Lado A Lado - A História ao Contrário escrita por Filipa


Capítulo 5
"A Notícia"




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A chuva bate persistente nos vidros do quarto do hotel onde Laura e Edgar dormem ainda tranquilos. O dia já vai alto e o relógio de bolso sobre a mesinha de cabeceira marca as 10:00 horas quando Edgar desperta. Aconchegada em seu peito Laura dorme profundamente. “Que estranho” – pensa Edgar. “A viagem te deixou realmente cansada. Seu sono hoje não é leve e sim pesado”  continua esboçando um sorriso apaixonado. Edgar tenta se levantar sem acordar Laura mas, sentindo-se só entre os lençóis, a jovem logo desperta.

Laura: Edgar? – interroga sentando-se na cama.

Edgar: Oi meu amor. Bom dia dorminhoca. Estava me preparando para tomar um banho, me acompanha? – diz sorrindo cheio de segundas intenções.

Laura: E como eu poderia recusar um convite tão tentador? Só tem um detalhe. Hoje eu acordei preguiçosa… você me leva?

Edgar: Ah! Mas nem precisa pedir.

Edgar toma Laura em seus braços e a leva em direção ao quarto de banho. A sós na banheira imensa perfumada com sais os dois se banham e se amam intensamente.

Laura: Hum, ´tá tão bom aqui – diz recostando-se ainda sôfrega no peito do marido.

Edgar: Concordo! E por mim ficaríamos aqui o dia todo mas, infelizmente, temos assuntos importantes a resolver. Aliás senhora Vieira, o primeiro deles não deve tardar.

Laura: Ah, o médico? Mas eu já estou me sentindo muito melhor. Ainda mais agora, depois desse banho maravilhoso….

Edgar: Não senhora. Vamos, venha se secar e vestir que o médico está chegando e você concordou em ser vista assim que chegássemos.

Laura: Tudo bem senhor. Se assim o diz, assim farei.

Saem rindo da banheira e, rapidamente, voltam ao quarto onde se arrumam entre beijos e brincadeiras. Momentos depois, batidas leves mas firmes se ouvem vindas da porta. Edgar se encaminha até ela e, gentilmente, recebe o médico.

Edgar: Bom dia!

Médico: Bom dia Dr. Vieira. Sou Dr. João Albuquerque. Creio que solicitou os meus serviços?

Edgar: Sim, claro. Entre, por favor. Minha esposa é quem precisa de seus préstimos. Me acompanhe por gentileza – afirma indicando o médico até à cama onde Laura espera já sentada.

Médico: Senhora! – cumprimenta-a beijando-lhe a mão.

Laura: Bom dia Dr.. Agradeço a sua vinda mas devo dizer que não é caso para alarme. Já me sinto melhor.

Médico: Vejo que está bastante disposta mas, de qualquer forma, devemos tomar por certos os receios do senhor seu marido. Permita-me que a examine, por favor.

Laura se encosta receosa nas almofadas e o médico começa o exame sob o olhar atento e preocupado de Edgar.

Médico: Diga-me senhora Vieira, o que tem sentido exatamente?

Laura: Náuseas e enjoos quase sempre pela manhã, fraqueza nas pernas e hoje me sinto um pouco sonolenta.

Edgar: Desmaios também Dr.. No navio foram vários. E o apetite dela também anda desregulado. Ora sente uma fome voraz, ora não consegue nem sentir o cheiro dos alimentos.

Médico: Compreendo! Bem, como médico e, tendo em conta os sintomas que me descrevem, permito-me afirmar que, de fato, o que assola a sua esposa não é grave. Muito pelo contrário.

Edgar: Não? Não sabe como me sinto aliviado mas então do que se trata?

Médico: Senhora, se me dá licença, necessito apenas de uma única resposta a uma última questão… de foro íntimo.

Laura: Se é necessário pode perguntar Dr. Albuquerque.

Médico: Suas regras… estão em dia?

Edgar fica confuso com a pergunta ousada do médico e fita Laura que, entendendo já o diagnóstico do médico, não consegue disfarçar a emoção.

Laura: Não. Agora que fala me apercebi que faz mais de seis semanas que…

Médico: Assim sendo, o meu diagnóstico é claro e simples. Os meus parabéns, a senhora está grávida.

A preocupação se esvai do rosto de Edgar que agora se enche de emoção e euforia. Aproximando-se de Laura ele a beija com ternura e se abraçam. Depois de acertar as contas com o médico, o advogado retorna ao leito em que Laura o espera num silêncio entrecortado pelo choro alegre.

Laura: Edgar!

Edgar: Laura, meu amor. Você vai me dar um filho. Que notícia maravilhosa. Finalmente nosso sonho se realiza e veremos o nosso amor ser coroado com uma criança. Um filho, eu vou ter um filho da mulher que eu amo, que a cada dia me surpreende mais e mais. Você me faz tão feliz que, por vezes, me interrogo se serei merecedor.

Laura: Eu estou tão feliz Edgar. Eu te amo tanto – diz apertando-o contra o peito.  Você está sentindo? O meu coração… bate tão forte e rápido que parece que está prestes a sair-me pela boca.

Edgar: E dá p´ra não sentir? Obrigado meu amor, obrigado por me fazer o homem mais feliz do Universo.

Da janela do quarto vê-se agora um arco-íris que enche de cor o céu cinzento daquela manhã de Inverno. Como que celebrando a felicidade do casal a chuva cessa e os dois prosseguem a conversa sem serem capazes de retirar as mão do ventre de Laura. Porém, a realidade volta a tomar conta de Edgar.

Edgar: Me perdoa por ter arrastado você p´ra toda esta confusão que nos trouxe aqui Laura. Me perdoa por ter que interromper esse momento com a lembrança de que falta pouco tempo para o outro compromisso de hoje.

Dito isto, Laura o olha firme. Um misto de emoções a consome por completo. Por momentos havia esquecido de que estavam em Lisboa e, dentro de duas horas, estariam ambos frente a frente com Catarina Ribeiro e a filha que ela clama ser de Edgar.


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