POV - GINA

Eu e Harry estávamos comemorando nossos três meses de namoro. Tudo tão perfeito e completamente mágico! Eu não podia desejar que algo melhor acontecesse com minha pessoa, se não estaria sendo egoísta, mas me desculpem por isso (ou não...), Harry é completamente e somente eu posso usufruir dos benefícios de ter um namorado tão perfeito quanto ele (Fãs do Harry: AAAAAAAAH!) (Gina: Recalque!).

Enfim, eu estava sentada no salão comunal, lendo um dos livros que Hermione me emprestou chamado “Romeu e Julieta”, que conta a história de um amor proibido entre trouxas, embora eu suspeite que essa tal Julieta seja uma bruxa, mas que o autor deixa implícito. Confirmarei com Mione mais tarde.

- Lendo? – Perguntou o dono da voz mais perfeita do mundo, colocando suas duas mãos sobre meus ombros.

- Sim. – Respondi dando um sorriso. – É uma história muito boa sobre um romance proibido e...

- Eu conheço “Romeu e Julieta”. – Harry falou tirando o livro de minhas mãos e o analisando. – Tia Petúnia não parava de falar nele um instante que fosse, e obrigava o leitão do Duda ler.

- Ele gostou? – Perguntei curiosa.

- Meu tio disse que ia o encobrir caso ele detestasse e nunca falaria para Petúnia, foi o que aconteceu então o homem acabou-me “jogando” o livro. Como eu não tinha nada melhor a se fazer a não ser ficar trancafiado no quarto que tinha na casa, comecei a ler. Li-o nas férias do 3° ano, eu acho.

- Gostou?

- Não é a melhor história do mundo, mas o escritor tem um talento nato. – Harry respondeu.

- Estou amando essa história! Mas eu bem que trocaria para “Amando Julieta Capuleto”. – Eu disse pegando o livro de volta.

- Eu prefiro “Amando Gina Weasley”. – Harry falou dando um sorriso e sentando-se ao meu lado no sofá.

- Essa parece interessante... – Eu disse sorrindo.

- Mas é. E tenho certeza que se pegassem essa história para escrever, ela seria um grande sucesso no mundo trouxa. – Harry falou.

(N/Ju, N/Al: Obrigada Harry!).

- Porque você mesmo não escreve? – Perguntei.

- Porque já estou a escrevendo. – Harry disse antes de me beijar.

Foi um beijo tão profundo e apaixonado, que mal soube eu recuperar minha respiração ao nos separarmos. Harry me olhava com aqueles olhos verdes encantadores, me fazendo o querer bem mais perto de mim, e nunca mais desgrudar. Não sei o que eu via naquele homem, mas se algum médico pegasse para diagnosticar, me internariam como “Viciada em amor ao ponto que nem nós mesmos podemos acreditar”.

- Harry? – Chamei.

- Sim?

- Tem ideia de quando iremos à Hogsmeade? – Perguntei.

- Não faço ideia, mas se eu fosse você iria querer ficar aqui, assim teríamos boa parte do salão comunal da Grifinória só para nós... – Ele disse, iniciando uma nova sequência de beijos.

- Eu posso saber para quê? – Perguntou uma pessoa, ou melhor, meu irmão mais velho enxerido que acabara de chegar atrás de nós dois, nos separando.

- Rony! Deixe-os em paz! – Hermione o repreendeu, aparecendo logo em seguida.

- Para fazermos tricô, Rony. – Eu respondi, sarcasticamente.

- Você tricota Harry? – Rony perguntou curioso. Vi a expressão de Harry, provavelmente tentando pensar se ele acreditou ou se estava sendo irônico.

- Gina está o ensinando, Rony! – Hermione disse. Sabiam que adoro a amizade dessa garota?

- Harry, faça um casaco para mim, certo? Mas sem aquelas basbaquices que a minha mãe cisma de colocar em todos os casacos que ela manda de Natal. E por favor, vermelho sangue com detalhes em ouro, atrás escrito: “melhor goleiro do mundo” ou “Rony gostoso”, você quem escolhe. AH SIM! Mione quer uma escrita: “Rony é o mais gostoso”. – Rony disse parecendo animado com a ideia.

Olhei para Hermione que parecia ter a mesma reação que eu. Como pode ele ser tão tapado?

- Pode deixar... – Disse Harry.

- Pode deixar porcaria nenhuma! Rony se quer um casaco faça por si mesmo! – O repreendi.

- Tudo bem então! Mione me ensine a tricotar para que a Gina veja que não preciso pedir aos outros que façam as coisas por mim! – Rony saiu de lá, indo à direção ao dormitório.

Hermione olhou para nós, incrédula.

- Ótimo. Agora terei que ensinar seu irmão a tricotar para encobrir a mentira de vocês! - Ela falou esboçando um sorriso.

- Como sabe que mentimos? – Harry indagou.

- Não nasci ontem, Harry. – Mione respondeu indo ao mesmo local que o seu namorado foi.

- Foi por pouco. – Ele disse, suspirando.

- Porque tem tanto medo que meu irmão saiba que... – Tentei começar, mas fui interrompida.

- Apenas esqueceremos essa história, sim? – Ele perguntou.

- Claro. – Respondi, o beijando.

- Sabe que eu sempre achei que fosse a irmã mais velha de Rony e que meus pais nos enganaram todo esse tempo? – Perguntei.

- Sério? – Harry indagou.

- Sim. Eu nunca vi Rony como alguém mais velho que eu. Sempre fui eu quem o repreendi e o corrigi. Isso é estranho pensando dessa forma, por que ele é 1 ano e 5 meses mais velho...

- Apenas deixaremos seu irmão costureiro para lá... Vamos ocupar nosso tempo matando a saudade que eu estava de você. – Ele disse sorrindo.

- Saudades? Vimos-nos hoje! – Eu falei.

- Então não sentiu saudades de mim? – Ele perguntou.

- Todas do mundo? – Perguntei, sorrindo.

- Ao infinito e além. Ou até alguém encontrar um pomo de ouro invisível. – Harry falou.

- Se encontrarem, juro que mato você, Harry Potter! – Falei dando um tapinha em seu peito.

- Até o renascimento de Voldemort?

- Assim sim! – Falei, iniciando mais uma sequência de beijos.

POV – Harry

Eu, Rony e Hermione estávamos na aula de Feitiços. O professor explicava detalhadamente um feitiço complicadíssimo – em suas palavras – e que exigia tanta concentração que era capaz de ficarmos estressados só de imaginar os feitos daquela poderosa magia. Era uma aula da Corvinal com Grifinória. Os gênios da casa de Ravenclaw estavam “apostando” com Hermione sobre quem sabia responder a mais perguntas e acertar com mais precisão o que o professor pediu. Isso pelo menos na cabeça da namorada de Rony Weasley.

Quando a aula terminou, nós três caminhávamos para a aula de DCAT com a Lufa-Lufa. Hermione fechou a cara logo que eu mencionei a próxima aula. Todas, sem exceção, as mulheres de Hogwarts desprezavam a “bruxete” (N/Ju: Bruxete é a mesma coisa que prostituta).

Embora muitos rapazes a defendessem e alegassem que ela veste o que bem entende e age de tal forma, a maioria ficava na sua, sem querer mostrar qualquer requisito de que tinha esperanças de que um dia aquela mulher olhasse para um deles.

Eu e Rony éramos imparciais. Claro que desejávamos com todas as forças que a Srta. Bowen fosse despedida o quanto antes, mas sempre que falavam nela, preferíamos ficar de boca calada e absorver todos os comentários negativos possíveis.

- Ela parece uma daquelas bruxetes da parte imunda de Hogsmeade! – Hermione exclamou.

- Existem muitas por lá? – Rony perguntou, desejando no instante seguinte ter ficado calado pelo olhar que Hermione a lançou.

- Vai ver um dos professores a arranjou lá. – Eu falei.

- Carência do capeta... – Hermione falou.

- Oi gente. – Gina nos cumprimentou ao nos alcançar no corredor. Ela estava indo para a aula de Herbologia e tomava o mesmo caminho que nós. Deu-me um beijo no rosto e acenou fracamente para a amiga. Para o irmão apenas um olhar simpático.

- No corredor das salas de aula vocês não ficam se agarrando... – Rony falou, sendo irônico.

- E nem vocês dois! – Gina rebateu.

- O que eu e Meowne fazemos é da nossa conta! – Rony praticamente gritou.

- O que eu e Harry fazemos também! – Gina falou ainda mais alto.

- Quietos! – Hermione os acalmou. – Temos que ir para nossas aulas!

Todos ficaram calados até chegarmos ao corredor onde aconteceria nossa aula naquele horário. Gina saiu em disparada ao ver a professora de Herbologia passar por lá. Nós três ficamos conversando nos corredores, ao reparamos que Bowen não dava sinal que iria aparecer naquele momento.

- Olá a todos. – Disse Neville.

- Oi Neville! – Cumprimentamos.

- Bem? – Perguntou. – Espero que sim. Enfim, só queria avisa-los mesmo que...

- Finalmente pediu Luna em namoro? – Hermione antecipou-se com um sorriso nos lábios.

- Luna? Hã? O quê? Não... Eu me refiro à Ana Abott. Digamos que nós sentimos uma forte atração um pelo outro desde o 6° ano... – Neville falou sorrindo.

- É isso aí! – Rony disse. – Pensei que você era um de nada! Que nunca havia ficado com uma menina sequer, e está aí pagando de arrasa corações!

- E se eu te falar que eu e Ana ainda nem nos beijamos? – Neville indagou.

- LERDO! – Rony gritou.

- Você levou seis anos para beijar Hermione. – Neville se defendeu. Rony e Hermione ficaram tão vermelhos quanto nossos uniformes.

- Mas por que não a Luna, Neville? – Mione indagou.

- Até tentamos. Saímos algumas vezes, mas nada sério. Decidimos que isso ficaria somente na amizade. E ela me ajuda bastante com Abott. Ela e Lilá Brown. – Neville respondeu.

- Lilá Brown? – Hermione indagou sarcástica.

- Também fiquei surpreso quando Luna me disse que tinha uma amiga que era amiga de Ana e que queria nos ajudar quanto a isso. Fiquei boquiaberto ao saber que era Brown, e ainda mais quando ela me disse que eram amigas desde o primeiro ano de Luna! – Neville respondeu.

- Não acredito nisso. – Hermione falou.

- Pode não acreditar, mas Lilá está me fazendo tomar iniciativa em coisas que eu nunca faria. – Neville disse. – Sem falar que temos uma troca de favores. Estou ajudando-a com um homem que ela saiu nas férias e desde então eles vem trocando cartas. Diria que Lilá está apaixonada.

Isso explica a Amortentia.

- Enfim, vamos entrar? – Perguntou Neville.

- Ah... Já que não temos escolha de entrar ou não, mesmo que Bowen não tenha aparecido... Ok... – Rony disse.

Entramos na sala. Ficamos em carteiras bem próximas. Lilá sentou-se a frente de Neville e lançou um sorriso ao moreno, que retribuiu. Dino e Simas sentaram-se a frente de Lilá, que começaram uma conversa entusiasmada com ela e Neville.

- E Ana, hein? – Dino lançou um sorriso à Neville.

- Está indo... – Ele respondeu.

- Ela vai sentar ao seu lado? – Perguntou Simas.

- Não. Hoje será ao meu, mas farei que na aula interia os dois conversem muito! – Lilá respondeu ao rapaz.

- Opa! – Exclamou Dino. – Lá vem ela. Disfarcem que não compactaram com nada!

Ana sentou-se ao lado de Lilá e aquele grupo começou uma conversa que não parecia ter fim. Virei-me de lado e comecei a conversar com Mione e Rony. Por incrível que pareça, o ruivo estava até os fios de cabelo de preocupação com os N.I.E.Ms e Hermione contribuía para tal feito. Dizia ela que se ele não tirasse acima de Excede Expectativas ele iria virar um Zé Ninguém trabalhando no Três Vassouras, e ela deixou bem claro que não sustenta homem, ou seja, abandonaria-o se não fizesse um ato correto como estudar para as maiores provas de sua vida.

- Dê um desconto, sim Mione? – Rony perguntou.

- Você gostaria que sua irmã bancasse Harry? – Hermione o respondeu com uma pergunta.

- Mas é Harry quem a bancará! Ele tem dinheiro para mais três gerações! – Rony exclamou.

- Rony eu não gosto que falem de meu dinheiro...

- No fundo gosta por que é um metido! – Hermione falou com um sorriso.

Não deixei de rir.

- Se meus netos não trabalharem por causa disso... – Comecei.

- Dependem quantos netos você terá. Quando éramos mais novos, Gina falava que ia ter quatorze filhos, todos com o nome Bailey. – Rony disse fazendo eu e Hermione rirmos. – Imaginem se cada um deles tiver três filhos... – Ele continuou.

- Menos Rony! – Eu falei. – Três no máximo!

- Sempre achei que você quisesse uma casa abarrotada de filhos... – Hermione sugeriu.

- Para mim, três é muito. – Falei.

- Por isso só um está de bom tamanho. – Rony disse.

Conversamos até o fim do horário, quando percebemos que a professora não havia dado sinal de vida. Todos saíram lentamente do local, eu fiquei por último, arrumando minhas coisas mais devagar e também por que retirei tudo o que havia na mochila. Lembrete: nunca mais cometer tamanha atrocidade.

Quando eu caminhava para a porta, a professora entrou. Ela estava com os cabelos soltos e usava um terninho com uma saia minúscula. Bowen olhou para mim de cima a baixo e então sorriu.

- Fico feliz que tenha sido o último aluno, Sr. Potter. – Ela disse.

- Hm... Tenho que ir agora... – Falei.

- Mas tão cedo? Posso ao menos pedir-lhe uma simples tarefa? – Perguntou, ressaltando seus olhos castanhos repletos com diversas cores de sombra.

- Hm... Sim.

- Pode ser o monitor de DCAT? – Ela perguntou.

- Monitor? – Indaguei.

- Sim. De todo o sétimo ano, você é o melhor em Defesa Contra as Artes das Trevas, e como a matéria deste ano é um pouco mais complicada do que o resto, eu creio que você será um ótimo ajudante para mim. – Ela respondeu.

- Ajudante? Pois sim. Aceito essa tarefa. Será glorificante. – Disse.

- Não se arrependerá. – Falou. – Mas sabe que o meu melhor aluno tem lá seus privilégios, não?

- Tipo?

Ela não disse, mas com um ato que pode me calar e me deixar surpreso ao mesmo tempo, deu a resposta para a minha pergunta.

POV – Gina

Eu estava feliz após uma boa aula de Herbologia. Saí de lá com meus pergaminhos e canetas encostados ao meu peito, com um sorriso bobo no rosto e uma mecha de cabelo caindo em meus olhos. A professora disse que cuido de Minvolagores muito bem, e quem sabe não serão úteis na minha vida no futuro? Minvolagores, segundo Luna, ajudam a espantar bruxos das trevas. Harry adorará saber disso.

Caminhava pelo corredor onde tinha a aula de DCAT e vi que Bowen Bruxete havia entrado no local. Super atrasada, levando em conta que o horário havia terminado. Ela deixou a porta aberta, e vi que Harry estava no local. Quis gritar para ele sair no instante em que a professora foi falar com ele. Meu namorado parecia apressado em sair do local. Senti-me feliz ao perceber isso.

Porém, percebi que ela chegou mais perto dele e ele não pareceu recuar. Espremi meus olhos, sem ter certeza do que estava a acontecer naquele momento. Quando ele perguntou algo que não soube decifrar o que era, a vi beijando-o. Pensei que ele iria desviar, a empurrá-la... Mas não. Parecia estar gostando. Colocou os braços em volta da cintura dela e eles não paravam um segundo sequer!

Senti lágrimas escaparem de meus olhos. Eu não acreditava nisso. Eu não queria acreditar.

Senti meu corpo bambear, eu devia estar tendo uma visão! Isso nunca poderia ter acontecido! Quantas juras de amor não já trocamos? Tudo aquilo jogado no lixo? Eu era apenas um simples divertimento para aquele que disse mil vezes que daria minha vida? Saí correndo dali, indo à direção ao salão comunal. Esperava que ninguém tivesse me visto daquela maneira, e que muito menos Harry Potter tenha ido atrás de mim.

Cheguei ao local já quase gritando de tanto desgosto. Eu estava a odiar aquele maldito Harry. Como ele podia ter feito isso comigo? Eu o desprezava. Desprezava qualquer pessoa capaz de cometer tamanha falta de respeito e consideração como essa. Qualquer pessoa capaz de trair a outra na maior cara de pau!

Rony estava lá, com Hermione. Os dois se abraçavam, mas ao me verem pararam na hora e prestaram atenção em mim.

- O que aconteceu? – Perguntou minha amiga.

- H=HF

H-H-Harry! – Gaguejei, chorando.

- Gina, o que ele fez? – Perguntou Rony.

- Eu vi e-ele e B-Bowen se beijando na sala de DCAT! – Falei.

- Impossível! Bowen nem foi nos dar aula! – Hermione esclareceu.

- Mas eu vi Hermione! Eu vi! Eu vi com meus próprios olhos! – Gritei.

- Maldito... – Disse Rony. – Vou matá-lo e juro que não será com o Avada Kedavra. Ele sentirá o gosto dos meus punhos no meio da cara dele...

- Rony! Não! – Hermione o repreendeu.

- Gina? – Disse Harry, que parecia ter corrido para chegar ao local. Nós três viramos para ele.

- Maldito! – Rony disse indo em direção à ele, com a mão direita pegando fogo e os olhos querendo a morte de quem estava a sua frente.

- Rony, não! – Gritou Hermione se colocando na frente de Potter.

- Saia daí Hermione!

- Você não manda em mim, Ronald. E não vou sair. Você não baterá em Harry. Sem dúvidas aquela galinha o agarrou! – Hermione disse.

- Ficará o defendendo? – Rony indagou.

- Sim. – Respondeu.

- Ei Gina, pelo visto não é só a professora que está de olho no seu nam... Ou melhor, ex-namorado. Pelo visto, a garota que fica ao lado dele também quer um pedacinho... – Rony provocou.

- Mas quê? – Harry e Hermione indagaram.

- Vamos embora, Gina. – Rony disse, me puxando para fora do Salão Comunal, tudo o que eu queria era ficar longe de Harry Potter.