O Vazio escrita por Liminne


Capítulo 3
Capítulo 3




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Fui dormir e acordei no outro dia com aquelas frases na cabeça. “Nos vemos amanhã, Ichigo.” “Vamos continuar treinando!”.

Ahh... Eu estava ficando pior do que ele. Obcecado. Não conseguia parar de pensar em tudo o que aconteceu entre nós naqueles dois dias.

Mas não que eu estivesse louco para vê-lo ou para... Er... Quero dizer. Não estava obcecado do mesmo jeito que ele. Mas estava ficando maluco, de qualquer modo.

Quando coloquei os pés fora da cama, porém, que eu me dei conta de uma coisa: era domingo. Não tinha aula.

Quando desci para tomar o café da manhã, estava me sentindo quase em outra dimensão. Estava leve. Estava tranqüilo. Parecia que eu ia poder adiar meus conflitos e dilemas para o outro dia. E não havia nada que eu quisesse mais do que aquilo!

Eu só não contava com uma surpresinha.

No meio da tarde, enquanto eu terminava de ler um livro, a campainha tocou.

- Yuzuuu! – eu gritei pra ela ir atender.

- Onii-chan, estou lavando a louça! – ela gritou de volta, parecendo irritada.

Certo. Eu era o à toa.

Fui até a porta e abri com má vontade. Justo na melhor parte da estória!

- Oi, Ichigo! – era ele, do outro lado, com aquele sorriso enorme, parecendo ainda mais radiante contra a luz do sol.

Eu fiquei tão perplexo que a única coisa que consegui fazer foi fechar a porta de volta na cara dele.

Quero dizer... O QUE ELE ESTAVA PENSANDO DA VIDA?!

- Ei, Ichigo! – mas ele nunca aceitava um não. – O que está fazendo?! Abre essa porta! – gritou num tom autoritário de como se eu tivesse obrigação de recebê-lo na minha casa depois de ele ter me perseguido a semana inteira!

- Eu não vou abrir! – respondi segurando na porta. Agradecia aos céus pelas louças que a Yuzu tinha que lavar naquele momento. E rezava mais para que ninguém visse aquela cena. – Vai embora! Você não pode aparecer na minha casa assim sem mais nem menos!
- Abre isso, porra! – como sempre, ele estava ignorando o meu bom senso. E pior! Agora estava socando a porta!

Eu estava entrando em desespero.

- Para com esse escândalo! – eu usei o meu tom mais ameaçador. – Os vizinhos vão chamar a polícia!

- Para você com essa frescura, cacete! – ele continuava socando e socando. – Me deixa entrar!

- Onii-chan! – a voz de Yuzu vindo da cozinha. – O que está acontecendo aí? É um ladrão?! – dava para ver que estava morrendo de medo.

Mas não mais que eu, certeza.

- Fica tranqüila, Yuzu! – eu não tive escolha. Abri a porcaria da porta. – É só um colega meio escandaloso. – olhei tão feio para ele, que esperei que ele fechasse a cara. Mas não. Ele estava sorrindo de novo!

Ela apareceu na sala com os olhos assustados e os ombros encolhidos.

- T-Tem certeza? – eu sabia que a aparência de Grimmjow não a estava convencendo nem um pouco.

- Sim. – forcei um sorriso. – Ele veio... Ahn... Veio pedir ajuda com o dever de casa! – lancei um olhar que eu esperava ser conspiratório para ela. Do tipo... “Olha, ele é só um desses delinqüentes que estão desesperados com as notas.”

- Ahh... Sei... – ela começou a relaxar, caindo na minha historinha.

- Então, vamos, Grimmjow. – puxei ele pelo braço. – Meus livros estão lá no quarto! – e saí puxando-o escada acima.

Nem acreditei que ele tinha ficado quieto!

Entramos no quarto e eu fechei a porta. Em seguida, olhei para ele indignado.

- O que é que você quer?! – não estava sendo nem um pouco educado, eu sabia. – Quer que a minha família descubra tudo?

- Descobrir tudo? – ele enfiou as mãos nos bolsos e sorriu. – Tudo o que?

Apertei os punhos. Que vontade de jogar alguma coisa na cabeça dele!

- Para com isso! – eu cerrei os dentes. – Você está invadindo a minha vida, sabia?!

- Eu só achei que a gente ia treinar mais hoje. – ele deu de ombros como se estivesse falando que queria pegar um CD emprestado ou algo assim.

Aquela sensação me atingiu de novo. Coração disparado, rosto vermelho e joelhos vacilantes. Tanto que fui obrigado a me sentar na cama.

Inspirei e expirei devagar.

- Olha, por que você não desiste disso de uma vez? – perguntei sem olhar para ele. – Esse negócio não está funcionando!

- Eu disse que ia te treinar então eu vou te treinar! – seu tom ficou impaciente de repente. Então ele sentou-se ao meu lado na cama. Era mais abusado do que eu imaginei. – Você só precisa relaxar... – pegou a minha mão e começou a passar o dedo pela minha pele.

Acho que ele estava tentando fazer carinho. Mas era óbvio que era bruto demais para isso. Se ele achava que eu ia relaxar desse jeito, só podia estar sonhando!

Fiquei encarando os movimentos dele, quase sem querer. Acho que foi por isso que ele parou do nada.

- O primeiro passo é parar de se preocupar com o que eu vou achar ou com a impressão que você vai causar. Não adianta nada ficar com essa neurose! – começou a explicar como se falasse isso para todo mundo. Bem... Talvez falasse, não sei. – O segundo passo, é pensar em você. Pense no que VOCÊ quer. No que VOCÊ gosta. E faça. É isso o que realmente importa.

Franzi as sobrancelhas para ele. Que método franco e egoísta era aquele?

- E isso... Isso funciona mesmo? – perguntei confuso.

- É claro que sim. – ele sorriu para garantir. – Mas se mesmo assim você ficar perdido, é só ir se ajustando ao meu ritmo, entendeu?

Certo. Aquilo não era sério.

- Por que eu é que tenho que me ajustar a você? – desafiei.

- Porque eu sou seu mestre, ué! – ele arregalou os olhos como se eu tivesse dito o maior absurdo de todos. – Eu hein, que pergunta! – mudou o rosto rapidamente. – E então? Vamos para a prática?

O que eu estava fazendo? Pela milésima vez? No meu quarto, na minha cama... Eu com certeza perdi o juízo em algum lugar. Preciso encontrá-lo urgentemente! Será que a Yuzu o viu por aí enquanto arrumava a casa?

Ele estava se aproximando. Não. Não podia ficar pensando no que eu estava fazendo numa hora dessas. Só tinha que... Só tinha que relaxar e me concentrar no momento.

Ele encostou os lábios nos meus. Não quero saber o que ele ia achar! Não podia nem pensar em pensar nisso! Tinha que pensar em mim. Dane-se se eu fizesse tudo errado pela terceira vez! E se eu não tivesse mesmo nascido para isso? Não, não! Não é esse o pensamento!

Esvaziei minha mente e deixei rolar. Eu não sabia direito o que eu queria para realizar o segundo passo, mas eu ainda podia usar o terceiro. Então, devagar, fui me ajustando ao tempo dele. Só não sei se consegui acompanhar a intensidade também.

Mas até que... Dessa vez estava sendo bem diferente. Acho que finalmente tinha conseguido algum progresso!

Tanto que, eu meio que me surpreendi quando ele separou-se de mim. Era como se... Era como se... Eu não quisesse parar.

Abri os olhos e encontrei o sorriso dele. Parecia satisfeito.

- Viu só? – riu. – Você só precisava relaxar. Me surpreendeu, Ichigo!

O que tinha de errado comigo? De repente me senti mais tímido do que se ele tivesse dito que foi horrível. Não podia olhar para ele.

- Eu sabia que valia à pena tentar! – ele continuou dizendo. E eu encarando os meus próprios joelhos. Mas, subitamente, senti um peso me derrubar e quando percebi, estava deitado na cama. Os olhos muito azuis dele tão perto, que eu podia ver minha cara apavorada refletida.  - Pronto para a próxima parte do treinamento?

Do que ele estava falando?! O que ele estava fazendo em cima de mim?! Achei que ia morrer do coração ali mesmo.

- NÃO! – gritei e empurrei-o com uma força que nem sabia que tinha. Me coloquei de pé perto da porta num piscar de olhos, com o rosto queimando e o coração pulando na minha garganta.

- Ahh, Ichigo! – ele ficou me olhando. – Não vai me dizer que...

- VAMOS LÁ PARA FORA! – berrei abrindo a porta e apontando. – AGORA!

Mal acreditei quando ele obedeceu. Mas, quando passou por mim, estava rindo.

Ele estava brincando, só podia! Aquilo não podia ter sido sério de jeito nenhum!

****

 

- Eu disse que ia conseguir, Ichigo! – ele ia dizendo enquanto andávamos pela rua. – Quando eu quero uma coisa, eu faço acontecer!

Revirei os olhos e continuei andando de cara feia.

Ele percebeu e se aproximou mais.

- Ei! Vai ficar emburradinho mesmo? – se irritou.

Não respondi. Só cruzei os braços e virei o rosto. Andando, andando. Nem sabia para onde estava indo.

Ele soltou o ar com força. E eu percebi pelo cantinho dos olhos que tinha voltado a sorrir.

- Ah, Ichigo! Você devia estar feliz! Conseguiu o que queria, ahn? – fez menção de passar o braço pelo meu corpo.

Mas eu o impedi na hora.

- Fica longe! – eu disse com as mãos espalmadas, quase como se estivesse delimitando uma barreira.

- Há. Foi só aprender que ficou esnobe, foi? – ele riu. Estava me provocando.

E se fazendo de idiota também. Ele pensou que eu não estava sacando.

- Você sabe que não é nada disso. – disse baixinho, mas com a raiva transparecendo suficientemente.

- Ahh, Ichigo! – ele desistiu de tocar em mim e guardou as mãos nos bolsos como de costume. – Não fica bravo! Só achei que você tinha ido tão bem na primeira parte do treinamento, que quis ir para a segunda! – balançou os ombros com descaso. Como ele conseguia fazer isso sempre será um mistério para mim. – É uma evolução natural.

Parei na hora. Evolução natural? O que ele queria dizer?! Se continuasse pensando assim eu... Nós... Ele ia... ARGH! NÃO!

Dei meia volta e segui na direção oposta à que estávamos indo.

- Ei! – ele gritou parecendo surpreso de verdade. – Onde você está indo?!

- Para casa! – respondi andando com a maior velocidade que uma pessoa pode andar sem correr.

- Então eu vou com você! – ele veio atrás de mim.

- NÃO! – gritei me virando para ele. – Me deixa em paz! Pelo menos um dia! – eu estava falando muito, muito sério dessa vez.

Ele até arregalou os olhos.

- Tsc! – fez e fechou a cara. – Que seja. – e foi embora também.

Ainda fiquei um tempo olhando-o ir. As sobrancelhas muito apertadas e o rosto muito quente.

Será que ele tinha ficado com muita raiva de mim?

Ah! Dane-se! Quem tinha motivos maiores para isso era eu! Como ele mesmo dissera antes, eu não tinha que ficar me importando com o que ele pensava!

Voltei para a segurança da minha casa e passei o resto do domingo em paz. Ou quase.

 

****

 

No dia seguinte, nos encontramos inevitavelmente no colégio. Mas só fomos nos falar na hora do almoço, antes do Chad aparecer no terraço.

Só fiquei olhando enquanto ele sentava perto de mim com a cara de pau de sempre.

- Achei que estivesse furioso comigo. – eu disse e em seguida desviei os olhos. Eu estava importado. Merda.

- Eu fiquei furioso mesmo. – ele retrucou com uma expressão esquisita. Não dava para decifrar. – Mas acho que eu entendi. Acabei indo rápido demais. Você ainda é um iniciante afinal.

Aquilo me irritou muito. Mas achei melhor não dizer nada. Era tudo o que ele queria: me desafiar. E dessa vez eu não estava nem um pouco a fim de mostrar o meu potencial.

Não mesmo.

Apesar de que, aquele modo dele de falar tinha me incomodado de verdade. Com certeza não estava me sentindo impelido a competir. Mas ainda assim... Ainda assim aquilo tinha instigado alguma coisa em mim.

Não. Não pode ser o que eu estou pensando.

Quero dizer... Ele age tão confiante como se tivesse feito isso incontáveis vezes com incontáveis... Garotos. Garotas. Garotos e garotas. Sei lá. Só sei que eu estava com raiva. Será que eu era só mais um joguinho para ele? Será que ele saía por aí perseguindo pessoas como passatempo e depois de conseguir tudo o que queria as abandonava como se nunca tivesse aparecido? Será que aquela história de preencher o vazio não passava de uma lorota para idiotas como eu?

Que droga! Eu estou sentindo isso como se eu quisesse que ele gostasse mesmo de mim. Por quê? Será que eu... Gosto dele?

Não, não! Eu só não quero ser feito de trouxa, certo?

- Por que está com essa cara? – ele me acordou do transe. – Eu não estou te inferiorizando nem nada assim! – fez uma careta. – Eu estou falando sério.

Olhei para ele. Aquela expressão... Ele não estava olhando para mim. Pela primeira vez, quem estava fugindo do olhar era ele.

Será que aquilo queria dizer... Será que ele estava... Arrependido? Pedindo desculpas?!

Não sei por que, mas comecei a rir.

- Essa é nova pra mim. – ele me olhou ainda parecendo irritado. – Não sabia que você ria também.

- E eu não sabia que você pedia desculpas. – desafiei.

- Quem está pedindo desculpas? – ele se defendeu empertigado. – Tsc. Não sei a imagem que você tem de mim, garoto. Mas eu não sou do tipo que sai violentando mocinhos indefesos não!

Fiquei vermelho. De raiva e de vergonha. Ele sempre virava o jogo para o lado dele.

- Eu... Eu não pensei isso... – encarei o meu almoço. Eu tinha pensado isso sim. Não com essas palavras, mas algo assim.

Quero dizer. Ele nunca sabe quando parar!

- Parece que você não me conhece mesmo. Não sabe do que eu sou ou não capaz. – era impressão minha ou ele parecia magoado?

Eu tinha ido para um universo paralelo ou o que?

Quando eu ia abrir a boca, porém, o Chad chegou. Engoli as palavras. Melhor deixar para mais tarde.

 

****

 

Passei o resto da aula pensando no que Grimmjow havia dito. E na sua expressão estranha. Ele tinha se arrependido de ter ido depressa demais comigo. Ai, droga. Toda vez que eu penso nisso meu coração fica desse jeito. Isso incomoda!

Enfim. Talvez ele tivesse razão... Ele me conhecia. Ele lutou para isso. Mas eu não sabia nada sobre ele. A imagem que eu tinha dele até aquele momento, era de um delinqüente maníaco, atrevido, tarado e autoconfiante demais.

Mas as pessoas são muito mais que isso. E ele parecia sincero toda vez que olhava nos meus olhos e... Ah!

É. Ele ta certo. Quem devia pedir desculpas agora sou eu.

- Grimmjow. – quando a metade da classe levantou para ir embora, eu fui até ele. – Será que a gente podia... Hun... Conversar antes de eu ir pra casa? – cocei a nuca me sentindo sem jeito. Eu nem sabia direito o que queria falar. Mas precisava fazer isso.

Ele demorou a me responder, o que aumentou meu nervosismo.

- Tá bom. – disse. – Vamos pegar um caminho diferente hoje. – sorriu.

E eu me obriguei a não pré-julgar aquele sorriso.

- É, vamos. – assenti.

 

****

 

- Ichigo. – Grimmjow me chamou enquanto andávamos. – Você vai começar a falar o que tem pra falar ou ta difícil? Porque não to a fim de andar pelo país inteiro pra esperar sua boa vontade.

Olhei feio para ele. Eu tinha que escolher bem as palavras, porra!

Tanto faz. Ele estava me apressando. Quem ia ouvir tudo ia ser ele mesmo.

- Primeiro eu... Eu queria te pedir desculpas. – abaixei a cabeça. – Por ter tido uma imagem tão ruim de você sendo que...

- Tá, ta, tudo bem! – ele me cortou. – Não esquento com isso. Não ligo para o que as pessoas pensam de mim.

Meu olhar para ele foi totalmente cético.

- Ah, é. E eu trabalho no circo nos fins de semana! – ironizei. – Eu vi a cara que você fez lá no terraço.

Ele riu.

- Trabalhar no circo. Essa foi boa!

- Não desvia o assunto! Eu sei que você ficou... Chateado, irritado, alguma coisa.

Ele soltou o ar com força.

- Já deu pra perceber que você é bem sentimentalzinho. – ele olhou para mim como se estivesse me alfinetando. – Mas eu não sou assim, ta? Gosto de controlar as coisas, mas estou me fodendo para a imagem que os outros tem de mim!

Parei de andar.

- Os outros. – repeti. – Então a minha opinião conta como a dos outros para você? – enfatizei bem o sentido que aquelas palavras representavam. E que se dane se eu estava parecendo ridículo fazendo aquilo!

Ele me olhou de um jeito bem duro.

- Se você tem essa opinião, é a mesma dos outros. – ele enfatizou do mesmo jeito as palavras.

E eu senti aquilo como se fosse uma porrada das fortes. Pior do que a pedrada na cabeça.

Ele voltou a andar, mas eu continuei ali parado. Estava me sentindo tão, tão idiota!

- Ichigo! – ele ralhou impaciente. – Vamos logo, porra! Vai ficar empacado aí?

- Eu... Eu posso ir sozinho... – mencionei voltar para o caminho da escola. Mas ele me segurou pelo braço.

- Para com essa frescura! – gritou. Estava me apertando com força. – Não adianta ficar com essa cara só por causa disso. Eu também tinha a imagem errada de você, não tinha? Eu era como os outros. Mas agora não sou mais. – me soltou. Meu braço estava vermelho. – Só basta você querer ou não ser diferente.

Não tinha mais nada que eu pudesse dizer naquele momento. Fora que minha garganta estava bloqueada com um nó gigante.

- Você é muito pessimista. Tem que se revoltar e mudar as coisas! – puxou de repente meu rosto e me beijou rápida e agressivamente. – Jogue fora os seus preconceitos e olhe para mim. Eu vou te mostrar o que eu sou de verdade. Vai se surpreender. – sorriu e continuou andando.

Mesmo ainda tonto, me apressei em segui-lo. Agora dependia de mim.


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Notas finais do capítulo

E continua...