Laura E Edgar - Uma Outra História escrita por Cíntia


Capítulo 13
Ciúme


Notas iniciais do capítulo

Meninas muito obrigada pelos comentários. O capítulo anterior teve 10 comentários, não sabem o quanto me deixou feliz e me estimulou a escrver. Esse capítulo é dedicado a vocês. Espero que gostem.



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Por Edgar

Eu me aproximei de Laura, e percebi que ela estava assustada, até mesmo pálida. Fiquei preocupado mas resolvi ir direto ao ponto:

– Laura, preciso conversar com você.- falei firme

–Edgar... você não … é que .. - nunca a vira daquele jeito, ela gaguejava e estava muito nervosa, não podia ignorar mais

– Você está bem? Aconteceu alguma coisa? - olhei bem fundo em seus olhos mostrando minha preocupação

– Não.. não, aconteceu. Só me assustei. E com você aconteceu algo? Sobre o que quer falar? - ela parecia se acalmar, eu queria entender mais aquela reação, mas ela estava me dando uma abertura, preferi partir para o que queria

– Queria falar sobre o nosso almoço, mais especificamente sobre o fim dele quando a …

– Não precisava falar, sua filha estava passando mal e você foi atendê-la.- ela estava estranha

– Laura, Melissa tem asma e fui socorrê-la. Mas não queria te deixar daquela forma, entenda... não queria te magoar, pelo contrário.- falei com calma

– Eu entendo, Edgar. Não fiquei magoada – ela me parecia irritada

– Não é o que parece – falei firme e ela se irritou mais

– Sabe de uma coisa? Eu entendo sim, você foi atrás da sua filha que corria perigo. Só não entendo aquela mulher entrar gritando e correndo pela sua casa, interrompendo o seu almoço. Agindo como se fosse dona da casa que já foi minha e onde fui muito feliz com você! Esfregando na minha cara que é sua amante e que vocês estão juntos há vários anos! Não, Edgar, isso eu não entendo. E eu que cheguei a pensar que as coisas haviam mudado, que a gente poderia … que eu deveria reconsiderar... - ela falava de forma intensa e nervosa

– Pensar? Reconsiderar? - eu também fiquei nervoso e me aproximei mais dela, é que ao escutar aquelas palavras, aquela velha esperança sobre nós dois aumentou, ela também pensava sobre nós, e parecia até ter ciúmes de mim, eu precisava saber mais

– Esquece, foi uma ilusão. Eu não tenho nada com a sua vida! Você pode ficar com quem quiser! E levar quem quiser para sua casa! - ela falou ofegante e me aproximei mais ainda dela, estávamos bem próximos e já podia reparar bem em seus lábios vermelhos, seu olhar justiceiro e seu peito palpitando apressado

– Laura, não foi uma ilusão. Eu não tenho nada com a Catarina. Na minha vida, só há você! Só você! - eu a olhei mais uma vez e não resisti, a beijei com toda vontade, uma vontade louca acumulada por quase 6 anos

Emoções maravilhosas explodiam dentro de mim. Eu sentia os lábios quentes e molhados dela, o seu gosto. Seu cheiro, e seu peito se mexendo contra o meu. Passei meus braços em volta dela fazendo com que os nossos corpos ficassem ainda mais próximos, podia senti-la entregue, tinha a esperança de que ela não sairia mais dos meus braços, e nós ficaríamos assim eternamente.

Mas a verdade é que depois de um tempo, Laura descolou o seu rosto do meu e falou arfando:

– Edgar .. não ..não ... está certo. - eu ainda mantive os meus braços em volta dela e não a deixava se afastar

– Por que não? Eu te amo, Laura... Eu quero você. Você não quer? - falei com dificuldade de respirar e com o coração dançando em meu peito

– Não é isso... - ela estava ofegante- Eu te amo, mas … - eu não deixei ela prosseguir e mais uma vez a beijei com gosto

Não queria que acabasse, mas ela se afastou e conseguiu sair dos meus braços, respirou fundo, parecia tentar encher seus pulmões de ar e falou com a palma da mão virada para mim:

– Fica aí. Senão isso não acaba!

– Tá bom, ficarei aqui …. longe de você – eu ri e ela também, ainda estávamos sem fôlego

– Eu estou no meu trabalho, Edgar. Não é lugar para esse tipo de conversa, nem esse tipo ... de coisa.

– Eu sei, me desculpa, mas a culpa é sua, você é irresistível – eu estava feliz demais, gargalhei e ela também

– Assim fica difícil, mas .. - ela ria, e depois ficou séria -Aqui não … vá.

– Tá bom, mas acho que nós merecemos uma chance... Uma conversa, Laura. Só isso.

– Eu não sei, Edgar.

– Se você me prometer isso, eu saio daqui. Uma conversa apenas.

– Tá bom. Quanto sair da biblioteca, passo na sua casa.- ela sorriu

– Ficarei esperando … ansiosamente – sorri com euforia para ela e saí

No caminho para casa, eu queria pular, dançar, sapatear mas me segurei, já que pareceria um maluco. Na verdade, eu estava mesmo louco, louco de esperança e felicidade.

Estava sentado na minha cadeira do escritório, olhando para o teto e sonhando com um futuro brilhante quando Guerra apareceu:

– Boa tarde, Edgar.

– Boa tarde, Guerra – eu não conseguia parar de sorrir

– Você parece feliz, talvez eu devesse voltar noutro momento – ele parecia sério

– Não - eu me endireitei na cadeira – Fala! Algum problema? - falei tentando mostrar seriedade

– Não é isso. Não sei como te contar, ou se devo .. mas acho que deve saber... Talvez outra hora.- ele me parecia confuso

– Fala logo, Guerra. Você está me deixando curioso ... e pior preocupado!

– Eu vi a Laura ontem. - aquilo chamou mais a minha atenção

– E o que tem isso? Ela está linda, não? - falei como um sonhador

– Sim, está. È que … - ele gaguejava – ela estava com o filho.

– Filho? Que filho? - eu tinha enlouquecido ou era ele?

– Ela tem um filho, Edgar. Um garotinho, estava ela, o menino e o pai. - parecia que uma bomba caíra em cima de mim

– Um filho? O pai do garoto? - eu estava despedaçado

– Desculpa, me expressei mal. Estava ela, o menino e o pai dela, o Senador Assunção.

– Como assim? Como um filho? Como é o menino? Desde quando? - eu estava chocado e não falava coisa com coisa

– Isso só ela poderá te falar. Foi um encontro rápido, o menino dormia no colo dela, não vi o rosto, só deu para reparar que era loiro. A idade é outra coisa que não consigo te dizer, sei lá, 3, 4, 5 anos. Não convivo muito com crianças, não sei te dizer.

– Foi por isso que ela não queria me dizer onde morava, Guerra.. é o fim. Acabou, meu amigo! Laura, esteve com outro homem. Só de pensar nisso … - a raiva e decepção eram tantas que não consegui mais falar

– Edgar, se acalme. As vezes, as coisas não são assim... Tente aceitar... Vocês estavam divorciados! Converse com ela.

– Não, Guerra. Me desculpe, mas me deixe sozinho. Eu preciso ficar só …

– Você tem certeza?

– Tenho, é o melhor. Preciso pensar.

Guerra saiu e os piores pensamentos e emoções me dominaram, não consegui controlar as minhas lágrimas. Eu imaginava Laura esquecendo de mim, se entregado a outro homem. Como ela pôde? Como ela conseguiu? Imaginava outro a beijando, tocando naquele que corpo que fora meu. Não!

Por poucos instantes cheguei a pensar, e se isso não aconteceu? E se fosse meu filho? Mas, não, era mais outra fantasia. Laura sabia o que eu pensava em relação a filhos. Nós sonhamos juntos diversas vezes com um bebê. Ela não esconderia de mim se fosse meu.

Então mais imagens voltaram a minha cabeça, com Laura apaixonada por outro. Amando outro. Com outro a tocando. E ela grávida, dando a outro o filho que tanto sonhei.

Será que ainda estavam juntos? Ou fora um cafajeste que a abandonara? Ela disse que que não estava envolvida com ninguém. Mas isso não importava mais. Ela me esquecera e acabou se entregando a outro homem.


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Notas finais do capítulo

Só uma consideração, chegou a doer em mim fazer Edgar tão feliz nesse capítulo para terminá-lo tão furioso e decepcionado no fim. Mas lembre-se como um alento ao menos ele foi feliz por um tempo.

Então o que acharam? Alguma sugestão? Comentários sempre me ajudam a escrever mais.