ICEgirl escrita por NKIDDO


Capítulo 28
Segunda temporada O2 「Inimigos」


Notas iniciais do capítulo

AI ESTÁ O SEGUNDO CAP ♥33
espero que gostem eu estou deixando mais longo e detalhado, se parecer estranho me avisem!
Queria agradecer a todos que comentaram, fico muito feliz!



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Só você Ken, é meu primeiro amigo.

Enquanto meu corpo caia lentamente, – ou assim pareceu – sinto algo me segurar pela barriga. Fecho os olhos esperando pelo chão e a dor que viria como um impacto, eu estava costumada a cair. Mas o segundo andar era...

Eu não ia morrer, não antes de vê-lo. Eu nunca quis nada em toda a minha vida, mesmo em minha juventude eu jamais pedi nada; Primeiramente porque era feliz com o que tinha e depois porque eu sabia que meus pais não tinham como me dar. Mas eu fui feliz minha vida inteira com o que eu tinha, conhecendo o que eu conhecia. Como eu decidi que queria conhecer outras pessoas e sair do Alaska é história para outro dia, mas o fato é: Eu queria alguma coisa. Eu estava feliz conhecendo todas essas pessoas, e a minha frustração me fez pensar que eu deveria esquecer Ken. Mas esquece-lo porque era doloroso? Era só olhar para esse colar e recordar os sorrisos da pessoa que o me deu.

Esperei por uma dor que não veio, no lugar, senti meu corpo se chocar com um peitoral definido. Abri os olhos lentamente, o moreno estava de olhos fechados gemendo de dor nas costas, mas eu ignorei. Pela primeira vez na minha vida, eu ignorei alguém.

Localizei o colar a alguns metros e me rastejei em sua direção, sentindo meu corpo mole e o coração disparado. Porque meus membros estavam tão moles? Assim que o alcancei, me envolvi com ele em uma espécie de abraço, me sentindo aflita.

– Ei? – Uma folha caiu no mesmo instante em que me viro para fita-lo, minha visão fica turva e eu já não vejo mais nada.

「Céu」

Assim que minha consciência volta, abro os olhos e pestanejo algumas vezes, até minha visão voltar ao normal. Novamente, tudo estava branco e eu me fiz aquela velha pergunta: Céu ou enfermaria?

– Está melhor, encrenqueira? – Vi o garoto de cabelos vermelhos à minha frente, sentado em um banco me observando. Concluí que estava no céu.

– Bem melhor – Acabo sorrindo, estava com o corpo completamente relaxado e a mente tranquila.

– Se atirar de uma janela senhorita Ailyn? – Ele ergueu uma sobrancelha, seus braços estavam cruzados.

Que tolice a minha. Porque eu havia pulado de uma janela? Simplesmente não fazia sentido algum pular de uma janela. Mas o motivo não havia sido o...

– Meu colar! – Ergo meu corpo e sinto uma ruga se formar em minha testa. Meu coração batia aceleradamente.

– Aqui.

Castiel aponta em direção ao meu coração, e lá eu encontro o pequeno ursinho. Deixo meu alivio formar um sorriso em meus lábios.

A enfermaria era uma mistura de branco com verde. Eu estava em uma cama com a mesma roupa na qual saí de casa, coberta por um lençol fino e os cabelos longos esparramados pelo lugar. Encosto-me novamente, já calma, me permitindo sentir a brisa da janela aberta ao meu lado.

Sem nenhum motivo especifico, sou surpreendida por Castiel, que cola seus lábios nos meus rapidamente e depois se afasta. Já de pé, acena e vai embora.

Suspiro profundamente, me acostumando com o fato que Castiel sempre sumia, como se ele tivesse algo importante para fazer, e sempre se esquecia. Começo a ouvir sons vindo da entrada e por mera curiosidade vou até a porta cuidadosamente, sentindo meu corpo fraco. Era ele. A pessoa que tem causado tumulto em minha vida.

– Está melhor? – Ele passou pela porta, ainda com os olhos em alguma coisa no corredor, depois me fitou com seus olhos verdes.

– Sim, mas... – Fiquei frustrada, incapaz de dizer o que eu realmente queria para aquele garoto.

– Então está bem – Ele fez menção de sair, mas por impulso o puxei para dentro da enfermaria. O moreno pareceu surpreso e ligeiramente irritado, coisa que incitou a minha vontade de desembuchar.

– Espera – Parei, surpresa por realmente tê-lo feito. – Porque você está me importunando afinal? Eu não fiz nada para você.

– Não fez? – Ele riu, sarcástico. Enquanto isso eu lutava contra um conflito interno. Um lado queria fugir e o outro exigir explicações. Fitei-o por um instante, surpresa por ele parecer lutar contra algo dentro dele também.

Fiquei pensativa por um instante. Eu certamente não havia feito nada demais. O conheci em um baile, e foi ele quem roubou um beijo terno de meus lábios, e não eu. Será que meu beijo fora tão ruim que ele me condenava por isso?

– Eu ao menos conheço você.

Eu havia selecionado as palavras com cuidado para não ofende-lo e para que elas fossem justas. Mas porque agora ele estava me encurralando em uma parede? Ele estava claramente irritado, me espremendo contra a parede. Uma de suas pernas se enroscou com a minha, e eu me encolhi. Tentei afasta-lo, mas ele como sempre era mais forte que eu. Escapo por baixo dos seus braços, no instante em que Rosalya entra na sala.

– Ailyn – Diz ela aliviada ao me ver. Pensei que ela poderia se irrtar com o moreno, mas não aconteceu. No lugar, ela apenas disse – Olá Kentin.

– Olá Rosa – Diz ele intimamente, com um sorriso travesso.

– Você cresceu bastante,- Ela sorri. A essa altura eu já não entendia mais nada. - a quanto tempo está na cidade?

– Desde os jogos dos HotShots – Ele dá de ombros. – Não tive tempo de te cumprimentar.

Enquanto eles conversavam animadamente, eu simplesmente entrei em choque. As palavras que saiam dele me acertavam como um tapa carregado de realidade, e as de Rosalya faziam meu coração saltar. Senti meu café da manhã implorando para voltar, enquanto minha cabeça insistia em girar. Sem pensar muito, meus pés me impulsionam para frente e eu corro da enfermaria. Desço as escadas escutando passadas rápidas e pesadas atrás de mim, mas principalmente nessa hora, eu tinha que ser “a mais rápida”.

Permito-me olhar para trás por um instante, e lá está ele, correndo atrás de mim. Ele era rápido, de forma que me concentrei em continuar correndo. Pelo visto, fiquei na escola até tarde, pois não havia nenhum aluno. Aquilo havia passado de uma confusão de sentimentos para um joguinho de gato-e-rato. Entro em uma sala e fico diante de uma mesa. Era o grêmio estudantil e eu estava presa. Logo o moreno adentra a sala e fecha a porta.

– Porque está fugindo Ailyn? – Meu corpo inteiro se arrepiou. De fato, não fazia sentido. Mas por alguma razão eu estava tremendo de medo dele, como se ele fosse um lobo.

– Eu... – Não queria dizer, mas eu estava confusa. Kentin não era o nome de Ken?

Nós dois ouvimos passos vindo na direção do grêmio, e fico parada, mas logo sou forçada a me abaixar e esconder atrás de uma mesa por Kentin. Tento falar mas ele cobre minha boca e faz “shii” com o dedo. Eu queria muito sair dali, ficar espremida com Kentin não era uma das coisas que eu mais queria agora, é pior que brincar de montinho com meu pai.

– Nath, vamos fazer isso aqui mesmo? – Ouço a voz de Melody, baixa e atraente de alguma forma.

– Calada, sei que você quer tanto quanto eu – Mais familiar ainda, é a voz de Nath, que não vi desde o baile.

Olhei para Kentin apreensiva, sentindo falta daqueles óculos dele, porque agora estávamos próximos demais e me sentia aflita por gostar tanto daqueles olhos que só me maltrataram até agora. O som de palmas em cima da mesa em que estávamos nos assustou, mas o que mais me fez sentir mal foram os gemidos que aconteceram a seguir.

Eu não entendia quase nada do que estava acontecendo, mas meu corpo pareceu entender pois lágrimas quentes brotaram de meus olhos, inundando minha visão. Os gemidos ficaram mais altos, e através dos olhos verdes do moreno pude ver que eu ia iniciar uma choradeira barulhenta, eu estava assustada. Sem querer, soltei um miado baixo – parecido com um nya – que era uma tentativa de abafar o choro, mas minha voz em si já estava chorosa.

– Que barulho foi esse? – Ouvi Nath dizer.

– Quem se importa? – Beijos estalados foram dados, depois ela acrescentou – Continue, estou quase lá.

Não ia dar, eu ia chorar. Porque Nath estava fazendo isso? O que aconteceu com ele? Esse não era o homem que eu conheci a um ano atrás.

O corpo de Kentin se agitou ao se inclinar em minha direção. E então ele continuou lentamente, muito lentamente a se aproximar, como se estivesse com medo de que eu fugisse – embora ele mesmo estivesse me prendendo com os braços – e a cada segundo me sentia estranha com a visão embaralhada de um Kentin muito próximo para que eu pudesse ver com clareza.

Abaixei a pálpebra, sabendo o que viria, e por algum motivo aceitaria o que viesse. E então nossos lábios se tocaram, tão suave quanto as lágrimas que terminavam de descer pelas minhas bochechas. Eu sabia que ele não me beijava por nenhum motivo especifico, mas meu saber não se igualava ao que eu sentia quando ele o fazia. Porque ele sempre me beijava parecendo realmente estar querendo fazer aquilo?

O beijo ganha intensidade, e naquele momento nada mais tinha importância para mim, nada existia a não ser os lábios do moreno. Senti-me estranha enquanto sua língua tocava na minha, como se fosse certo e errado ao mesmo tempo, mesmo com todos os beijos até agora – mesmo que roubados – nenhum se igualava ao dele.

Meus ouvidos já não escutavam aqueles sons destrutivos para mim, Kentin havia me protegido de alguma forma, e eu estava agradecendo com meus lábios.

– Vamos embora – Ouço Nathaniel dizer como uma alfinetada que me tira da bolha que Kentin tinha me envolvido.

A porta bate com um estrondo, e Kentin interfere o nosso beijo e se afasta. Sem me machucar ou tocar, sai de baixo da mesa. Eu ainda fico lá, sentindo meu corpo quente demais e com vergonha demais para encara-lo.

– Vamos, temos que sair. – Diz friamente.

Ele já estava em frente a porta quando finalmente saio. Com meus sentimentos embaralhados, desejei que ele ao menos tivesse sentido a mesma coisa que eu. Porque ele me proporcionava algo que ele não podia sentir?

O impeço de ir, segurando-o pelo casaco. Ele se vira para mim, com uma dúvida estampada nos olhos, mas por um breve segundo – mesmo que muito breve – o vi corar.

– Kentin é Ken não é? – Indaguei, confusa.

– Não me chame mais por aquele apelido estupido. – Ele diz enquanto se livra do único toque que nos liga, que são as minhas mãos.

– Ken...tin disse que ia voltar, e eu estou feliz mas – Abaixo a cabeça suavemente, raciocinando – Você mudou. Não reconheci você... Me desculpe.

– É, - ele bufou – Nem acredito que já gostei de você, é tão fácil quanto todas elas!

Kentin agita os braços, indicando a saída, como se mostrasse o colégio.

– Fácil? – Perguntei mais confusa ainda. Já não entendia do que estávamos falando.

– Aposto que foi assim que o presidente te levou pra cama – Ele afirmou furiosamente – Você nunca entende nada!

Enquanto eu me enterrava em duvidas, apenas o deixo sozinho na sala. Precisava ir para casa. Eu não entendia e estava com medo de entender, uma vez que meu corpo me mandava correr como legitima defesa. Senhor Luvinhas me vê saindo e corre atrás, deixando o garoto que mais me proporcionou sentimentos para trás.


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Notas finais do capítulo

OK, PODEM ODIA-LO! MAS UM DIA ENTENDERAM A VERDADE!
Querem o proximo cap com a visao do Kentin ou a continuação da fic?