Ares-1 Vs. Nemesis: A Batalha do Século escrita por Goldfield


Capítulo 7
Capítulo 7




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Capítulo 7

Duelo de titãs.

Chris e Jill haviam entrado pela porta à esquerda do corredor, e agora percorriam uma espécie de sala de força, com um gerador barulhento num dos cantos.

–         Nada aqui, Jill! – exclamou Redfield. – Vamos voltar ao corredor!

–         Hei, espere! Ouvi algo!

Apreensiva, Jill começou a apontar sua Uzi para o teto, mais precisamente para a entrada de um duto de ventilação, tampada com uma grade de metal.

De repente, a grade veio ao chão, aos pés de Jill. Nesse momento Chris também apontou sua arma para cima, ansiando para que não surgisse um monstro sedento de sangue. Sua vontade foi atendida assim que William McDouglas saltou de dentro do duto, atingindo o chão sem dificuldade, pois o teto da sala era baixo.

–         William? – surpreendeu-se Chris.

–         Tivemos um pequeno problema no elevador, então tivemos que ir por outro caminho! – sorriu McDouglas.

–         Meu Deus! – exclamou Jill.

–         Os outros estão vindo!

William saiu de baixo do duto e viu Linda também saltar dele, aparentemente OK.

–         Mas o que houve com o elevador? – indagou Chris, cada vez mais curioso.

–         Nemesis o parou no meio da descida e tivemos que saltar para dentro de um duto de ventilação, ou despencaríamos junto com o transporte! – explicou Linda. – Ele realmente caiu, levando Nemesis junto. A explosão foi violenta. Será que ele morreu?

–         Acho que não – respondeu Jill. – Aquela coisa não morre tão facilmente. Nós ouvimos mesmo um estrondo. Então era o elevador despencando.

–         Exato!

Nesse momento Bryan também saiu do duto.

–         Mudando de assunto, onde estamos exatamente? – perguntou William.

–         Setor Ômega! – respondeu Chris. – Mas não há nada útil aqui! Encontramos apenas isto!

E Redfield mostrou a chave-cartão. Bryan surpreendeu-se:

–         Acho que sei para que isso serve!

–         Bem, primeiramente, o que vocês encontraram lá em cima? – perguntou Jill.

–         Dormitórios, salas de pesquisa, Nemesis... – murmurou William.

–         Eu e Sherry encontramos isto! – disse Jessen, entregando a prancheta com o relatório para Chris.

–         Vou dar uma olhada...

Enquanto o marido de Jill lia o relatório, Sherry saltou do duto.

–         Bem, agora estão todos aqui! – exclamou Jill.

–         Não, falta alguém... – murmurou Bryan.

Nicholai foi o último a ganhar a sala. Jill, que estava distraída com o relatório nas mãos de Chris, demorou a perceber o russo. Quando isso ocorreu, a mulher de Redfield quase saltou para trás, exclamando:

–         Não pode ser!

–         O que foi querida? – sorriu Chris. – Parece que viu um fantasma!

De fato, Jill estava branca. Zinoviev a assustava mais que o próprio Nemesis. Súbito, ela começa a apontar a Uzi para a cabeça do russo, dizendo:

–         Não se mova, ou estouro esses seus miolos!

–         Acalme-se, Jill... – interveio William.

Chris estava confuso. Os demais sabiam a razão da agressividade de Jill, seria extremamente complicado tentar dialogar naquele momento.

–         Como você está vivo? – questionou Jill, dentes cerrados, ainda apontando a arma para a cabeça de Nicholai. – Você tentou me matar em Raccoon e eu derrubei seu maldito helicóptero! Mesmo se tivesse sobrevivido à queda, não teria conseguido escapar da cidade antes do ataque nuclear!

–         X-Virus – foi a resposta de Nicholai, sempre frio.

X-Virus. Sempre o X-Virus. Aquela maldita criação da Umbrella que tornava homens praticamente imortais. Sherry estava trêmula. Aquela coisa também corria em suas veias.

–         Antes da operação em Raccoon ter início, um cientista injetou o vírus em mim. Um tipo de experimento entre os mercenários. Ele disse que só começaria a manifestar seus efeitos se eu morresse, de certa forma. Em Raccoon havia sobrevivido por muita sorte ao ataque dos zumbis no escritório de vendas da Umbrella, e quando você derrubou meu helicóptero eu também consegui sobreviver, mas estava sangrando e com uma perna quebrada. Desesperado, comecei a correr pelas ruas da cidade. Eu vi quando o helicóptero onde você e Carlos Oliveira estavam passou sobre minha cabeça. Quando ouvi o impacto do míssil, pensei que estivesse tudo acabado para mim. Joguei-me de joelhos sobre o concreto, com alguns daqueles mortos-vivos se aproximando. Não sabia se a explosão me mataria ou se eles me pegariam primeiro.

–         Prossiga! – exclamou Jill, interessada.

–         Eu senti a explosão. Meu corpo flutuou como num sonho, e uma intensa luz branca tomou minha visão. Perdi a consciência e acordei três dias depois, vivo, alguns quilômetros fora da cidade. A transição havia se concretizado.

–         Assim como Wesker teve que ser “morto” pelo Tyrant na mansão para se tornar invencível – lembrou Chris.

–         Exato. Bem, permaneci na Umbrella até sua falência, em 2002, mas não participei de mais nenhuma missão. Até que a Biocom me contratou. Primeiro como pesquisador, depois como soldado. Hoje sou a Unidade Alfa, setor de segurança da empresa. E estou aqui para eliminar Emanuel Deller, inimigo meu e de vocês!

–         De acordo com o relatório nas mãos de Chris, Nicholai já trabalhou neste lugar, que pertencia aos soviéticos! – explicou Sherry.

–         Sim, trabalhava para o Exército Vermelho, e ajudei a desenvolver o Nemesis. Depois comecei a trabalhar para a Umbrella.

Nesse momento Jill deixou de apontar sua arma, mas seu olhar ainda era duro e intolerante. Ela perguntou, nervosa:

–         Como podemos confiar em você? Tentou matar a mim e a Carlos em Raccoon! Pensamos que estava nos ajudando, mas só queria cumprir sua maldita missão de queima de arquivo!

–         Olhe, estou tão enrascado quanto vocês. Deller e essa nova versão de Wesker querem nos matar, e preciso da ajuda de vocês para escapar daqui. Trabalhei aqui e conheço este complexo muito bem, sei que a única rota de fuga disponível é uma doca subterrânea com um submarino, no qual podemos fugir. A passagem secreta que leva até ela fica numa sala grande deste setor, com vários computadores. Porém, ela só pode ser aberta através da sala de controle do Setor Gama, onde Deller está se escondendo. Há como entrarmos lá, mas precisaríamos de quatro chaves especiais, que se parecem com cartões, para destrancar a porta.

–         Acho que já encontramos uma dessas chaves, e Jill descobriu essa passagem secreta da qual você está falando, atrás de uma parede falsa! – disse Chris.

–         Sim, mas precisamos encontrar as outras três chaves. Deller dificultará as coisas, com certeza. Com a queda do elevador, Nemesis deve ter evoluído. Jill sabe do que estou falando. Além dele há outros mutantes terríveis em nosso caminho. A Biocom me mandou aqui para recuperar a pesquisa, matar Deller e fugir, explodindo todo o laboratório através do sistema de autodestruição. Eles não sabem que vocês estão aqui, portanto não tenho razão para matá-los. Vocês podem não confiar em mim, porém, agora não se trata de confiança, mas sim de instinto de sobrevivência. Estão comigo?

Silêncio sepulcral. Todos estavam em dúvida se deveriam ou não confiar em Zinoviev. Por fim Jill disse:

–         Ajude-nos a encontrar as chaves, mas estarei lhe observando a cada fração de segundo! Se tentar algo, atirarei para matar, na cabeça, e nem o X-Virus poderá lhe salvar!

–         Entendido – sorriu Nicholai. – Todas as chaves estão neste subsolo, e há muitas salas para investigar. Por que não nos dividimos em dois ou mais grupos?

–         OK – disse Chris. – Eu, Jill e Nicholai no primeiro grupo, William e Linda no segundo e Bryan mais Sherry no terceiro!

–         Certo!

McDouglas e Malone deixaram a sala primeiro, depois Jessen e Birkin. Chris, Jill e Nicholai permaneceram na sala de força.

–         Nós não vamos? – indagou o russo.

–         Sim, mas vá à frente! – exclamou Jill, sem ocultar sua insatisfação.

–         Como quiser!

E deixaram a sala.

–         Então Nicholai vai ajudá-los! – exclamou Deller. – Tolo, vai morrer como eles!

–         Acho que nosso amigo Zinoviev possui alguma carta na manga... – murmurou Wesker. – Se pudéssemos ao menos descobrir o que ele planeja...

–         Bem, não importa! Ares-1 está a caminho do subsolo onde eles estão! Não conseguirão detê-lo!

E voltou a olhar para os monitores.

No fundo do fosso do elevador ainda havia chamas. O transporte estava totalmente destruído, amassado como uma lata de conserva. Mas aí ele acordou.

As roupas que ele adquirira estavam em frangalhos, e teria que arranjar outras. Estava fixado em sua mente que tinha que andar vestido, talvez assim pudesse passar mais furtivamente.

Mas havia algo errado. Seu braço direito, onde havia tentáculos. Agora havia uma grande abertura nele, por onde os longos fios roxos escorriam como vermes. Um chicote natural poderoso.

–         S.T.A.R.S.!

Sim, eles haviam fugido. E tinha que pegá-los. Sua meta era essa. Ele era o caçador e eles, a caça.

Levantou-se e saltou pelo buraco no teto do elevador retorcido. Ainda escorria um pouco de sangue do braço, mas já podia usá-lo com grande mobilidade. Logo viu luz, vinda da saída do fosso, onde o elevador antes parava. Seguiu em frente e ganhou a nova área, tampando o rosto devido à intensa claridade branca. Soltou um gemido.

Acostumou-se com o ambiente e olhou para os lados. Eles tinham que estar em algum lugar. Queria pegar em especial a mais jovem. Sim, aquela que ele percebeu que tinha os batimentos cardíacos mais rápidos, que saltara por último do elevador...

Bateu seus tentáculos contra o chão, provocando um chicotear medonho, e seguiu por um dos caminhos da bifurcação, rugindo como fera.

William e Linda entraram na segunda porta à direita do corredor, aquela que Chris e Jill não haviam cruzado. A sala era pequena, uma espécie de dormitório. Dois beliches de metal, um de cada lado da porta, e um armário, que foi aberto por McDouglas.

William sorriu ao ver o que acabara de encontrar. Uma espingarda calibre 12 com duas caixas de munição. Arma devastadora.

–         Acho que não vou mais precisar usar minha pistola... – riu McDouglas, apanhando a arma e carregando-a com a munição.

–         Há mais alguma coisa aí? – indagou Linda.

–         Acho que não...

–         Ah!

–         Que foi?

O grito de Malone foi devido a uma peluda aranha, que saíra de trás de um travesseiro branco e agora se encontrava parada sobre uma das camas.

–         Ora, amor! É só uma aranha! Venenosa, mas bem melhor que um zumbi canibal!

–         Acho que você está certo...

Mais tranqüila, Linda espantou a aranha, que voltou para baixo do travesseiro. Nesse mesmo instante, William, procurando por mais alguma coisa, olhou para o teto e disse, quase sem voz:

–         Ah, meu Deus!

–         O que há de errado, querido?

–         No teto! – apontou McDouglas, quase sem voz. – Olhe para o teto!

Aquilo era asqueroso. Uma aranha do tamanho de um urso, toda peluda, listrada em marrom, bege e preto.

–         Não se mexa, Linda!

Ambos estavam atônitos. McDouglas, com movimentos lentos, mirou com a espingarda na aranha. Suor escorria de sua testa.

Súbito, o disparo. Todos os projéteis se alojaram no corpo peludo da criatura, que veio ao chão, aos pedaços. Escorria sangue verde e gosma branca de seu cadáver.

–         Ufa! – exclamou William.

–         Ah, não!

Malone viu que aranhas menores, iguais àquela que vira sobre a cama, saíam de dentro do corpo da maior, estourando-o. Eram dezenas.

Rapidamente o casal deixou a sala, prendendo nela os aracnídeos assassinos. Foi por pouco.

Chris, Jill e Nicholai haviam cruzado a sala onde Wesker se revelara e entrado por outra porta, que levava a uma sala tão grande quanto a anterior, mas cheia de prateleiras de metal e caixas.

–         Algo útil aqui? – perguntou Chris.

–         É melhor darmos uma olhada... – resmungou Nicholai, caminhando na direção de uma prateleira.

–         Hei, olhem isto!

Jill acabara de encontrar um cofre numa das paredes. Nicholai se aproximou, provocando certa raiva na mulher de Chris, e, após olhar por um instante para o achado, murmurou:

–         Se eles não mudaram a senha...

O russo fez uma combinação na tranca, que foi aberta. Dentro do cofre havia outra chave-cartão, verde.

–         Chave 4! – disse Chris, lendo o que estava escrito no artefato, guardando-o consigo.

–         Faltam duas... – murmurou Nicholai, fechando o cofre.

Após um breve instante de silêncio, no qual Jill fitou Nicholai com desconfiança, um grito tomou o ambiente. Um grito feminino, desesperado. A voz demonstrava grande pavor, o “Socorro!” realmente tomou de surpresa a mente dos três invasores. Logo Chris identificou a voz:

–         Sherry! Ela deve estar em perigo!

–         Rápido, vamos atrás dela! – exclamou Jill.

E deixaram rapidamente a sala.

Ele estava chegando perto. Cara costurada, praticamente nu, boca sem lábios com os dentes totalmente expostos, e agora aqueles tentáculos saindo do braço, mais pareciam um chicote. Ele os bateu contra o chão, provocando desconfortável ruído.

–         S.T.A.R.S.!

Bryan e Sherry viram-se encurralados por Nemesis no corredor antes da sala dos computadores, perto da sala onde Chris e Jill encontraram o biólogo que se suicidara. O espaço entre a dupla e o monstro ficava cada vez menor, enquanto um líquido roxo escorria de seus tentáculos. Repugnante.

Birkin gritara por socorro, mas provavelmente ninguém apareceria. Nemesis já estava a menos de um metro de distância.

–         Vá embora! – gritou Jessen, trêmulo, apontando sua Desert Eagle.

–         S.T.A.R.S.!

O dentista disparou contra o rosto do mutante, fazendo com que este, gemendo, recuasse alguns passos, tampando o lugar do impacto, que sangrava. Agora podiam cruzar a porta, voltando para a sala dos computadores. Mas ela não se abriu.

–         O quê? – exclamou Bryan, chutando a porta. – Ela não abre! Não abre! Maldito Wesker, ele nos trancou aqui!

Sherry não disse nada. Tomada pelo medo, apenas observava Nemesis se recuperar, já caminhando novamente na direção deles. Não havia saída. Wesker havia decretado a morte dos dois.

–         Sai daqui, seu nojento!

Gritando, Bryan começou a disparar contra o tórax do mutante, mas este não sofria nada com os tiros. Ele apenas agarrou o dentista através dos tentáculos e o jogou do outro lado do corredor, fazendo com que batesse de costas contra uma parede, perdendo a consciência. Quebrara duas costelas.

–         Bryan! – gritou Birkin, desesperada.

Mas não havia escapatória. Nemesis agarrou a promotora com o braço que não tinha tentáculos, enquanto ela gritava com todas as forças. Porém, logo se calou. Um dos tentáculos do mutante perfurara seu ventre como um ferrão, atravessando-o. Da boca aberta de Sherry apenas escorreu sangue.

A promotora ainda estava viva. Agonizante, mas ainda viva. Nemesis jogou-a no meio do corredor e, urrando, voltou para a primeira área daquele subsolo, cuja porta de acesso estava aberta.

Apenas nesse momento a porta que levava à sala dos computadores foi destrancada. Chris, Jill e Nicholai entraram como um relâmpago, desesperando-se assim que viram Sherry no chão, sobre uma poça do próprio sangue.

–         Ah, meu Deus! – gritou Chris, sem acreditar no que via.

–         Sherry, agüente! – disse Jill, quase chorando.

Birkin estava consciente e de olhos abertos, mas não lhe restava muito tempo. Não conseguia falar, não tinha forças.

Nicholai caminhou até Bryan e o despertou. Este, assim que viu Sherry no chão, levantou e correu até ela, mancando, gemendo e com uma das mãos sobre as costas. Chorando, jogou-se de joelhos ao lado da promotora, fazendo com que algumas de suas lágrimas caíssem sobre o rosto pálido da jovem.

–         Sherry! – gritou o dentista, amargurado. – Por favor, não morra!

–         Bryan... – oscilou a filha de William Birkin. – Eu te amo...

–         Eu também te amo! Por favor, não morra!

–         Adeus, Bryan...

E fechou os olhos.

–         Não, Sherry! – gritou Jessen, com todas as forças, esmurrando uma das paredes. – Não, não pode ser!

–         Foi Nemesis... – murmurou Nicholai, que pareceu não se comover nem um pouco com a cena. – Veja, ele perfurou o ventre dela!

–         Meu Deus... – suspirou Chris, que como Jill estava chorando.

Súbito, Redfield levantou-se e, numa explosão de fúria, gritou:

–         Foi você quem trancou a porta, não foi, Wesker? Seu covarde! Eu vou acabar com sua raça!

–         Não pude evitar... – disse Wesker, com sua voz ganhando todo o corredor. – Vocês estavam indo longe demais!

–         Maldito, desgraçado! – gritou Jill.

–         Isso por causa de vocês dois, Chris e Jill! Não cumpriram nosso trato, lembram? Pedi que vocês matassem a Unidade Alfa, ou seja, Nicholai, e não o fizeram! Agora sofrerão severas punições, a não ser que mudem de idéia...

–         E não mudaremos! – exclamou Jill, que só não matava Nicholai pela razão de estar assim contribuindo com Wesker.

–         Então você quer a mim, Wesker? – sorriu Nicholai. – Por quê?

–         Você quer matar Deller, e não posso permitir isso!

–         Nós não o mataremos, nós o traremos para a justiça! – disse Bryan, enxugando suas lágrimas. – Ele pagará por tudo que fez!

–         Se fosse você não contaria com isso. Ouçam, Sherry já pagou pelos erros de vocês. Acho melhor começarem a seguir as regras. Este é o meu jogo, e a vida de vocês depende dele. Matem Nicholai ou sofrerão ainda mais!

–         Nunca!

–         OK, então. Voltarei a me comunicar quando mais algum de vocês tiver virado comida de verme!

A voz de Wesker calou-se. Bryan olhou mais uma vez para o cadáver de Sherry, para seu rosto que nunca mais sorriria. Por fim deu mais um soco na parede.

–         OK, temos que encontrar as outras chaves! – disse Nicholai. – Só temos duas, e se demorarmos mais correremos risco ainda maior!

–         Meu Deus... – murmurou Jessen.

–         Onde estão William e Linda? – indagou Jill.

–         Não sei – respondeu Chris. – Bem, vamos nos dividir novamente. Eu e Jill para um lado, Bryan e Nicholai para o outro. Pode ser assim?

–         OK – respondeu o russo. – Eu e Jessen vamos dar uma olhada no Setor Gama!

–         Muito bem. Eu e Jill tentaremos encontrar William e Linda. Boa sorte!

–         Igualmente!

E se dividiram, cada dupla seguindo para uma extremidade do corredor. Antes de cruzar a porta, Bryan olhou mais uma vez para o corpo de Sherry, e uma última lágrima escorreu por seu rosto. Cruel destino.

Adams estava atordoado. Sabia que algo errado estava ocorrendo aos invasores do complexo. De frente para seu computador, já com o nome da Unidade Alfa, o agente do FBI tomou rapidamente uma xícara de café e murmurou, com uma das mãos na testa:

–         Seja o que for, peguem esse maldito Deller...

Chris e Jill encontraram William e Linda no corredor da sala de força do Setor Ômega. Eles saíam da sala onde antes havia um Hunter vivo.

–         Vocês estão bem? – perguntou Chris.

–         Sim – respondeu McDouglas. – O que houve? Nós ouvimos gritos!

–         Sherry está morta – respondeu Jill, cabisbaixa.

–         O quê? – surpreendeu-se Linda. – Como foi isso?

–         Nemesis a matou, e Wesker preparou a armadilha – explicou Chris. – Vocês encontraram mais alguma chave?

–         Não – respondeu William. – E vocês?

–         Esta aqui! – exclamou o marido de Jill, mostrando a chave-cartão verde.

–         Então faltam duas...

Todos permaneceram em silêncio por um instante. Pensavam em Sherry. Logo Chris disse:

–         OK, vamos nos separar novamente! Deve haver algo mais neste setor que ainda não encontramos!

–         Eu e Linda vamos pelo caminho do qual vieram – propôs William. – Vocês podem dar mais uma olhada nesta área?

–         OK.

E se separaram novamente.

Logo que Nicholai entrou com Bryan na primeira área daquele subsolo, onde ficava o elevador, o russo percebeu que Jessen andava com dificuldade e não parava de gemer, passando a mão pelas costas.

–         Está ferido? – perguntou a Unidade Alfa.

–         Acho que quebrei algumas costelas... – resmungou o dentista. – Mas está OK. Posso seguir mesmo assim!

–         Olhe, há uma enfermaria no Setor Gama. Lá poderá cuidar desse seu ferimento. Está muito vulnerável ao ataque dos mutantes!

Súbito, um urro.

Ambos olharam para a entrada do elevador e viram Nemesis caminhando até eles, com os tentáculos no braço direito serpenteando como cobras.

–         S.T.A.R.S.! – gritou a criatura.

–         Ah, não! – exclamou Bryan. – Agora estamos perdidos!

Nicholai preparava-se para atirar com o AK-47 contra o monstro, mas sem mais nem menos um vulto saltou de dentro do fosso do elevador e derrubou o mutante, atingindo-o nas costas.

Nemesis soltou um urro de irritação e virou-se para descobrir quem era o agressor. Ele, Nicholai e Bryan viram um sujeito nu, de aparência física igual à de um ser humano normal, mas com olhos sem brilho e uma cicatriz na nuca.

–         Quem é esse cara? – espantou-se Jessen.

Nesse mesmo instante Nemesis partiu para cima do agressor, chicoteando-o com seus tentáculos. Este, porém, esquivou-se com grande perfeição e acertou um soco no abdômen do monstro, que gemeu.

–         Vamos sair daqui! – exclamou Nicholai, correndo na direção da entrada do Setor Gama.

Bryan seguiu o russo, enquanto o embate entre Nemesis e o misterioso personagem continuava. O primeiro conseguiu agarrar o homem nu pelos tentáculos e arremessou-o a dez metros de distância, mas ele caiu de pé sem sofrer nenhum arranhão.

Após darem uma última olhada na encarniçada luta, quando o sujeito nu acertou um chute no tórax de Nemesis, a dupla de intrusos entrou no Setor Gama, e por sorte Wesker permitiu que eles seguissem em frente.

Continua... 


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