Laura E Edgar - Uma Outra História escrita por Cíntia


Capítulo 16
Angústia


Notas iniciais do capítulo

Obrigada por todos comentários, por causa disso eu consegui escrever e postar mais um capítulo hoje.



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Por Edgar

Após descobrir sobre o filho de Laura e a briga com ela, parece que minha vida foi indo ladeira abaixo. Não passou um só dia em que eu não pensasse nela, e de maneira dolorosa. Até parece que nos divorciamos novamente, e que tiraram o meu chão.

Quando nos separamos, ela deixou aquela carta falando dos seus motivos e problemas, mas dizia que me amava. E de certa forma, isso me dava uma segurança. Ela fora embora, mas seu amor por mim ainda existia.

Agora eu descobri que ela teve outro, amou outro e deu um filho a ele. Esse filho deveria ser meu! Ela deveria ter sido só minha... não deveria ter estado nos braços de mais ninguém. Mas a culpa … a culpa … também é minha, eu a afastei, ela não se sentia segura, eu a deixei ir, e não fui atrás. Se eu não tivesse errado tanto, esse filho tão sonhado seria meu.

Tento prosseguir com a minha vida. Mas reconheço que estou sendo um advogado abaixo da minha capacidade. Já levei algumas matérias a Guerra e tive que rescrevê-las mais de uma vez, segundo ele, Antônio Ferreira é capaz de escrever melhor.

Até mesmo quando visito Melissa, não consigo sossego, pelo menos não, da forma que tinha antes. Fico distraído e não dou toda atenção que minha filha merece.

Catarina até começou a insinuar que estou diferente. E me pergunta sobre a Laura, tenta fazer intriga contra ela. Que ela é ciumenta, insegura. Ela sabe que esse assunto não me agrada, já a cortei algumas vezes. Ao menos não deixei escapar o que realmente acontece.

Cheguei a pensar em como Laura se sentiu quando descobriu que eu tinha uma filha. Foi assim? Esse tormento sem fim? Essa insegurança? Com pensamentos dolorosos a invadindo sem aviso? Não.. Não deveria ter sido assim, era diferente, com ela foi diferente …

Já conversei diversas vezes com Guerra, ele diz para eu esquecer, para pensar de outra maneira, tentar analisar que Laura não fez nada de errado pois estávamos separados. Mas ele não entende. Eu não consigo seguir em frente, e nem esquecer, também não consigo analisar.

Conscientemente sei que Laura só seguiu a vida, que ela não errou. Mas as vezes, me pego pensando nela, nos nossos beijos, e nela dizendo que me ama, mas depois a imagino beijando outro, e falando que ama outro. Vejo-o tocando o corpo dela. Até já acordei por causa de pesadelos, suando frio e com essas imagens na cabeça. Nãooooo! Nada parece fazer mais sentido! Nada consegue me trazer felicidade, só angústia.

Também me lembro do modo que agi da última vez em que estive com ela. Eu estava fora de mim, esbravejei, partir para cima. Quase bati nela! Ainda bem, que consegui me conter. Senão nunca me perdoaria por tal ato.

Fui ao jornal tentar entregar mais uma matéria a Guerra:

– Antônio Ferreira consegue fazer melhor, mas está bom, vou publicar. - disse ele sorridente

– Obrigado, Guerra – falei desanimado

– Edgar, assim não dá. Mais ânimo, meu amigo!

– Está difícil.

– Sabe de uma coisa? Faz tanto tempo que você e a Laura se encontraram. Se ainda está tão difícil e você não consegue … Por que não a procura e resolve isso de uma vez?

– O nosso último encontro não foi muito bom! - falei tentando me justificar

– Eu sou um mero espectador, meu caro, mas te digo, não estou gostando do que estou vendo. Você deveria tentar mudar alguma coisa.

Eu sai do jornal, e estava voltando para casa quando tive uma bela visão, o destino parecia sorrir para mim. Laura estava na porta do teatro Alheira, linda usando um belo vestido vermelho. Ela não me via, então pude observá-la com calma, sua boca, seus olhos, seus cabelos, seu corpo.

Então fui tomados por lembranças. Nós na biblioteca, eu roubando um beijo dela, ela dizendo que me amava e eu roubando outro beijo. Apenas memórias doces. E me lembrei da felicidade que eu sentira naquele dia. E essa felicidade começou a me invadir.

Comecei a sorrir, quando dei por mim estava ao lado dela e disse:

–Oi...


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Notas finais do capítulo

Então gostaram? O que virá a seguir? Alguma sugestão? Comentem mostrem que estão lendo, isso sempre me ajuda a escrever.