalmente. - Fala quando a bebida fica pronta.

Pegou uma tampa do copo e colocou com um pouco de dificuldade, já que suas mãos estavam enfaixadas. Segurou o copo quente, que chegava a ser uma boa sensação, e voltou na direção que veio. Enquanto via tranquilamente, acabou sentindo suas pernas ficarem fracas como antes, indiciando que aquilo não era boa coisa.

– Não, não agora. - Dizia a ruiva desesperada.

Tentou se manter em pé, porém falhando quando dar o próximo passo e cair no chão. Fechou os olhos quando se espatifou contra o solo, gerando bastante dor em sua barriga. Antes de cair, esticou o copo de café para longe, mas quando caiu no chão, não sentiu a bebida mais em suas mãos.

– Ué. - Abre os olhos, vendo que o copo não estava mais em sua mão.

Perto dela, viu um par de pés perto da mesma. Levantou o olhar, se deparando com um rapaz em pé e segurando o café da ruiva.

– Tudo bem? - Perguntou o rapaz. Sua voz era grave, mas suave ao mesmo tempo.

– Não muito. - Disse ao se levantar, com dificuldade. - Obrigada por ter segurado pra mim.

Quando a ruiva se manteu em pé, viu o quão alto era aquele homem. Possuía um cabelo curto e arrepiado, de coloração castanha. Seus olhos eram vermelhos, quase scarlet. Usava um grande sobretudo preto, cobrindo o resto de sua roupa. Mas algo chama mais a sua atenção, era suas orelhas pontudas.

– Precisa de ajuda com isso? - Falava do café. - Parece que você não tá muito bem.

Realmente, Elesis não parecia nada bem com aqueles curativos por todo o corpo.

– É só minhas pernas que estão meios ruins. Olha.

Foi dar alguns passos a frente e acabou quase caindo novamente, por ter se segurado no rapaz. O soltou e se manteve parada.

– Quer que eu te leve até onde você quer ir? - Pergunta o rapaz.

– Bem, fica no último andar. Não vai ser problema?

– Eu tava indo pra lá mesmo.

– Valeu então. - Agradece.

O rapaz estica a mão para Elesis, porém a ruiva olha torto para aquele gesto.

– Você não vai conseguir andar sem um apoio. - Diz ele. - Então se segure em mim.

– É que você tem cara de pervertido. - Olha desconfiada.

– Posso garantir que não vou tentar nada contra você.

Ergueu uma sobrancelha, ainda desconfiada. Mas depois de alguns minutos, acabou aceitando a ajuda do rapaz. Segurou firme sua mão, com tanta firmeza que o machucou, até mesmo si própria.

Ele começou a andar, assim Elesis indo junto. O rapaz manteve a mão levantada, dessa forma a ruiva tinha melhor apoio, o que estava funcionando.

– O que você faz aqui no hospital? - Pergunta Elesis. - Não tem cara de está doente.

– Vim visitar uma pessoa, só isso. E você? Foi atropelada ou algo do tipo?

– Eh, bem... - Se lembra que não podia falar o que aconteceu com ela, principalmente para um estranho. - Foi quase isso.

– Melhoras para você.

– Para a pessoa que você está visitando também.

Chegaram na parte das escadas, onde Elesis teve que fazer um esforço há mais. Até que pegariam os elevadores mas estavam em manutenção, e os que funcionavam estavam cheios. Mas nada melhor que um exercício nas pernas.

Enquanto segurava a mão daquele homem, Elesis sentiu uma estranha sensação. A mão dele era familiar, mas não no formato, e sim na sensação. Parecia que já tinha o segurado uma vez, porém não sabia onde. Era como um sentimento de nostalgia, e aquilo era bom.

– Pronto. - Diz o rapaz quando chega no último andar, logo ajudando a ruiva subir os degraus restantes. - Acho que você pode continuar daqui sem mim.

– É, acho que eu chego lá antes de ter um ataque no coração. - Dizia ofegante.

Elesis se solta da mão do rapaz e consegue ficar em pé sem problema algum. Ele devolve o café para a mesma, que por sorte, ainda estava quente.

– Obrigado. - Fala ele.

– Bem, eu que tenho que agradecer. - Diz Elesis sem jeito. - Valeu pela a ajuda.

– Não é por isso, é pelo o que você fez. Muito obrigado mesmo.

– E o que foi que eu fiz? - Olha confusa.

Ele estica a mão até a ruiva, a deixando com medo. Quando chegou perto, pousou sobre a cabeça da mesma.

– Ajudou alguém importante para mim. - Falou com um meio sorriso.

Desencostou da garota e começou a seguir na direção do corredor oposto que a Elesis iria.

– Eu sou Elesis, e você? - Perguntou a ruiva.

Ele se virou e a olhou sem expressão.

– Regis.

***

Teve que passar o dia todo praticamente ouvindo sermões da Lothos e suas broncas por não está mantendo a pose direito, é claro, com as dores que sentia nas costas ninguém conseguia. Mas depois de tanto trabalho, teve que tomar meia dúzia de remédios e ir dormir de noite.

Acordou com uma disposição maior que a do dia anterior. Tomou seu café da manhã, até repetiu, e tirou alguns curativos do corpo, o que era um alívio, porém teve que manter os dos braços e pernas.

– Suas amigas mandaram algumas roupas para você, Elesis. - Diz a enfermeira deixando uma mochila sobre a cama. - Pode se trocar, se quiser.

– É melhor que essas roupas. - Aponta para as que usava.

Quando colocou uma roupa mais confortável, saiu do quarto e começou a vagar pelos os corredores. Enquanto andava sem rumo, decidiu descobrir onde ficava o quarto do Lass, já que ninguém tinha falado para ela.

– Será que é no final do corredor? - Pensava. - Deve ser em algum lugar isolado.

Toda vez que passava por um quarto, Elesis dava uma rápida olhada dentro e depois continuava a procura. Mas no andar que ela estava havia poucos quartos, onde tinha apenas uma pessoa em cada quarto. Provavelmente era li.

Não desistiu mesmo depois de ter caído no chão por suas pernas ficarem fracas outra vez. Chegou até ir no quarto de Sieghart outra vez, no entanto ele estava dormindo. Após ter olhado todo o corredor, viu que não tinha visto um, o mesmo que aquele rapaz foi no dia anterior.

– Que seja aqui. - Murmurou irritada.

O corredor estava praticamente vazio, não tinha nem quartos ou portas. Bem no final dele, viu uma porta de vidro, o que fez a ruiva correr naquela direção. Quando chegou na porta, parou um tempo para tomar o fôlego.

Apoiou as duas mãos na porta de vidro, assim vendo o interior do lugar. Era um quarto. Começou a olhar para todos os cantos possíveis, até parar na cama que tinha no canto. Alguém estava deitado nela, e nem ao menos se movia. Forçou a vista para ver melhor, até ver os cabelos brancos.

– Lass! - Fala Elesis com a bochecha colada no vidro. - Finalmente te encontrei.

Tentou abrir a porta, mas não consegue por ela está trancada. Fez uma força há mais, mesmo doendo, porém nada aconteceu, o que frustrou a mesma.

– Como que eu vou entrar? - Pensa Elesis.

Ficou pensando por um bom tempo, até ver a janela aberta dentro do quarto do ninja. Sorriu ao ver aquilo.

***

Quando passou pela a janela, caiu com tudo de costas no chão. Tinha pulado uma janela próxima e andou pela a beirada até que chegasse na janela do quarto do rapaz. Ficou alguns minutos no chão até que se recuperasse.

Se levantou do chão com a parede como apoio. Ao se levantar, viu Lass deitado na cama. Como previa, ele estava dormindo. Preso ao seu rosto estava uma máscara de oxigênio, além de alguns fios em seu braço. Sua cara estava com alguns hematomas e cortes, que não pareciam ter sarado ainda. Em volta de sua cabeça tinha uma faixa, como a de Ronan, e do pescoço abaixo estava os curativos.

Mesmo sabendo de seu estado, Elesis via o ninja dormi tão tranquilamente. Aquilo apertou seu coração.

– Eae, Lass. - Fala Elesis ao se aproximar. - Você não parece nada bem. - Rir sem jeito.

Logo sua expressão fica triste. Queria poder falar muitas coisas para ele, porém seria tudo em vão. Primeiramente queria se desculpar pelo o que fez com ele, depois se desculpar mais e assim por diante. Não tinha nada além disso em mente.

Viu a mão de Lass descoberta, mostrando suas feridas em cada nó do dedos, além dos cortes e cicatrizes. Lentamente, aproximou a própria mão ao do albino.

No entanto, é interrompida quando ouve a porta do quarto se abrir. Olhou na direção da porta e pensou em se esconder, porém não dava tempo.

– Mas o que? - Diz a pessoa com a sua voz suave.

Elesis ficou paralisada quando a pessoa a viu, nem uma única palavra saiu de sua boca.

Era uma mulher, onde era bem mais alta que a ruiva, além do salto a ajudar nisso. Sua pele era clara e delicada, lisa e sem nenhuma imperfeição. Possuía olhos graciosos e vermelhos, mais que os de Elesis. Seus cabelos estavam separados, um para cada lado, onde tinha um grande cacho em cada parte, além da coloração roxa, parecendo os de Arme, porém mais forte. E seus lábios eram finos, tendo um batom em um tom avermelhado meio rosado. Usava um longo vestido branco, que realçava seu corpo mais ainda.

Era uma bela mulher, se não fosse por sua expressão séria.

– O que você faz aqui? - Perguntou ela.

– E-Eu vim visitar o Lass. - Dizia intimidada. - Algum problema?

Não sabia o motivo, mas desde que aquela mulher entrou na sala, Elesis se sentia estranha. Só em olhar para ela, sabia o quão forte ela era. Era algo assustador.

– Visitas não são permitidas. - Responde ela. - Você entrou escondida.

– Não é bem isso. - Nega com a cabeça. - Eu só tava vendo ele.

Não disse mais nada a moça, apenas se dirigiu até perto da cama e ficou olhando o albino dormindo.

– Você é a Elesis, não é? - Perguntou ela sem desviar o olhar.

– Sim, sou eu. E você?

Tomou algo na cara que fez a ruiva no chão e bater com as costas contra a parede. Pôs a mão na bochecha e olhou confusa para a mulher. Ela segurava uma espécie de bengala, porém feita de um material diferente. Parecia ser um ferro bem prateado, e onde ela segurava tinha uma pedra da mesma cor de seu cabelo, roxo.

– Se dirija à mim por senhorita. - Falou autoritária.

Engoliu seco. Não conseguiu achar palavras para irem contra ela.

– Sim, senhorita. - Diz Elesis desviando o olhar.

A moça ajeitou a postura, colocando sua bengala sob as duas mãos.

– Não pensei que você fosse tão desobediente assim, Elesis. - Continua. - Mas é perdoável já que é uma Cavaleira Vermelha.

A ruiva arregalou os olhos ao ouvir o que ela disse. Sentiu o sangue ferver.

– Como que -- É interrompida.

Sentiu algo machucar gravemente seu braço. Olhou e viu a ponta da bengala dela afundar contra um dos seu bíceps, no braço direito. Não estava perfurando, mas só em tocar aquilo doía muito, muito mesmo.

Mordeu o lábio inferior. Tentava de tudo para não gritar de dor.

– Primeiro, não fale comigo desse jeito. - Dizia a moça com um dos dedos da mão levantado, assim mostrando sua unha bem pintada. - E segundo, eu não terminei de falar.

Mesmo após terminar de falar, a bengala continuou no braço de Elesis.

– É muita coincidência você está no mesmo lugar onde as chamas azuis se despertaram. - Continuava. - Mais ainda pelo o seu passado cruel, principalmente pelo o conhecido Gerard.

Olhou surpresa para ela. Tudo que aquela mulher estava falando para ela, deixava Elesis louca, tanto em raiva quanto em medo.

– Como se sente sabendo, digamos assim, a última Cavaleira vermelha?

Por não ter ouvido resposta, empurrou mais ainda a bengala. Elesis fechou a cara em dor.

– Muito mal, senhorita. - Responde com a voz arrastada.

– É, você deve se sentir um lixo. Qualquer um se sentiria assim. - Soltou uma risada baixa. - Mas isso está no passado.

Tira a bengala do braço de Elesis, fazendo a ruiva colocar a mão onde foi atingida.

– Espero vê-la no dia do julgamento, Elesis.

– Julgamento? - Olhou confusa. - A senhorita estará lá?

Fez um pequeno "hunf", logo ajeitando a postura mais ainda, ficando com uma pose de autoritária.

– Sou a líder do Conselho de Canaban, Karina Erudon, conhecida mais como Cazeaje. - Disse séria. - Serei eu que definirá o futuro do senhor Isolet. - Se referia ao Lass.

– Erudon? É o mesmo sobrenome do Ronan! - Pensa Elesis surpresa.

Antes que Elesis pudesse dizer algo, outra pessoa chega na sala. A reconheceu pelo o uniforme de marinheira branca e pelos os longos cabelos loiros.

Mary.

– Aconteceu algo, senhorita Cazeaje? - Pergunta. - Ouviu você reclamando de algo?

– É apenas aquele lixo ali, nada demais. - Faz um rápido gesto para Elesis.

Mary ver a ruiva caída no canto. Não disse nada ou fez algum tipo de reação, apenas assentiu com a cabeça.

– Já estou saindo, Mary. - Fala Cazeaje. - Me espera lá fora.

– Sim, senhorita. - Diz rapidamente.

Fez como foi mandando, saiu do quarto.

Elesis encostou as costas na parede a se levantou a usando como apoio. Ficou em pé e olhou seriamente para a moça.

– Lass não é um monstro. - Menciona a ruiva de repente. - Ele não fez nada de errado para merecer isso. Ele é apenas um garoto simples que quer ter uma vida simples.

Cazeaje a olhou com desdém. Em pequenos passos, se aproximou de Elesis.

A ruiva só sentiu a ponta da bengala bater contra sua coxa. Fechou a cara em dor e fez de tudo para não cair no chão.

– Não pedi sua opinião. - Fala Cazeaje. - E sim, ele é um monstro. E todo monstro que vive em Ernas merece morrer da pior forma possível.

Olhou perplexa para ela.

– Agora, se eu fosse você, saía desse quarto antes que eu chamasse os seguranças. - Se aproximou da ruiva. - Entendido, Cavaleira Vermelha?

– Sim, senhorita. - Disse com a voz fraca.

– Como? Me chame corretamente.

Fechou um dos punhos com raiva e apertou os dentes. Aquela mulher era um pesadelo para Elesis. Seu olhar, seu sorriso, tudo nela era assustador, principalmente a aura que ela emanava, que era gigantesca.

Sentiu a bengala ir com mais força contra a sua coxa. Apertou os lábios mais ainda.

Respirou fundo e fechou os olhos, não querendo mais ver aquele pesadelo.

– Sim, senhorita Cazeaje. - Falou com a voz fraca.

Cara, aquelas bengaladas na cara da ruiva doía muito.


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Notas finais do capítulo

Review?
*Todo mundo sabe quem é Regis, né? Por favor, diz que sabe porque eu não vou falar, era mais para ficar como algo secreto quem era aquele rapaz.
*Cazeaje só um pouquinho fria, né? E a Elesis que se ****
*Próximo capítulo vai ter coisas mais interessantes, principalmente no final que eu tenho certeza que você vão querer me matar... Podem adivinhar o quê?
*Todos já perceberam que os capítulos estão lançando semanalmente, o que é bom. Toda vez que o capítulo é postado, outro já tá sendo terminado, por isso que os capítulos estão vindo mais rapidez. E para vocês ficarem informados, os capítulos são lançados todas as sextas de manhã, ok? Então fiquem atentos!



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