Laura E Edgar - Uma Outra História escrita por Cíntia


Capítulo 14
Briga


Notas iniciais do capítulo

Meninas muito obrigada pelos comentários, sem eles eu não postaria esse capítulo hoje. Coloco esse capítulo com certo temor, mas espero que gostem.



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Por Laura

Edgar havia saído da biblioteca há algum tempo. Não sei o que havia dado na minha cabeça, mas nós acabamos discutindo, e nos beijamos ... aqui.

Não deveríamos ter feito isso por vários motivos. Por estarmos em meu trabalho, um lugar onde eu deveria manter o decoro. Pelos vários problemas que ainda nos cercava. E o mais importante de todos, pelo meu filho. Por Toninho eu tinha que manter a cabeça no lugar, pensar direito nas minhas ações e não agir por impulso.

Mas a verdade é que mesmo eu procurando ser sensata, quando estava com o Edgar, algo parecia tomar conta de mim, me tornando passional. Realmente eu não consegui e não conseguia resistir a ele.

Outra verdade é que mesmo sabendo que nossos beijos e uma conversa tão pessoal na biblioteca talvez tenha sido um erro. Eu não me arrependia de nada. Vários sentimentos inundavam o meu peito, eu estava confusa, mas com certeza, o arrependimento não estava presente.

Quando vi Edgar se aproximando de mim, fui tomada pelo medo. Achava que Guerra lhe contara do meu filho. Mas não, ele não contou. Eu consegui disfarçar o meu temor, mas estava frágil, com pouco domínio das minhas emoções, então a raiva me tomou na questão referente aquela mulher. Eu falei mais do que devia. E ele me beijou.

Ainda sinto o gosto dele, o seu toque, seu cheiro e aqueles sentimentos preenchendo o meu peito, algo tão bom, que não sentia ha tanto tempo e escondera de mim mesma o quanto tinha saudades. A verdade é me entreguei e mergulhei naquelas sensações.

Ele fora embora, e eu prometera continuar a conversa na nossa casa. Não sei se era o certo, eu deveria pensar bem, pensar no mais importante e não só em mim, deveria pensar no Toninho.

Entretanto, é que mesmo com tanta confusão a nossa volta, segredos, sofrimentos, problemas, eu ainda o amava e no fundo queria ficar com Edgar. Voltei por causa do meu filho, ele era o mais importante, e agiria sempre por ele. Mas mesmo soterrada, a esperança de voltar com Edgar ainda estava presente. E aquele beijo que eu ansiava, e que me despertou vontades escondidas, só fez aumentar essa esperança.

Telefonei para casa, e falei com Isabel. Avisei que chegaria mais tarde, pois iria me encontrar com Edgar. Ela entendeu e disse que cuidaria de Toninho.

Enquanto eu ia ao encontro dele. Pensava em outras questões. Guerra sabia sobre meu filho, então por mais que eu não quisesse contar a Edgar agora. Talvez eu tivesse em mãos a minha única chance de fazer uma revelação tranquila e ter uma boa conversa com ele. Não era a situação ideal que imaginara, mas os acontecimentos estavam me pressionando a não postergar mais. Já havia decidido, eu temia a reação de Edgar, isso provavelmente traria dificuldades a nossa relação e a questão de reatarmos, mas não tinha mais como fugir, eu contaria sobre Toninho.

Mesmo com tantos conflitos, eu ainda me lembrava de nossos beijos na biblioteca e seguia em frente, esperançosa e sorrindo.

Matilde me atendeu e informou que Edgar estava no escritório. Eu fui correndo até ele e o encontrei sentado na cadeira com cabeça apoiada na mesa, eu sorria, mas meu sorriso desapareceu quando ele se levantou, vi o seu rosto vermelho e seu olhar nervoso, obviamente ele estivera chorando:

– Edgar, o que aconteceu?

– O que aconteceu, Laura? O que aconteceu ? - ele falava firme, mas estava furioso – Você tem um filho e … - foi então que meu pesado veio à tona e meus sonhos foram embora, eu fiquei parada, mal conseguia falar

– Eu ia te ... contar

– Você ia me contar? E também falaria sobre o pai dele? O homem com quem você … Quando ia me contar que tem um amante? E que estava brincado comigo? -ele gritava, se levantou e se aproximou de mim

– Não, Edgar, você não entendeu - ele achava que o engara, estava fora de si, não compreendera nada e aquilo me desnorteou

– Não entendi o que? Que era uma vingança? Uma peça para me fazer sentir assim? Imaginar você com outro, beijando.. amando ... outro! Você conseguiu, Laura

Eu fiquei muda, o olhar dele era de ódio. Ele andava em minha direção o que me fez caminhar para trás até encostar-me à parede, só que ele continuou vindo de modo que me pressionava contra ela:

– Responde, Laura! Fala alguma coisa!– ele gritou de modo que sentia o seu hálito, cheguei a pensar que ele me bateria.

Nesse momento, ele se virou repentinamente, e se afastou. Isso me fez voltar à realidade, quem ele pensava que era? Por que achava que podia agir assim? Ele merecia uma resposta:

– Edgar, o que você pensa que sou? Não sou uma mercadoria sua! Não sou mais sua mulher! Posso fazer o quiser sem precisar te explicar. Poderia ter vários homens se quisesse, mas te digo uma coisa. Não, não tenho ninguém, e o que fiz nesses últimos anos é algo que compete apenas a mim. Não dá para conversar com você, não dá e nem quero conversar com você!- fui embora e bati a porta

Enquanto saia, ainda pude escutar um barulho no escritório. Edgar deveria ter quebrado ou jogado alguma coisa ao chão. Sai com vontade de chorar, decepcionada, ofendida e com o coração despedaçado, mas segui firme.

Eu poderia ter falado que nunca tive homem algum além dele. Que meu filho era dele… Mas não quis massagear o seu ego. Ele agira de modo assustador. Estava sendo possessivo e imaturo. Não estava preparado para saber do Toninho. Além disso, os problemas do passado ainda existiam. Algum dia ele saberia toda a verdade, mas naquele momento o segredo permaneceria.


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Notas finais do capítulo

Partindo em defesa de Edgar: Espero não ter exagerado com a reação de Edgar, na verdade sempre pensei que ele agiria assim nessa situação, ele sempre se mostrou ciumento e possessivo e já estourou em situações menos tensas. Sei que gostamos demais da Laura, e muitas tomam o lado dela como ninguém. Edgar, errou, ele tem defeitos. Mas eu amo o personagem assim, mesmo com esses defeitos. Espero que vocês também continuem gostando dele. Pensem no lado dele, ele é possessivo e ciumento mesmo, não justifica, mas também estava de cabeça quente, se sentindo sem chão. Ele exagerou, mas acho que isso o torna humano.
Bem, espero que tenham gostado, comentem, deem sugestões, como sempre digo comentários me fazem escrever mais e melhor.