Laura E Edgar - Uma Outra História escrita por Cíntia


Capítulo 6
Discussão


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é dedicado a todas vem comentando e me animando a escrever essa história. Espero que gostem.



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Por Laura

Eu ainda tentava me recuperar do susto enquanto meu coração parecia querer sair do peito. Não sabia o que fazer quando os gritos do Edgar estouram em meus ouvidos. Era evidente que estava com muita raiva, ele não era de agir assim. O meu primeiro impulso foi rebater o seus insultos, talvez fosse o que ele merecia. Mas resolvi me acalmar e tentar não tornar nossa conversa numa discussão, estávamos em um local público e isso não seria bom para nenhum dos dois:

- Edgar, desse jeito não da para conversar, estamos próximo ao meu local de trabalho. É melhor deixarmos para outra hora quando você estiver mais tranquilo- falei calma mas firme

Ele ainda me olhava furioso, eu começava a virar minhas costas para ir embora, quando Edgar segurou meu braço, me forçando a olhá-lo.

Só que dessa vez a minha expressão era diferente, ele não devia ter me segurado, foi como que se partisse a fina barreira que tentava conter o meu rancor, eu já não conseguia mais prender meus sentimentos:

- Como outra hora? Você não vai fugir, Laura. - disse ele ríspido, mas ao notar o meu olhar contorcido de raiva, pareceu ter se arrependido do seu gesto e das palavras, mas não tinha como voltar atrás

- Eu não estou fugindo! Você é que está me incomodando após meu trabalho! Sim, eu voltei, estou morando no Rio... Edgar, nós estamos divorciados... Não sei porque teria que lhe informar qualquer coisa. Você não é meu dono e nem da cidade. - falei bem acima do meu tom habitual

- Você … não … -ele gaguejava- sabe o que está dizendo. Durante todo esse tempo eu venho fingindo, sua mãe me pediu, e as pessoas não sabem que estamos divorciados. Finjo que ainda sou seu marido, que você está doente e se tratando no interior. Tem ideia de como é? Sabe o que deixei de fazer por causa disso? E fiz para te proteger!

- Você quer que eu te agradeça? Edgar, eu não te pedi isso, se você atendeu o pedido da minha mãe é por que quis! Não queria que você mantivesse essa mentira!

- Laura …. isso...- ele voltava a gaguejar

- Não dá para conversar assim. Não com a gente desse jeito, estamos fazendo um espetáculo na rua- eu estava voltando a razão

- Claro... – ele se recompôs - eu já falei tudo o queria Fique tranquila, você não será mais incomodada- ele ainda estava nervoso, mas conseguiu segurar o seu tom falando de maneira quase fria

Depois foi embora, eu esperei alguns instantes, mas também segui o meu caminho, mesmo sendo invadida por vários pensamentos e emoções.

A nossa conversa fora pior do que imaginara. Não esperava ver Edgar tão perturbado. Não pensava que ouviria e falaria palavras tão duras. O meu alento é que poderia ter sido pior, meu filho poderia estar comigo. E um dos meus piores pesadelos é que ele visse eu e Edgar brigando daquele jeito.

Ainda estava alterada quando cheguei a pensão. Desabafei com Celinha, ela disse que as coisas se resolveriam, que meu próximo encontro com Edgar seria mais fácil. Mas suas palavras só tiveram um efeito momentâneo. Pois após sua saída, uma aflição voltou a tomar conta de mim.

Felizmente, eu encontrei forças e consegui disfarçar isso do Toninho. Enquanto ele tomava banho conversei e brinquei com ele. Somente o meu filho conseguiria colocar um sorriso verdadeiro em meus lábios naquele momento.

O tempo que passava com ele tinha um efeito calmante em mim. Essa noite ele me pediu que cantasse, com ele , eu não tinha vergonha e soltava minha voz em lindas canções de ninar que embalavam o seu sono. Não havia nada melhor e mais recompensador do que vê-lo adormecer em meus braços. E mesmo nesse dia difícil pude dormir tranquila abraçando meu anjinho adormecido. Ele estava bem e parecia feliz, eu devia ter feito a coisa certa quando resolvi escondê-lo e criá-lo longe daquela confusão.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Alguma sugestão? Não deixam de comentar e deixar sugestões, elas são realmente importante para mim.