Fale O Que Quiser Mas Sou Uma Garota escrita por Risadinha


Capítulo 113
Três guerreiros entre nós


Notas iniciais do capítulo

Hoyyyaaaaa! Tudo bão com todos?! Fico muito feliz pelos os comentários do cap passado, amei todos hahahah Era como eu esperava, a reação de todos seriam parecidas. Mas enfim, cap de hoje não tem tantas surpresas, é algo mas calmo, fofinho e tal.
E para todos que acham que os dias de o Lass se ferrar acabaram, estão um pouco errados. Ele vai continuar sofrendo, mas por um motivo maior, que é a Elesis :3
Capa: Feita pelo o Paarthurnax. É muito lindinha e é perfeita para esse cap. BRIGADA!
Boa Leitura!



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Ao fechar a porta, bufou. Naquele instante, podia parecer calmo com a situação, até brincar com ela, mas por dentro, Astaroth estava irritado. No começo, não entendeu por que tinha ficado daquele jeito, incomodado, mas após ter ficado a sós com Lass, viu nele alguém familiar.

Entrou no seu apartamento, desviando da bagunça pelo o caminho. Ainda precisava ter um tempo para limpar tudo aquilo.

— O que estava acontecendo lá embaixo?

Seu corpo é congelado ao ouvir aquela voz. Tinha chegado na sala, mas não havia percebido Gerard sentado à mesa. Tinha esquecido que o ruivo tinha seus jeitos peculiares, e invadir casas de conhecidos era uma delas.

— O que faz aqui? – Pergunta Astaroth. – E tomando minha bebida cara!

Gerard ignorou e tomou o último gole da bebida, provocando mais ainda o professor. Astaroth volta a bufar.

— Não pode ficar aqui, Gerard. Sempre quando você vem, é porque aconteceu algo com você.

— Sou tão previsível assim? – Sorri.

— Para mim, sim. – É sincero. – Agora, por favor, retire-se.

Gerard ergue a sobrancelha, virando a cabeça para analisar a atitude estranha de Astaroth. Sempre quando chegava no apartamento do rapaz, era recebido sem houver problema, mas agora, não.

— Então, o que está acontecendo lá embaixo? – Volta a perguntar.

— Nada. – Revira os olhos.

Outra vez, Astaroth parecia esconder algo. Sem levar tanto tempo para pensar, Gerard fica de pé e vai em direção à saída. Sente o olhar de Astaroth sobre ele, o seguindo. Chega no corredor do andar, continuando a andar, até ser parado.

— Aonde pensa que vai?! – Para Astaroth na sua frente. – Ficou louco?

— Se não vai me contar, eu mesmo vou ver. – Diz como uma criança teimosa.

Tenta continuar o caminho, mas Astaroth volta a impedi-lo.

— Grandiel está lá embaixo! – Tenta ameaça-lo. Não funciona. – Se a Elesis te ver, vai ser pior.

Isso funciona. Porém, a curiosidade de Gerard aumenta, Astaroth percebendo que não deveria ter dito aquilo. Abaixa o rosto, decepcionado consigo.

— Isso aqui é um colégio de garotos, o que a Elesis faz aqui? – Pergunta o ruivo.

— Entra e eu te conto. Aqui fora, alguém pode te ver. – E isso o deixava nervoso.

Gerard dá de ombros, dando meia volta para o apartamento. Astaroth suspira aliviado, o seguindo, ainda tenso em poder ser visto com o ruivo. Quando entra, fecha a porta e deixa Gerard se acomodar.

— Então, o que minha querida Elesis estava fazendo aqui? – O sorriso do ruivo cresce. Volta a se sentar no mesmo lugar que antes, pegando mais um copo da bebida de Astaroth.

O professor cruza os braços, pensativo em como diria aquilo. Podia ter inventado no começo qualquer desculpa, uma briga dos garotos ou algo melhor do que a verdade.

— Era a Elesis e o Lass. Nada demais. – Tenta parecer desinteressado.

— O que eles estavam fazendo? Brigando de novo?

— Quem dera. Eles... Estavam se beijando.

Gerard ri, como se fosse uma piada. Astaroth não faz o mesmo, continua com sua expressão neutra. Após perceber que não era um tipo de brincadeira do professor, Gerard para de rir aos poucos, logo olhando confuso.

Então surpreso.

— Sério?

— É, eu, o Grandi e a Lothos fomos no quarto do Lass e vimos eles dois um pouco íntimos. O barulho que você ouviu foi a Lothos puxando a Elesis pelos os cabelos.

— Já até imagino a carinha dela ao ver. – Volta a rir. – Isso é ótimo! Nunca achei que fosse estar vivo para ver isso.

— Inacreditável. – Balança a cabeça. – Você tá ouvindo o que está dizendo? Gerard, estamos em um loop, se não percebeu.

Gerard sabia do que ele falava, mas não se alterou, continuou a sorrir. Entre todos que ficariam irritados com isso, o ruivo era o único a pensar de forma oposta.

— Mas agora é diferente. – Diz Gerard, tão animado quanto uma criança. – Ninguém vai sair ferido.

— É, porque estarão mortos. Se Lass perder o controle das chamas, Cazeaje vai se aproveitar disso, do jeito dela. – Falava sério.

— É só ele não perder o controle. – Era um pouco óbvio para ele, mas impossível para Astaroth. – E se Cazeaje tentar algo, eu faço outra.

Astaroth volta a negar com a cabeça.

— Você tá demorando. Lembra, seu tempo está diminuindo, e não será as poções de Arthur que te manterão de pé.

O sorriso de Gerard some, desviando o olhar para o lado. Tinha dito algo de errado, além do que dizia sempre que ele aparecia?

— Tem razão. – Assente com a cabeça, voltando a olha-lo, porém sem sorriso. – Mas sabe que não farei isso antes de algo.

— Eu sei, mas se quiser sua Elesis viva até lá, deixe ela longe do Lass. – Diz como um aviso.

A morte de Cazeaje só dependeria da espadachim, o que não seria uma tarefa tão fácil, principalmente para ele. A verdade seria dita, mas só por ele, por ninguém mais.

Enquanto isso, o ódio da ruiva só aumentaria por ele a cada dia, o que não era um problema. Se ela o quisesse morto, tudo bem, mas que conseguisse com as próprias mãos.

Gerard volta a rir.

— Nesse caso, Elesis não seria a vítima. Lass está disposto a sofrer por isso, tenho certeza. – Seu sorriso volta a aumentar.

***

Solta outro rugido em dor. Seu coro cabeludo estava sensível, qualquer toque era doloroso. Ainda se perguntava como que tinha cabelo na cabeça após a “delicadeza” de Lothos.

— Não está ferido, Elesis. – Menciona Arme, sentada atrás dela enquanto mexia seu cabelo com cuidado. – É coisa da sua cabeça.

— Se isso foi uma piada, não teve graça. – Fala a espadachim, emburrada. - Tenho certeza que está sangrando.

Ficava feliz por ter voltado a conversar com Arme. Desde aquele dia que a encontrou no corredor, a maga começou a ter coragem de voltar a conversar com ela. Elesis decidiu ser honesta com ela, o tempo todo agindo com completa calma, dizendo que nunca ficaria com raiva da amiga por isso; já que nem havia mais motivo para isso.

Agora, que já tinha passado um tempo após isso, voltaram a agirem como era antes. O que fazia sua amizade permanecer de pé era o fato de não tocarem no assunto, não viam sentido nisso.

— Elesis, esqueça. – Pede Lire, sentada na sua cama. – Vai passar.

Passa a mão sobre a cabeça, dando uma última conferida. Apenas dor era sentida, nenhum ferimento tinha sido aberto no local. Ao menos, isso não a deixava tão preocupada.

— Então, que tal nos contar um pouco mais de como conseguiu isso? – Pergunta Arme. – Sua explicação é muito vaga, Elesis.

A ruiva fica de pé em instantes, voltando a andar aleatoriamente pelo o quarto. Quando se virou para encarar suas amigas, estava com o rosto vermelho em vergonha, mas fechado pela seriedade, que tentava ter.

— E-Eu já disse o que aconteceu, não tem mais do que falar. – Gagueja Elesis.

— Ainda não me convenceu. – Diz Lire. – Como que isso aconteceu tão de repente? Não pode simplesmente ficar com o Lass assim.

— E por que não? Eu já decidi.

— Elesis... – Suspira. – Você não entende mesmo. Deixou o Ronan e, de repente, decidi querer ficar com o Lass. Além do mais, aquele idiota não te merece.

Elesis se encolhe nos próprios ombros. Será que tinha feito algo de errado? Não sabia ao certo o que falar em resposta. Lire sempre foi a mais sensata entre elas.

— Se a Elesis está feliz assim, então tudo bem. – Menciona Arme. Ao ver a atenção da ruiva sobre ela, abre um pequeno sorriso. – Podemos ver o Lass como o pior cara, mas talvez ela não veja do mesmo jeito.

— Isso é verdade? – Olha para a espadachim.

Não sabe exatamente o que falar, quando se tratava de Lass, ficava sem palavras. Gostava de sua companhia, do seu jeito medroso de quando via um cachorro e muitas coisas. Falar sobre ele seria quase impossível em palavras, era o que achava.

Mas não se deixa levar por sua vergonha. Levanta seu nariz e dá de ombros.

— Eu gosto daquele idiota, eu acho. E também, não é bem oficial, ainda estou confusa sobre algumas coisas. – Força um tom firme, o que não funcionava muito bem quando gaguejava.

Lire não fala mais, observa sua amiga se conter para não agir em felicidade. Elesis forçava seu jeito rude quando queria esconder algo que julgava vergonhoso, e lá estava. Suas bochechas coradas não tinham como negar.

— Mas do jeito que a Lothos está comigo agora, acho muito difícil de vê-lo outra vez. – Fala, abaixando o rosto.

— Mas isso é até fofo. – Comenta Arme. – Tipo aquelas histórias de princesas.

Lire ri pela a comparação, sabendo que Elesis não gostaria de ser comparada com isso. A ruiva olha emburrada, com a cara de “eu tenho cara de princesa?!” bem visível.

De repente, sua expressão some. Sente os pelos de seu braço arrepiarem com a sensação, que mexe com todo seu corpo. Era um pouco assustador no começo, mas logo se torna confortável. Era como uma presença.

— Janela. – A voz ecoa por sua mente.

Elesis olha em direção à janela, vendo nada além da escuridão da noite. A voz persisti, a convencendo de ir até lá. Enquanto abria, não ouvia suas amigas conversarem, aquela sensação parecia ser seu único foco.

Olha para fora, o pátio vazio, como de costume. Não sai dali, sente aquela sensação aumentar, a prendendo no lugar.

Então Lass surge à sua frente, a fazendo recuar em passos assustados. Apoia a mão no peito ao ver que era apenas o ninja, escalando o prédio para chegar até sua janela, percebe.

— O que foi isso? Você me assustou! – Grita Elesis.

— Foi mal, na próxima, eu entro pela a porta. – Diz irônico, enquanto recuperava o fôlego. O rapaz parecia exausto.

Como Elesis, Lire e Arme olharam assustadas quando ouviram o grita da espadachim. Estavam mais tranquilas ao entenderem a situação.

— O que faz aqui? Lothos vai te matar. – Diz Elesis, mais calma, aproximando-se. Lass pula a janela, usando-a para se sentar. – Se o Astaroth e o Grandiel não fizerem isso antes.

— Grandiel está ocupado demais, Astaroth parece ter um compromisso muito importante na casa dele. – Explicava Lass. – O problema é a Lothos, mas acho que ela não possa desconfiar que estou aqui.

— Se ninguém contar, é claro. – Exclama Lire, chamando sua atenção.

Tinha entrado no quarto das garotas e havia esquecido que elas poderiam estar lá. Olha nervoso para a elfa, que retornava o olhar.

— Ninguém vai contar. Vocês não querem ver a Lothos nervosa. – Diz Elesis, lembrando da raiva da comandante. Volta a atenção a Lass. – Por que está aqui?

— Queria conversa com você, pessoalmente.

Elesis olha sem jeito, o sorriso do rapaz causando isso. Se pudesse, teria usado seu celular para ter se comunicado, mas Lothos foi mais rápida e partiu no meio. Ela estava em uma prisão, praticamente.

— Arme e eu vamos pegar uma água. – Diz Lire, saindo da sua cama. – Enquanto isso, conversem.

A maga entende a intenção da elfa, menos Elesis. A ruiva olha confusa, suas amigas não a convencendo com essa desculpa. Antes de sair, Arme abre um sorriso largo para ela.

Elas se vão, o silêncio sendo maior sem elas. Ao voltar a atenção a Lass, entende o que elas queriam fazer. Estavam sozinhos, como antes. Não sabe o que dizer, olha para o lado, nervosa com a situação.

— Hey. – Lass fala.

Olha para o ninja, tão à vontade que não parecia nervoso como ela. Abre um sorriso também.

— Hey.

— Achei que fosse necessário conversar com você, depois de tudo isso. Está tudo bem? Depois de tentar me matar, você era a próxima vítima da Lothos. – Dizia preocupado.

— Ela só me quer presa no quarto, até decidir o que fazer. – Suspira. – Me sinto no Conselho.

— Grandiel também não foi o cara mais legal comigo. – Passa a mão na nuca, lembrando do sermão do loiro. – Só faltava me matar com as palavras.

— E o Astaroth?

Desvia o olhar. Ainda não sabia o que ele queria dizer com aquilo, mas pretendia não falar sobre isso, não via muito sentido.

Nega com a cabeça.

— A mesma coisa de sempre. – Volta a sorrir. Segura a ruiva pelos braços e a puxa para perto. – Mas não vamos falar desse idiota. Que tal outra coisa?

Fica próxima do ninja, o olhando na mesma altura, já que continuava sentado na janela. Cruza os braços, querendo afastar sua vergonha.

— Contou ao Jin? Sobre nós. – Pergunta Elesis.

— Eu não vou fazer isso. – Olha emburrado. – Seria insuportável lidar com a felicidade dele.

Elesis ri enquanto concorda. Já imaginava a reação do ruivo sobre isso, o que não seria nada agradável.

— Podemos ver isso depois. – Sugere a ruiva. – Se tivemos tempo, espero.

O sorriso de Lass diminui, notando a tristeza de Elesis ao tocar no assunto. Como ele, a ruiva também estava preocupada com o que aconteceria entre eles. De um lado, tinha Lothos, e do outro, Grandiel e Astaroth. Era bastante pressão para ambos, logo neste instante.

Elesis sente sua perna se cansar, apoiando em Lass para não cair. Não estava tendo muito efeito as poções, continuava fraca.

— Você ainda não me contou como que o Astaroth descobriu o Eléo. – Diz Lass, querendo distrair a espadachim da dor.

— Você sabe, o jeito clássico do Astaroth para lidar com as coisas. Aquele momento em que eu fui arremessada do segundo andar, foi ele. Astaroth estava me caçando. – Fala séria. – Queria me humilhar, e conseguiu.

— Se eu tivesse te encontrado...

— Não faria diferença. Ele já tinha descoberto. – Dá de ombros. – Faria o que fosse preciso para me fazer sentir dor.

Lass assente. Via que Elesis ainda estava superando isso, o que levaria mais tempo do que a morte de Arthur. Os machucados em suas pernas sarariam e não seriam vistas para lembra-la do que fez, mas ser expulsa do colégio sempre estaria preso à sua memória.

Estreita seu olhar. Estica sua mão até o pescoço da ruiva, encostando seus dedos nas marcas em sua pele. Elesis olha para o lado, querendo se afastar do toque. Ela tinha escondido esse tempo todo por algum motivo, que a deixava desconfortável, como agora.

— O que foi isso? – Pergunta Lass.

— Não é nada. – Murmura.

— Elesis, quem fez isso? Tem marca de dedos no seu pescoço. – Falava sério.

De um jeito ou de outro, Lass descobriria. Seria melhor contar logo.

— Foi quando o Astaroth me descobriu. Como eu disse, ele estava me caçando.

Então, como era de se esperar, Lass olha irritado. Segura o rapaz pelos os ombros, impedindo que ele ficasse de pé.

— Tá tudo bem. – Diz.

— Não está. Astaroth fez isso de propósito, ele queria te marcar como um castigo, Elesis. – Falava furioso. – Ele não devia...

— Já passou. Aliás, ele poderia ter feito pior. – Não queria que a situação piorasse, principalmente por ela. A marca em seu pescoço era o menor dos problemas.

Lass a olha dos pés à cabeça, procurando mais marcas como aquela. Seu antebraço estava enfaixado, como sua perna, ainda ferida. Não queria vê-la machucada, não mais. Por isso mesmo, sabia que Elesis escondia dele, fingia estar bem, quando nem aguentava ficar de pé.

Elesis não o impede quando segura sua camisa e levanta, vendo os hematomas por baixo. Suas costelas eram as mais visíveis, tornando o olhar do ninja pesado. Ela podia dizer o que fosse, Lass conhecia Astaroth para saber que ele tinha feito aquilo como uma brincadeira. Como sabia disso? Por anos, o professor fazia isso com ele.

Não aguentava mais ver aquilo. Aproximou seu rosto e começou a dar leves beijos em cada hematoma de Elesis. Ela não o empurra para longe, como acharia que faria, simplesmente observa o cuidado que o ninja tinha com ela. Isso a faz lembrar de quando ficou marcada pelas as manchas das chamas roxas, e foi Lass quem a salvou. No outro dia, ele deu um beijo nas suas costas e havia dito: “Com um beijinho, tudo melhor, não é?” Então, bateu nele por isso.

Mas agora, não. Mesmo quando ele subiu até seu pescoço, não o impediu. Lass beija onde estava as marcas de dedo, podendo sentir o perfume dos cabelos da ruiva. Continua a subir, até parar de frente ao seu rosto.

Quando o beijou, sentiu ser puxada para mais perto. Usou o corpo de Lass como apoio, sentindo suas pernas voltarem a perder força, porém, por nervosismo, e não pela a dor. Aquela mesma sensação volta, tanto que a faz sorrir. Afasta-se de Lass, ainda sorrindo.

— Isso é estranho. – Diz. – Mas um estranho bom, sabe.

— Poderia dizer o mesmo, mas acho que já me acostumei com isso. – Fala Lass, sorrindo junto. – Mesmo eu parecendo um idiota falando isso.

Ri enquanto concorda. Não se incomoda com a felicidade do rapaz, pelo contrário, fazia ela se sentir do mesmo jeito. Aos poucos, seu nervosismo sumia.

Volta a beija-lo, achando que palavras não eram mais necessárias. Como dizia, achava tudo isso estranho, nunca achou que estaria com Lass, feliz como estava. Embora se sentisse assim, ainda não tinha uma resposta em mente, tinha medo de dizê-la e achar que era a errada.

Queria poder dizer um “eu te amo” também, porém se recusava quando lembrava de Ronan e sua paixão que era apenas uma ilusão. Não queria que isso acontecesse novamente.

— Sabe, - Menciona Lass, afastando-se. Olha em volta, sorrindo em seguida. – tem muitas camas aqui.

— Lass! – Acerta um tapa contra seu peito, irritada ao entender.

— Estou apenas comentando. – Fala enquanto ria.

— Eu entendi seu comentário. – Diz emburrada. – Idiota.

— Que bom, porque eu não gostaria de explica-lo.

Volta a acerta-lo com um tapa, fazendo o rapaz rir mais. Se estivesse em boas condições, o acertaria com seu berserk, assim o calaria de vez.

— Estou brincando. – Fala Lass. – É engraçado te ver zangada.

— Não enche. – Olha para os lados, nervosa.

— Ah, agora vai me ignorar. Qual é! – Colocava o rosto na frente da visão da ruiva, tentando chamar sua atenção. – Diga algo.

— Me sinto arrependida por ter escolhido isso. – Comenta, ignorando o ninja.

— Então deixe-me conserta isso.

Lass puxa seu rosto para frente, próximo com o dele. O rapaz parecia uma criança para tentar chamar sua atenção, o que funcionava. Segura o rosto do mesmo, sentindo o que esperava sentir.

— Você tá quente, como antes. – Diz Elesis. A pele de Lass começava a esquentar, parecendo estar com febre. – Não parece ser bom.

— Vou aceitar isso mais como um elogio. – Dá de ombros, pouco se importando com esse detalhe. – Não sinto diferença.

— Mas eu sinto.

Volta a puxa-la para perto, aproximando seu rosto do pescoço da ruiva. Elesis revira os olhos quando sente os lábios do rapaz contra sua pele. Lá estava outra vez, ele tentando provoca-la.

— Continua sentindo? – Pergunta Lass, em deboche.

— Você é um idiota, isso sim.

Mesmo o insultando, não resisti em beija-lo outra vez. Já estava acostumada com as provocações aleatórias do rapaz, não seria agora que se afetaria por isso.

Por um momento, sente que a situação voltaria como de manhã, o que a fazia ter vergonha toda vez que lembrava. Porém, felizmente, ou não, o barulho da porta a deixa em alerta. Se não fosse por Lass, que ignorava completamente, teria se afastado antes.

— Ok, já acabou o tempo de vocês. – Ouve Lire falar ao fundo.

Elesis olha para trás, sorrindo sem jeito para a elfa. O mesmo para Arme, que entrava em passos cuidados enquanto tampava os olhos com as mãos.

— Estão vestidos? – Pergunta a maga.

— Não. – Exclama Lass.

— É brincadeira, Arme. Pode olhar. – Diz Elesis.

Arme olha, então suspira em alívio. O que ela esperava ver, pensa a espadachim.

— Agora, você vai embora. – Continua Lire, indo em sua direção. – Já conversaram, adeus!

— Desde quando é você quem decidi algo aqui? – Questiona Lass, sem soltar a ruiva.

— A partir do momento em que você pisou no meu quarto. – Aponta para a janela. – Vá.

— Parem de discutir como se eu não estivesse aqui. – Pede Elesis. – Não sou uma criança.

É ignorada. Lass a segura, a colocando na sua frente enquanto a abraçava por trás. Sente o ninja mostrar a língua para Lire, que retribui com um olhar furioso.

— Vou chamar a Lothos, ela irá adorar te ver aqui. – Menciona a elfa.

— Não precisa disso, Lire. – Fala Elesis. – Lass, acho melhor ir antes que alguém te veja aqui.

Apenas com o pedido da ruiva, o ninja a solta, concordando em partir. Lire bufa, não acreditando nisso.

— Nos vemos depois. – Fala Lass, sorrindo para ela. – Vou tentar achar um jeito de vim depois.

— Não tente se for te causar algum problema. – Dizia Elesis. – A qualquer momento, Astaroth te mata por isso.

— Não se eu matar ele antes. – Fala sério, olhando para o pescoço da espadachim. – Mas tentarei evitar isso.

Agradece com um sorriso. Não sabia do que Astaroth era capaz quando provocado, então preferia não descobrir, nesse momento.

Antes, Lass segura seu rosto e dá um beijo. Permaneceria, se não fosse por Lire avançando e empurrando o ninja com força, o jogando da janela.

— Adeus! – Grita a elfa ao empurra-lo.

Elesis olha assustada, apoiando-se na janela para ver o rapaz caído no pátio. Quando Lass se move, suspira em alívio. Por um momento, tinha esquecido que não seria uma queda que o mataria.

Seu corpo estremece quando a porta se abre e Lothos entra no quarto. Elesis se vira, parada na frente da janela.

— Ainda estão acordadas. – Menciona comandante.

— É, estávamos acabando nosso dever. – Explica Lire, normalmente. – Já vamos para cama.

— Só queria ter certeza de ver uma certa pessoa aqui. – Fita Elesis, que sorrir, nervosa. – E que bom que está.

— Só queria tomar um ar. – Inventa uma desculpa. – O quarto estava muito abafado.

Lothos cruza os braços, fazendo a ruiva suar frio. Quando a comandante anda em sua direção, Elesis congela na frente da janela. Não sabia o que fazer, precisava parecer normal.

É empurrada para o lado, Lothos olhando para o lado de fora antes de fechar a janela.

— Já disse que pode pegar um resfriado se ficar na janela, Elesis. – Menciona Lothos.

— É, eu tinha esquecido. – Fala, aliviada por a loira não ter visto nada.

— Vá dormir, todas vocês. – Disse enquanto ia para porta. Antes de sair, fala: - Boa noite.

Elesis só descansa o corpo com o barulho da porta se fechando. Arme parece aliviada como ela, menos Lire, que voltava a fazer seu dever. Não pergunta, observa a elfa com sua tranquilidade. Sorri, percebendo que ela tinha empurrado Lass da janela não por maldade, mas porque sabia que Lothos estava chegando.

Odiando ou não, ela se importava com sua felicidade.

***

Fazia um certo tempo que esteve encarando a comandante, à espera de uma resposta. Ela não daria uma tão cedo, por isso de continuar a persistir, de pé, na frente de sua mesa.

— Lothos. – Elesis volta a chamar. – Não me ignore.

Não aguenta mais, a loira a olha, exausta por sua persistência.

— Elesis, do que adianta conversar com você, sendo que não entende o que eu digo. – Dizia a comandante. – E eu já te disse minha resposta, então pare de agir como uma criança!

— Conversar? – Joga os braços de lado. – Você manda eu fazer uma coisa e pronto, isso é conversa para você, Lothos. Você não me entende!

— Como quer que eu te entenda? – Eleva o tom de voz. – O que você fez, foi irresponsável, Elesis! Errado, muito errado!

— Por que errado? Você disse para eu resolver, e eu resolvi.

— Quando eu disse para resolver, não achei que fosse usar a boca para isso, literalmente. – Olha nervosa. – Se entendesse a situação, não estaria persistindo.

— Então me explique! – Bate com as mãos na mesa, apoiando-se. – Me explique, conte-me o motivo de eu não poder ver o Lass.

Quando pretendia responder, sela seus lábios, evitando de falar. Elesis nunca entenderia, seria frio demais explicar para ela o verdadeiro motivo. Desvia o rosto para o lado, ainda séria.

— É arriscado para o Lass. – Fala a loira. – Você sentiu, Elesis. Sabe disso.

— Lass é forte, não perderá o controle das chamas tão facilmente.

— Você sentiu, não é?! – Fita a ruiva. – Apenas responda isso, Elesis.

Confiava em Lass para cuidar das chamas, para não perder o controle novamente. Ele era a melhor pessoa para isso, sem dúvidas. Mas agora que pensa por um momento, lembra do corpo do rapaz aquecer, parecendo pegar fogo. Queria negar, porém sabia que era verdade, as chamas tomavam conta dele enquanto a beijava.

— Lass não perderia o controle. – Volta a repetir, certa da resposta. – Ele não é uma ameaça para ninguém.

— Por que tem tanta certeza disso?

— Porque eu sou o motivo para ele não perder o controle! Lass nunca me machucaria, nem mesmo por acidente. Se tem alguém que o mantem ciente disso, sou eu.

Podia ser verdade, mas ao mesmo tempo, não. O desperta das chamas foi por causa dela, o mesmo valia para sua fuga no circo, que só aconteceu por Elesis. Era difícil dizer o que poderia acontecer em seguida, mas Lothos não gostaria de ver o resultado.

Estaria evitando.

— Você não irá vê-lo, pare de persistir. – Lothos fala, a voz sem emoção. – E se tentar algo, terá consequências.

Elesis olha da mesma forma. Não adiantaria apenas usar palavras para convencer Lothos, nem se ousasse fazer algo, apenas pioraria a situação. Seria complicado superar isso, precisava de mais tempo para pensar.

— Isso é idiotice. – Diz Elesis, encarando o chão. – Não ache que estará protegendo alguém assim, apenas fazendo o contrário. Se eu preciso me defender de alguém, não será do Lass.

Vira-se e sai da sala. Não queria mais discutir com Lothos, seria perda de tempo. Mas pouco adiantaria convencê-la, já que tinha Grandiel e Astaroth do outro lado. Foi um erro ter deixado eles descobrirem, deveria ter escondido, apenas para pensarem em algum plano.

Seus passos diminuem, aquela presença voltando. Antes que pudesse distinguir o que era, seu braço é segurado e puxado. Sem forças nas pernas, seu corpo cai de lado, não conseguindo evitar de entrar no armário de faxina. Dá alguns tropeços e gira com punhos erguidos, as chamas roxas a contornando.

— Calma, calma! – Pede Lass.

Segura os punhos da espadachim quando é socado. Elesis percebe o ninja ao ser pega, abaixando seus ombros tensos. Achava que estivesse sendo atacada.

— Foi mal. – Fala Elesis, diminuindo a intensidade das chamas ao ver que manchava as mãos do mesmo com elas. – Você me assustou com isso, achei que fosse um ataque.

— Está tudo bem... – Solta os punhos da ruiva. Sua pele queimava com as manchas que evaporavam.

— Quer que eu te cure? – Olha preocupada para a expressão de dor que Lass escondia.

— Não desperdice as chamas comigo. – Fala antes que ela tentasse. – Irá sumir logo. Mas não vim aqui para isso.

Não fala enquanto via o ninja parecer tenso. Ele se encosta na porta e abre uma fresta, logo a fechando novamente. Não entende o nervosismo do rapaz, mas não questiona.

— Estava vindo para cá, até perceber o Astaroth me seguindo. Digamos que ele esteja brincando comigo agora. – Explica Lass.

— Não devia ter vindo, sabe que Astaroth te caçaria por isso.

— É, eu sei. – Apoia as costas na porta. – Achei que ele estivesse ocupado hoje também. Mas de um jeito ou de outro, ele viria aqui.

Não consegue ficar séria com a situação, Elesis solta uma risada fraca. Lass pede silêncio com o dedo erguido. A ruiva dá de ombros, continuando a rir.

— Mas é engraçado. – Diz ela.

O ninja se aproxima, tampando sua boca com a mão. Pede outra vez silêncio, um sussurro para apenas ela ouvir. Elesis assente, nada satisfeita com aquele pedido.

Sua boca é solta, o rapaz voltando a se apoiar na porta, mais aliviado.

— Achei que fosse ele. – Diz Lass.

— Está mesmo com medo dele. – Sorri, notando isso.

— Não faz ideia.

— Então volte para seu colégio. Não estou te expulsando, mas acho que o melhor a se fazer é voltar. – Não queria que o ninja partisse, não depois que tinha chegado ali. – Antes vivo do que morto.

— Antes com você do que sozinho com Astaroth. – Menciona, sua calma aparecendo. – E eu ainda tenho que fazer ele pagar pelo o que fez com você.

— Eu já superei isso, por que não supera também?

— Porque eu consigo ver, você não, só quando se olha no espelho. – É sincero. – Me incomoda ver estas marcas.

Era como as cicatrizes nas costas de Lass, só ela conseguia ver, o ninja, não. Sabia que ele se incomodava com aquilo também, mas a marca em seu pescoço era mais chamativa, qualquer um podendo ver como ele.

— Sabe, ainda preciso pegar minhas coisas no seu colégio. – Diz Elesis. – Lothos não me deixará ir lá tão cedo, e provavelmente, Astaroth não me quer lá.

— E...? – Olha com uma certa desconfiança.

— E que eu quero ir lá pegar minhas coisas. – Fala animada. – Ao menos, minha espada, se possível.

— É mais fácil você entrar no Conselho e cuspir na cara da Cazeaje. Ficou louca?

Para sua infelicidade, Elesis nega com a cabeça.

— No momento, não estou podendo andar muito, então você me levará pra lá. – Explicava a ruiva. – Mas antes, precisamos tirar o Astaroth do caminho. Deixa isso comigo, certo?

Segura a espadachim pelos os ombros, impedindo de passar pela a porta. Respirou fundo, tentando levar à sério o que ela falava. Lass estava trancado naquele armário e não era pelo o cheiro de limpeza.

— Não é um bom momento para isso, e você sabe disso. – Diz Lass. – Lothos e Astaroth já me querem mortos, te ajudando, aí eles terão um motivo real. Deixa isso para depois.

— Você não quer bater no Astaroth pelo o que ele fez? – Questiona. – Então, já é um começo.

Não seria um bom começo, pensa. Continua parado na frente da porta, Elesis esperando ele sair da frente. A ruiva olha séria, as mãos na cintura enquanto o encarava.

— Sabe que eu ainda tenho os braços para poder te machucar. – Menciona.

— De qualquer jeito, eu vou sair machucado.

Revira os olhos e empurra o rapaz para o lado. Abre a porta, parando antes de sair.

— Esteja preparado. – Avisa, assim partindo.

***

Por suas pernas, leva tempo até chegar no quarto. Fingi fazer algo, sentindo aquela presença se aproximar. Desde que foi vista descendo as escadas, é seguida até ali. Quando aquela presença para na porta, demora até virar o rosto e olha-lo.

— O que quer, Astaroth? – Pergunta, já sabendo a resposta.

O professor manteve os braços cruzados, seu olhar quieto.

— Viu um certo alguém por aqui? – Ele pergunta. – Ou espera ver?

— Já não basta ter me humilhado em público, agora quer fazer isso em particular? – Falava séria. – Você é mesmo complicado de entender, Astaroth.

— O mesmo falo de você. – Dá de ombros. – Acha ser a melhor, que as consequências nunca a atingirão. Quão tola você é.

Fecha os punhos, seu sangue fervendo em raiva. Se ele queria a provocar, estava funcionando.

— Lothos já me deu um sermão, não venha fazer o mesmo. – Arrasta a voz. – Será perda de tempo.

— Eu até faria isso com o Lass, mas não valeria a pena. O real problema sempre está nos Cavaleiros Vermelhos. – Nota o olhar de surpresa da ruiva. – Sabe que a vida de Lass está em jogo e você brinca com isso. Ele morre, mas você continua aqui, que maravilha, não?

— Não diga bobagens! – Grita. – Eu me importo com ele!

— Seu pai disse a mesma coisa! – Grita de volta. – Como você, ambos são idiotas.

Ele só queria provocar, não podia perder o controle da situação. Precisa ignora-lo, ficar calma antes de continuar a falar.

— É tudo sobre as chamas, não é? – Elesis faz a pergunta, querendo sair daquela situação o quanto antes. – Já parou para pensar no Lass como um ser humano, e não o portador das chamas?

— Sabe que não podemos trata-lo como se nada de errado acontecesse. Se Lass perder o...

— Por que vocês insistem nisso?! – Grita indignada. – Porque vivem repetindo essa droga de perder o controle! Lass é forte, ele pode controla-las. Você viu, Astaroth!

— Quando se está com a mente limpa, o que não se aplica quando você está por perto. Qualquer deslize, Cazeaje corre atrás de você, se esqueceu.

— Que ela venha, então. – Não se apavora mais com essa ideia. Se fosse para ser pega por Cazeaje, lutaria de volta. – Não terei medo de quando isso chegar.

Não deixou Astaroth continuar aquela discussão, pegou seu casaco e colocou o capuz. Saiu do quarto, passando pelo professor sem nem ao menos o olhar. Enquanto andava pelo o corredor, sentia o mesmo a seguindo. Se tivesse as pernas em boas condições, sairia correndo e o despistaria.

Respirou fundo e pulou na janela ao lado. Segura seu capaz enquanto caía, olhando tensa para o chão se aproximando. Sentia o olhar de confusão de Astaroth a olhando cair, tentando entender o motivo disso.

Encolhe as pernas, com medo. Porém, como esperava, seu corpo para alguns centímetros do chão, flutuando. Olha para o lado, vendo Arme com as mãos esticadas, sua face fechada pelo o esforço que fazia. Seu corpo cai levemente, a maga soltando a respiração.

— Valeu, Arme! – Diz, começando a correr para longe.

Astaroth faz o mesmo quando ver a ruiva correr. Ela escondia algo, ele sentia isso. Rolou no chão ao pousar, de pé já para correr. Ao dá um primeiro passo, uma ventania o atingi, jogando para trás.

Olha diretamente para Arme, que ria sem jeito.

— Desculpe, eu espirrei. – Diz ela.

Podia até ser, mas isso fazia parte do plano de Elesis. Agora tinha conseguido um pouco mais de tempo, o despistando. Logo seria Lire a próxima para ajudá-la a atrapalhar Astaroth.

Diminui os passos ao chegar perto de Lass. É olhada com preocupação, mas não havia tempo para isso. O puxa pela manga da camisa.

— Vamos, rápido. – Diz Elesis.

— Estou sentindo um certo arrependimento em ficar com você. – Menciona, sem animação.

— Cala a boca! – Pula nas costas do rapaz, segurando-se nele. – Agora vai! Eu preciso da minha excalibur!

Não teria problema em correr com um peso a mais nas costas, e sim quando chegasse no colégio e tivesse que encarar Grandiel. Não se sentia bem fazendo isso, mas sem muita escolha, segura a ruiva pelas as pernas e começa a correr.

***

Elesis se solta e corre em direção ao quarto. Tinha chegado no colégio, todos que a reconheciam, olhavam confusos para ela. Ignorou a todos, já que tinha Lass atrás fazendo todos tremerem de medo com seu olhar.

— Jin! – Grita ao entrar no seu antigo quarto.

Como esperava, o ruivo estava ali, e assustado por sua presença repentina. Elesis não disse mais nada, começa a procurar a excalibur pelo o quarto, bagunçando tudo por onde passava. Logo, Lass entra e o lutador fica mais confuso.

— O que está acontecendo? O que você está procurando? – Perguntava Jin. – Alguém responde!

— Onde está minha espada? – É Elesis que faz a próxima pergunta. – Cadê, Jin?!

— No armário. – Aponto, trêmulo. Elesis estava nervosa, isso não era bom. – Por que precisa dela agora? Não estou entendendo nada.

Elesis joga suas roupas para o lado, finalmente, achando a excalibur. Pega a arma com os olhos brilhando, abraçando-a com total carinho.

— Estamos com um certo problema. – Explica Lass. – Estamos sem tempo para explicar, depois te falamos.

— Que tal falarem agora? Desde ontem, tudo parece estranho. – Dizia Jin. – Eu mereço explicações!

Outra vez, é ignorado. Elesis fala algo com Lass, em seguida, retiram-se do quarto com pressa. Jin olha emburrado, correndo atrás da dupla. Continuou a segui-los pelo corredor, tentando chamar suas atenções. Eles pareciam ocupados demais para isso.

— Gente, o que tá acontecendo? Me expliquem! – Continuava a exigir. – Parem de me ignorar.

Eles param de andar, o ruivo sorrindo ao conseguir a atenção de ambos. Porém, ele não era o motivo para isso. Olhavam para trás, sérios. Jin olha para a mesma direção, então confuso ao ver Astaroth com a mão erguida, uma energia se acumulando na palma.

— Sai, Jin! – Grita Lass.

O ruivo é empurrado para o lado quando o raio é disparado. Lass se coloca na frente, sabendo que Elesis não conseguiria escapar junto. Joga o braço na frente, como um escudo. Sabia a intensidade do ataque, conhecia ele, por isso de usar as chamas azuis para protege-lo.

Elesis fica surpresa quando Lass segura o poder de Astaroth. Ela já tinha recebido, nem mesmo com as chamas roxas conseguiu aguentar, lembra. Durou segundos o ataque, porém era o bastante para derrubar qualquer pessoa.

A fumaça abaixa, o mesmo Lass com seu braço ferido, que se curava rapidamente. Não levou mais tempo para ser Astaroth a avançar, dessa vez. Por costume, o ninja já tinha a katana de lado, segurando seu cabo para atacar.

Mas em vez de avançar contra o professor, Lass corre em direção oposta. Seus sentidos são bastante aguçados quando está sendo atacado, então não teria dificuldades em ouvir o barulho dos saltos de Lothos se aproximarem dele. A lâmina da katana desliza da bainha e se choca contra o florete da comandante. Elesis olha surpresa ao vê-la, não tendo a sentindo antes.

Tira a excalibur da bainha e também avança, contra Astaroth que ia em direção a Lass. Elesis sente o berserk se acumular em sua mão, a lâmina ficando mais leve de se segurar. Quando já ficava na frente do professor, o ataque sendo executado, Astaroth nota seus olhos vermelhos. Ele se esquiva a tempo de não ser atingido, mas o corte no ar causando um forte vento no corredor.

— Fique fora disso, Astaroth. – Fala Elesis, séria. – Já basta a Lothos.

— Eu que digo, ruiva. – Diz em deboche. – Não sabe o problema que está causando para nós.

— De novo com esse papo. – Rosna.

Astaroth sorri, mesmo que sério por dentro. Esta confusão não poderia aumentar, um certo alguém que estava em seu apartamento ouviria e desceria para ver. Precisava resolver isso logo.

Olha para um lado rapidamente, Elesis fazendo o mesmo sem perceber. Ao voltar a atenção para o professor, ele já passava por ela, indo até Lass. Vira-se, incapaz de alcança-lo pelas pernas.

Os ataques de Lothos eram velozes e perigosos, mas o bastante para Lass acompanhar. O problema era a comandante apenas usar ataques físicos, nada de magia, o que o deixava tenso. Quando ela usaria, perguntava-se.

— Opa!

Era tarde quando ouve a voz de Astaroth, próxima para assusta-lo. O pé do professor voa contra sua face, arremessando o ninja ao chão. Sua katana rola pelo o piso ao ser solta, distante para ser pega. Por instinto, Lass rola pelo o chão, desviando do ataque de Lothos. Fica de pé e corre até a arma, a pegando. Quando olha para trás, Astaroth preparava outro ataque.

Elesis usa sua outra perna e salta com ajuda do berserk, parando na frente do ninja. Lothos até para no caminho, evitando de ataca-la junto. Fica de pé e fecha seu punho, o beserk ainda esquentando seu sangue. Astaroth dispara o raio, Elesis apoiando um pé para trás, firme no chão. As chamas brancas contornam seu punho, como uma luva.

— Se elas podem curar qualquer coisa, - Pensava. – podem revidar então.

Soca o raio com toda força, sentindo sua mão queimar pela a intensidade. Seu corpo voa para trás quando arremessa a magia contra Astaroth. O professor fica parado, logo sendo atingindo para que nenhum aluno fosse no lugar. Lothos olha preocupada, até ver o mesmo de pé, sem machucado. Em silêncio, volta a avançar, porém, contra Elesis, dessa vez.

— Astaroth! – Grita Lothos ao perceber.

As lâminas de energia são formadas, disparadas contra a ruiva caída. Quando estavam para atingi-la, Lass para na frente, pegando o corpo da espadachim. Astaroth não fica surpreso pela a barreira de chamas que o ninja cria na frente, protegendo a eles, enquanto o mesmo checava se a ruiva estava bem.

De longe, Jin via a cena, completamente confuso. Alguns alunos saíram do corredor para não serem atingidos, mas ele continuava ali, olhando sem reação para o cuidado que Lass e Elesis tinham com um ao outro. Era uma cena que ele considerava fofa, apesar da luta.

— Estou bem. – Elesis fala ao ser colocada de pé.

Vira-se e volta a erguer a lâmina, encarando a Lothos e Astaroth. Lass fica ao seu lado, segurando seu corpo que enfraquecia, quase caindo no chão. Não estava bem, mas precisava parecer.

— Elesis. – Fala Lothos, a voz carregada pela raiva. – Solta esta arma e venha pra cá.

— Sabe minha resposta, Lothos. – Dizia firme. – Quero que você entenda primeiro.

— Entender o quê?! – Grita irritada.

— Minha decisão! Entenda, pelo menos desta vez!

— Decisão? – Força uma risada. – É uma péssima decisão, e você se arrependerá por ela. – Encara Lass, que desvia o olhar. Era diretamente dele que ela falava. – Agora venha, é uma ordem!

Por mais que brigasse com Lothos, Elesis nunca gostou de ir contra ela, principalmente quando eram “ordens”. Respeitava a comandante, mas nesse instante, não conseguia fazer o mesmo, se fizesse, estaria agindo como uma cega. O que havia de errado? Por que eles temiam tanto as chamas serem despertadas novamente? Ela não entendia.

— Lothos... – Chama Elesis, ainda tentando convencê-la.

A comandante não fala, mas um brilho sob eles a deixa surpresa. Olha zangada para Astaroth, dono do selo que circulava Elesis e Lass.

— Elesis, sei que não está nas melhores condições para lutar, muito menos para receber mais um ataque. – Dizia Astaroth, sorrindo em provocação. – Volte para a Lothos e nada acontece.

A ruiva olha indignada, sabendo que o professor era capaz disso, embora Lothos o reprimisse por isso. Suas pernas já estavam exaustas, tinha feito poucos ataques, mas o bastante para cansa-la. Se recebesse mais um ataque, não conseguiria ficar de pé pelo o resto do dia.

O aperto em seu ombro chama a atenção. Olha para Lass, que parecia mais tenso que ela.

— Vai. – Murmura o ninja.

— Lass, e você? Astaroth irá...

— Já enfrentei coisa pior. – Sorri para acalma-la. - Vou ficar bem, pode ir.

Aperta o cabo da espada, triste por ter que aceitar aquilo por ela. Nem mesmo quando agia forte, precisava desistir por ser fraca demais para isso. Olha para frente, suspirando. Guarda a excalibur na bainha, mostrando que não lutaria mais.

Jin continuava a observar a dupla, ainda confuso por tudo que acontecia. Perguntava-se o que eles tinham feito para ter Lothos e Astaroth caçando ambos. Mas não foi isso que chamou sua atenção, quando Elesis começava a se afastar de Lass, viu a mão da ruiva ser segurada pelo o ninja, com um certo cuidado. Era como se não quisessem ficar separados.

Olha preocupado quando a ruiva anda até Lothos, sua perna enfaixada tão fraca que não conseguir se apoiar nela. O jeito que Elesis mancava deixava Jin triste, vendo que algo estava errado.

— Vamos. – Diz Lothos, guardando seu florete.

A espadachim abaixa o rosto ao ser segurada pelo o ombro, sendo guiada para a saída pela a comandante. Passa por Astaroth, vendo a expressão do mesmo se fechar em seriedade. Quando deu mais alguns passos, o grito de Lass a estremece. Sabe que o professor o atacou, sabe que o ninja sentia dor por causa dela, mas mesmo assim, não podia virar o rosto para olha-lo. Lothos não permitiria.

Precisava, apenas agora, mostrar seu desinteresse pelo o que ouvia.

***

A água que escorria por sua franja, caía em seus cílios e pesavam. Ficou assim por um bom tempo, olhando a parede do banheiro enquanto seu corpo todo tremia em frio pela a água. Não sentia, havia esquecido que estava tomando banho, sua mente estava ocupada demais para notar este detalhe.

— Elesis. – Ouve a voz de Arme do outro lado da porta. – Vai demorar? Está aí dentro faz um tempo. Quero tomar meu banho também!

— Foi mal! Já estou saindo.

Esteve assim durante esses dias, pensativa. Desde que Lothos a proibiu de sair do colégio, precisou pensar em algo para fazê-la mudar de ideia. Como ela, Lass também estava ocupado com os treinos, o que era o motivo de não ter a visitado ainda. Se esse era o plano deles, bem, estava funcionando.

Saiu do banheiro com a toalha enrolada, seus cabelos pingando em seu ombro. Deu espaço para Arme entrar no banheiro, logo olhando para Lire à sua frente. A elfa sorria, um pouco agitada.

— O que foi? – Pergunta,

— Hoje, Arme e eu, iremos na livraria comprar livros. – Explica a elfa, sem tirar o sorriso. – Legal, né?

Elesis força um sorriso e concorda, não querendo que sua seriedade atingisse a loira. Foi até a cômoda e procurou por roupas para vestir, indecisa em qual pegar. Algumas estavam sujas, tinha esquecido de bota-las para lavar.

Lire continua sorridente, mesmo quando a ruiva parecia mal-humorada enquanto jogava algumas roupas sujas no chão. Estava sendo ignorada, como previa.

— Então, como iríamos comprar muitos, não conseguiríamos ter força para trazer. Por isso que pedi para a Lothos deixar você ir com a gente. – Consegue um pouco da atenção de Elesis. – Sair um pouco, tomar um ar.

— Serei um peso morto para vocês. – Fala com a voz arrastada, sem ânimo. – Minhas pernas não permitem ir tão longe.

— Você é mesmo burra, né, Elesis? – Suspira. – Quer que eu desenhe para você entender ou o quê?

Não escuta o que a elfa fala, sua atenção se vira completamente para o pedaço de papel em mãos. Estava mexendo nos bolsos de suas roupas e achou isso no seu short. É rápida para perceber o que era, principalmente por algumas manchas de sangue no papel. Seus dedos se apertam, agoniada se abria ou não.

— O que deve estar escrito aqui? Pode me ajudar, mas ao mesmo tempo, não. – Pensava, tensa. – Não sei se posso confiar em Arthur mais...

— Elesis!

Olha assustada para Lire. Provavelmente, ela deveria ter falado mais alguma coisa e não tinha ouvido. Sem jeito, esconde o papel atrás de si, focada no que Lire diria em seguida.

— O que disse?

— Resumindo: Quer ir ver o idiota ou não? – Pergunta emburrada.

— Hã? – Ergue uma sobrancelha. – Idiota? Está falando do...

— É, é, ele mesmo. – Balança a mão. – Então, quer ir ou não?

Elesis olha para o papel em mão, não se importando se Lire veria. Quando viu aquilo, ficou pensando no que faria, mas agora ela poderia tomar esta decisão.

Lass a ajudaria nisso. Olha para a elfa, sorrindo.

— Quero.

***

Era como uma daquelas vezes em que era mandado para uma missão difícil e voltava coberto de machucados e sangue. Agora era o mesmo, Lass andava pelos corredores do colégio em um estado parecido, mas gerados por treinos, e não uma luta séria. Felizmente, rapidamente as feridas se curavam, porém, seu corpo pesava em exaustão. Tinha passado a madrugada inteira treinando, sem momentos de descanso.

Arrastava sua katana, a bainha arranhando o chão por onde passava. Alguns alunos olhavam assustados, outros, já tinham se acostumados com esta situação. Lass não se importava com o que diriam, esteve passando todos esses dias em completo treino, pouco importava o que falavam sobre ele. Tudo que queria agora era descansar.

Entra em seu quarto e joga a katana de lado. O mesmo faz consigo, joga-se de cara na cama, seu corpo, finalmente, relaxando. Queria poder dormir, mas daqui a uma hora, teria outro treino, e se dormisse, não acordaria para fazer. Precisava ficar acordado, apenas descansar era o bastante.

Após minutos, ergue o rosto em alerta. Sentou-se na cama, olhando com sono para os lados. Seus sentidos continuavam aguçados, mas seu corpo não acompanhava o ritmo. Quando a janela do quarto é aberta, não se mexe, estava cansado demais para isso. Apenas se move quando ver algo vermelho cair no chão.

— Elesis? – Questiona ao reconhecer a ruiva. – Como?

A espadachim fica de pé e corre para janela, fechando, com medo que alguém a tivesse visto subir. Quando seu medo some, solta um suspiro, logo olhando para Lass.

— Consegui um jeito de enganar Lothos, mas não tenho muito tempo. – Explica. – Nem me pergunte como consegui subir, porque nem eu sei como. – Ri sem jeito.

Lass avança contra ela. Elesis recua alguns passos quando seu rosto é segurado, o ninja tocando em sua pele com os olhos abertos em preocupação. Quando não vê nada de errado, consegui sorri junto.

— Achei que Lothos fosse fazer algo com você. – Menciona.

— Eu já tenho meu castigo e ela precisou fazer nada. – Referia-se às suas pernas. – Diferente de você.

— Estou bem.

— Sério? – Olha o estado do ninja, algumas feridas ainda para se regenerarem. O rapaz dá de ombros. – Só não exagere muito com as chamas, sabe como elas são. – Avisa.

Lass assente enquanto aproximava seu rosto, achando engraçado essa preocupação que Elesis tinha. A ruiva só não queria que ele passasse dos limites, as chamas são cruéis, podem estar do seu lado, mas a qualquer momento, ela troca.

— Você parece cansado. – Menciona Elesis, afastando o rosto para olha-lo melhor. – Deveria descansar.

— Eu não vou descansar com você aqui. – Anda para trás, puxando a ruiva junto.

— Os treinos do Astaroth irão te matar se não saber lidar com eles. – Continua a falar. – Durma um pouco, pelo menos.

Lass se senta na cama, ainda segurando suas mãos. Elesis usa seus ombros em apoio, próxima do rapaz que não parava de sorrir.

— Me coloque para dormir, então. – Pede.

Não adiantaria discutir com o ninja, sabia que quando chegasse ali, não conseguiria conversar com o mesmo. Não podia negar, não gostava de gastar seu pouco tempo conversando, poderia ter outros momentos para isso.

Inclina-se sobre o rapaz e o olha de perto.

— Depois, irá descansar. – Diz séria. – É o que você mais precisa.

— Estou precisando de um pouco disso.

Ainda não se acostumava por ser beijada de surpresa, era sempre um susto para ela. Lass começava sutil, então a perdendo em seguida. Elesis sente seu corpo cair sobre o dele, as mãos do ninja em sua cintura. É obrigada a se lembrar que não poderia fazer o mesmo daquele dia, precisava estabelecer um limite. Mas quando sente aquela sensação a invadir novamente, fica difícil de pensar.

— Lass, abre essa porta que eu sei que você está aí! – Ouvem a voz gritar do outro lado da porta, logo batendo.

Elesis afasta o rosto com um sorriso, diferente do ninja, que parecia emburrado.

— Deveria abrir pra ele. – Sugere a espadachim.

— Vamos ignora-lo, fingi que ele não existi. – Implora Lass.

A batida da porta não parece ajudar muito, percebe ambos. Elesis ri, levantando-se.

— É só por um momento. – Fala, dando um rápido beijo no rapaz para alegra-lo. Lass se senta, sem tirar a expressão fechada.

Elesis vai até a porta, não aguentando mais as batidas. Quando abre, Jin quase a acerta, recuando a mão a tempo. Não fala, entra no quarto com pressa.

— Obrigado, Elesis. O que faz aqui mesmo? – Dizia o ruivo, agitado. – Quer saber, explique depois. Eu tenho muitas outras coisas para perguntar.

Parecia uma criança, exigindo ter seu doce. Sem se importar, Jin senta ao lado de Lass, que olha seriamente para o lutador.

— Que tal começarem com várias explicações, que eu com certeza mereço. – Dizia o ruivo. – Lass esteve me evitando todos esses dias, talvez você me diga algo, Elesis.

A ruiva assentia, sorrindo. Cruza os braços enquanto ouvias as exigências do rapaz, o que fazia Lass parecer mais furioso.

— Eu não estava te ignorando, eu passei a semana muito ocupado, para deixar claro. – Menciona o ninja. – Se eu tivesse tempo, eu te ignoraria apropriadamente.

Jin olha emburrado para a resposta, logo para Elesis.

— O que foi aquilo, no dia em que você saiu sendo puxada pela a Lothos? Ninguém sabe o que aconteceu, só sabemos que era relacionado a vocês dois. – Dizia o lutador. – Aí um tempo depois, aparece vocês sendo perseguidos no colégio.

— Naquele dia, eu e o Lass estávamos aqui, conversando. – Explicava Elesis. – Mas acabou acontecendo algo, e a Lothos, Grandiel e Astaroth chegaram no momento.

Jin revira os olhos, batendo com a mão na testa. Deveria ter se acostumado a isso, mas ainda ficava surpreso com as confusões que esses dois arrumavam.

— Vocês estavam brigando de novo. – Fala o ruivo. – Quando irão parar com isso?!

Elesis não fala enquanto ouvia o sermão do lutador, já Lass, segurava-se para não calar o mesmo com as mãos.

— Jin! – Elesis o interrompe. – Não estávamos brigando. Era... o oposto.

— O... – Vira a cabeça de lado, confuso. – O oposto? Quê?

Enquanto o lutador tentava decifrar, Elesis se senta ao seu lado, distante de Lass pelo o rapaz no meio. Queria rir da cara de Jin, que parecia fazer um cálculo complicado.

— Jin, Lass e eu não estávamos brigando, porque estávamos fazendo coisas que casal fazem. – Explica Elesis, calmamente. Um pouco sem jeito, continuou. – Beijando, por exemplo.

— Ah! – Finalmente entende, então, sua face é dominada pela surpresa. Aponta para a ruiva e o ninja, não sabendo o que falar em seguida. – En-Então vocês...

— É, podemos colocar assim. – Dá de ombros.

Jin ainda não sabia como reagir. Achava que poderia ser alguma piada de ambos, mas pareciam tão sérias que não sabia no que acreditar. Olha para Lass, que encara Elesis do outro lado.

— Falei que não era uma boa ideia. – Resmunga o ninja.

— Então é verdade! Quer dizer que, antes de eu chegar aqui, vocês estavam sozinhos e...

— É, tá atrapalhando. – Lass é direto.

— Não é verdade. – Diz Elesis do outro lado. – Não se preocupe com o chato ali, Jin, pode ficar.

Lass resmunga mais uma coisa, deitando-se na cama. Jin não percebe a irritação do rapaz, tudo fazia mais sentido agora para ele. Aquela briga que tiveram contra Lothos e Astaroth tinha uma explicação, principalmente quando estavam juntos. Olha para cada um, sorrindo.

— Nunca achei que fosse chegar esse dia. – Menciona o ruivo. Passa o braço pelo pescoço de Elesis e a puxa para perto. – Fico tão feliz por vocês.

— Valeu. Mas aproveitando que você está aqui, preciso falar algo. – Fica de pé, olhando para ambos. – Lass, acorda, é importante.

— O Jin já foi embora?

— Eu tô do seu lado.

— Então, não.

A ruiva olha irritada, seu tempo ali diminuindo. Não se importa e chuta a perna do rapaz, o fazendo rugir em dor. Felizmente, isso o faz se sentar.

— É sério! – Grita a espadachim.

Jin olha para ambos, que voltavam a brigar como sempre fizeram. É claro, Elesis conseguindo calar Lass com seu olhar furioso.

— Não mudaram tanto. – Percebe o lutador.

— Enfim! – Diz Elesis, tirando sua raiva do peito. Tira do bolso do short um pedaço de papel, que é reconhecido por Lass. O olhar da ruiva pesa sobre aquilo. – Quando eu estava vindo para cá, decidi ver o que tinha escrito aqui. Arthur havia dito que era muito importante, mas não entendo.

— O que diz? – Pergunta Lass.

— É um lugar. – Fazia a mesma expressão de quando leu, de confusa. Sabia onde era, mas nunca tinha ido lá. – Arthur fala que eu tenho que ir nesse lugar, porque... Eu não sei, diz que tem uma coisa velha importante.

— Coisa velha importante? – Jin também olha confuso. – Tipo, um artefato?

— Não. – Lass nega, sério. Estava pensativo, não conhecia Arthur, mas um pouco para saber que essa era uma explicação muito vaga. Deveria ter algo há mais. – O que você pretende fazer, Elesis?

Encara o papel. Tinha perdido toda confiança em Arthur após o que ele fez, mas isso não queria dizer que tudo era uma grande mentira. Ele morreu para entregar esse papel, não poderia simplesmente ignorar.

— Está óbvio, não acha? – Olha para o ninja. – Eu vou lá.

— Elesis, olha o que ele fez com você. – Aponta para o estado da ruiva, sua perna, principalmente. – Quer mesmo passar por isso de novo?

— E que escolha eu tenho? Não tem problema, só vou lá.

— Então diga um “olá” para o Gerard por mim, porque ele vai estar lá te esperando.

— E se ele estiver? – Balança os braços, sem importância. – Qual seria o problema?

Lass não usa palavras para expressar o que pensava sobre aquilo. Nega com a cabeça, voltando a se deitar. Não valeria a pena gastar sua voz com essa discussão.

— Lothos não me deixará sair do colégio assim, sozinha. Por isso que preciso de você, Jin. – Olha para o ruivo. – Irá junto comigo.

— Hã? Por quê?

— Não estou nas melhores condições para andar sem um apoio, - Olha para as próprias pernas enfaixadas. – por isso que precisarei de você junto comigo. Assim, você me protege dos problemas que o Lass está inventando. – Diz emburrada para o ninja.

— Não vejo problema. Mas o Lass não vai junto?

— Posso nem sair do colégio, imagina da cidade. – Resmunga o ninja.

Entendia o motivo da raiva do rapaz. Ele não poderia ir junto e Elesis não estava em condições para lutar. Vendo o jeito que o ninja levava isso, Jin sorri, acertando um tapa no ombro do mesmo.

— Vou estar com ela, não se preocupe. Elesis ficará bem. – Fala o ruivo.

— Não fale como se eu fosse uma deficiente. – Diz a espadachim, nervosa. – Sei me defender.

Lass não responde, fingia dormir. Elesis suspira, sabendo que seria assim.

— Iremos amanhã, Jin. – Diz ela. – Quero resolver isso o mais cedo.

— Claro. – Levanta da cama, aproximando-se da ruiva. – Tenta não brigar com ele, tá? – Surrava enquanto apontava para Lass. – Tente resolver isso.

Ela assente. Não precisava ser dito, falaria com o rapaz, pois sabia que sua conversaria chegaria a isso. Deixou Jin ir embora, logo daria uma desculpa a Lothos para poder continuar a conversa com ele.

Quando voltam a ficarem a sós, olha diretamente para Lass. O rapaz estava deitado de lado, os olhos fechados.

— Qual é, para de fingir que tá dormindo! – Diz Elesis. – Precisa me escutar primeiro.

Silêncio.

— Eu tirei a vida do Arthur, o mínimo que posso fazer por ele é isso. – Continua. – Se tem Gerard lá, tudo bem, será por algum motivo. Mas não ache voltarei morta após tudo isso.

Sem resposta. Elesis suspira, logo deitando-se na cama, ao lado do rapaz. Ele continuava de costas, que subiam levemente com sua respiração.

— Quero que apenas confie em mim, um pouco que seja. – Dizia, olhando para o teto. – Diga que ficará tudo bem, mesmo que seja mentira, ok?

Nem mesmo ela tinha confiança em si, temia pelo o que poderia encontrar lá. Se fosse Gerard, não teria forças para encará-lo, muito menos para lutar.

Lass se vira para seu lado. Vira seu rosto para o ninja, que a olhava em silêncio.

— Me dê um tempo e poderei ir com você. – Diz Lass.

— Não, nem tente. Viu o que aconteceu com você, será pior se fizer isso.

— Eu posso dar um jeito.

— Lass. – Chama por seu nome, impedindo que continuasse. – Estarei com o Jin, nada de errado irá acontecer comigo. Por favor, confie em mim.

Ele olha para o lado, indeciso. Durante todo esse tempo, estaria sozinho, apenas com os treinos para tornar tudo pior. Mas ao olhar para Elesis, enxerga a imploração em seus olhos.

— Volte o quanto antes, não quero ficar sem notícias de você. – Diz, aceitando de uma vez. – E se ver o Gerard, corra.

Elesis ri, podendo fazer isso se acontecesse. Concorda, queria deixa-lo confiante que nada de errado aconteceria, principalmente com ela.

Quando se preparava para levantar, o braço do ninja para sobre seu corpo, a puxando de volta.

— Não vá, fique. – Pede.

— Eu preciso voltar, senão, Lothos vai começar a desconfiar.

— Só mais um pouco. Não deveria ter deixado o Jin entrar, então fique.

Quando pretendia debater, a mão de Lass para sobre sua face, os dedos deslizando em sua pele, até chegar no pescoço. Era sobre as marcas em que o ninja colocava tanta sua atenção, passando os dedos com delicadeza. Elesis sorri quando ele se aproxima, seus lábios se encontrando. Recebe o beijo com carinho, que logo se desmancha ao descer por seu pescoço, parando sobre as marcas.

— Sem mais manchas. – Diz Lass contra sua pele. – Se eu ver uma nova após isso...

— Não verá.

Sente Lass sorrir contra seu pescoço, dando outro beijo antes de fechar os olhos. Elesis passa a mão em seus cabelos, sentindo o corpo do ninja desabar pelo cansaço.

Não demorou até vê-lo apagar de sono e ter que deixá-lo. Levantou da cama com cuidado, evitando o acordar. Logo saiu do quarto pela janela, garantindo se o mesmo continua a dormir. Antes de partir, sorriu.


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Notas finais do capítulo

Review?
* Como eu disse, o Lass continua se ferrando, mas sorrindo agora. Um dia ele vai ter uma folga de verdade? Talvez hahaha
* Devem estar confusos sobre esse recado do Arthur. Esperavam uma coisa mais impactante, mas relaxem, o próximo cap mostrará mais sobre esse bilhete.
* POR QUE NÃO DEIXAM O LASS E A ELESIS JUNTOS? Eu sei, Lothos, Grandiel e Astaroth são muito chatos com isso, mas eles têm motivos para isso. Será explicado agora? em breve.