Laura E Edgar - Uma Outra História escrita por Cíntia


Capítulo 30
Depois


Notas iniciais do capítulo

Meninas, escrevi esse capítulo com todo carinho, e incentivada por seus comentários, obrigada. Também fiquei muito feliz com a recomendação que a história recebeu. E por isso dedico esse capítulo especialmente a Gilvania Barros, que recomendou a história. Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/342481/chapter/30

Por Edgar

Laura está envolvida em meus braços. É muito cedo, ainda está escuro, mas já estou acordado. Ela dorme tranquila, e eu não quero despertá-la, assim continuo abraçando-a.

Quem me dera que as coisas pudessem ser sempre assim, com ela protegida em meus braços, ou conosco fazendo amor como nessa noite.

Mas não é. Nós temos muitos problemas, e mesmo a amando tanto, sabendo que somente com ela seria feliz, a minha teimosia não me deixa esquecê-los.

A nossa noite foi sublime. Eu a queria tanto e ela também. Apesar das coisas terríveis que passara ultimamente, ela estava tão decidida. E eu não resisti, mas deveria ter resistido, isso poderia complicar as coisas e eu sabia quão frágil ela estava naquele momento.

Comecei a tocá-la com urgência, mas logo dominei a minha pressa, ela estava toda machucada, tanto no corpo quanto na alma, não era assim que devia ser tocada, nem era dessa forma que a queria tocar.

Eu queria protege-la, cuidar dela, curá-la, ela estava frágil e queria lhe dar segurança. Então consegui reverter a minha reação para a calma. Não havia pressa mesmo. Eu queria ver e tocar o seu corpo, queria curar as suas feridas e tirar a sua dor. Ela estava linda, tão doce.

E a sensação de estar com ela, de tê-la em meus braços, de unir os nossos corpos foi transcendental. Eu me senti tão bem, tão feliz, tão conectado a ela.

Mas agora algo me incomodava, sei que a situação não poderia continuar assim. Eu ainda tinha aquela mágoa em meu peito, e ela a preocupação pelos meus atos do passado. E senti que a enganara, num momento em que ela estava tão frágil, necessitando de mim. Ainda não estava preparado para perdoar, e isso me doía.

Lembrava da outra noite maravilhosa que passamos juntos e da manhã seguinte em que brigamos, pois eu não estava preparado para aceitar que ela tivera o filho de outro, que no fim era meu, mas que não sabia.

Ela ficara tão irritada, não queria que ela ficasse assim novamente, não queria quebrar esse momento feliz, não queria atrapalhar a nossa relação, a minha aproximação com nosso filho. Não queria brigar, aquelas brigas horríveis que me afastariam novamente dela e de Antônio, podendo colocar todo esse tempo que estivemos juntos a perder. Eu não conseguiria ficar distante deles novamente.

Mas sabia que se ela notasse a mágoa que ainda existia em mim, se a gente conversasse sobre isso, e os outros problemas, as coisas iriam se complicar.

Então fui covarde, não a esperei acordar. Me levantei, catei minhas roupas com cuidado para ela não despertar e fugi.

Só esperei Matilde aparecer e inventei uma desculpa, disse que precisava fazer algo urgente e pedi que ela cuidasse de Laura e Antônio.

Fiquei aflito durante todo o dia. Me sentia um cafajeste. Imaginava Laura acordando sozinha, ainda mais nesse momento difícil que passava. Imaginava ela frágil, solitária e decepcionada. Eu fora um imbecil, era o mais covarde dos covardes. E com isso provavelmente estragara tudo, primeiro por ceder a minha vontade, ao amor e a atração que sentia por ela, e camuflar a minha mágoa, depois por não conseguir enfrentar as consequências do meu ato.

Após tanto debater, eu não conseguia mais lidar comigo mesmo, resolvi procurá-la, e fui até a casa de Isabel. Eu a vi e quando ela me olhou não me parecia brava:

– Boa tarde, Edgar.- ela falou firme

– Boa tarde – dei um sorriso amarelo ... e nós ficamos mudos, ela parecia esperar eu falar – Me desculpa! Eu fui um covarde em te deixar. Eu não consegui lidar .... Mas temos que conversar sobre nossa noite!- falei intenso

– Edgar ... não precisa. Você não está preparado, eu sei. Não precisamos falar. – ela parecia tão esclarecida, era tão surreal, estava tão sábia, e despojada.

– Laura ... mas ...

– O mais importante é Toninho! Não quero que nada estrague a aproximação de vocês, não quero brigar com você e colocar tudo a perder.

– E o que aconteceu, vai ficar assim como se fosse nada? – eu não conseguia acreditar no que ela dizia, como encarava tudo com tanto desprendimento.

– Edgar ... a nossa noite foi importante, nós precisávamos e queríamos aquilo .... –ela sorria sensata – E foi maravilhosa. Me fez tãooo ... bem. Agora não precisamos torná-la um problema. Aconteceu, e não quero que atrapalhe as coisas. Se acontecer de novo ou não, vai continuar tudo bem. Mas não precisamos desmembrar, e examinar isso detalhadamente – ela parecia tão calma.

De certa forma, aquelas palavras me aliviaram, ela olhava tudo de maneira tão simples. Não sei se as coisas eram tão singelas assim. Mas se ela as via daquela maneira, eu estava disposto a tentar ter essa visão. Eu a amava tanto. E também amava imensamente Antônio. Queria muito ficar perto deles, mesmo que ainda existissem mágoas e outros problemas a nossa volta... Assim, era melhor não brigar...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então,a situação não está totalmente resolvida né? Mas achei interessante Laura ter uma reação sensata a tudo. O que acharam? Gostaram das suas palavras e certa ousadia da Laura? E os sentimentos de Edgar?
Como sempre digo, deixem as suas opiniões, comentem, recomendem isso me anima a escrever mais e mais rápido.