Laura E Edgar - Uma Outra História escrita por Cíntia


Capítulo 28
Tentação


Notas iniciais do capítulo

Meninas, os últimos comentaram me reanimaram. Muito Obrigada. Esse capítulo é dedicado a todas que comentaram.



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Por Edgar

Quando Laura chegou, percebi uma nuvem preta em cima dela e do nosso filho. A situação era difícil para ela, para Antônio e para … mim. Já que era muito doloroso vê-los daquela forma depois de terem sofrido tantos preconceitos e injustiças.

Eu devia … queria... protegê-los desse mundo e das pessoas cruéis. E tinha uma sensação de impotência ao ver que não conseguia...

Mas pelo menos eu … nós … conseguimos virar um pouco essa mesa. Mesmo com tantos problemas, brincamos e vivemos momentos de alegria. Era tão bom brincar com Antônio e Laura, naqueles momentos éramos uma família de verdade.

Ainda lembrava que ela escondera o nosso filho ... que ela me deixou pensar que não era o pai, e isso me magoava. Mas a verdade é que não era hora para pensar naquilo e conseguimos conversar como no passado, dar meu apoio, vivenciar a nossa antiga cumplicidade. Como era extraordinário, como me fizera feliz mesmo que por momentos. E eu pude deixar o meu desejo e minha vontade me dominar e olhá-la sem medo e vergonha.

E mais momentos agradáveis me aguardavam. Antônio dormiria em casa pela primeira vez. Era mais uma etapa que ultrapassávamos nessa nossa aproximação, mais um passo na direção de contar a ele que era o seu pai. Eu estava ansioso e feliz.

Depois que jantamos, ele tomou banho e já estava na cama pronto para dormir. Usava uma camisa minha, já que não tinha roupas suas aqui ... ela ficara enorme, dando uma aspecto bem engraçado e fofo a ele.

Laura sentou-se na cama com ele, lhe deu um beijo e disse:

– Boa noite, meu amor. A mamãe já vai, mas amanhã volta – ela era muito carinhosa

– Não! Não quero! Eu vou com você, mamãe ! - ele falou assustado se agarrando a ela

– Mas Toninho você não queria dormir na casa do Edgar? - ela fez um carinho nele

– Eu achei ... que você ia ficar. Sem você, não quero! - ele continuava agarrado a ela

– Eu tenho que ir, filho. Vai ficar tudo bem. Amanhã volto, você não vai nem perceber.- eu via o quanto ele estava aflito

– Laura … fica ... dorme aqui – falei tentando resolver as coisas

– Ahh... Edgar … não sei. Não fica bem … - ela tinha dúvidas

–Pelo Antônio, ele ficará mais tranquilo com você por perto – pedi intenso, ela olhou para mim, e depois para nosso filho que sorria com essa ideia, depois disse

– Tá bom... mas eu preciso tomar um banho – ela sorriu e beijou Antônio – daqui a pouco volto.

Me aproximei do meu filho, e enquanto ela saia, a observei encantado, ficar longe dela era tão difícil, ela era tão admirável e linda:

– Edgar? Edgar? - fui despertado dos meus pensamentos por Antônio

– Desculpa, estava distraído... - falei e ele riu

– Você acha a minha mãe bonita? - ele foi direto e quase engasguei de susto

– Ahhh … - não sabia o que dizer , não esperava essa pergunta do meu filho, mas resolvi ser sincero – Sim, Antônio, sua mãe é muito bonita.

– Eu deixo você namorar com ela... - mais um vez ele fora direto, meu coração acelerou, será que imaginava eu e a Laura juntos?

– Obrigado pela permissão, Antônio Vieira – falei sério, depois ri e o beijei – Agora você não quer uma história? - precisava mudar de assunto e ele ficou animado

Assim, comecei a contar e representar a estória de Robin Hood. Eu percebia o quanto ele adorava aquilo, e como isso fazia bem a mim. Após terminar ele ainda estava acordado, achei que me pediria outra. Mas percebi que estava pensativo e perguntei afetuoso:

– O que foi?

– Nada! - eu notei que havia algo e insisti

– Fala, senão não paro de fazer cosquinha – comecei a fazer cócegas nele e ele ria

– Tá – ele voltou a me olhar triste – São os garotos na minha escola. Eles me xingaram … e a mamãe também.

– Eles eram meninos maus. Não liga. Você não fez nada errado nem a sua mãe – falei sorrindo, mas ele continuava triste

– Edgar, o que é divorciada, é um nome feio? Eu sei que vadia é feio, mas e divorciada? - percebi o quanto crianças também podiam ser cruéis ao vê-lo daquele jeito

– Não, Antônio. Divorciada não é um nome feio. Não tem nada de errado ser divorciada... É quando uma mulher é casada, mas não é mais feliz e decide que não vai viver mais com o marido. Aí deixa de ser casada e vira divorciada. - falei direto

– Minha mãe é divorciada?

– Sim, sua mãe não era mais feliz com... o marido e decidiu não viver mais com ele – tentava falar de forma simples para ele entender, e realmente era um resumo do que acontecera comigo e Laura

– Humm.... e Bastardinho é um nome feio?

– Sim, bastardo é uma maneira feia de chamar uma criança que não tem culpa de nada … - ele me parecia confuso – vou tentar explicar … há maneiras mais bonitas de chamar alguém nessa condição … filho natural, ou ilegítimo, por exemplo, não precisa usar a palavra bastardo. Bastardo quer dizer que a criança é … que seus pais não são casados. A criança não tem culpa de nada, e não há nada de errado com ela pelo fato de seus pais não serem casados.

– Humm … Eu sou bastardo?

– Como disse não é errado ser um filho bastardo … Antônio. Mas não... seus pais eram casados quando você … eles se divorciaram depois.

– Ahh, entendi -ele sorriu e percebemos que Laura nos observava emocionada

Nosso filho ficou animado e disse:

– Mamãe, canta para mim?

– Cantar? - eu estava surpreso

– É Edgar … cantar – ela falou direta, já havia se recuperado, eu não sabia que ela cantava para ele

Laura aproximou da cama, se sentou no chão e começou a cantar. Ela tinha uma bela voz, eu me despedi de Antônio, e estava saindo . Mas não conseguia desviar o meu olhar dela, ela usava uma linda camisola, e cantando me lembrou uma sereia. Belíssima... Meu sangue começou a ferver.

Quando percebi meu estado, saí, não podia olhá-la daquela maneira. Tinha que me controlar pelo nosso filho.

Fui para o quarto. E aquela imagem dela não saía da minha cabeça. Meu corpo parecia esquentar mais só de pensar, e minha vontade de tê-la em meus braços era enorme. Eu tinha que me controlar. Talvez não tivesse sido uma boa ideia ela dormir em casa.

Aquela era uma situação em que estávamos sensíveis, todos os 3, e não queria estragar a minha aproximação com Antônio por causa de uma vontade louca. A mágoa ainda existia em mim, eu não podia dar um passo assim, ela acabara de ser atacada, despedida e ver o filho ser expulso da escola, ela estava frágil. Não podia aproveitar, já que ainda não conseguiria perdoar.

Mas quando levantei a cabeça, a vi encantadora na minha frente, me levantei e andei em sua direção.


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Notas finais do capítulo

A parte do Toninho sugerindo a Edgar que namorasse Laura foi sugestão de uma leitora, eu achei que teria tudo a ver colocar nessa parte. Obrigada.
O que acharam? O que imaginam que vai acontecer? Espero que tenham gostado e comentem para me animar mais e mais