Seja Feliz escrita por Ai


Capítulo 1
Obrigada.




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ERA APENAS MAIS UMA MANHÃ NORMAL NA GUILDA, com a exceção de que poucos haviam chegado devido ao horário, pois o sol acabara de marcar presença no céu. Cheguei cedo, pois quis ajudar Mira a arrumar o local que havia ficado uma bagunça, porque Natsu e Gray começaram a discutir e acabaram derrubando o pedaço de bolo da Erza.

É. O bolo da Erza. A partir daí já dá para ter uma ideia do que aconteceu.

Por incrível que pareça, não demorou tanto quanto imaginei. Foi até rápido, de modo que Mira resolveu dar um jeito nos copos. Como não havia mais nada que pudesse fazer me dirigi até a biblioteca.

Ao entrar, dei de cara com Levy.

— Bom dia — cumprimentei com um sorriso.

— Ah! — deu-se pela minha presença. — Bom dia, Lisanna.

— Quando chegou? — indaguei, puxando uma cadeira e recostando-me nela.

— Pouco antes de vocês — explicou. — Ouvi quando chegaram. Estranhamente não consegui dormir essa noite, estava inquieta com... — corou. — Esqueça! Só digamos que pensei que me sentiria melhor se estivesse rodeada de livros.

— Entendi — disse sorrindo. Não estava a par da situação da guilda ainda, mas já podia imaginar o motivo de inquietação da Levy. — Gehee, né? — tentei imitar a risada característica de certo dragon slayer.

Ela corou bastante só com minha insinuação. Levy é tão fofa!

— O-o q-que você está insinuando? — gaguejou.

— Nada — murmurei brincalhona, dando de ombros. Notei que havia um álbum familiar largado em uma das mesas.

Levantei-me e fui até ele, alisando sua capa de couro marrom. Um sentimento de nostalgia me tomou. Folheando página por página, achei algo que considerava muito especial. A imagem de quando Happy nasceu. Sorri. Natsu não havia mudado muito desde aquela época. Continuava fofo, assim como o Happy.

Suspirei. Ver aquilo me lembrava dos velhos tempos… E de como as coisas haviam mudado desde que aquela imagem fora pintada, para todo mundo da guilda.

Decidi voltar ao salão da guilda e vi que Lucy já havia chegado.

— Bom dia! — cumprimentou calorosamente ao me perceber.

— Bom dia — respondi, sorrindo para ela.

— Tudo bem?

— Sim, e com você?

— Bem… — ela suspirou pesarosamente, surpreendendo-me.

— Alguma coisa errada? — perguntei.

— Não... — ela pareceu mudar de ideia e desabafou: — Na verdade, há sim. Natsu vive invadindo minha casa! Por isso não tenho mais paz para escrever meus livros. Além disso, ontem ele quebrou o apoio da janela de meu quarto quando entrou e ainda queimou minha mesa de centro quando se animou enquanto brincava com Happy.

Uau. Não sabia que Natsu invadia a privacidade dela assim.

— Eles entram na sua casa pela janela?

— Eh? Sim. Como sabe?

— Conhecendo Natsu, é assim que ele agiria. Ainda mais com uma pessoa que ele goste — afirmei, esperando a reação dela.

Ela corou rapidamente.

— G-gostar? Como companheira, você quis dizer, certo?

Antes de ter a chance de respondê-la, o dito cujo apareceu atrás da gente.

Yo! — saudou, apoiando seus braços em meus ombros e de Lucy. Ela se arrepiou, pois ainda estava corada por causa de nossa conversa. — Bom dia!

Ele se afastou e virou-se para a loira.

— Ei, Lucy! — puxou uma folha parda de seu bolso, que logo reconheci como uma do quadro de pedidos. — Vamos...

Lucy se levantou bruscamente, interrompendo-o, e andou até o outro lado da guilda, perto da entrada.

Natsu se sentou ao meu lado, bagunçando seus cabelos róseos.

— O que deu nela? — perguntou, fazendo um bico muito fofo. — Ainda está brava por causa de ontem?

— Natsu — chamei. — Ela provavelmente está com vergonha — expliquei.

— Vergonha? De quê?

— De algo que eu disse.

— O que disse a ela?

— Que gosta dela.

— Que gosto del… — Natsu parou para pensar sobre isso e corou até a raiz do cabelo. — Isso não é verdade! — afirmou ele, desajeitado. — Q-quer dizer... Eu nunca tinha pensado a respeito disso. Será que gosto?

Ele olhou para mim, desesperado por uma explicação. Segurei a vontade de rir.

— Isso quem tem que descobrir é você. Somente você pode entender seu coração. Até lá, continue agindo como sempre.

— Agir como sempre... — murmurou para si. Quem sabe o que se passava pela cabeça dele naquele momento? — Entendi! — levantou em um pulo. — Então vou fazer o que estava disposto a fazer!

— Hunrum — concordei com a cabeça.

Ele correu em direção a ela.

— Esse Natsu... — sussurrou Happy, aparecendo ao meu lado. — Tenho certeza de que ele gossssssssssssta dela.

Ri do modo como ele enrolou a língua.

— Eu também.

Happy me encarou com seus grandes olhos negros.

— Você está bem com isso, Lisanna?

— Claro — olhei para a cena à minha frente. — Sou a única presa a uma promessa de infância — afirmei.

— Lisanna...

— Happy! — chamou Natsu. — Vamos! Mira, vamos pegar esse!

Mira, que estava próxima, acenou com a cabeça.

— Veja. Ele está te chamando — sorri para o pequeno gato azul que ajudei a cuidar antes de nascer.

Aye! — disse ele sorrindo antes de voar em direção a Natsu e Lucy.

— Não devia ter se envolvido — avisou-me Mira.

— Eu sei, mas eles bem que precisavam de um empurrãozinho.

Ambas rimos.

— Isso é verdade — concordou minha irmã mais velha, me encarando um pouco. — Por que resolveu dar uma dica?

Sorri serenamente.

— Não existe sentimento verdadeiro quando uma relação é mantida apenas por um dos lados — afirmei. — Natsu seguiu em frente. Agora é minha vez.

Mira me olhou orgulhosa. Sorri e voltei minha atenção para Natsu e Lucy que, juntamente com Happy, saiam da guilda. Apenas um simples pensamento ressoou em minha cabeça naquele momento.

Obrigada, Natsu... Seja feliz.


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