Laura E Edgar - Uma Outra História escrita por Cíntia


Capítulo 19
Fim de semana


Notas iniciais do capítulo

Gente fiz um esforço e consegui escrever mais esse capítulo hoje. Claro que não conseguiria sem os comentários de vocês. obrigada.



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Por Edgar

Após Laura ter saído, eu estava confuso e nervoso. Primeiro dei atenção a minha filha Melissa que misteriosamente a conhecia... Minha filha e minha mulher ...juntas. Ela me contou que brincara com Antônio, o garoto que me trazia tanta dor só por existir. Como esse destino era moleque.

Depois pedi a Melissa para brincar em outro lugar, o que faria a seguir ela não precisava ver. Confrontei Catarina. Ela havia passado dos limites, sempre vinha com aquele jeito escorregadio, intrometido, e eu deixava passar por causa da menina. Mas dessa vez não, o fato de ter me interrompido naquele momento importante com Laura e sem justificativas sólidas ultrapassou o limite da minha paciência.

Fui grosso com ela, gritei, e deixei bem claro que ela não poderia vir ou entrar na minha sem ser convidada. Ainda tentou se portar como vítima, dizer que Laura era ciumenta e não era inocente como eu pensava, que isso ia prejudicar Melissa, e que não teve más intenções. Argumentos bobos que não dei atenção. Acabara a cota de Catarina aparecendo assim, isso já tinha atrapalhado a minha vida demais.

Ela foi embora, subi para o quarto, e me arrumei, estava parecendo um mendigo de tão desalinhado. Dei um pouco de atenção a Melissa, mas não estava bem, e Matilde acabou cuidando dela a maior parte do tempo.

Pensava em Laura, o que mais queria naquele momento era terminar a nossa conversa. Imaginava se a Catarina não tivesse aparecido, será que conseguiria me acertar com ela? Ahh, Catarina ... por que você aparecera naquele momento?

Desde que Laura voltara, a minha vida parecia uma cordilheira com montanhas altíssimas e vales profundos. Com os nossos beijos na biblioteca, a nossa última noite, o nosso almoço, as nossas conversas amigáveis, eu me sentia no céu, com as nossas brigas, problemas do passado e presente, as palavras duras, o fato de ela ter um filho e ter sido de outro, eu me sentia no inferno.

Mas a verdade é que essa vida era bem melhor do que aquela que levava antes. Pelo menos, eu tinha emoções doces e não só amargas ou lembranças do passado. Era cercada de momentos e sentimentos verdadeiros como na noite passada quando a vi, e por horas consegui esquecer os nossos muitos problemas, foi só pensar nela, no quanto a amava e a queria, no quanto a vida era bela e eu podia ser feliz.

Fora um resgaste do passado. Como consegui viver tanto tempo sem isso, sem me sentir assim, sem ela. Sem vê-la, admirá-la, beijá-la, tocá-la, amá-la, sentir -me unido a ela, flertar, sorrir, suspirar, falar, morder, gemer, brincar, enfim, sem ter aquela felicidade plena. E como num instante, eu conseguira perder isso?

Por que eu a fizera sofrer tanto? Como conseguira afastá-la de mim? Fazê-la se sentir abandonada? E agora por que me perturbava tanto que ela tivera um filho? Que ela fora de outro?

Por mais que eu tentasse, as imagens dela com outro doíam demais, será que algum dia eu aceitaria? Sem isso eu não a conseguiria de volta e estaria abdicando da minha felicidade. É, eu era um burro empacado, eu sei, mas por mais que quisesse, ainda era muito difícil. E Laura também não facilitava.

Passei um fim de semana infernal com esses pensamentos. Minha cabeça parecia explodir, eu queria tanto tentar resolver isso. Mas não sabia onde encontra-la. Não sabia onde morava. Coloquei as minhas esperanças na segunda-feira, onde poderia vê-la na biblioteca, se Laura não tentasse fugir de mim. E um fim de semana nunca demorou tanto a passar.

Mas minha aflição estava chegando ao fim, eu entrei na biblioteca, era segunda-feira á tarde, faltava pouco para o final do experiente de Laura. Uma mulher obesa e aparentando ter em volta dos 30, estava atendendo num balcão e eu perguntei por Laura, sendo informado que estava dando aulas, sentei numa mesa para espera-la.

Um menininho loiro estava empenhado lendo um livro, a senhora do balcão se mantinha atenta a nós, devia ser a mãe dele. Aquele garoto me chamou atenção, ele era tão novo, não parecia ter idade para saber ler, muito menos para frequentar uma biblioteca. Que interessante!

Ele levantou a cabeça e olhou para mim. Parecia que eu já tinha o visto antes, só não me lembrava de onde. Sorriu e eu devolvi o sorriso:

– Você está lendo? Não é muito novo para ler?- perguntei

– To, minha mãe me ensinou. – ele falou gracioso

– Que bom, sua mãe deve ser ótima, ela é aquela ali? – virei a minha cabeça para a mulher do balcão

– Não, aquela é Dona Rosa, ela é legal, mas minha mãe é muito mais bonita que ela- ele falou satisfeito

– É mesmo? – eu ri, achei graça do que ele falara

– È... muito mais. Minha mãe é supimpa e linda. Seu nome é Laura.

Respirei fundo, será que estava imaginando coisas ... não podia ser... meu coração disparou e com esforço consegui dizer:

– E qual o seu nome?

– É Antônio... Antônio Assunção Vieira. Mas minha mãe me chama de Toninho. –ele sorriu

Eu suava frio, mal conseguia respirar. Mas prestava atenção naquele menino galante. Era loiro, com cabelos lisos, tinha olhos verdes, devia ter o que? 5,6 anos. E aquele sorriso? Por isso que achara que o conhecia. Era como se estivesse me vendo criança. Assim, eu soube... ele era o meu filho. O meu filho com a Laura...


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Notas finais do capítulo

Foi tão emocionante escrever e colocar esse capítulo, finalmente chegamos a esse momento, espero que tenham gostado.
E ahhh, comentem sempre, não esqueçam, esses comentários me deixam feliz e me inspiram a escrever mais.