Lado A Lado - A História ao Contrário escrita por Filipa


Capítulo 49
"Dúvidas e Certezas"




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A cólera de Fernando, extrapola-lhe pelos dedos delgados que aperta violentamente no pescoço de Bonifácio. Contudo, a desvantagem do porte físico, claramente inferior à do progenitor, depressa toma lugar e, num gesto rápido e brusco, Bonifácio solta-se das mãos do agressor empurrando-o em seguida contra o rebordo da secretária.

Bonifácio: Insolente, desgraçado – profere enfurecido folgando o nó da gravata que lhe prende a respiração.

Fernando: Assassino! – repete encarando-o enojado.

Bonifácio: Cale-se moleque patético! Você não sabe o que diz.

Fernando: Foi o senhor que eu sei. O senhor e a sua amante atentaram contra a vida de Catarina mas ela sobreviveu e vocês vão-se arrepender do que fizeram – grita exasperado apontando o dedo à cara do industrial.

Bonifácio: Como você é ridículo bastardo – debocha soltando uma nervosa gargalhada. – Mostre-me as provas já que tem tanta certeza da acusação que faz.

Fernando: Sua memória é curta senhor meu pai – solta num tom gravemente jocoso. – Posso não ter as provas deste crime, por enquanto, mas lembre-se que tenho outras. Ousou brincar com o fogo, pois eu lhe digo papai, o prazo que lhe dei expira em alguns dias. Trate de passar a fábrica para o meu nome ou eu vou até aos confins do mundo para acabar com a sua boa reputação. E aí, papai, eu mesmo vou aplaudir de pé a sua execução em praça pública – ameaça sério batendo calado as mãos, simulando uma cínica ovação.

Bonifácio: Olhe aqui rapaz, olhe na minha cara e diga-me se vê uma ruga de preocupação com suas ameaças infames – responde irado aproximando-se dele e prendendo-lhe os ombros frágeis entre as mãos. – Esta fábrica é minha, nunca vai deixar de ser portanto, controle essa raiva asquerosa, vá lamber as feridas da meretriz e esqueça tudo o que aconteceu. Se ajudar, esqueça também que carrega o meu nome, é um favor que me faz já que nunca passou de um rato imundo a quem eu tive a péssima ideia de tirar do esgoto.

Fernando: Pois eu preferia ter vivido no esgoto a ter sido criado na podridão da sua presença – devolve livrando-se das mãos que lhe agitam o corpo. – Não pense o senhor que isto acaba aqui. O senhor e a baronesa adúltera não perdem pela demora.

Tendo proferido estas últimas palavras, Fernando não espera pela resposta de Bonifácio e, sem dar-lhe as costas, recua até à porta do gabinete com um sorriso hipócrita nos lábios e os olhos pregados nos do pai que o encara igualmente cínico sem desfazer a pose altiva. Após a saída do rapaz, ainda que entre eles subsistam as grossas paredes do edifício, paira no ar uma forte tensão quase palpável. A troca de ameaças e galhardetes não surtiu para nenhum dos dois o efeito desejado pelo que, o impasse prossegue. O que virá a seguir, é ainda cedo para prever.

Em casa, Edgar desce as escadas tomando a direção da mesa de refeições onde Laura já se encontra iniciando o dejejum. Ao contornar o canto da mesa, o jovem fá-lo a tempo de reparar na xícara de chá em frente à esposa e o prato vazio de pão e bolos que ainda preenchem as cestas no meio da disposição. Nas mãos, Laura segura o “Correio da República” lendo com especial atenção a notícia que adormecera e acordara toda a capital em polvorosa.

Edgar: E então? Alguma novidade sobre o estado de Catarina? – pergunta enquanto verte um pouco de café numa xícara.

Laura: Nada de muito concreto, apenas referem que sofreu queimaduras ligeiras e que recupera bem – responde dobrando o jornal e passando-o ao marido. – Pode parecer estranho mas, apesar de tudo o que ela nos fez e do desprezo que tenho por ela, confesso que fiquei com pena. Não consigo nem imaginar o sufoco que deve ser estar no meio de um incêndio – revela fitando a composição da mesa que a enfrenta aguardando ser tocada.

Edgar: Verdade meu amor, não lhe desejo um mal tão trágico quanto este. Afinal, trata-se de uma pessoa, e mesmo sendo Catarina, espero que recupere e fique bem – concorda detendo-se na página do diário. – Você não vai comer nada? Mal tocou no chá! – repara olhando-a de soslaio como que tentando adivinhar-lhe os pensamentos.

Laura: Acordei sem fome – retruca afagando-lhe a mão que repousa delicadamente junto à dela. – Enquanto você termina, eu vou dar um beijo na Melissa e no Francisco e já desço – conclui fugindo do incómodo que o olfato lhe acirra e mencionando escapar ao interrogatório.

Edgar: Laura, coma alguma coisa meu amor. Você precisa de alimentar – insiste visivelmente preocupado, apanhando-lhe suavemente o braço direito de modo a impedi-la de se levantar.

Laura: Mais tarde, quando o apetite voltar, eu como em dobro, está bem assim? – fala manhosa esquivando-se sem mais delongas.

Perante a fuga despachada da esposa, Edgar acaba por resignar-se e segue-lhe com os olhos os passos firmes que ela dá rumo ao primeiro andar. Há vários dias o jovem vinha notando certas mudanças no corpo de sua mulher. Durante os diários momentos de intimidade, reparara nos seios mais fartos mas as sábias mãos do advogado detinham-se principalmente nas curvas da cintura as quais, para Edgar, estavam cada vez mais definidas. Contudo, nos breves instantes em que a ideia de uma gravidez lhe aflorava à mente, o jovem teimava em afastá-la, baseado na prova biológica que Laura dividira consigo num profundo e mútuo pesar. Pese embora sem certezas, o novo e ínfimo sinal de alerta comentado por Celinha no dia anterior e as reticências veementes que Laura emprega no rodeio destes colóquios pela manhã, devolvem-no novamente aos dias em que ponderara com assoberbada fantasia a possibilidade de vir a repetir a experiência da paternidade. Distraído nestas observações interiores, desejando uma confirmação obstinada em não chegar, Edgar perde a noção do tempo, sendo dele retirado pelos sons dos passos de Laura que retorna à sala pronta para sair.

Assim, saem lado a lado em ligeiro andar para as responsabilidades mas, ao meio da manhã, num horário muito pouco ou mesmo nada usual, Laura entra na residência tal qual havia saído. De pastas e livros guardados contra o peito no laço de um só braço, enroscando na mão livre a fita da bolsa, a professora abre lentamente a porta de casa e entra distraída e de semblante fechado, caminhando até à sala na qual inesperadamente avista uma grata visita. Discretamente acomodada numa das poltronas ao lado do sofá, envergando nas mãos um dos muitos livros infantis que, desde a chegada das crianças, habitam as estantes do escritório, Margarida encena pausadamente um dos contos, ao qual Francisco e Melissa atentam sem pestanejar.

Laura: D. Margarida, que bom revê-la! – exclama sorridente saudando a presença da sogra com um forte e caloroso abraço.

Margarida: Laura minha querida! Faço suas as minhas palavras, é sempre um bálsamo vê-la. Me perdoe pela invasão, vim na expectativa de encontrar Edgar mas, como supus, ele não está. Acabei por demorar-me a pedido dos meus netos a quem contava histórias – diz devolvendo o gesto da nora. – Não esperava encontrá-la tão pouco, Matilde me disse que estava lecionando – continua detendo-se momentaneamente no rosto um tanto descolorado da jovem.

Laura: Fui dispensada das últimas aulas devido a uma pequena e passageira indisposição, nada digno de apontamento ou preocupação – replica à medida que aplica leves beijos nas crianças que acatavam em educado e ansioso silêncio a vez de serem cumprimentadas. – Comportaram-se direitinho na minha ausência? – interroga fitando-os cativa ao que ambos acenam afirmativamente. – Então, agradeçam à avó Margarida pelos contos e subam um pouquinho – sugere apoiando Melissa no retorno ao chão, perante a insistência de Francisco que a puxa impaciente pela mão.

Lançando-se degraus acima, afoito que está por chegar ao quarto, Francisco instiga Melissa a apressar um pouco mais as pernas, até que a curva da escadaria os esconde da vista de Laura e Margarida.

Margarida: Cada dia que os vejo fico mais encantada. Sinto-me muito feliz em ver os meus netos crescerem com tanto amor – fala embevecida com as mãos recolhidas na abada do vestido.

Laura: Ambos são bastante tranquilos e compreensivos – concorda. – Mas fale-me da senhora.

Margarida: Comigo está tudo bem querida, não quero aborrecê-la com o enfado de meus assuntos domésticos – fala tímida camuflando um certo incómodo.

Laura: Ora essa D. Margarida, sua companhia e seus assuntos estão longe de serem enfadonhos. Espero que não me leve a mal a interpretação mas denoto-lhe alguma preocupação.

Margarida: Você é deveras observadora e atenta – revela esboçando um sorriso frágil. – A verdade Laura, é que desde os acontecimentos daquele terrível sábado, minha pacata vida vem-se tornando difícil de suportar. Sem Fernando estou mais solitária e Bonifácio, você sabe, não é o mais atencioso dos maridos – desenvolve palpando o discurso.

Laura: Compreendo! Saiba que tem em mim uma amiga, jamais a negligenciarei – diz afagando-lhe as mãos frias tentando abrandar-lhe o enorme pesar.

Margarida: Sabe querida, eu gostava de ser assim espontânea e decidida como você mas a criação que recebi tolhe-me a fala e os gestos.

Laura: Mas nunca é tarde para nos libertarmos daquilo que nos oprime e a senhora está ainda a tempo de mudar o destino que lhe impuseram – afirma peremptória.

Margarida: Infelizmente, creio que não me restam forças para tal. Afinal, que outro contributo poderia eu dar à sociedade além do desempenho de esposa e mãe? Se nem esses cumpri com louvor, imagine se a esta altura da vida me propusesse a outro papel para o qual nem fui talhada. Por certo seria um desastre – contesta desolada denegrindo-se em longa escala.

Laura: Não fale assim D. Margarida, mulher nenhuma deve abster-se de si mesma a esse ponto. A senhora é uma excelente mãe ou eu não teria um marido como Edgar – interrompe consolando as ténues lágrimas da sogra.

Margarida: Edgar talvez tenha sido meu maior, se não único, acerto. Já como esposa, não posso dizer o mesmo caso contrário não me passariam pela ideia pensamentos tão pouco abonatórios sobre a conduta de meu marido – solta com o mesmo temor e alívio de quem se confessa. – Laura, se eu lhe fizer uma confidência, posso confiar que não sairá desta sala?

Laura: Por certo que sim – garante consecutivamente curiosa e intrigada.

Margarida: Não é de hoje que o comportamento de Bonifácio me desperta algumas suspeitas mas hoje, quando fazíamos o dejejum, notei-lhe uma expressão desesperada e maldosa ao deparar-se com a notícia do incêndio que ontem quase dizimou a noiva de Fernando. Por muito que tente afastar de mim tais pensamentos, algo me diz que meu marido pode estar envolvido nesse incidente – conta baixando consideravelmente o tom de voz e lançando os olhos ao chão envergonhada.

Ouvindo da boca gentil de Margarida esta confissão inconsolável, Laura deixa-se acometer pelo peso das palavras e também ela não se sente capaz de negar as possibilidades pelo conhecimento superficial das qualidades dúbias de seu sogro. Mesmo assim, recompõe-se no sofá e recobra o discurso.

Laura: Há de ter sido um infeliz acidente, não pense nisso. O que posso fazer para animá-la um pouco que seja? Edgar não gostaria de vê-la assim – retruca doce anunciando o desvio do tópico da conversa.

Margarida: Já fez o suficiente ouvindo os lamentos que lhe impus com a minha maçante visita – devolve, prelúdio da despedida. – Está na minha hora, marquei de experimentar um vestido na modista antes do almoço e você precisa descansar – comunica pondo-se de pé com mais pressa do que a que realmente tem.

Laura: Que pena, ia convidá-la para o almoço. D. Margarida –, exclama séria acompanhando o movimento da sogra em direção à porta – pense no que lhe disse sobre libertar-se dos grilhões que a acorrentam e, quanto às suspeitas daquele outro tema, fique sossegada que não se hão de concretizar.

O brando mas sincero sorriso que no rosto da senhora se estampa, fita Laura durante breves segundos junto à porta. Sem aviso, Margarida abraça fortemente a nora que, igualmente sorrindo, a recebe nos braços com a mesma afeição com que se recebe uma ave ferida. As nódoas da vida emudecida de Margarida, não se lhe vêem no corpo bem tratado pelos melhores produtos. Antes, escondem-se-lhe na alma dilacerada pelo tempo e pelo trato rude do machismo imperativo de Bonifácio. Porém, estas interceptáveis marcas, não passam ao lado do crivo racional de Laura que, neste instante, guarda à porta o afastamento do coche que transporta a senhora de volta ao ninho acorrentado. Em sua mente fervilham as primeiras ideias de uma curta ação que, no entender da jovem, poderá ser responsável pela alteração de mentalidades auto destrutivas como a que acaba de reconhecer na carinhosa mãe de seu marido. Na companhia destes aguçados pensamentos, recolhe-se novamente ao calor da sala, esbarrando em Matilde que desce a escada de encontro à patroa.

Matilde: Bom dia D. Laura! Acabei de subir para ver as crianças. A senhora esqueceu algum livro? – questiona estranhando o adiantado da hora.

Laura: Bom dia Matilde! Não, hoje não volto mais ao colégio. Quando puder, ligue para a residência de meus pais e peça a comparência de meu pai aqui em casa esta tarde – instrui antes de rumar ao piso superior. – Entretanto, vou distrair-me um pouco com os pequenos até o almoço ser servido.

Antes de retornar aos afazeres do preparo para a refeição, a empregada para próxima ao telefone e cumpre o requisito prévio de Laura. Por sorte, estando o senador por casa a esta hora, o recado é dado sem recurso a intermediários, fato que deveras agrada Laura por poupá-la dos mexericos habituais que Luzia dedica a Constância.

No decorrer das horas pausadas para o almoço, à porta da redação do jornal, Edgar aguarda Guerra verificando a cada minuto o andamento dos ponteiros do relógio de bolso beirando a impaciência.

Guerra: Desculpe o atraso Edgar – dispara rompendo o descompasso do amigo, tocando-lhe de leve no ombro. – Tive que dar umas indicações antes de sair.

Edgar: Até que enfim! Julguei que teria de subir e arrancar-te à força – zomba soltando uma breve gargalhada. – Almoçamos no bar Guimarães?

Guerra: Por mim pode ser até porque é o único que ainda vou podendo pagar – afirma mencionando as insalubres finanças do jornal. – O motivo porque te chamei é o mesmo do outro dia. Recebi outra carta anónima com ameaças diretas ao jornal e, principalmente, ao António Ferreira – conta ao longo do percurso até ao botequim.

Edgar: De novo? Entregaste-a à polícia? Não restam dúvidas que se trata de algum lesado com a matéria mas dentro tantos nomes, será uma odisseia descobrir o autor – reflete consternado.

Guerra: Sim, entreguei tudo ao delegado e ele garantiu-me o destacamento de uma patrulha para rondar o jornal. De resto, quando escolhi esta profissão, fi-lo ciente de todos os riscos que corro. Não vou permitir que uma qualquer ameaça perturbe o meu quotidiano e você deveria fazer o mesmo. Até porque, tem a vantagem de ninguém saber a identidade do jornalista que assinou a denúncia – diz sentando-se a uma das simplórias mesas mais afastadas do burburinho do bar.

Edgar: É, talvez você esteja certo, enquanto o António Ferreira permanecer nas sombras não haverá perigo. Já você, meu caro amigo, não deve andar por aí desatento. Sabe-se lá o que esses corruptos não estão dispostos a fazer – adverte verdadeiramente apreensivo com a exposição de Guerra. – E do incêndio, sabe-se mais alguma coisa?

Guerra: Ainda não, hoje devem concluir a limpeza dos destroços e só então darão início às investigações das causas propriamente ditas. Quanto à Catarina, é provável que fique com sequelas mas tudo indica que em alguns dias receberá alta.

Edgar: Mantenha-me informado acerca disso. E agora, vamos ao almoço que eu estou faminto e ainda tenho uma reunião com um cliente antes do final do dia.

Deste modo passa-se mais uma amena tarde. Entre um compromisso e outro, Edgar percorre a cidade assoberbado de trabalho e completamente alheio às constatações que, neste meio tempo, Dr. Assunção faz na residência de sua filha. Atendendo prontamente ao chamado de Laura, o médico não tarda a romper aflito pelo cómodo onde a jovem amaina as ânsias de vários dias, ladeada à cabeceira por Francisco e Melissa que, até então, se responsabilizavam pelos cuidados com a mãe.

Horas depois, um pouco antes do cair da noite na capital, estando já acesas as luzes intermitentes da sala, Laura repousa cândida numa das poltronas, controlando com os brilhantes olhos a brincadeira alegre das crianças. Transparecendo uma placidez e apaziguamento que, havia dias, não lhe eram tão visíveis, enlevada em conjeturas e pensamentos que lhe escapam da razão além das paredes austeras daquele refúgio, nada se lhe altera nas feições levemente coloridas, contudo claramente mais felizes e enigmáticas. Não fosse pela abrupta entrada de Edgar ao alcance de quem Francisco e Melissa correm exigindo atenção e mimos, nada despertaria Laura deste transe exacerbado. O único gesto que lhe cabe, é o de se erguer da dita poltrona uma vez que, vendo o estado adorado da esposa, Edgar toma a dianteira e caminha pelo trilho que o leva até ela sem delongas.

Laura: Meu amor! Como foi o seu dia? – inquere sorridente imprimindo-lhe um saudoso mas leve beijo.

Edgar: Foi mais ou menos. Depois da denúncia o fórum ficou um caos. Mas vamos adiar isso para depois porque agora quero é saber de você – responde envolvendo-a pela cintura com um braço e acalentando-lhe a face com a outra mão. – Alimentou-se direito?

Laura: Mais ou menos – fala troçando do semblante inquisidor do marido.

Edgar: Laura! – repreende-a um tanto aborrecido e preocupado.

Laura: Isso agora não vem ao caso, temos outro assunto mais premente a debater – alvitra rapidamente pondo-lhe cobro ao discurso crítico.

Edgar: Hum… pela sua cara parece ser bom…

Laura: Mais ou menos – debocha divertindo-se com a provocação.

Edgar: Eh, vai ser assim? Vai responder a tudo com mais ou menos?

Laura: Talvez! – retruca já sem conter o riso face ao desespero ansioso de Edgar.

Edgar: Ah Laura, diga logo que estou curioso – pede manhoso.

Laura: Vamos ter que reformar o quarto de hóspedes – informa misteriosa conduzindo as próprias mãos ao peito do marido.

Edgar: Mas porquê se nem é utilizado? Acaso teremos alguma visita?

Laura: Aham – confirma acenando debilmente com a cabeça. – Em breve, aquele quarto receberá um hóspede muito importante – prossegue descendo as mãos de encontro às de Edgar e afastando-se ligeiramente do corpo dele – só que, por agora, ele ou ela – enfatiza – ainda cresce aqui dentro – termina com a voz embargada e os olhos inundados de lágrimas.

Edgar: Laura, meu amor. Eu estou entendendo bem? Você está me dizendo que… que… – esforça-se em vão por finalizar.

Laura: Que estou grávida! – concretiza enfim assolada por uma imensa e incontrolável felicidade.


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