1.03 – First Case

– Conversamos depois. – Scarlett disse, se virando para Derick, que deu um sorriso forçado e foi caminhando em direção a porta. – Então, podem continuar a contar. O que devemos fazer? – perguntou a detetive aos meninos.

– Eu e Sam vamos continuar investigando isso. Você pode ficar fora dessa. – disse Dean.

– O que? Não. Nem pensar. – disse Scarlett, negando não participar do caso.

– Detetive, seria o melhor se você não se metesse nesses assuntos. – Explicou Sam.

– Bom, eu já me meti. – ela disse, se afastando dos meninos.

Scarlett se virou para eles novamente, enquanto os olhava pensante.

– Me liguem quando achar alguma coisa. Caso contrário, prendo os dois. – ela disse, dando um sorriso sínico.

– Droga! – extravasou Dean, olhando para o irmão caçula.

[...]

Scarlett chegou na delegacia com um copo de café em mãos. Sentou na cadeira em frente a sua mesa e rapidamente pesquisou pelo nome de Hugh Cooper.

Algumas coisas apareceram, sobre a fábrica onde ele e o pai trabalhavam. Fotos eram abertas, algumas mostravam o rosto de Hugh e de Ian Cooper. 

Foi interrompida de seus pensamentos por seu telefone, que acabara de tocar.

– Detetive Delaney. – ela disse, atendendo a chamada.

– Olá Scarlett, aqui quem fala é Thom. Da imobiliária. 

– Ah, claro. Que horas podemos nos encontrar hoje? – ela perguntou, se encostando na cadeira e deixando que seu corpo relaxasse.

– Que tal agora? Estou na frente da delegacia. – Thom disse, animado.

– Ótimo, estou indo. – disse a detetive.

 Scarlett pegou sua bolsa e fechou todas as páginas da internet que havia aberto. Logo, saiu da delegacia, encontrando Thom do lado de fora.

[...]

– Então, achou alguma coisa? – perguntou Dean, encarando Sam mexer no computador.

– Bom, ao que tudo indica, Ian Cooper. 

– Quem é esse? – perguntou o loiro, sem entender.

– É o pai de Hugh, o cara que queimamos ontem. Parece que ele tinha uma vida bem fácil com o filho. – perguntou Sam.

– Ta, mas por que ele faria isso? 

– Talvez esteja revoltado. Até mesmo conosco. Porque queimamos o corpo do filho e não deixamos que Hugh tivesse terminado o trabalho. – disse Sam.

– Trabalho? Como assim?

– Todas as pessoas que morreram estavam ligadas aquela fábrica. De alguma forma estavam. Então, há uma certa ligação nisso. 

– Ta, então as pessoas estão morrendo por nossa culpa? 

– Não tocas, mas as últimas sim. – disse Sam.

– Ótimo, vamos esperar anoitecer. – disse Dean, antes de beber sua cerveja.

– Espera. Não vamos ligar para Scarlett? – perguntou Sam.

[...]

A detetive analisava cada canto do apartamento que estava vendo com Thom.

– É perfeito. Esse mesmo que eu quero. – ela disse, sorrindo. 

– Ótimo, fico feliz que tenha gostado. Eu vou preparar os papéis.

Nesse momento o telefone da detetive tocou. 

– Detetive Delaney. 

– Scarlett, é o Sam. Só para avisar que hoje nós vamos no mesmo cemitério de novo. Descobrimos quem era. – disse o Winchester mais novo.

– Ótimo, e quem era?

– Ian Cooper. – ele disse.

– Sabia! – ela gritou.– Ótimo, não entrem sem mim. – ela disse, desligando sem esperar resposta.

[...]

Já eram 00:00. Os Winchesters esperavam ansiosamente que Scarlett chegasse. E quando finalmente o carro dela apareceu, eles suspiravam tensos.

– Então, vamos? – perguntou Scarlett, animada.

– Espera. – Disse Dean. – Você quer mesmo entrar? – ele perguntou.

– Óbvio. – respondeu a detetive. 

– Não achamos que seria bom para você. – disse Sam. – Estamos trabalhando com hipóteses. Se não for Ian Cooper mesmo o culpado, isso pode se virar contra você. Não queremos isso.

As últimas palavras deixaram que Scarlett pensasse melhor. Mas ainda sim, ela achava certo entrar lá e acabar com isso de uma vez.

– Eu estou aqui para ajudar, e é exatamente isso o que eu vou fazer. – ela disse, subindo no muro e pulando logo em seguida.

Os Winchester se olhavam, quase não acreditando na agilidade da detetive, então, os dois pularam também.

Andavam lentamente pelo cemitério, enquanto Scarlett ainda tinha um pouco de medo.

Sim, ela sabia que era medrosa mas mesmo assim ainda se arriscava. Uma coruja passou voando sobre a cabeça dos três, fazendo Scarlett gritar.

Dean e Sam gargalhavam.

– Aqui, é esse. – apontou Sam.

– Ótimo, fique sentada ai para não sujar a roupinha. – disse Dean, enquanto pegava uma pá e começava a cavar com Sam.

Scarlett se sentou no chão, enquanto olhava desesperadamente para todos os cantos.

Demorou um tempo até os meninos acharem o caixão de Ian. A detetive se levantou, enquanto olhava cada canto. Em um breve momento, ela sentiu um vento passar atrás dela, fazendo com que a mesma olhasse para trás assustada.

– O que houve? – perguntou Sam.

– Não sei, senti algo. – ela disse, olhando para os Winchester.

– Deve ser uma impressão. – disse Dean.

– Ou não. – falou Sam, abrindo o caixão. – Vamos logo terminar com isso.

Mais uma vez, Scarlett sentiu algo atrás dela e quando olhou, encarou o rosto pálido de Ian na sua frente.

– Dean. Sam. – ela os chamou, sem tirar os olhos de Ian.

Sem esperar que os Winchester olhassem, o fantasma atirou a detetive para longe, fazendo com que ela batesse seu corpo na árvore e caísse logo em seguida no chão.

Dean sacou sua arma do bolso enquanto Sam jogava sal no corpo, dentro do caixão.

Ian tirou a arma de Dean, com um forte tapa e logo disparou o Winchester mais velho para longe. 

Scarlett atirou no fantasma, fazendo com que Ian sumisse e aparecesse na sua frente.

Ele segurou o pescoço da detetive, enquanto a levantava no ar, a sufocando.

Sam tacou fogo no corpo, matando Ian de uma vez por todas,  fazendo com que Scarlett caísse no chão aliviada e os três se olhassem.

– Essa foi por pouco. – disse a detetive, tentando recuperar o ar. 

– Você está bem? – perguntou Sam, indo até ela e a segurando de lado.

– É, só com um pouco de dor. – ela disse, sem graça.

– Depois de uma semana isso passa. – disse Sam, sorrindo enquanto fitava os olhos de Scarlett, a envergonhando.

– Então, acho melhor taparmos isso. – disse Dean, chamando a atenção dos dois. 

– É, claro. – disse Sam. – Consegue andar? – ele perguntou à Scarlett, enquanto a soltava.

– É, foi só um susto. Consigo pular mais dez muros se for preciso. – ela disse, sorrindo.

Sam sorriu, a olhando ainda mais. 

Quando percebeu que aquela situação estava ficando constrangedora, foi até Dean, ajudando o irmão a tapar o buraco que haviam cavado. Enquanto isso, o Winchester mais velho pensava no que estava passando pela cabeça de Sam.