ICEgirl escrita por NKIDDO


Capítulo 29
Segunda temporada O3 「Ailyn」


Notas iniciais do capítulo

Eu decidi postar, vocês podem pular esse cap ou não ok? Ele não interfere em nada, sem ser o conhecimentoq
AH, E EU QUERIA AGRADECER A RECOMENDAÇÃO DA MARRIL. Eu fiquei muito feliz, então dedico esse CAP pra ela ♥



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KENTIN POV

As primeiras luzes do dia me acordam mais cedo do que eu precisava, e mais tarde do que eu era acostumado; por esse motivo estava perfeito. Ao levantar de minha cama larga, sinto um aperto no peito. Ah sim, hoje era o “primeiro” dia de aula.

Atravessei meu enorme quarto rapidamente, indo até o banheiro que graças aos céus ficava no quarto. Caminhar por essa casa enorme em busca de um banheiro era extremamente inconveniente. Tomo um banho rápido e me visto com as minhas vestes habituais. Ao me olhar no espelho, deixo meus dedos vagarem até encostarem-se ao vidro.

Porque eu mudei tanto?

Ah sim, foi por ela. Do dia que eu me mudei até o final, todo o meu sofrimento e esforço foram por ela. E mesmo assim...

FLASH BACK

– Que toque horrível Ailyn! – Ouvi a voz familiar de Rosalya – Depois eu troco para você!

Mas não era essa voz que eu queria ouvir. Eu estava em um canto bem escondido do colégio militar, em um canto em que o sinal era mínimo, mas ao menos eu cumpriria minha parte no acordo, coisa que eu não havia feito até agora por causa das regras que eu desconhecia do lugar.

– Ailyn – Sussurro. Será que eu tinha falado neutro demais?

– Ken! – Ailyn tinha uma voz tão perfeita que parecia que no momento em que ela falava, uma harpa estava sendo tocada.

– Ailyn, você vai passar a noite com a gente? – Ouvi Nathaniel dizer. E meu rosto se contorce em desgosto. Aquele presidentezinho devia estar se aproveitando da inocência de Ailyn. E o pior era que ela provavelmente cairia, conhecendo-a como conheço.

Desligo o telefone com raiva. Depois de todo o meu esforço? Ergo o celular e o jogo no chão, deixando as minhas ultimas lágrimas de garotinho escorrer enquanto assisto o objeto partir em pedaços abaixo dos meus pés.

FLASH BACK OFF

Ela dormiu com o presidente, e talvez tenha dormido com Castiel. Eu vi como eles se olhavam no jogo dos Hotshots e minha certeza ficava cada vez mais inabalável. Eu era uma criança tola, me apaixonando por uma garota como ela, que como todas as outras me fariam sofrer. O que me lembra de que eu a beijei, que na minha cabeça foi uma vingança.

Enquanto tomava meu café da manhã, me deliciava mais com a lembrança dos lábios sabor pêssego, do que com os bolinhos de chocolate à minha frente.

Bem, eu sei que ela pareceu bem zangada por eu me aproveitar dela, mas eu sabia que ela havia gostado do meu beijo. Eu não conseguia quebrar essa corrente que estava atada entre mim e ela, então eu ainda me sentia apaixonado por ela. Não sabia como quebraria essas correstes, mas eu tinha que fazê-lo, porque afinal, ela ainda estava com meu coração na mão...

Já estava em uma limusine indo até a escola quando a imagem de Ailyn invade a minha cabeça: Ela estava deitada na neve, com aqueles cabelos prateados esparramados por toda a pureza branca. Como sempre, seu corpo alto e esguio brincava de me convidar para tocar-lhe à pele tão branca como a neve era. Sua mão delicadamente remexe na neve e de lá tira algo vermelho. Era meu coração pulsante. Pergunto-me imediatamente como minha imaginação poderia ser tão assustadora. Os olhos dela estavam voltados para mim, com certa neutralidade. Um sorriso diabólico brincava em seus lábios, me desafiando e provocando.

Sacudi a cabeça, espantando-a da minha cabeça. Ah cara, amor é...

「Ailyn」

Assim que chego à velha Sweet Amoris vou até meu novo armário. Deposito meus objetos lá e vou até o segundo andar, onde ficaria minha nova sala. E lá estava ela, a vaca loira. Ela estava com suas amiguinhas, e pela primeira vez ao me aproximar eu a via de cima. Sem mais ou menos a beijei. Fiz o que sabia de melhor, sem me importar com seus sentimentos. Suas amigas foram embora, mas ela ficou ali, curtindo meu beijo. Seria ótimo esfregar na cara dela quem eu era mais tarde.

Ouvi o eco de passos subindo a escada. Estreito meu olhar até a direção da escada, e vendo a cabeleira prateada começando a vir em minha direção faço algo ousado. Minhas mãos descem até as coxas de Ambre e ela geme baixinho em meio ao beijo, que garota mais repulsiva. Ailyn não tenta me impedir nem nada, e Alexy a ela para dentro da sala de aula.

「Ailyn」

Depois daquela tediosa apresentação da garota de cabelos iguais ao de Castiel as aulas começam. Fiquei surpreso pelo fato da professora ignorar completamente o fato de ter um felino em aula. Não que eu não goste dele, eu adoro gatinhos, mas era possível que tudo tivesse mudado tanto assim?

O sinal bate para o intervalo, e eu vou até Ailyn. Ter ela presente não me incomodava, o que me deixava fulo era que ela não me reconhecia de jeito algum! Eu não coloco toda a culpa em cima dela, eu realmente havia mudado, mas será que ela era tão tapada quanto Ambre?

– Sempre trás os animais para sala? – Me escuto dizer. Minha voz também havia mudado.

– As pessoas gostam do senhor Luvinhas – Ela falou um pouco nervosa, provavelmente querendo sair dali. O pequeno gato dela vem até mim, e eu não resisto e o acaricio.

Senhor Luvinhas? Rio por dentro do nome que a prateada deu para o pobre gatinho. Ela sempre fora assim, tão estranha e atrativa. Mesmo agora, me pergunto como ela me receberia se eu me apresentasse de outro jeito, e não fazendo as maldades que eu fazia a ela. Bem, agora era tarde demais.

O sol entra pela janela aberta e reflete algo brilhante. Abaixo meu olhar até seu busto, onde encontro o colar que eu dei a ela. Ela ainda usava isso? Aquilo era extremamente caro, tinha pensado em dar para minha mãe na época, mas não me controlei e dei para Ailyn. Mas porque ela usava aquilo? Protegia as lembranças de um Ken que eu havia enterrado! Eu enterrei por ela!

– Belo colar, mas meio ridículo para sua idade.

Sem pensar muito, arranco do pescoço dela rápido e forte o suficiente para sair em uma puxada só, na intenção de não machuca-la. Fito o colar, sentindo uma frustração me preencher. Ailyn, não me diga que você ama alguém que eu não sou mais. Diga-me que você não deixou qualquer um te tocar pelo motivo de querer me esquecer.

Sorrio e arremesso o colar pela janela em um surto de raiva, mas me arrependo no mesmo instante. Ailyn simplesmente pega impulso e se atira pela janela. E por algum motivo muito estúpido, eu também pulo. Ela usa o galho para desacelerar a decida, e ignoro o galho. Precisava pegar ela antes mesmo de ela tocar o solo. Ganho mais velocidade e finalmente consigo segura-la pela barriga. O chão já estava próximo, então me adiantei a girar no ar com ela junto; Depois vem a dor do impacto.

Sinceramente, eu já tinha aguentado coisa pior. Mas segundo andar é segundo andar. Gemo de dor nas costas, que graças à grama mal cortada da escola não estava arrebentada. Ailyn estava em cima de mim, e era muito boa a sensação de tê-la ali, mas ela logo se arrastou para longe. Coloco-me de pé a tempo de vê-la agarrar meu colar.

Porque Ailyn? Droga! Porque você ama o que eu não sou?

– Ei? – Chamo preocupado. Ela devia estar assustada.

Ailyn usa aqueles olhos que desarmam qualquer homem em mim, e dito e feito. Estou desarmado. Desistiria de todo o meu plano. Mas não, ela simplesmente os fecha e desmaia.

Você quase me pegou Ailyn, quase.

Pego-a no colo, indefesa. Por um momento muito louco, permito-me pensar que era para ser assim. Que era para ela estar ali, comigo, para sempre. Era incrível como meus braços encaixavam perfeitamente ao redor dela. Os lábios corados de Ailyn praticamente imploravam para encontrar os meus. Engoli a seco. Só faltavam alguns passos até a enfermaria.

「Ailyn」

Depois da aula de artes, fui até a enfermaria ver Ailyn. Decidi que acabaria com tudo aquilo. Talvez eu a pudesse convencer a me desculpar de alguma forma, e com o tempo, quem sabe ela começasse a gostar de mim ou sei lá. Não sabia o que esperar, só não queria fingir mais que não amava aquela garota.

–... Meu colar! – A ouço dizer preocupadamente.

Ela logo perceberia que estava com ela, e eu chegaria bem na hora. Sim, eu finalmente...

– Aqui.

Castiel? Vagarosamente vou até atrás das cortinas e assisto ao ruivo roubar um beijo de Ailyn. Você vai brigar com ele não vai? Você ama o Ken não ama?

Mas ela não o fez. O ruivo simplesmente a beija e vai embora, passando por mim. Não fico com vergonha nem nada, o encaro com raiva e ele sussurra para mim:

– Não vou perder.

Vou até a porta, na intenção de bater aquele papo com Castiel quando Ailyn aparece.

– Está melhor? – Dou uma ultima olhada para o corredor vazio e depois a encaro.

– Sim, mas... – Ela parecia receosa, como se quisesse me dizer alguma coisa. Mas eu não queria ouvir mais nada. Como ela pode?

– Então está bem – Digo, querendo sair dali. Estava magoado de alguma forma, talvez só abalado por tentar arrumar as coisas e acabar tendo que vê-la sendo usada por Castiel.

Ela agarra meu casaco, e eu paro.

– Espera – Ela parecia surpresa, como se não soubesse que era capaz de me parar. Tola, mal sabia que enquanto me puxava com a ponta dos dedos de uma mão, estava com meu coração na outra. – Porque está me importunando afinal? Eu não fiz nada para você.

– Não fez? – Rio sarcasticamente. Ela não fazia ideia do que tinha feito.

Eu estava me arrependendo novamente. Mesmo ela dizendo tudo aquilo com uma sinceridade que me furava como uma faca, Ailyn dizia com inocência. Ela não queria me ferir de alguma forma, mas não fazia ideia do quanto machucava ouvir aquilo.

– Eu ao menos conheço você.

Pronto. Ela deu um aperto impiedoso em meu coração. Eu acabei ficando fora de mim, e quando percebo já estou encurralando-a em uma parede, enroscando minhas pernas na dela. Ela tenta fugir, mas não importa o quão forte ela podia ser, eu era muito mais agora. Distraio-me pensando em coisas idiotas, como por exemplo, abraça-la. Ela acaba fugindo por debaixo dos meus braços.

– Ailyn – Diz Rosa. – Olá Kentin.

– Olá Rosa – Olho para ela, feliz por alguém me reconhecer.

– Você cresceu bastante! – É, fase de estirão – Há quanto tempo está na cidade?

– Desde os jogos dos Hotshots. – Dou de ombros – Não tive tempo de cumprimentar.

Claro que não tive, ia dar oi para todos no final do jogo, mas Ailyn se machucou feio, tive que ajudar. Falando em Ailyn, no momento que me viro para fita-la, ela simplesmente saí correndo por mim e Rosa.

– Ela ainda não sabe que sou eu – Dou uma risada – Vou busca-la, até depois.

Corro atrás de Ailyn, lembrando-me do dia da corrida. Era um feriado em família, mas meu pai trabalhava mesmo assim, então fui ao colégio, sabendo que haveria o festival. Ailyn estava se preparando para uma corrida, mas quando a mesma começa, Ailyn fica parada. E ela não se movia. Recebo uma ligação com ordens de que devo ir para casa, então vou. Quando lanço um ultimo olhar para ela, ela já tinha ganhado a corrida e estava tão próxima que tive que me esconder. Ela não podia me ver ainda.

Curiosamente, ela adentra o grêmio, e quando eu finalmente a alcanço ela está sem saída.

– Porque está fugindo Ailyn? – Quem deveria fugir dela era eu!

– Eu...

Somos surpreendidos por passos, e provavelmente ela não escuta, mas eu reconheço a voz de Nathaniel. Corro para de baixo da mesa do presidente do grêmio para me esconder, levando Ailyn junto. Vejo os lábios dela se moverem, e eu rapidamente os cubro e faço “shii” com o dedo.

– Nath, vamos fazer aqui mesmo? – Escutei Melody ronronar. Sério mesmo que eles transariam ali?

– Calada, sei que você quer isso tanto quanto eu – Nathaniel disse. As coisas deviam ter mudado drasticamente, ou sempre foram assim e eu nunca soube.

Poderia ele ter feito algo assim com Ailyn? Voltei meu olhar para ela, buscando uma resposta para a minha pergunta, quando escuto as mãos de Melody pressionarem a mesa. Revirei os olhos. Gemidos vieram e minha vontade era de levantar e perguntar algo como “Curtindo ai Nath?”

Então vejo a coisa mais bela e errada do mundo. Ailyn estava chorando. Lágrimas que pareciam cair de seus olhos sem provocar qualquer deformação em seu rosto, de modo que, chorando parecia ainda mais bonita. Aparentemente, a pessoa que tocava a harpa da voz de Ailyn deixou um dedo escorregar em um momento crucial como esse, pois sua voz chorosa chamou a atenção de Nathaniel.

– Que barulho foi esse? – Disse ele.

– Quem se importa – Eu, vocês podem sair? – Estou quase lá.

Ah não. Ela ia chorar, e alto. Meu corpo se agita enquanto me inclino na direção de Ailyn. Faço isso lentamente, mas muito lentamente – não queria que ela me odiasse, afinal, tinham pessoas fazendo sexo acima de nossas cabeças – para não assusta-la. Cerro meus olhos me odiando pelo que faria a seguir.

Nossos lábios se tocaram suavemente, mas eu sabia que não conseguiria me manter “só” assim. Como o coração humano era estúpido. Um mero toque dela me fazia ter arrepios prazerosos inconscientemente; quando mais um beijo. Não importaria se ela tivesse me humilhado, eu me entregaria com apenas um toque de seus lábios. Viu, o coração humano é estúpido.

Intensifico o beijo, e esqueço-me de tudo que foi dito e feito, me entregando completamente aos lábios e ao corpo dela. Minha língua ousa tocar na dela, e Ailyn retribui com ternura.

– Vamos embora – Surpreendo-me por não ter escutado mais nada depois de beijar Ailyn. Como se mais nada existisse.

Mas aquilo me acordou para a realidade. A possibilidade de Nathaniel ter violado Ailyn simplesmente me deixava enfurecido. Deixo-a sozinha em baixo da mesa.

– Vamos, temos que sair. – Senti meu rosto arder pelo que tínhamos feito. Em um segundo eu estava ali, pronto para tê-la para mim e no outro a realidade esmagava meus sentimentos.

Vou em direção a porta e novamente a sinto puxar meu casaco. Na ultima vez, ela fez isso inconscientemente, mas desta vez, ela sabia o que estava fazendo.

– Kentin é Ken não é? – Ela estava confusa, e eu nervoso. Eu deveria te dar um prêmio Ailyn? Arg! Ken era idiota! Ela tinha que saber que essa criança – junto com meu antigo eu – não estava aqui mais.

– É, - Bufei – Nem acredito que já gostei de você, é tão fácil quanto todas elas!

Aquilo era uma mentira. Eu sabia que ela só era ingênua demais, sincera demais. Mas aquilo me irritava profundamente! Antes aquilo era algo divino, mas quando você olha por um lado que não seja endeusado, percebe que aquilo é errado. Ela estava confusa, e por um momento me permiti magoa-la.

– Fácil? – É, ela não tinha entendido.

– Aposto que foi assim que o presidente te levou para a cama – Esbravejei – Você nunca entende nada!

Ela saiu correndo. Ótimo. Eu sou um idiota.

Dou um soco na parede, ignorando a dor, que servia como um modo de me livrar da raiva que eu sentia. Eu desabo de joelhos, odiando tudo. Porque eu sou tão idiota? Deveria ter deixado as coisas como elas estavam. Se eu tivesse implorado mais, meu pai não teria me mandado para lá, talvez. Ailyn se apaixonaria por mim e...

Não. Ela não merecia alguém que não poderia protegê-la. Mesmo eu sendo um idiota, eu consegui protegê-la.

Ailyn...


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Notas finais do capítulo

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