Diamond Heart escrita por Victor Torres, Leticia Monn


Capítulo 2
Safira


Notas iniciais do capítulo

Como avisei antes, a histórias tem dois ângulos, agora vai mostarr tudo o que aconteceu com a Safira, enquanto liamos o capítulo do Matsui.



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–Ainda vai demorar muito para chegarmos pai?!

Eu estava espremida, no banco traseiro, entre as almofadas da sala e os utensílios da cozinha.

–Pai! Não consigo nem respirar direito! Podemos para um pouco? Por favor...

–Temos um lugar para passar antes de irmos para a nossa nova casa, Safira.

–Um lugar? Qual?

–Na base da Aliança dos Cardeais.

–Base da Aliança? Mas já? Não podemos descansar um pouco antes?

Meu pai fez aquela cara de: você está me irritando... Eu queria chegar logo em casa, tentar conseguir um pouco de tempo para falar com o Sui! Será que ainda se lembrava de mim? Como será que ele está? Será que ele já tinha beijado alguém na vida? Será que ele já tinha uma namorada?! E se ele tivesse se mudado? Como ia encontrá-lo? Não tivemos tempo nem de nos despedir... Memórias do passado vieram à tona.

–Safira! Está me ouvindo?

–Hã?

–Eu disse que você vai precisar de todos os códigos, para poder transferir o seu cadastro da filial para a base da Aliança. Está com todos os números ai com você?

–Pai... Estou cansada, a mudança me deixou realmente exausta... Vou dormir um pouco, os números estão na minha bolsa pai, o senhor podia resolver essa baboseira de burocracia para mim? Por favor?!

–Safira... Você já está uma mul...

E eu cai no sono.

–Safira, Safira! Acorde!

O dia ainda estava amanhecendo, eu estava com dor de cabeça, um raio de sol estava pegando perfeitamente no meu olho, e meu pai me chamando... Hoje eu mato alguém...

–Safira, um dos líderes da Ordem deseja ter uma conversa particular com você, o líder Oeste.

–Mas pai! Eu nem cheguei em casa já vou sair em uma missão?!

–Essa missão é diferente, vá rápido não é bom fazer com que um líder espere por você!

–Pai...

Bom, não podia reclamar, havia feito um juramento para a ordem. Eles me têm a disposição sempre que precisarem, mas isso estava começando a incomodar... Pus o uniforme, que mais parecia uma bata de padre com uma rosa dos ventos nas costas, o vesti por cima da roupa, pois uma das leis da Aliança era que só podia se transitar livremente pelo prédio se estivesse devidamente fardado.

Quando sai do carro estávamos de frente para uma imobiliária. Um prédio de cinco andares, com belas janelas e tom de azul claro agradável nas paredes. Entramos. Na recepção estava escrito em dourado o nome do edifício, Wood’s House. O clima era bastante agradável, mas sabia que a base não era situada ali, tudo era apenas uma fachada da Aliança. A recepcionista olhou para meu pai, já sabendo que nós éramos cardeais e fez sinal com a cabeça para que prosseguíssemos para o elevador.

As portas metálicas se abriram, mas o elevador não era comum, o chão e as paredes lembravam o vácuo do espaço, numa tonalidade roxo escuro, embora ainda sim, eram paredes, mesmo que parecesse que as mesmas não estivessem ali. Era um portal. Seguimos em frente no corredor de vácuo. Eu ainda não me sentia bem em fazer viagens por portais, sempre ficava enjoada. Dessa vez não foi diferente. Chegamos do outro lado, uma porta de ferro, totalmente diferente da que entramos estava logo à frente. Meu pai bateu na porta e uma pequena janela na mesma se abriu. E pode se ouvir uma voz do outro lado da porta.

–Seu nome?

Meu pai o respondeu.

–Somos dois. Rômulo e Safira Saeki. Temos uma reunião com o líder Oeste.

–Números de identificação, por favor?

– 03543 e 07032.

A grande porta se abriu lentamente. Passamos pela cabine do porteiro e podemos ouvir um “sejam bem-vindos” discreto.

O salão principal da Aliança era enorme, lembrava os castelos medievais, a iluminação era feita por tochas, o chão e paredes de pedregulhos e o teto era bastante alto. Eu podia ver mesas, sofás, poltronas, cadeiras, tapetes, tudo feito de madeira ou lã. Havia também muitas portas de madeira, também vi escadas, vitrais coloridos com imagens de anjos e santos, o lugar era realmente enorme!

No fim do salão estavam quatro tronos feitos de diamante, os assentos encobertos de lã que parecia brilhar. Cada trono tinha uma inicial cravada com ouro no topo, O, N, S e L. E atrás de cada trono, uma porta. Fomos para a porta atrás do trono do Oeste e apertamos um interruptor que havia do lado da porta. Uma voz rouca soou do aparelho.

–Número de identificação e nome?

–03543, Rômulo Saeki.

–07032, Safira Saeki.

–Apenas o número 07032 está autorizado a entrar. Número 03543 volte para a recepção e receba as próximas instruções.

Meu pai beijou minha testa, se despediu e voltou para a porta de ferro do outro lado do salão. A porta de madeira se abriu sozinha.

–O Líder oeste está lhe esperando, basta seguir em frente.

Mais um portal, dessa vez, uma fumaça verde estava fazendo um túnel que parecia ser um pouco longo. Após um tempo considerável andando, vi outra porta de madeira, mas essa já esta aberta. Um homem de cabelos verdes estava a minha espera... Cabelos verdes?!

–Que Bela Jovem temos aqui! Chamo-me Freddy Hiran, sou o general do Sector Oeste, setor de pesquisas. Fiquei sabendo que acabou de chegar à cidade. Perdão por minha pressa, mas preciso de alguém na sua faixa etária e só temos você disponível. Sua missão vai começar o mais breve possível.

Não estava confortável, minha roupa toda amarrotada, estava com sono, provavelmente meu cabelo estava um caco, e o cabelo dele era muito chamativo! Mas era meu dever... Apresentei-me.

–Safira, Safira Saeki. Que tipo de missão irei receber? Pesquisa? Caçada? Algo do tipo?

–Investigação.

–Investigação? Nunca fiz nada do tipo...

–Não há perigo, se é o que está pensando, pelo menos não evidente, mas essa missão é vital para a Ordem, graças a sua idade e sua taxa de sucesso por missão de 87% você foi escolhida. Você vai para o colégio Great’s Soul para a turma do segundo ano do colegial. Queremos que encontre alguém que possua três naturezas de poder, provavelmente já têm DORFTS infiltrados na escola, tome cuidado.

–Calma... Três naturezas de poder? Isso é possível? Já tem DORFTS na escola, o que nos garante que não já o acharam?

–A garantia é que a Aliança ainda está de pé. Alguém com tamanho poder, se for convertido para a DORFTS esse usuário tem o poder de unir uma imensa quantidade de poder contra a Ordem.

–Entendo...

–E não vamos te deixar desamparada na escola, mandaremos um tenente para ficar de olho nas coisas também, e temos certeza que este usuário promissor é um aluno, e é difícil nos infiltramos com os grupos de alunos já que a maioria de nos usuários tem idade muito avançada para se misturarem com estudantes.

Ainda não tinha parado para observar o lugar, conforme íamos andando me sentia cada vez mais dentro de um laboratório daqueles filmes de ficção científica. Ao chegarmos ao meio da sala, pude ver uma mesa, na qual estavam vários objetos de escritório como um computador,

agendas, canetas, papeis. Freddy não parecia ser muito organizado. No meio da mesa tinha um livro grande com uma capa de couro e um cadeado o lacrando. Freddy abriu o grande livro e sacou uma pena do porta-caneta.

–Vou chamar sua missão de: Flor de Três Pétalas. Tudo bem? Aceita?

–Belo nome... Sim, aceito.

–Todos os dados cadastrados, Safira Saeki, cardeal número 07032 certo?

–Sim.

–Bom chega dessa baboseira, o dia já amanheceu, seu parceiro vai estar disfarçado de professor que irá dar sua primeira aula. Já o contatamos, pelo seu nome ele vai te reconhecer. O dia já amanheceu você deve ter uns trinta minutos pra chegar à escola, seu pai deve estar com o fardamento na recepção. Boa Sorte!

–Obrigada General.

Meu pai estava com a roupa para a escola? Ele deve ter comprado. Ele comprou?! Tinha medo do que ia vir logo após... Cabelos verdes?!

Eu sabia! Meu pai tinha comprado o fardamento pequeno demais! Que droga! Não vou sair com isso, não consigo nem andar direito, a saia ficou muita curta! E respirar então? Impossível!

–Paaaaaaaaaaaaaaai!

–Já está pronta querida?

–Não vou para lugar nenhum com isso! Olha como eu estou!

–Ficou linda filha!

Às vezes eu queria ter aquele pai ciumento. Meu pai era liberal até demais! Qualquer movimento mais brusco meu... Aparecia tudo!

–Quero uma roupa do meu tamanho! Pai!

–Mas filha, essa está perfeita e não temos mais tempo, vamos!

A única coisa que pude fazer para amenizar a vergonha de estar vestida daquele jeito foi ao invés de roupa intimas usar um maiô... E fomos.

Para uma escola do interior, a Great’s Soul era uma escola bem grande, poderia até ter me perdido nela! Quando desci do carro meu pai me deu um ultimo aviso:

–Ah, Safira, acabei me esquecendo de avisar, acho que aquela seu amigo Ma... Masiu? Mat...

–Matsui?!

–Está na mesma turma que você! Ele ainda mora a algumas quadras de nossa casa! Vocês eram grandes amigos não eram? Pedi pra que colocassem você na mesma turma que ele para você se adaptar melhor.

Ma... Ma... Ma... MATSUI?! Na mesma sala que eu? A noticia caiu como uma bomba em mim. Eu não sabia o quê fazer! Como eu falaria com ele? Será que ainda se lembrava de mim? Como será que ele está? Será que ele já tinha beijado alguém? Será que ele já tinha uma namorada?! Admito que fiquei confusa, tantas perguntas sem resposta para minha cabeça, e senti que estava ficando corada, e com aquela roupa? Daquele tamanho? O que ele ia pensar de mim?! O sinal tocou. Tinha que apressar ou perderia minha primeira aula, mas o Matsui... Respirei fundo e entrei na escola.

–Aluna nova?!

Falou o porteiro em tom de segurança, ele parecia conhecer cada aluno da escola pelo nome da forma pela qual reagiu a me ver. Aparentemente a escola era muito bem cuidada, cartazes falando sobre os clubes abertos, sobre concursos, tudo devidamente perfeito em seu lugar, uma sincronia maravilhosa. E era bem iluminada e ventilada.

–Sim. Poderia me informar onde encontro a sala dos professores, por favor?

–Claro jovem! Siga reto pelo corredor, no próximo corredor, vire uma vez para a esquerda, terceira porta do lado direito, provavelmente vai estar aberta! Tenha um bom dia!

Queria ter agradecido à simpatia daquele senhor, mas eu já estava atrasada. Apertei o passo. Ao chegar à sala, lembrei-me da roupa, apertada, decotada, curta... Pus só a cabeça para dentro da sala e falei num tom alto.

–Com Licença?! Poderia saber quem é o professor que vai dar a primeira aula do segundo ano do colegial?

Um homem de aparentemente 35 anos de idade se levantou, da poltrona em que esta tomado café.

–Eu! Pois não?

–Hmm... É que me chamo Safira, sou uma aluna recém-transferida...

–Entendo, acho que vou precisar começar minha aula mais cedo que vocês pessoal! Bom, vou indo! Bom dia a todos!

Após deixar a xícara de café em cima da mesa veio até mim e começou a andar pelo corredor.

–Prazer Safira, me chamo Alan, Alan Torimo. Vou ser seu parceiro, já tenho todos os detalhes da sua missão, inicialmente era minha, mas ficou difícil me envolver com alunos para investigá-los.

–Compreendo. Mas Alan, o que devo fazer agora? Nunca estive nesse tipo de missão de investigação.

–Ainda muito jovem, te entendo. Não se preocupe costuma ser bem fácil... Acho até que vai ser difícil, você se envolver em algum tipo de luta. Primeiramente, tente se enturmar, se misture com as meninas, sempre tem uma que é uma “líder” em toda turma, na sua, ela se chama Anabel, você vai a reconhecer logo de cara não se preocupe.

–Então devo me enturmar? Fazendo amigos e coisas do tipo?

–Basicamente... Mas ninguém pode saber tudo sobre você, tente evitar se aproximar demais das pessoas, ou futuramente isso pode ser trazer consequências...

Paramos na porta da sala 2º “B”, Alan me olhou nos olhos e falou em tom baixo:

–Provavelmente tem no mínimo dois DOR’s na sua sala, tome cuidado, não vou poder estar sempre de olho...

–Tudo bem, vou tomar cuidado.

–Vamos entrar. Boa sorte Safira.

Bom, a sala era bem grande, confortável aparentemente a turma era gentil, e um pouco barulhenta. Cortinas verdes e uma lousa bem extensa, a cerâmica me lembrava dos azulejos da minha antiga casa, poderia passar horas olhando para o chão. Bem, parei de olhar para as características da sala e comecei a olha para os rostos, pareciam ser normais, tirando dois: O da Anabel, a qual reconheci pela maquiagem excessiva e o cabelo loiro longo e excêntrico, e o rosto do Matsui, porque era o mesmo jovem de sempre, só que agora com traços mais masculinos, ele tinha ficado ainda mais bonito, tentava ouvir sua voz, mas o barulho na sala era muito maior e ele sentava muito longe de onde eu estava.

–Silêncio.

Aparentemente Alan tinha respeito da turma, pois ele não precisou gritar, apenas levantou um pouco o tom da voz.

–Turma, esse ano teremos uma nova companheira na jornada até o saber, seu nome é Safira, e...

Eu não estava preocupada com meu discurso de boas vindas, eu estava corada, envergonhada por estar tão perto do Matsui de novo, a gente nem se despediu... Olhar para chão, era isso que estava tentando fazer, mas os olhos verdes dele pareciam ter imãs para os meus, mas pelo jeito ele ainda não tinha me notado, estava mais concentrado na conversa com seu amigo do quê em olhar para frente. Estava corada. Não queria que ele me visse, não vestida assim. Evitei olhar pra ele todo o momento. Nisso, Alan tinha terminado seu discurso.

– Tem algo para falar pra senhorita Safira senhor Simon?

Acho que estava falando com o amigo do Matsui.

–A... Ape... Apenas, queria desejar as boas vindas em nome de... Toda a turma! Seja bem-vinda Safira!

Agora, só queria sentar numa banca, e apagar minha existência naquela sala, passar todas as aulas antes do intervalo criando coragem para falar com o Matsui. Pena que não foi isso que aconteceu. Como avisado pelo Alan, seria bom eu me enturmar com a Anabel, então não hesitei de puxar uma banca para perto dela.

–Err... Com licença... Você é a representante da classe?

Que diabo de pergunta?! O ano tinha acabo de começar! Claro que ainda não havia representante na sala!

–Ainda não. Mas logo serei! Sou a representante dessa turma durante três anos seguidos! Parece que você sabe reconhecer uma líder, hein?

Pra minha sorte, o ego dela tinha falado mais alto do que meu erro absurdo! Que garota arrogante... Ela continuou...

–Mas você queria me perguntar algo?

–Ahn... Sim! Sim! Sobre os clubes abertos poderia me dar algumas dicas?

E assim foram as quatro primeiras aulas... Ela se gabando e eu fazendo de conta que ligava para toda baboseira que ela falava.

No intervalo, eu estava decidida. Ia falar com o Sui, quando criei coragem de levantar e ir lá falar com ele, Anabel puxou meu braço.

–Vamos Safira, quero te apresentar a alguns amigos do terceiro ano. Eles são lindos!

Maldita! Eu queria falar com Sui! Minha vontade era dar um soco no meio da fuça dela e deixar ela caída ali mesmo. Mas eu infelizmente não estava na escola por minha vontade e sim por uma missão... Quando desse tempo eu falaria com ele.

–Claro.

–Anabel! Anabel! Anabel!

Mais duas peruas chamativas, aparentemente mais novas e pareciam amar a Anabel, pois se vestiam e se maquiavam como ela, ambas tinham os cabelos pretos com mechas loiras. Anabel acenou.

–Meninas, há quanto tempo! Venham, estamos indo para a quadra ver os meninos.

–Quem é essa ai com você, Anabel?

–Sou Safira, nova na escola, prazer em conhecê-las.

Ambas falaram ao mesmo tempo.

–Sou Reyna.

–Sou Raysa.

Anabel começou a andar.

–As apresentações já foram feitas, vamos para a quadra.

Eu só conseguia olhar para o chão, não queria nem imaginar o que as pessoas estavam falando de mim por causa das minhas roupas, e por estar com Anabel. Essa então parava de andar a cada dois minutos para falar com algum conhecido. Ela fazia questão de que eu me apresentasse para todos seus amigos. Enfim chegamos a quadra. Anabel hesitou:

–Onde será... Que eles estão hoje?

Raysa falou, ou Reyna? Eu ainda não tinha decorado, elas eram muito parecidas...

–Ali! Anabel! Perto da cesta de basquete.

–Vamos.

Atravessamos a quadra. Anabel se adiantou para falar com os garotos.

–Rod! Que saudade!

Reyna e Raysa seguiram Anabel.

–Rod!

–Rod!

Anabel o abraçou com força.

–Oi, Anabel.

Falou ele, parecendo pouco interessado. Pude ver seus olhos passa por minha roupa. O quê aumentava minha sensação de vergonha. Rod continuou.

–E quem é essa sua nova amiga Bel?

Ele ficava me olhando... Muito fixamente...

–Ah, quase me esqueço de apresentá-la, essa é Safira, novata na minha turma.

–Mas que gatinha...

Balbuciou Rod.

–Sou Rod, Rod Farmville, sou americano baby. Cheguei dos EUA recentemente estava estudando por lá, já que a educação aqui neste país é tão fraquinha...

Pouco me importava de onde ele vinha, o que ele fazia, ou se era filho do treinador ou até mesmo do presidente. Só queria sair dali, consegui inventar uma desculpa, mas antes precisava esperar o Rod parar de falar.

–[...], e então meus pais se mudaram pra cá por causa da empresa da família, mas chegue de falar de mim. Fale-me de você! Quero te conhecer bem melhor!

–Hmm... Quem sabe depois! Agora eu preciso ir ao banheiro, Reyna pode me levar lá?

Ela questionou.

–Mas...

Anabel levantou a voz para a garota.

–Leva ela agora! Que falta de educação com a novata!

Reyna abaixou a cabeça e me levou ao banheiro, onde fingi estar passando mal, só para não precisa voltar para aquela quadra.

O sinal tocou. Reyna veio o caminho todo irritada comigo. Óbvio que ela não falou, mas pude notar pela forma que ela andava a minha frente. Me deixou na porta da sala e saiu, sem dizer uma palavra.

Grande parte da turma já tinha voltado, pensei em procurar o Sui, mas antes disso a Anabel chegou e começou a me perguntar como eu estava, por que eu tinha demorado tanto no intervalo e blá blá blá.

Para minha sorte, Anabel não era o tipo de garota que conversava durante a aula. De vez em quando eu olhava para o Sui. Ele não parecia gostar muito das aulas de química e algo parecia estar o incomodando. Teve um momento que acho que trocamos olhares, eu acho... Fiquei corada... Com certeza... Não olhei mais para trás durante as aulas.

Fim da sexta aula. Tomei coragem e fui falar com o Sui. Quando cheguei, ele esta falando com o amigo ruivo dele.

Esperei eles terminarem de conversar, para minha sorte Anabel esta na porta da sala falando com Reyna e Raysa. Acho que quando o amigo do Sui notou que eu estava esperando ele sair, ele se apressou e saiu logo. Respirei fundo e falei com ele.

–Porque você não veio falar comigo? Seu idiota!

Dei um soco no ombro dele. O que ele estava pensando? Já tinha me esquecido?!

–Eu... Eu...

–Você o quê?! Porque está tão calado? Idiota!

E bati nele com mais força. Porque não tentou manter contato comigo? Não era bom bater naquele molenga ele estava ficando todo vermelho.

–Senti sua falta Matsui, a gente nem conseguiu se despedir...

–É...

–Como vão as coisas?

–Bem... Err... Tão meio que indo... Você sabe...

–Qual é? O que você tem Matsui?!

Pude ouvir Anabel berrando meu nome. Acho que ela precisa conversar comigo o quanto antes pelo jeito.

–Safira! Só falta você! As meninas estão te esperando!

–Okey...

Que vontade de bater nela! Poxa, não tá vendo que estou ocupada não sua perua?! Me despedi do Sui.

–A gente ainda tem muita coisa pra conversar, Matsui.

–E onde posso te encontrar?

–Depois a gente se fala! Até mais!

Fui até Anabel. A qual parecia estar com raiva.

–Por que você estava falando com aquele garoto? O quê ele queria de você?

–Éramos amigos de infância.

–Ah... Então é isso. Aconselho a não se aproximar dele, ele não é uma boa companhia...

–Tudo bem... Acho que entendo...

Avá! Essa vadia acha que vai me afastar do Sui, acabei de reencontrar com ele e ela diz pra eu não ter contato? Uma perua que acabei de conhecer? Só pode estar de brincadeira...

Ela nos fez sair da sala juntas e foi para a porta do colégio. O pesadelo estava acabando, eu iria para casa e por uma roupa que não me apertasse tanto e me deixasse mais confortável com as pessoas.

–Onde você mora Safira?

–Não se preocupe Anabel, meu pai vem me buscar.

–Não é por isso, queria saber seu bairro. Mas como você é muito nova aqui não deve saber o nome, nos vemos logo mais a tarde aqui? Para você escolher um clube.

–Bem... Pode ser. Até mais Anabel.

E fui para o outro lado da rua esperar meu pai chegar. Demorou...


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