Laura E Edgar - Uma Outra História escrita por Cíntia


Capítulo 38
O homem mais feliz do Universo


Notas iniciais do capítulo

Então, muito obrigada pelos últimos comentários, eles me animaram muito a escrever. Mas a minha dedicatória especial vai para IsisvalverdeFC, que recomendou a minha história. Valeu, sua recomendação me deixou tão feliz.



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Por Edgar

Eu estava em meu escritório nervoso, esperando Laura voltar da sua consulta. Queria ter ido, mas ela disse que preferia ir sozinha, tinha medo do meu comportamento, já que estava ansioso demais. E fiquei até com certo ciúme de um médico a examinando daquela forma. Ela não quis procurar o pai. Disse que seria constrangedor dizer a ele que havíamos voltado há tão pouco tempo (a noite anterior) e que ela já desconfiava de uma gravidez...

Eu estava nas nuvens. Não podia acreditar que Laura e eu havíamos conversado sobre os nossos problemas, falamos sobre os nossos sentimentos, e já estávamos pensando no futuro com um bebê a vista. Eu seria pai novamente, e dessa vez, acompanharia desde o início, veria a sua barriga crescendo e nosso filho nascer. Era um sonho... Claro que ainda dependia do que o médico falaria. Mas depois de tantos problemas, nós merecíamos essa felicidade.

Laura chegou com um olhar que eu não consegui decifrar:

– E então? – perguntei impaciente

– Sim. Estou mesmo grávida, Edgar – ela abriu um lindo sorriso, não consegui me conter, e a abracei, rodopiando a no ar.

– Sério? – eu parei de girar, ela fez que sim com a cabeça e eu a beijei – Então é oficial, sou o homem mais feliz do Universo!

Depois nos sentamos na cadeira com ela em meu colo, meus braços estavam a sua volta, ela ficava tão pequenina assim, meus braços pareciam cobrir todo o seu corpo, eu tinha a ilusão que ela estava completamente protegida por mim. Ficamos dessa maneira, enquanto trocávamos beijos e outras carícias, planejávamos o futuro, falaríamos com Antônio a tarde, e depois eles mudariam para cá.

Nós levamos nosso filho ao parque e nos divertimos muito. Pela primeira vez, erámos uma família de verdade, sem nenhum ressentimento nos separando. Quando voltamos a casa, nosso menino estava muito feliz e o chamamos para uma conversa séria:

– Toninho, eu e o Edgar temos uma coisa para te contar. É algo muito importante. Edgar? – eu deveria falar, mas fiquei mudo, estava com medo, só conseguia olhá-lo emocionado.

– Vocês vão se casar? – perguntou Toninho direto quebrando um pouco da tensão, eu e Laura rimos, não esperávamos por isso.

– Não.. é que... não é bem isso, Antônio. – falei gaguejando, olhei para Laura, precisava da ajuda dela, e ela colocou nosso filho no colo.

– Toninho não é bem isso, meu amor. – ela o acariciava – Lembra quando você me perguntou sobre o seu pai, e eu falei que te contaria depois? Bem ... eu e seu pai nos amamos muito. Mas nós estávamos tristes, e nos separamos. Só que a mamãe não sabia que você, que ainda era só uma sementinha, estava dentro de mim. Seu pai também não sabia. E quando você nasceu a mamãe começou a ficar mais feliz, você foi crescendo , até que resolvi que era hora de você e seu pai se conhecerem. – ele estava curioso com essa história, e ela olhou para mim, acho que já podia falar.

– Antônio, eu te amo tanto. Você é o menino mais encantador do Mundo, é o melhor garoto do Universo... Bem ... eu sou o seu pai. E tenho muito orgulho disso. – segurei o meu choro, e ele me olhou assustado.

– É verdade, filho, o Edgar é o seu pai. – Laura falou carinhosa, ele ainda parecia confuso, e eu começava a ficar preocupado – Dá um abraço nele! – ela o colocou no chão

Receoso, ele até veio até a mim e me abraçou. Não consegui me conter e deixei as lágrimas caírem, mas quando encerramos o nosso abraço, as enxuguei, não queria confundi-lo mais. Ele já me olhava sorridente, parecia mais animado:

– Eu gosto de você, Edgar. Você é supimpa. Então é o meu pai? –ele passava a mão no meu rosto – Você é parecido comigo. - ria

– Sim, sou - eu ri e o coloquei em meu colo - Nós somos realmente bonitos, não é?- olhei para Laura e percebi que ela chorava

– Eu tenho que te chamar de pai agora, Edgar?

– Eu adoraria, Antônio. Mas se você não conseguir ainda, não é obrigado. Me chame de pai quando quiser. – ele acabara de saber que eu era o seu pai, não queria pressioná-lo, apesar de querer muito ouvi-lo me chamar assim.

– Tá certo, Edgar. – ele falou simples

– E eu posso te chamar de filho, Antônio?

– Pode. Se você quiser. – ele sorria encantador

– Então ... meu filho. – falei e o beijei

Laura se aproximou da gente, já havia se recuperado e disse sorridente:

– Tem mais uma novidade, filho. Nós vamos morar aqui com o Edgar. O que você acha disso?

–Supimpa. Aqui é bem mais bonito que a casa da Isabel. –ele parecia feliz e depois perguntou curioso – E você e o Edgar não vão se casar? – ele parecia confuso, sabia que a mãe era divorciada

– Nós já somos casa... – eu respondia praticamente no reflexo, mas Laura me interrompeu.

– Filho, eu e seu pai nos amamos. A gente está muito feliz agora, e vamos voltar a morar juntos. Nossa situação é complicada, é coisa de adulto, você não vai entender. Mas resolveremos isso... Bem pensa assim.. pensa que nós somos casados – ela deu um beijo carinhoso nele e continuou – Agora vai contar a Matilde a novidade. Diz que você vai morar aqui. – ele saia animado, mas o segurei, o beijei e disse.

– Antônio, já pode pensar nos brinquedos que você quer ter em seu novo quarto. –ele sorriu contente e saiu

– Então, ele percebeu uma coisa que nós não tínhamos pensado, Edgar. –falou Laura

– O que?- não entendia aonde ela queria chegar

– A nossa situação. Você não vai se casar comigo?- ela perguntou serelepe

– Laura, nós já somos casados.- falei sério – Não podemos nos casar de novo, nem.... –ela me interrompeu

– Tá recusando o meu pedido? Sou uma moça de família. Olha que vou pedir uma reparação – ela sorria colocando a mão na barriga – Eu sei que não podermos nos casar mais, Edgar... mas temos que revogar esse divórcio antes que o bebê nasça. Não acha?

– Tá bom, já que estou correndo o risco de um processo, eu aceito o pedido. – falei brincando e a beijei , depois sussurrei em seu ouvido – Eu cuido da revogação, meu amor.

Antônio e Laura se mudaram para cá. E acho que exagerei um pouco, acabei comprando coisas demais para ele. Laura dizia que o estava mimando muito. Mas queria fazer isso, finalmente ele sabia que eu era o seu pai, queria dar todos os brinquedos e os livros que não dei em 5 anos.

Nós passamos a desfrutar uma rotina familiar de verdade. Fazíamos as refeições juntos, o levávamos para passear, brincávamos, levávamos e buscávamos nosso filho na escola, o colocávamos para dormir. E Laura eu podíamos ser carinhosos, não precisávamos mais disfarçar.

Eu colocava alecrim para Laura em nosso quarto todos os dias. Nossas noites eram tórridas, ainda tinha medo de machucá-la ou ao nosso bebê, mas ela dizia que estava tudo bem, que não lhe fazia mal, ao contrário. Mas mesmo assim, tentava ser mais cuidadoso com ela, amá-la de maneira mais calma. E a verdade é que ela parecia estar sempre querendo mais... Até que não achava isso ruim.

Também conversávamos muito. Ela falava bastante do projeto que desenvolvia com o pai. Eu havia me tornado um dos patrocinadores, e era sempre bom ouvi-la, como tinha orgulho dela e dessa nova escola que ela montaria. Falávamos muito sobre nossos filhos, sobre Antônio e suas gracinhas, suas espertezas. Sobre o novo bebê... eu podia pegar em sua barriga, beijá-la. Notar o seu crescimento, Laura dizia que não dava para perceber nada ainda, mas para mim dava, ela parecia estar cada vez maior. Nosso filho estava lá dentro, ele ainda não se mexia, e eu queria tanto senti-lo se mexer.

Decidimos não divulgar a gravidez ainda, pelo menos até que pudéssemos explicar ao Antônio, conversar com calma sobre o novo irmão. Ele ainda se acostumava à nova rotina. E também tinha o fato de não termos uma situação regular, ainda éramos oficialmente divorciados. Por enquanto, somente Guerra, Celinha e Isabel sabiam disso. Acredito que Matilde também já havia percebido. Entretanto a nossa reconciliação era de conhecimento geral. Pelo menos os nossos parentes sabiam, e pareciam satisfeitos. A verdade era que principalmente para D. Constância era um alívio não ser mais ligada a uma divorciada.

Um dia levei Antônio para conhecer meus pais. Laura iria comigo, mas estava enjoada por causa da gravidez, e concordamos que era melhor que eu o levasse sozinho. Meu pai nunca quis conhecer Melissa, mas fez questão de conhecer o neto. Eu sabia porque, e esse motivo me entristecia. Antônio era filho legítimo. Melissa não.

Tanto seu Bonifácio quanto D. Margarida o adoraram. Ficaram impressionados com sua doçura e inteligência. Além do fato dele ser tão parecido comigo, eles comentavam que era como me ver menino. Percebi o quanto principalmente meu pai ficou satisfeito com isso. O seu neto era bonito, muito bonito. E isso parecia bem importante para ele.

Um dia, estava visitando a minha filha Melissa, contei algumas histórias a ela, e notei certa tristeza. Já havia contado que Antônio era seu irmão. Mas eles ainda não tinham se encontrado depois disso.

Catarina me informou que faria uma turnê, e passaria a semana fora. Seria uma boa oportunidade, conversaria com Laura sobre ela dormir em nossa casa nessa semana.

A verdade é que havia algo mais, Catarina insinuara que depois que Laura e Antônio passaram a viver comigo que eu tinha abandonado Melissa. As minhas visitas a minha filha realmente tinham diminuído um pouco. Meu tempo estava corrido, tinha Laura, o novo bebê, e eu tentava ficar mais próximo de Antônio. Queria deixá-lo à vontade, queria que ele enfim me chamasse de pai. Será que com isso, Melissa se sentira abandonada? Começava a me sentir culpado por sua tristeza.

Tinha certeza que Laura concordaria e nessa semana que Melissa passasse em casa, ela perceberia que era querida e amada pela gente, que fazia parte da família. Eu mal podia esperar para recebê-la em nossa casa. Seria toda a minha família reunida.


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Notas finais do capítulo

Foram momentos familiares, espero que tenham gostado. E então gostaram? Não deixem de comentar, seus comentários sempre me animam a escrever mais.