Finalmente aquele dia tinha chegado, o dia de tirar as correntes. Já estava amanhecendo, então certas pessoas ainda estariam dormindo. Porém algumas não, que seriam os professores.

Mesmo que fossem apenas funcionários do colégio ainda teriam um lugar para ficar. Os dormitórios dos professores ficavam em outro prédio, ainda localizado nos campos da escola.

– Tô com tanto sono. - Resmungava Astaroth.

Astaroth conhecido como professor das melhores aulas. Além de ter tido um grande passado incrível em volta de aventuras e combates que ninguém acreditaria se o visse nos dias atuais. Mas com o passa dos tempos um guerreiro mudar completamente, e foi isso que aconteceu com Astaroth. De uma pessoa forte e corajosa passou para uma pessoa preguiçosa e teimosa.

– Astaroth! - Alguém gritava por ele.

O professor estava em seu dormitório no momento, até que alguém arrebentou a porta o fazendo acorda de sua soneca.

– Mas que diabos, Grandiel. - Olhou para o loiro vindo com uma expressão nada contente.

O diretor adentrou no local e se dirigiu até o rapaz. Ao chegar jogou algumas folhas sobre o seu rosto.

– Me explique isso.

Astaroth pegou os folhetos e deu uma pequena lida.

– Contas de cartão? - Olhou para ele confuso. - O que eu tenho haver com isso?

– Você pegou meu cartão de credito e usou ele! Sem minha permissão!

– E como você sabe que fui eu? - Falava sonolento.

– Astaroth não minta para mim, eu sei que foi você. - Grandiel ainda fervia de raiva.

– Ok, você me pegou. - Mostra as mãos. - Fui eu. Mas por que está tão bravo? Eu só fiz algumas comprinhas. - Olhava a conta.

– De Mais de mil de cash?! Quer estourar o meu limite, né? - Apontava para o preço total na folha.

– Eu acho que te devo desculpas. - Ria sem jeito.

– Esquece. - Pegou os papeis e colocou dentro de seu sobre-tudo. - Não estou aqui para isso mesmo. - Dizia já calmo.

– Sério? Você arrombou a minha porta e ainda diz que não veio por isso. É bom que seja importante. - Se levantou da cama e foi em direção a cozinha, atrás de um copo d'água.

– Sim, é importante. - O seguiu.

– Então me conte. - Se sentou em uma cadeira, apoiou a cabeça sobre a mão e sorriu. - O que é tão importante para me chamar?

Grandiel ficou ali em pé mesmo olhando para a cara de idiota de Astaroth.

– Já deve ter ouvido sobre uma guilda chamada Cavaleiros Vermelhos, certo? - Cruzou os braços.

– É claro, quem nunca teria ouvido falar da famosa guilda Cavaleiros Vermelhos?

– Que bom. Então conhece algum membro dessa guilda chamada Gerard Palenwhite?

Astaroth fechou os olhos e tentou lembrar desse nome, porém nunca tinha ouvido falar.

– Não, não conheço ninguém chamado assim. Aliás, eu só conheço essa guilda e não os membros. Mas já que tocou no assunto, o que esse tal de Gerard tem haver com a nossa conversa?

– A equipe real de Canaban está em alerta por causa do Sr. Palenwhite.

– O que ele fez de tão importante? Assaltou um banco? - Astaroth não conseguia levar a sério a conversa.

– Infelizmente eles não disseram o motivo em questão. No entanto deram alguns detalhes sobre ele, mas o que mais importa é que ele está sumido do mapa. - Se encostou na parede. - E ai que entra a gente.

– Tá de brincadeira. Aqueles idiotas não conseguem achar uma simples pessoa, e o que eles fazem? - Se levanta da cadeira. - Jogam tudo pra cima da gente e querem que nós façamos o trabalinho chato deles, ótimo.

– Astaroth eu sei que é chato isso mas não é apenas a gente que está com esse trabalho.

– E quem mais está nessa?

– A comandante Lothos, isso quer dizer que esse sujeito é mesmo importante para eles.

– Só porque a loirinha vai trabalhar no caso quer dizer isso é sério. - Bufa. - Que saco.

Grandiel já estava de saída do local.

– Mas eu não quero que você entre em ação agora. - Fala de costas para ele. - Primeiro vou investigar isso, depois eu uso você. - Olhou para ele sério.

– Ah entendi. Você será a mente e eu o corpo. - Batia com o dedo na cabeça. - Sempre esperto.

– Se me dá licença. - Vai até a porta. - Tenho um trabalho para fazer.

– Claro. Mas espere um pouco... - Vai até o loiro. - "Depois eu uso você", é uma frase bem mais bem estranha, não acha?

– Ver se cresce, Astaroth. - Solta um olhar sério e sai do local.

***

Depois de alguma horas, a aula já começava.

– Não vejo a hora de tirar isso. - Falava Lass se referindo as correntes.

– Você quer mesmo se livrar de mim, né? - Diz Sieg.

– Esse é o meu objetivo desde o começo.

A conversa é interrompida pela chegada do professor Astaroth.

– Então, como foram esses últimos dias acorrentados uns aos outros? - Mostra um sorriso brincalhão.

Todos o olham seriamente, como se a resposta tivesse em suas faces.

– Já entendi. Querem que eu tire logo isso, né?

– Mas é claro! - Grita todos.

– Ta bom, ta bom. Vou preparar a magia para tirar isso. - Esfregava as mãos. - Aposto que vocês estão pensando para que foi essa aula de correntes, certo? - Todos o olham curiosos. - Isso é uma lição de quer não devemos fazer todo o trabalho sozinho, sempre precisaremos de um amigo ao seu lado.

– Agora ta explicado o por quê de termos lutado acorrentados. - Fala Lass lembrando da luta, que não deu bem.- Mas eu podia muito bem ter vencido sem isso. - Aponta para o moreno.

– Não precisa jogar na cara. - Fala triste.

Um pouco distante dali, estava Jin e Azin esperando Astaroth termina logo com aquilo.

– Viu? - Disse Azin chamando a atenção do ruivo. - Precisamos lutar juntos para vencer.

– Bobagem. - Fala sério. - Não preciso lutar com você para vencer algo.

– Sério? - Ficou com um olhar triste. - É verdade, você nunca precisou de mim para ganhar algo.

Jin ficou em silêncio, tentava o máximo ignora-lo.

– Mas eu sempre precisei de você para certas coisas.

O ruivo olhou Azin, via que ele falava a verdade. Mas uma coisa não estava certo.

– Não é verdade. - Disse Jin. - Você sempre foi melhor do que eu, em tudo praticamente. Não precisava da minha ajuda, mas mesmo assim você sempre esteve em perigo.

– Desculpa. - Azin olhava para frente. Seus olhos coberto por uma sombra. - Por tudo que eu fiz.

Jin ficou parado olhando confuso para a raposa. Uma coisa fazia o seu coração não aceitar aquelas desculpas. Todo sofrimento que teve por causa de Azin não dar para ser perdoado tão facilmente. Mas uma coisa era estranha, as desculpas de Azin não fizeram Jin se sentir aliviado, mas ter sentir raiva mais ainda dele.

– Seu... - Rangeu os dentes de raiva.

O ruivo usou as correntes para arremessar Azin no chão com toda a sua força. A raposa ainda confusa com ataque surpresa que Jin fez, não entendia o por quê daquilo.

– Você acha que desculpas vão concertar alguma coisa?! - Gritou Jin furioso.

Azin via o quanto de raiva o lutador estava tendo, sua raiva era tanta que se via só pelo o olhar. Em quanto isso todos no local começaram a olhar a confusão dos dois, principalmente Astaroth.

– Desde que você apareceu na minha vida tudo virou um inferno, mesmo quando você saiu dela! - Fechou os punhos.

– Jin... - O híbrido se levantou vagarosamente do chão, ainda estava assustado. - Do que você tá falando?

– Do que eu tô falando?! - Era gota d'água.

O ruivo segurou o roxeado pela camisa e o jogou, violentamente, contra a parede. Aproximou seu rosto com o dele.

– Você sempre foi um monstro! Me ouviu?! Um monstro! Sempre onde você estivesse, com certeza, teria uma morte envolvida! Porque você é um psicopata, desde criança!

– Você sabe muito bem que eu nunca tive culpa do que acontecia em minha volta. - Fala desesperado.

– Seu mentiroso! - O segurou pelo o pescoço e o jogou, novamente, na parede. - Você acha que eu caio nessa?!

Azin não conseguia responder pelo o fato de está sendo quase enforcado.

– Você sempre quis passar a imagem de bonzinho e inocente... - O olha seriamente. - Mas sabe de uma coisa? Você pode ter me enganado no passado mas agora é diferente.

– Espere, Jin... - Dizia Azin com uma certa dificuldade. - Tudo aquilo que aconteceu, no passado, foi um mal entendido.

– Mal entendido? - O ruivo ficou queto por um tempo.

Soltou Azin e se afastou um pouco. A raposa respirou sufocado, não aguentava mais ser enforcado por ele.

– Você matou meu mestre... - Seu olhar nem tinha mais cor, o dourado agora estava opaco. - Como isso pode ser uma mal entendido?

Permaneceu o silêncio entre os dois. Todos olhavam ficavam confusos com o que acontecia. Elesis que via aquilo estava tão chocada quanto o próprio Jin. A morena se sentia mal com tudo aquilo, era como se tudo fosse tão... Familiar.

Já Azin tentava achar a resposta para aquilo tudo. O jovem não aguentava toda aquela pressão. Abaixou a cabeça derrotado, não tinha o que discutir.

O ruivo ignorou aquela situação e foi andando tranquilamente, até que algo o impedisse. Seu braço foi puxado, ainda estava acorrentado com "aquilo". Não soube como fez aquilo mas ele tinha quebrado as correntes. O lutador apenas puxou o braço de volta, assim as correntes se quebraram e sumiram.

– Espero nunca mais vê-lo. - Foi as últimas palavras foi dita antes de sair.

Após a saída de Jin, Elesis sentiu um grande peso com aquelas palavras. Lass neutro naquela situação percebeu algo de errado, era a Elesis. A espadachim estava com o olho escorrendo algumas lágrimas.

– Elesis... - Pensa preocupado.

– Astaroth. - Elesis levantou a mão mostrando as algemas.

O professor entendeu o que ela tinha dito, estalou os dedos e as algemas sumiram.

– Obrigada.

A morena saiu correndo na direção que o ruivo tinha ido. As palavras que ele tinha dito, pelo estranho que pareça, feriram o coração dela. Tinha certeza quer já ouviu aquilo em algum lugar, mas não sabe onde.

Em quanto isso, Jin andava pelos os corredores perdido em seus pensamente. Ouviu barulhos de passo mas acabou ignorando.

– Jin! - Reconheceu a voz, então virou para vê-la.

– O qu -- É interrompido por um soco acertado em sua face.

O soco é tão grande que o ruivo cai no chão pelo impacto que sofreu. Não entendeu o que Elesis estava tentando fazer mas séria ela estava.

– Elesis, o que você tá fazendo? - Estranhou o ruivo.

A moreno tinha uma expressão muito séria, não estava para brincadeiras.

– Nunca mais repita aquilo. - Apontou para ele, como uma ameaça.